Plano_Nac._IV_COBREFIL - Centro Acadêmico de Filosofia USP

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ABEF
Associação Brasileira dos Estudantes de Filosofia
Plano Nacional de Formação Política (PNF)
OBJETIVO:
O Plano Nacional de Formação Política (PNF) envolve diferentes projetos, das quais a ABEF é ou promotora
(direcionados para estudantes de filosofia em específico) ou co-promotora (direcionados para estudantes
universitários em geral).
Cada projeto tem as suas especificidades, como se verá adiante. No entanto, a despeito das diferenças, há um
sentido comum que une todos os projetos: todos eles visam, em última instância, contribuir para:
- o despertar de consciência dos estudantes sobre as desigualdades e injustiças, a partir de suas causas
estruturais;
- incentivar os estudantes ao engajamento social e político em conjunto com a classe trabalhadora, mesmo
após terem se formado.
Ao cumprir estes objetivos, estaremos contribuindo para transformar o próprio estudo da filosofia, hoje
profundamente técnico e acadêmico, na perspectiva de fazer da filosofia um instrumento de exercício de
critica social, capaz de desmascarar os discursos que velam a realidade para justificar as opressões sociais e a
ordem estabelecida.
PROGRAMAS:

Seminários “Caminhos da emancipação popular” (observatório da conjuntura)

Estágio Interdisciplinar de Vivência com Movimento Sociais Populares do Campo e da Cidade

Estágio de Vivência na Realidade Carcerária

Estágio de Vivência em Educação Popular nos Movimentos Sociais do Campo e da Cidade

