UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA ZOO 4310 – NUTRIÇÃO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS PROFESSOR JOAO DAROS MALAQUIAS JUNIOR AULA 02 – ÁGUA, PROTEÍNAS E CARBOIDRATOS NOS ALIMENTOS E NOS ANIMAIS. ÁGUA A água é um nutriente presente em grande quantidade na célula viva e é essencial à sua sobrevivência. É constituinte do corpo de todos os animais em porcentagem relativamente constante. A água é um nutriente tão importante que a perda de um décimo da água corporal pode resultar em morte por desidratação enquanto que o animal pode perder, praticamente, toda a gordura e metade da proteína do corpo, sem nenhum problema. Existe uma grande variação entre espécies. O jumento está entre as mais resistentes, sobrevive com perdas hídricas acima de 30% do seu peso. 1) DISTRIBUIÇÃO NOS TECIDOS DO CORPO ANIMAL PESSOA ADULTA (70 kg) Representa 60% do seu peso 42 lts; 65% dos 42 lts (27 lts) intracelulares; 35% dos 42 lts (15 lts) extracelulares; ANIMAIS bezerro ao nascer 71,8%; bovino aos 6 meses de idade (desmame) 69,1%; garrote (novilho) magro 52,0%; garrote (novilho) gordo 48,0%; boi adulto muito gordo 43,5%; vaca leiteira em produção 56,8%. 2) PROPRIEDADES E FUNÇÕES Constituinte ativo e estrutural. Poderoso solvente. Veículo dos nutrientes na digestão, absorção, transporte e excreção. Dispersante ideal, facilitando as reações tissulares. Alto calor específico, absorvendo o calor das reações com um mínimo de elevação da temperatura corporal. Alta tensão superficial auxiliando na coesão das células e manutenção das articulações. Baixa viscosidade, o que facilita sua passagem e das substâncias nela dissolvidas pelos capilares sem esforço elevado do coração. Participa nos processos metabólicos: Ex.: (C6H12O6 + 6O2 + 36ADP + 36Pi ↔ 6CO2 + 6H2O + 36ATP) 3) ORIGEM DA ÁGUA CORPORAL Ingerida ´in natura`; Presente nos alimentos (livre, estrutural e constituicional); Produzida nas reações tissulares (água metabólica). 4) PERDAS: Ar expirado Constante em todos os animais Evaporação (pele), insensível ou Constante em todos os animais respiração Sudorese ou transpiração Descontínua (cão não sua) cavalo > jumento > boi > búfalo > cabra > carneiro>porco Baba Descontínua (boi, cachorro) Urina Periódica Fezes Periódica FONTE: NUNES (1998). 5) ÁGUA NOS ALIMENTOS O teor de água nos alimentos é muito variável, especialmente nas plantas forrageiras. Para melhor comparação entre esses alimentos, é preciso avaliálos com base na composição da matéria seca. Os ALIMENTOS SECOS são pouco palatáveis, pulverulentos e/ou empastam na boca ou estômago reduzindo o consumo. Grãos e farelos, ultilizados na alimentação animal, se armazenados com mais de 14% de UMIDADE apresentam curto período de conservação. 6) NUTRIENTES E SUBSTÂNCIAS TÓXICAS ÁGUA DURA OU CALCÁREA certas águas precipitam sabões (não espumam) ou formam crostas em superfícies quentes; dureza expressa pela soma de Ca2+ e Mg2+ (equivalentes quantidades de carbonato de cálcio); outros cátions que contribuem com a dureza estrôncio, ferro, alumínio, zinco e manganês; ingestão continuada deficiência de zinco em suínos e outros monogástricos e aparecimento da doença paraqueratose. SALINIDADE DA ÁGUA Sólidos (concentração iônica total, em mg/L); Água mole ou potável 0 a 1.000 mg/L; Água salobra 1.000 a 10.000 mg/L; Água salgada 10.000 a 100.000 mg/L; Salmoura acima de 100.000 mg/L. Dissolvidos Totais (SDT) PROTEÍNA A palavra PROTEÍNA origina-se to termo grego proteios, que significa primeiro, ou de principal importância. É um nutriente importante na nutrição humana e funciona como identificador de regiões ricas e pobres. É um nutriente caro. Não é produzido como substância de reserva de energia, exceto no leite e no ovo, como os carboidratos e as gorduras. Exerce inúmeras funções na célula. Produzida pela célula conforme o código genético do animal. 