A Quarta Colônia e a crise do RS José Lannes1 Roberto da Luz Jr.1 A Quarta Colônia, em igualdade de condições ao Estado do Rio Grande do Sul, encontra-se em crise econômica. Os dados da atividade econômica da região demonstram uma nítida tendência de queda na geração de renda. Desde o final do século passado até o ano de 2005, a criação de riqueza nos municípios que a englobam vem caindo. Medida pelo Produto Interno Bruto (PIB – total de bens e serviços produzidos), essa riqueza apresenta uma taxa de queda anual da ordem de 5,8%, como mostra o Gráfico 1, acompanhando de forma muito mais intensa a própria crise da economia gaúcha. Nesse mesmo período, de 1999 a 2005, enquanto o Brasil como um todo apresentou crescimento econômico da ordem de 1,3% ao ano, a economia do Rio Grande do Sul decresceu a uma taxa anual de 1,1%. Gráfico 1 – Evolução do Produto Interno Bruto da Quarta Colônia 1 000 000 950 000 933 453 1000 R$ a preços constantes de 2007 900 000 884 268 850 000 813 328 800 000 767 766 750 000 755 089 708 718 700 000 650 000 612 170 600 000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: calculado pelos autores a partir dos dados do IBGE/PIB Municipal De um PIB real da ordem de R$ 933 milhões, em 1999, a Quarta Colônia viu decrescer o montante de renda gerada em 34%, totalizando R$ 612 milhões, em 2005, a preços de 2007. A recessão econômica da região nesse período é quase unânime, com a exceção de Nova Palma, a única a apresentar tendência de crescimento da ordem de 1,8% ao ano, acima da média nacional. Ao contrário, Pinhal Grande, Restinga Seca e Silveira Martins apresentam os mais altos índices de queda do produto interno, enquanto os demais municípios apresentam taxas intermediárias de queda na geração de renda (Tabela 1). Tabela 1 – Taxa de crescimento anual do Produto Interno Bruto dos municípios da Quarta Colônia (%) entre 1999 e 2005 Agudo Dona Francisca -3,05 -6,38 Faxinal do Soturno -2,11 Ivorá Nova Palma Pinhal Grande Restinga Seca -4,46 1,83 -13,39 -9,42 São João do Polêsine -4,70 Silveira Martins -14,5 Total 4ª Colônia -5,8 Fonte: calculado pelos autores a partir dos dados do IBGE/PIB Municipal 1 Professores do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Maria Total RS -1,1 Como a Quarta Colônia se caracteriza por ser fortemente dependente de seu setor primário, no qual predomina a agricultura temporária, com suas culturas de arroz, fumo, soja, milho, feijão, mandioca e batata-inglesa, supõese que a crise pela qual passou a região nos primeiros cinco anos do século XXI tem por raiz o próprio setor agrícola. Justifica-se desta forma, também sob a ótica do desenvolvimento econômico, a opção acertada do CONDESUS e dos municípios, pelo Convênio com a UFSM, para sob a coordenação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, de forma multidisciplinar, envolvendo as áreas de Arquitetura, Patrimônio Histórico, Geoprocessamento, Direito, Geografia, Sociologia, Economia e Desenho Industrial, elaborar-se o PLANEJAMENTO AMBIENTAL DA QUARTA COLÔNIA, cujos resultados esperados envolvem um desenvolvimento regional baseado nos princípios da sustentabilidade. Quanto ao desenvolvimento econômico, espera-se encontrar uma nova vocação de tal forma que a região passe a crescer.