Programa de Intercâmbio Político-cultural na Realidade dos Movimentos Sociais na América
Latina, América Central e Caribe
PROGRAMA 01
Seminários “Caminhos da emancipação popular” (observatório da conjuntura)
Caracterização
A proposta é que os Seminários sejam reuniões pequenas, freqüentes, de curta duração (por exemplo, 4
horas), com divulgação dirigida, no qual se debate um tema de conjuntura a partir da apresentação de um (a)
convidado (a), que pode ser um dirigente de movimento social ou organização popular, um professor
universitário, um pós-graduando etc.
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Assim sendo, os Seminários não deve assumir o formato de “evento”, com inscrições, crachá, certificado,
ampla divulgação etc. Não é essa a proposta. O importante não é o tamanho ou a magnitude. O importante
aqui é:
a) Garantir a freqüência do máximo possível de estudantes de filosofia e a preparação dos Seminários através
de textos selecionados e divulgados previamente;
b) Garantir a qualidade da apresentação e do debate, através da escolha do (a) convidado (a), e a sintonia da
apresentação com os objetivos gerais do PNF e os objetivos específicos do Programa;
c) Garantir a periodicidade dos Seminários (a definir pela gestão local, mas de preferência mensal ou no
máximo bimestral);
Os temas seriam: política, economia, educação, cultura, meio ambiente, energia, comunicação social, gênero,
etnia, sexualidade, ciência e tecnologia, direitos humanos, esporte, questão agrária, questão urbana, saúde,
justiça e trabalho. Todos os temas podem ser tratados em âmbito estadual, nacional ou internacional.
Objetivos específicos
a) Despertar o interesse pelas questões relativas à conjuntura e o hábito de discuti-las cotidianamente;
b) Desmistificar teses e ideologias referentes às questões de conjuntura construídas através da mídia e do
senso comum;
c) Desmistificar a abordagem construída através da mídia e do senso comum sobre a abordagem dessas
questões pelos movimentos sociais e organizações populares.
Público-alvo
a) Estudantes de filosofia em geral;
b) Outros, a depender em particular do leque de parceiros.
Âmbito de organização
Local (por universidade ou cidade).
Gestão
Local, com acompanhamento nacional.
Parceiros
A definir pela gestão local (é desejável que haja parceiros locais, desde que não deixe de ter como públicoalvo prioritário os estudantes de filosofia e desde que se mantenha fiel à caracterização e objetivos da
proposta).
Início
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De acordo com o calendário local.
Período
Duração indeterminada.
***
PROGRAMA 02
Estágio Interdisciplinar de Vivência em Áreas de Reforma Agrária e de Atingidos por Barragens
(EIV)
Caracterização
O EIV surgiu em 1989, e hoje já ocorre em diversos Estados, sendo construído em conjunto por entidades
estudantis, grupos de extensão e os movimentos da Via Campesina. A maior parte dos Estágios é construída
entre março e dezembro, através de reuniões mensais, e o Estágio propriamente dito ocorre entre dezembro e
fevereiro. Em 2009, durante o IV COBREFIL, realizado em Guarulhos/ SP, a Associação Brasileira dos
Estudantes de Filosofia, após debates, deliberou em plenário, discutir, debater e constuir EIV’s em conjunto
com os Movimentos Sociais do Campo e da Cidade, na medida em que visa estender um momento de
formação política e de vivencia, passando assim a encorporar além do debate e da vivencia em áreas de
reforma agraria, introduzindo-se também nas áreas de ocupações urbanas.
A proposta do EIV é dupla. De um lado, colocar os estudantes em contato com a realidade dos movimentos
sociais do campo e da cidade (exemplo: acampamentos, assentamentos, ocupações, dentre outros) para assim
vivencia-la. De outro lado, iniciar o estudante, através de um curso de formação política, em temas ligados à
Reforma Agrária, aos Movimentos Sociais Populares Urbanos e ao Movimento Estudantil, mas em particular
com uma metodologia de trabalho, estudo e convivência, caracterizada pela mística e pela simbologia, mas
também pela disciplina consciente e pelo espírito de grupo.
Para cumprir esse objetivo, o EIV se divide em 03 fases: 1ª fase – preparação (todos os estudantes ficam
concentrados num local, num curso de formação e ao mesmo tempo de preparação para a segunda fase); 2ª
fase – vivência (os estudantes vão para as áreas em pequenos grupos, entre 2 e 3 pessoas por área); 3ª fase –
retomada (os estudantes retornam das áreas e novamente ficam concentrados num local, onde retomam o
curso de formação e fazem a avaliação da vivência). Há variações, mas no geral a 1ª fase dura 05 dias, a 2ª
fase dura 10 dias e a 3ª fase dura 5 dias.
Objetivos específicos
a) Desmistificar a imagem que a mídia passa dos movimentos sociais e da realidade dos acampamentos e
assentamentos rurais e áreas de ocupações de movimentos sociais urbanos (hábitos, produção etc.);
b) Estreitar os laços entre os estudantes, as entidades estudantis e os movimentos sociais do campo e da
cidade;
c) Fortalecer os movimentos sociais do campo, da cidade e o movimento estudantil através do intercâmbio
entre ambos.
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Público-alvo
Estudantes em geral, mas preferencialmente aqueles em fase inicial do curso;
Âmbito de organização
Atualmente, o EIV é organizado em âmbito estadual (RS, SC/PR, SP, MG, ES, DF e PA) e local (Tangará da
Serra / MT, Botucatu / SP, Viçosa / MG, Rio de Janeiro / RJ, Areia / PB). Há projetos piloto sendo
discutidos em outros locais.
Gestão
Por âmbito de organização.
Parceiros
Entidades estudantis, grupos de extensão e Movimentos sociais da Via Campesina.
Início
A ABEF atualmente acompanha a construção dos Estágios em SP e MG.
Período
Duração indeterminada.
***
PROGRAMA 03
Estágio de Vivência da Realidade Carcerária
Caracterização
O Estágio de Vivência da Realidade Carcerária vem sendo discutido com a Pastoral Carcerária. A proposta é
que os estudantes de filosofia acompanhem as visitas da Pastoral Carcerária nas penitenciárias, bem como
participem de um programa de estudos sobre Direitos Humanos.
Objetivos específicos
a) Proporcionar aos estudantes contato com a realidade das penitenciárias no país, em particular, e do modelo
de segurança pública, em geral;
b) Desmistificar a imagem que a mídia passa dos detentos enquanto “bandidos” que optaram pelo mundo do