1) FUNÇÕES CELULARES Elementos estruturais (colágeno, elastina, queratina, fibroina, etc.); Contração e movimentação (actina e miosina, tubulina, etc.); Fonte de nutrientes de reserva (ovoalbumina (OVO), caseína (LEITE); Veículo de transporte para gorduras, vitaminas e alguns minerais (hemoglobina, lipoproteínas, etc.); Pontes de ligação ou receptores na parede celular (proteínas da membrana celular); Atividades enzimáticas e hormonais (insulina, hormônio paratireóideo); Defesa do organismo (imunoglobulinas ou anticorpos, fibrogênio e trombina, etc.) Formação da maior parte dos músculos, órgãos internos e externos, tecidos conectivo e cartilaginoso; 2) PROPRIEDADES ESTRUTURAIS Estrutura primária seqüência linear dos aminoácidos que compõem a cadeia polipeptídica; Estrutura secundária estrutura originada em conseqüência das interações das ligações de H entre aminoácidos distantes um do outro na estrutura primária; Estrutura terciária tendência da cadeia polipeptídica a enrolar-se ou dobrar-se, formando uma estrutura complexa, mais ou menos rígida; Estrutura quaternária estrutura resultante de interações entre unidades polipeptídicas isoladas de uma proteína contendo mais de uma subunidade. 3) CATEGORIAS Fibrosas compostas de cadeias filamentosas individuais e alongadas, as quais se unem lateralmente por diversos tipos de ligações cruzadas, formando uma estrutura muito estável e quase insolúvel (queratina, seda, colágeno); Globulares são relativamente solúveis e bastante compactas devido ao considerável número de dobras da longa cadeia peptídica (citocromo C, proteínas do sangue – albumina do soro, glicoproteínas, anticorpos, hemoglobina, hormônios, enzimas, proteínas de nutrição); 4) DEFINIÇÃO E ESTRUTURA Compostos nitrogenados orgânicos complexos, presentes em todas as células vivas, formados fundamentalmente por C, H, O e N. Pode conter ainda alguns minerais como o S, P, Cu, Fe, etc. Os compostos nitrogenados que entram na formação das proteínas são conhecidos como aminoácidos (aas), compostos orgânicos que contêm um grupo ácido (carboxílico) e pelo menos um grupo amínico. 5) COMPOSIÇÃO DAS PROTEÍNAS ELEMENTOS PORCENTAGENS Nitrogênio 15,5 a 18,0 (média 16,0) Carbono 51,0 a 55,0 Hidrogênio 6,5 a 7,3 Oxigênio 21,5 a 23,5 Enxofre 0,5 a 2,0 Fósforo 0,0 a 1,5 6) AMINOÁCIDOS (aas) Ácido orgânico nitrogenado: COOH H2N C H R R radical (H ou uma cadeia alifática ou aromática); COOH grupo carboxílico e NH2 grupo amínico; C carbono , imediatamente ligado à carboxila (COOH) exceção PROLINA e HIDROXIPROLINA; LIGAÇÃO PEPTÍDICA -N-C- entre dois aas H2O; CONFIGURAÇÃO “L”, oposta à do D-gliceraldeído. 7) DETERMINAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO Os aas da amostra são determinados no analisador de aas por meio de cromatografia em coluna de troca de íons semi-automaticamente. Podem ser classificados conforme a NATUREZA, a POLARIDADE DA CADEIA R ou conforme o DESTINO NO METABOLISMO. QUANTO À NATUREZA DO GRUPO R Aromáticos fenilalanina, tirosina, triptofano; Básicos lisina, histidina; Ramificados isoleucina, leucina, valina; Sulfurados metionina, cisteína, cistina; Outros treonina. QUANTO À POLARIDADE DO GRUPO R R Não polar ou hidrofóbico alanina, valina, leucina, isoleucina, prolina, fenilalanina, triptofano, metionina; R Polar mas sem carga glicina, serina, treonina, cistina, tirosina, asparagina, glutamina ( podem formar pontes de H); R Positivo lisina, arginina, histidina; R Negativo aspártico, glutâmico, hidroxiprolina e hidroxilisina. QUANTO AO DESTINO NO METABOLISMO ANIMAL Glicogênicos arginina, metionina, cisteína, cistina, histidina, treonina, valina (podem se transformar em glicose); Glicocetogênicos fenilalanina, tirosina e triptofano, isoleucina e lisina (podem se transformar em glicose ou em corpos cetônicos); Cetogênicos leucina (pode se transformar em corpos cetônicos). 