CENÁRIO GERAÇÃO DE RENDA E TRABALHO A questão do emprego apresenta-se de forma peculiar e complexa no Brasil e, também, em Goiás. As heterogeneidades do mercado de trabalho são problemas históricoestruturais típicos de uma economia capitalista tardia e periférica, cujo alto grau de informalização, precariedade das relações de trabalho, desigualdade social, baixíssimo nível de escolaridade da força de trabalho, vem somar-se aos problemas advindos do ciclo de transformações que vem passando a economia mundial com a abertura dos mercados e da globalização financeira. Outro fator que interfere na questão do emprego são as profundas deficiências no sistema educacional do país que nunca esteve organicamente articulado ao sistema produtivo. Contemporaneamente grandes transformações estão sendo verificadas no universo do mundo do trabalho. O resultado mais brutal destas transformações é o desemprego estrutural que, por um lado reduz o operário industrial, e por outro, aumenta o subproletário, o trabalho precário e o assalariamento no setor de serviço e exclusão aos mais jovens e mais velhos. Há, portanto, um processo de maior heterogenização, fragmentação e complexificação da classe trabalhadora. Assim, o avanço da economia informal acarretou uma precarização do emprego e da remuneração, e uma conseqüente desregulamentação das condições de trabalho e regressão dos direitos sociais e uma tendência à individualização extrema das relações sociais. Portanto, o que se observa no mercado de trabalho atual é uma tendência à rotatividade dos trabalhadores que entram relativamente fácil no mercado mas, também, são facilmente demitido sem custo, sendo chamados de trabalhadores flexíveis. O Brasil vive um momento de grandes transformações, impulsionadas por novas demandas da sociedade e pela transformação acelerada da economia mundial. Essas mudanças são muito positivas. Elas estão permitindo aumentar a eficiência, assegurando ganhos de produtividade essenciais para a concretização do potencial de crescimento da economia brasileira, que sabemos ser enorme. Estão levando, também, à modernização do Estado, que vai deixando o papel de empresário para assumir outro, de importância crescente, na regulação da economia e na promoção da igualdade de oportunidades. Por outro lado, sabemos que são mudanças desafiadoras. Antes, o trabalho era visto como homogêneo e estático, e o capital como a fonte do progresso tecnológico. Hoje, o dinamismo econômico está cada vez mais no conhecimento, nas habilidades e na experiência dos trabalhadores, e não no capital físico ou nas empresas. A qualidade dos trabalhadores e a eficiência de sua relação com as empresas determinarão, em última análise, a rapidez do progresso econômico das nações. Em todo o mundo, essas mudanças pedem novas formas de tratar a relação entre capital e trabalho. No Brasil, o desafio é ainda maior: ao mesmo tempo em que acompanhamos as tendências mundiais, precisamos eliminar distorções acumuladas no passado e consolidar a estabilidade econômica. Em nosso País, temos visto uma importante recolocação da força de trabalho da indústria para serviços, e do trabalho assalariado para o autônomo. Temos visto também uma mudança no perfil ocupacional dos empregos face à rápida introdução da tecnologia da informação e ao esforço de reestruturação das empresas, que levam a um aumento da demanda por trabalhadores mais qualificados. O Estado de Goiás apresenta, segundo dados do IBGE (CENSO – 2000) uma População Residente de 5.003.228 hab., sendo 80,95% (4.050.398) Pessoas em Idade Ativa (acima de 10 anos), destes cerca de 59,23% (2.399.147) são Economicamente Ativas, sendo que a 41% é composta por mulheres e somente 36,19% tem emprego formal. O percentual de pessoas desocupadas em Goiás, no ano de 2001 foi de 8,05%, inferior ao percentual nacional de 9,35% (Goiás em Dados – 2003). Tomando como base as informações oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) que acompanha a Flutuação Mensal de Emprego, pois o Estado não dispõem da Pesquisa Mensal de Emprego, estima-se que no ano de 2001, 292.087 pessoas foram admitidas no mercado formal de emprego, mas no entanto 270.706 foram dispensadas o que leva à um saldo positivo de 21.381 postos de trabalho. Por outro lado informações do IBGE, estima-se que, 9,35% da População Economicamente Ativa está desocupada, o que representa em números absolutos 7.783.243 pessoas com idade acima de 10 anos, estão ou desempregadas ou em situação de subemprego, isto é, levando-se em conta que a legislação Brasileira permite o trabalho apenas a partir de 16 anos, estima-se então que 633.658 pessoas em Goiás estão fora do mercado de trabalho formal. Visando redefinir este quadro, o Governo de Goiás vem implementando um conjunto planejado e integrado de ações para indução do crescimento econômico e geração de oportunidades de trabalho para aqueles que encontram-se desempregados ou buscando inserir-se no mercado. Todos os programas deste PPA 2004/2007 da área produtiva e tecnológica têm esta diretriz estratégica. Somado àqueles, três outros programas considerados sociais também possuem esta orientação. O Programa Banco do Povo disponibiliza micro-crédito a juros subsidiados e apoio técnico para micro-empreendedores que queiram iniciar ou expandir seu próprio negócio, contribuindo para geração de novos postos de trabalho. O Programa Qualificação Profissional para a Empregabilidade (PRÓAVANÇAR) através da realização de diversos cursos de capacitação visa desenvolver profissionalmente os trabalhadores goianos interessados em adquirir qualificação, contribuindo para o incremento da empregabilidade destes. O Programa Atendimento ao Trabalhador (SINE) objetiva facilitar a inserção no mercado de trabalho através da promoção da interface entre os trabalhadores desempregados e as vagas disponíveis. Portanto, neste novo ciclo de gestão, o desafio é avançar mais na promoção do desenvolvimento goiano orientado para o benefício da população, dinamizando a economia e gerando as condições e os empregos que conferem dignidade e cidadania para o trabalhador e sua família.