crime, desvendando as determinações sociais e culturais que os empurram para o crime;
c) Incentivar os estudantes a estudar, conhecer, divulgar e atuar em prol dos Direitos Humanos;
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d) Estreitar os laços entre a ABEF e o movimento pró-Direitos Humanos, fortalecendo-os a partir do
intercâmbio entre ambos.
Público-alvo
Estudantes de filosofia em geral;
Âmbito de organização
Estadual.
Gestão
Nacional
Parceiros
Pastoral Carcerária e outros, a definir.
Início
De acordo com o aprofundamento do intuito e do debate acerca de parceiros e de colaboradores. Assim
sendo, a ABEF, debaterá e formulará um plano, conciso, onde este pautará de forma mais direta e
esclarecedora todos os pontos a serem elencados para viabilidade deste.
Período
A definir.
***
PROGRAMA 04
Estágio de Vivência em Educação Popular nos Movimentos Sociais do Campo e da Cidade
Caracterização
A proposta é que os estudantes de filosofia atuem como educadores populares em programas de
alfabetização de jovens e adultos, sejam eles oficiais ou não, desenvolvidos em áreas dos movimentos sociais
do campo e da cidade.
Objetivos específicos
a) Desmistificar a imagem que a mídia passa dos movimentos sociais e da realidade dos acampamentos e
assentamentos rurais e ocupações urbanas (hábitos, produção etc.);
b) Contribuir com os movimentos sociais nas tarefas de alfabetização do povo e de “quebra das cercas da
ignorância” com vistas a formar cidadãos conscientes de seus direitos.
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c) Colocar os estudantes de filosofia em situações nas quais se vejam obrigados a estudar e desenvolver
práticas de ensino a partir e em prol da realidade vivenciada, contribuindo dessa forma para a formação de
professores de filosofia mais conscientes do papel do educador popular na sociedade e com domínio de
metodologias pró-ativas de ensino;
d) Estreitar os laços entre os estudantes e as entidades estudantis e os movimentos sociais do campo e da
cidade;
e) Fortalecer os movimentos sociais do campo e o movimento estudantil através do intercâmbio entre ambos.
Público-alvo
Estudantes de filosofia em geral, mas preferencialmente futuros licenciados em filosofia.
Âmbito de organização
Estadual e Local (por universidade ou cidade).
Gestão
Estadual e Local, com acompanhamento nacional.
Parceiros
Movimentos Sociais do Campo e da Cidade.
Início
A partir do primeiro semestre de 2010. Se possível, é desejável que haja projetos piloto no segundo semestre
de 2009.
Período
Duração indeterminada.
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PROGRAMA 05
Intercâmbio Político-cultural na Realidade dos Movimentos Sociais na América Latina, América
Central e Caribe
Caracterização
A proposta é proporcionar aos estudantes o contato com a realidade dos movimentos sociais do campo e da
cidade da América Latina, América Central e Caribe. Este programa ainda não foi discutido com nenhuma
outra organização. Por enquanto, existe apenas como uma idéia.
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Objetivos específicos
a) Contribuir para a compreensão da unidade dos problemas sociais na América Latina, América Central e
Caribe, desde suas origens históricas, passando pelos mecanismos que os sustentam e mantêm, até os efeitos
que exercem sobre o povo;
b) Contribuir para a compreensão das especificidades nacionais nos processos históricos e sociais na região;
c) Contribuir para a compreensão da realidade dos movimentos sociais na região, desvendando suas visões,
estratégias e táticas, contribuindo assim para a reflexão crítica sobre as ideologias e as formas de luta nos
movimentos sociais da região e para a ampliação de seu potencial transformador;
c) Contribuir para o fortalecimento de uma consciência internacionalista das desigualdades e injustiças
sociais, a partir da difusão das experiências vivenciadas no movimento estudantil;
d) Estreitar os laços entre os parceiros promotores do programa entre si e para com os movimentos sociais na
América Latina, América Central e Caribe;
e) Fortalecer os movimentos sociais na região o movimento estudantil através do intercâmbio entre ambos.
Público-alvo
Estudantes em geral que já passaram por programas de formação política.
Âmbito de organização
Nacional.
Gestão
Nacional.
Parceiros
A definir. Mas, de início, a proposta é que este programa seja desenvolvido em conjunto com outras
entidades estudantis.
Início
A partir do segundo semestre de 2009.
Período
A definir.
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Iniciativas Locais
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É muito importante criarmos uma cultura de formação política na ABEF – ou seja, entre o conjunto dos
CA’s de Filosofia, Coordenações Locais e coletivos de base da ABEF.
Uma cultura de formação política implica que não apenas despejaremos todos os nossos esforços para a
concretização do PNF, prioridade da ABEF, mas, sobretudo, que haja iniciativas de formação política em
âmbito local.
Por um lado, a Coordenação Nacional deve acompanhar os CA’s, Coordenadores Locais e coletivos de base
da ABEF, a fim de incentivar tais iniciativas e de dar suporte, acompanhando a construção de cursos de
formação e outras iniciativas em âmbito local.
Por outro lado, cabe aos CA’s, Coordenadores Locais e coletivos de base procurar a / cobrar da
Coordenação Nacional, ou seja, tomar a iniciativa de fazer acontecer a formação política na ABEF para além
dos programas nacionais aqui descritos.
Vale considerar, por fim, que formação política não se resume a cursos de formação. A ornamentação dos
espaços é também formação política; A prática da mística é também formação política; O esforço em
procurar nos textos de filosofia os compromissos políticos ali estabelecidos é também formação política.
Paulo Freire dizia: “ninguém educa ninguém; ninguém se educa sozinho; os homens se educam em
comunhão”.
Assim, cabe a nós usarmos de nossa criatividade para, em todos os momentos e em todos os espaços, nos
reeducarmos uns aos outros, para ver, pensar e agir de maneira diferente, contra o individualismo e o
hedonismo que reinam na sociedade, para nos fazermos sujeitos políticos que de fato contribuem para a
promoção da igualdade e da fraternidade entre os seres humanos.
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