8) AMINOÁCIDOS NÃO PROTÉICOS Presentes no metabolismo animal mas que não participam de moléculas protéicas. Foram identificados mais de 200 aas não protéicos em produtos naturais (plantas superiores): ex.: citrulina e ornitina ciclo da uréia e síntese de arginina; betalanina isômero da alanina, faz parte da vitamina ácido pantotênico; creatina amina, derivada da glicina, faz parte do fosfato de creatina (armazenamento de energia); 9) AMINOÁCIDOS INDISPENSÁVIES (ESSENCIAIS) “Aquele que o animal não pode sintetizar de forma alguma, ou em quantidade adequada ou em velocidade apropriada às suas necessidades fisiológicas e de produção (NUNES, 1998)”. As plantas sintetizam todos os aas que necessitam. Os animais sintetizam somente de 10 a 12 aas dos 22 a 24 aas encontrados em suas proteínas. Os microorganismos ruminais sintetizam todos os aas que o ruminante necessita (simbiose); 10) AMINOÁCIDO LIMITANTE O aas em menor quantidade na dieta é chamado de primeiro limitante (Lis, Tre, Met e Tri); O excesso dos aas não limitantes permite a deaminação e oxidação da cadeia carbonada para o fornecimento de energia para a célula. 11) DISPONIBILIDADE DOS AMINOÁCIDOS Celulose, hemicelulose e lignina: as proteínas ligadas a esses carboidratos da parede celular vegetal tornam-se mais inacessíveis ao ataque enzimático dos microorganismos. Inibidores enzimáticos: existe uma substância inibidora da ação da enzima gástrica pepsina que está presente no grão de soja crua. Quando se submete o grão de soja ao aquecimento, esta substância é inativada porque é termolábil. Por outro lado excesso de aquecimento provoca a reação de Maillard, onde carboidratos redutores (amido e açúcares) se ligam à porção R dos aas das proteínas formando um composto indigestível. Isto é muito importante na produção de leite em pó, farinha de peixe e farelos de soja e algodão, se o material for superaquecido, ocorre reação de Maillard, reduzindo a digestibilidade do alimento. REAÇÃO DE MAILLARD NH3+ CHO’s redutores NH3-CH2-CH2-CH2-CH2-CH-COO Lis com carbono eta na extremidade esquerda da cadeia CARBOIDRATOS Os carbohidratos são substâncias componentes da célula cuja composição característica básica é um átomo de carbono ligado a uma molécula de água (H20) (hidrato de carbono), com um número maior ou a igual a 3 carbonos. Também são considerados como parte deste grupo outras substancias que não se encaixam nesta definição, como as ligninas, hemiceluloses, pectinas,etc, que por função semelhante, ou proximidade física na célula vegetal são incluídas no mesmo grupo. 1) COMPOSIÇÃO Plantas os carboidratos podem representar 75% ou mais das folhas das plantas. Normalmente na forma de celulose, hemicelulose e lignina. Animais os carboidratos representam apenas 0,5 a 1,0% da célula animal. Normalmente na forma de glicose e glicogênio. 2) CLASSIFICAÇÃO Açúcares baixo peso molecular, simples e solúveis em água (sacarose). Não açúcares alto peso molecular, complexos e insolúveis em água (amido). 