formas urbanas

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FORMAS URBANAS DOS MUNICIPIOS DA QUARTA COLÔNIA
Geisa Zanini Rorato
Izabele Colusso
É inegável que o projeto de uma cidade passa por conceitos preliminares de
produção do espaço. Uma vez que o espaço é produzido, ele vira uma manufatura, um
artefato que passa pelo controle dos que têm o poder em determinados locais.
Existem diversas maneiras de este controle ser exercido na produção do espaço. Se
formos procurar explicações para a gênese das cidades, vamos encontrar, por exemplo,
razões sociais. Há outra explicação, de raiz econômica, que diz que é mais eficiente produzir
e consumir concentradamente, e que as cidades são a forma de obter isso. Há razões
sociológicas que argumentam com a noção de proximidade social, solidariedade e
comunicação entre indivíduos, somente plenamente realizável na cidade. Há ainda
argumentos antropológicos, vinculando cidade a significado cultural, linguagem e expressão
coletiva e histórica.
As formas urbanas dos municípios da Quarta Colônia traduzem estes conceitos muito
explicitamente. Se considerarmos os argumentos antropológicos, podemos perceber que a
produção do espaço se deu a partir de uma linguagem cultural e histórica coletiva, trazida
pelos imigrantes (principalmente italianas e alemãs). Os argumentos econômicos giram em
torno da maior densidade e racionalidade da ocupação do espaço, de forma a garantir
racionalização dos investimentos públicos. A argumentação sociológica baseia-se na
observação de padrões de comportamento que prezam muito pela proximidade e
vizinhança.
A partir destes argumentos, ficam claras as vantagens de se consumir o espaço de
forma concentrada, principalmente ao que se refere à otimização de infra-estrutura uma vez
que, quanto mais conectadas forem as redes de abastecimento de água, luz, esgoto, pluvial,
maior será o retorno para o poder público municipal deste custo de implantação,
consideravelmente elevado.
Outra vantagem bastante evidente está relacionada aos vazios urbanos. Espaços
urbanizados e não utilizados significam que o poder público terá que continuar investindo em
mais espaços urbanizados, enquanto proprietários esperam pacientemente pela valorização
de seus terrenos. Esta prática é tão nociva às cidades, à forma das cidades, que foram
criados, pelo Estatuto das Cidades, mecanismos para seu controle, bem como foi
introduzido o conceito de função social da propriedade.
Uma forma de análise das formas urbanas é a partir de sua inserção em uma forma
circular. Quanto mais a forma da cidade se aproximar de um círculo, mais concentrada será
a ocupação do espaço. Desta forma, podemos analisar as formas urbanas dos municípios
da Quarta Colônia. Verifica-se que não existe um padrão de ocupação, sendo que alguns
municípios apresentam formas mais compactas que outras. Ivorá, por exemplo, apresenta
inserção quase perfeita em um círculo, evidenciando a ocupação concentrada de seu
espaço urbano. Já a área urbana de Nova Palma apresenta distorções em sua forma
circular, o que pode significar existência de fatores que estejam interferindo na ocupação do
espaço, como limitações físicas (rio, morro) como fatores atratores que polarizam a
ocupação para determinados sentidos. Já Restinga Seca e Agudo apresentam forma urbana
bastante desconcentradas. A inserção em formas circulares traz uma elipse como resultado,
e isto se traduz como uma ineficiência em termos de otimização de serviços e infraestrutura.
O delineamento assim obtido caracteriza as cidades como manufaturas, mas uma
manufatura particular cuja forma emerge, e é resultado de um processo contínuo de
mudança, promovido por muitos agentes que lhe conferem dinâmica e diversidade. Todos
nós planejamos, de forma parcial, a cidade e a transformamos. E é neste momento, de
elaboração do projeto Planejamento Ambiental da Quarta Colônia, e especificamente dos
Planos Diretores Municipais, que todos têm a chance de opinar e definir qual a forma urbana
que se deseja para o futuro de nossas cidades.
Figura 1: Mapa da área urbana de Ivorá inserido em forma circular.
Figura 2: Mapa da área urbana de Nova Palma inserido em forma circular.
Figura 3: Mapa da área urbana de Agudo inserido em forma circular.
Figura 4: Mapa da área urbana de Restinga Seca inserido em forma circular.
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