3) CONFIGURAÇÕES Aldose (GLICOSE) o grupo químico do carbono 1 é um aldeído. Cetose (FRUTOSE) o grupo químico do carbono 1 é uma cetona. e (posição da –OH do C 1); AÇÚCARES Monossacarídeos Trioses (C3H6O3) Gliceraldeído Diidroxiacetona Tetroses (C4H8O4) Eritrose Eritrulose Pentoses (C5H10O5) Ribose Ribulose Xilose Xilubiose Arabinose Hexoses (C6H12O6) Glicose Frutose Galactose Manose Oligossacarídeos Heptoses (C7H14O7) Sedoeptulose Dissacarídeos Sacarose Lactose Maltose Trealose Celobiose Trissacarídeos Rafinose Tetrassacarídeos Estaquiose NÃO AÇÚCARES Homopolissacarídeos Pentosanas Arabanas (arabinanas) Xilanas Hexosanas Glicanas Amido Glicogênio Celulose Dextrinas Frutanas Inulina Levana Mananas Heteropolissacarídeos Galacturanas Ac. Pectico Glicosaminas Chitina Hemiceluloses Gomas, mucilagens Substâncias pécticas Sulfopolissacárides Aminopolissacárides Ac. Hialurônico Condroitina Heparina IMPORTÂNCIA GERAL 6CO2 + 6H2O + 673 cal C6H12O6 + 6O2 Esqueleto de C síntese de compostos (aas não essenciais); Alta afinidade pelo ácido fosfórico compostos de alta energia; Participação em estruturas DNA e RNA; Presença em certas plantas glicosídeos tóxicos aos animais. IMPORTÂNCIA EM PARTICULAR 1. MONOSSACARÍDEOS Mais simples aldose gliceraldeído e cetose diidroxiacetona; Hexoses mais abundantes D(+)glicose e D(-)frutose; 1.1 PENTOSES L-arabinose componente da hemicelulose e goma arábica, presente nas silagens; D-xilose componente da hemicelulose (pentosanas xilanas); D-ribose em toda célula (RNA), vitaminas e coenzimas. 1.2 HEXOSES D(+)glicose livre em plantas, frutas, mel, sangue, linfa e líquido cefalorraquidiano. a) fonte imediata de energia b) monômero dos amidos e celuloses; D(-)frutose livre ou polimerizada em folhas verdes, frutos, sacarose, frutosanas e mel. Participa do metabolismo como frutose1 fosfato e frutose-6-fosfato; D(+)manose polimerizada como mananas em fungos, bactérias e leveduras e livre em glicoproteínas; D(+)galactose GLICOSE LACTOSE = GALACTOSE, açúcar do leite, pigmentos antociânicos, galactolipídeos, gomas e mucilagens. 1.3 HEPTOSES D(+)sedoeptulose na forma de fosfato, ocorre como intermediário na via das pentoses; 2. DISSACARÍDEOS Sacarose a) açúcar, b) cana (200 kg/t), beterraba (150-200 kg/t) c) 1,4-glicose-frutose e c) 160oC (maltose) e a 200oC (caramelo). Maltose a) malte, cevada; b) -1,4-glicose-glicose c) produzida através do amido ou glicogênio. Lactose a) leite; b) -1,4-glicose-galactose; c) 4,6 a 4,8% no leite; d) Transforma-se em ÁCIDO LÁTICO no processo de acidificação do leite promovido por bactérias (Streptococcus lactis) e) 150oC (amarelada) e a 175oC (carameliza lactocaramelo). Celobiose a) -1,4-glicose-glicose com estrutura básica a repetição da celulose b) não se encontra livre na natureza. Trealose a) fungos e algas marinhos b) -1,1-glicose-glicose. H C=O H - C- OH H - C – OH H Gliceraldeído (aldose) H H - C - OH C=O H – C - OH H Diidroxiacetona (cetose) H H C=O H - C - OH H - C - OH C=O OH - C - H OH - C - H H - C - OH H - C - OH H - C- OH H - C – OH CH2OH D-Glicose (aldoexose) CH2OH D-Frutose (cetoexose) H H C=O C=O H - C - OH CH2 H - C - OH H - C - OH H - C- OH H - C – OH CH2OH CH2OH D-Ribose 2-Desoxi-D-Ribose açúcar componente do açúcar componente do ácido ribonucléico (RNA) ácido desoxirribonucléico (DNA) Ligação glicosídica formada pela reação entre um grupo hidroxila de um dos açúcares e o carbono anomérico do outro açúcar. CH2OH O O H H H OH OH H H OH HOCH2 O H H OH OH CH2OH H SACAROSE CH2OH CH2OH O O H H H OH OH H H OH H O H OH OH H H OH H MALTOSE CH2OH CH2OH O OH H H OH H H OH O H H O LACTOSE H OH OH H H OH H 3. TRISSACARÍDEOS 3 moléculas de HEXOSES perda de (H2O)2 Rafinose a) semente de algodão (0,8%), pequenas quantidades no açúcar da beterraba e acumula no melaço; b) HIDRÓLISE GLICOSE, FRUTOSE e GALACTOSE. 4. TETRASSACARÍDEOS 4 moléculas de HEXOSES perda de (H2O)3 Estaquiose (NR) a) sementes de leguminosas e plantas de rizoma comestível e b) HIDRÓLISE 2 GALACTOSE 1 GLICOSE 1 FRUTOSE. 5. POLISSACARÍDEOS Diferem nos monômeros (hexoses, pentoses e ácidos urônicos); diferem dos oligossacarídeos nas propriedades físicas (cristalinidade e solubilidade); Material de reserva e estrutural das plantas; Quantitativamente, a fonte mais importante de energia na natureza. 5.1 AMIDO Homopolissacarídeo, CHO de reserva das plantas, composto de amilose e amilopectina. AMILOSE: Polímero de glicose com ligações -1,4- (unidade de repetição maltose, -1,4-glicose-glicose); 10 a 20% do amido total; -amilase (animal) quebra da molécula, formando a maltose; AMILOPECTINA: Polímero de glicose com ligações -1,4- e -1,6-, molécula ramificada; 80 a 90% do amido total; -glucosidase (MALTASE – mucosa intestinal) quebra a maltose em 2 glicoses; -amilase (enzima vegetal ou bacteriana) quebra a cadeia linear (-1,4-), 60% da amilopectina, produzindo maltose; 40% restantes da amilopectina dextrina ou dextrina limite; -amilase (animal) quebra a cadeia linear (-1,4-) chegando mais perto das ramificações -1,6-; oligo-1,6-glucosidase (ISOMALTASE - intestinal) quebra as ramificações -1,6- (isomaltose, -1,6-glicose-glicose). 5.2 GLICOGÊNIO Homopolissacarídeo, chamado de amido animal; Baixa quantidade no corpo não considerado amido de reserva; Assemelha-se mais à AMILOPECTINA (estrutura ramificada). 5.3 CELULOSE Polímero de glicose (homopolissacarídeo – 10.000 unidade de glicose) com ligações -1,4-; Atacada apenas por enzimas (celulases) produzidas por microrganismos (rúmen e intestino grosso); Material estrutural da parede celular; Envelhecimento encrustamento da celulose pela lignina reduzindo a digestibilidade; Com a floração do capim há o aumento da % de lignina e da força de ligação com a celulose e hemicelulose da parede celular. Forrageiras 20 a 40% da MS Madeiras 40 a 50% da MS Fibra de algodão > 96% da MS FONTE: NUNES (1998). 5.4 HEMICELULOSE Hteropolissacarídeo, 12 a 20% da MS das forragens; Hdrólise HEXOSES, PENTOSES e ÁCIDOS URÔNICOS; Parcialmente utilizados por não herbívoros e totalmente utilizados por herbívoros; Hemiceluloses das gramíneas cadeia principal de xilanas (-1,4glicose-glicose) e cadeia lateral de ácido metilglucurônico; Hemiceluloses das leguminosas xilanas não ramificadas. 5.5 SUBSTÂNCIAS PÉCTICAS Polissacarídeos vegetais, sinônimo de pectina (do francês pectine, derivado do grego pectós ‘coagulado’), ácido D-galacturônico principal constituinte; Classificação indefinida homo (ácido galacturônico) e heteropolissacarídeo (ácido galacturônico D-galactose, Larabinose e L-ramnose). CHO’S NA NUTRIÇÃO ANIMAL Grãos de cereais ( amido); folhas dos vegetais, palhas, talos ( celulose); tubérculos e raízes ( em fécula e açúcares) e frutos ( açúcares e ácidos orgânicos); Alimento energético de origem animal importante leite (lactose – glicogênio da carne e do fígado prontamente transformado em ácido lático); glicose (nutriente glicídico celular), amido (reserva glicídica vegetal) e celulose (importante na nutrição animal - ruminantes). LITERATURA CITADA 1. ANDRIGUETTO, J.M.; PERLY, L.; MINARDI, I.; et al.. Nutrição animal – As bases e os fundamentos da nutrição animal – Os alimentos. Volume 1, 4a edição, 2a impressão. São Paulo-Nobel. 1986. 395 p.. 2. CONN, E.E. & STUMPF, P.K. Introdução à bioquímica. São Paulo, Edgard Blücher, 1980. 525 p.. 3. LEHNINGER, A.L. Princípios de bioquímica. São Paulo-SARVIER, 1986. 725 p.. 4. NUNES, I.J. Nutrição animal básica. 2. ed. Ver. Aum. Belo Horizonte: FEP-MVZ Editora, 1998. 388 p.. 5. VASCONCELLOS, P.M.B. Guia prático para o confinador. São Paulo:Nobel, 1993. 226 p..