IV Congresso Brasileiro dos Estudantes de Filosofia

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IV Congresso Brasileiro dos Estudantes de Filosofia – COBREFIL
Para Além dos Muros da Universidade: Caminhos da emancipação popular
Ocorrido de 19 a 26 de julho de 2009.
Local: UNIFESP – Guarulhos/SP.
A ABEF (Associação Brasileira dos Estudantes de Filosofia) é a entidade
representativa dos estudantes de filosofia em nível de graduação do Brasil, e tem como fim
articular o movimento estudantil de filosofia, congregando os estudantes em torno das
discussões e ações sobre a intervenção filosófica para transformação social, bem como
discutir a filosofia no campo do ensino, pesquisa e extensão universitária, questionando o
papel da universidade nessa transformação.
O congresso da ABEF é um órgão deliberativo que ocorre anualmente,
preferencialmente no mês de julho, onde os estudantes se reúnem para discutir as questões
concernentes aos fins e objetivos da entidade, atualizar a plataforma política, aprovar moções
e eleger a Coordenação Nacional e Conselho Fiscal.
Estiveram presentes durante o IV Congresso Brasileiro dos Estudantes de Filosofia
estudantes das seguintes universidades: PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de
Campinas/SP), UCSAL (Universidade Católica de Salvador), UECE (Universidade Estadual
do Ceará), UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), UFMT (Universidade Federal do
Mato Grosso), UFPA (Universidade Federal do Pará), USP (Universidade de São Paulo) e
UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). Onde ocorreu a eleição para nova gestão da
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Coordenação Nacional, ficando em sua composição os estudantes Ítalo (UECE), Lívia
(UFPA), Marcelle (UNIFESP), Marcos (UEPA), Mariane(UNIFESP), Noeli (UNIFESP) e
Orlando (USP) e para o conselho Fiscal os estudantes Antonio David (USP), Assunção
(UECE) e Vinicius (PUC-Campinas).
Durante o Congresso ocorreu também o debate e a atualização da Plataforma Política e
do Plano Nacional de Formação. Ambos são documentos de grande importância política, pois
estes tem o sentido de mostrar o caráter da entidade e garantir que as lutas locais perpassem o
que a própria associação reivindica, através da construção coletiva, assim, estaremos
contribuindo para transformar o próprio estudo da filosofia, hoje profundamente técnico e
acadêmico, na perspectiva de fazer da filosofia um instrumento de exercício de critica social,
capaz de desmascarar os discursos que velam a realidade para justificar as opressões sociais e
a ordem estabelecida. Tais documentos seguirão em anexo.
Após deliberação do III Congresso Brasileiro dos Estudantes de Filosofia
(COBREFIL), ocorrido na UEPB em Campina Grande, o IV COBREFIL, realizado na
UNIFESP em Guarulhos, teve como um de seus objetivos centrais debater e formular sobre o
modelo educacional vigente, tendo como horizonte a construção de um outro modelo
educacional que tenha em vista a emancipação popular.
Apresentação do IV COBREFIL: Momento inicial em que há breve apresentação do
evento, bem como informações importantes acerca da estrutura, programação e metodologia
do evento.
Assembléia Geral: Atualizar a plataforma política da ABEF, aprovar moções, eleger
a Coordenação Nacional e o Conselho Fiscal, bem como decidir sobre denuncias de faltas
disciplinares quando houver necessidade.
Mesa de Abertura: Participação dos movimentos e entidades parceiras da ABEF na
realização do IV COBREFIL. Será uma coletânea das diversas atuações dos Movimentos
Sociais em todo o Brasil na luta por um Brasil justo e igualitário, entre os quais podemos citar
Via Campesina, ANDES, Pastoral Carcerária, ABGLT, Movimento Negro, Marcha Mundial
das Mulheres.
Mística de Abertura e encerramento: Momento de sensibilização e convocação para
a construção e execução das atividades do Congresso por todos os participantes, dando-lhes
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responsabilidade frente ao Brasil que temos e ao Brasil que queremos, sob a ótica políticofilosófico.
Painéis: Com diversas temáticas, este será um momento reservado ao aprofundamento
do tema, seguido de discussões, reflexões e debates. Para isto, teremos palestrantes que num
tempo aproximado de uma hora contextualizará o tema e facilitarão a discussão.
Grupos de Discussão: Estes espaços têm um papel importante de aprofundar o debate
sobre alguns eixos, que estão diretamente relacionados com o objetivo geral do Congresso.
Cada GD terá um facilitador que mediará à discussão no grupo. As metodologias utilizadas
pelo facilitador podem ser inúmeras, o importante é que a discussão será registrada numa
relatoria [sintetização das falações] para que as idéias não se percam e sirvam de subsidio
para a Plenária Final.
Cultural: Momento destinado ao cultivo, a socialização, a reflexão sobre expressões
culturais diversas e a valorização da cultura dos envolvidos no processo educativo e de
resgate da cultura popular.
Troca de Experiências: Esse é o momento para avaliarmos e (re)pensarmos a
organização do Movimento Estudantil de Filosofia! Após uma explanação sobre a conjuntura
atual da ABEF, a idéia é proporcionar um momento inicial para que cada regional avaliem o
movimento localmente e, depois, essa discussão seja ampliada para o nível nacional. O
resultado de toda essa discussão poderá ser levado para apreciação na Plenária Final.
Repasse do Plano Nacional de Formação, Oficina fanzine, Oficina Agitação e Propaganda e
Feira Cultural: São atividades relacionadas ao Movimento Estudantil de Filosofia e terá sua
metodologia sob a responsabilidade da Executiva Nacional (ABEF).
PNEB de Planejamento: Importante momento onde haverá a deliberação do
Regimento Interno (programação, local), convocatória do próximo Congresso.
SOBRE EIXO DE DEBATE DO IV COBREFIL:
Na medida em que entendemos que o sistema educacional pode se apresentar como
um meio de transformações sociais, a idéia do IV COBREFIL foi apresentar uma crítica ao
modelo empresarial de educação, mostrar que na escola é possível formar outra concepção
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ideológica, antagônica à vigente, como elemento na construção de uma sociedade alternativa
a capitalista. Durante este Congresso a iniciativa de abordarmos um tema de tal profundidade
vem no sentido de mostrar que a escola será apresentada como meio de “preparar” o individuo
para o mercado de trabalho por intermédio de uma grade curricular voltada para a formação
de mão-de-obra. A escola serve também como forma massiva de reproduzir a ideologia
dominante nos moldes burocráticos empresariais, tendo sido impregnada, através da
apropriação feita pelo capital, da idéia de concorrência, rankiamento e outras esquematizações
que são natas de uma empresa nos moldes capitalistas. Entendemos que a educação na sua
feição capitalista atual não é suficiente para fundamentar a emancipação do trabalhador, uma
vez que a educação deve servir como um meio de formar um individuo crítico, não só dentro
do espaço da escola, mas também no trabalho que este irá exercer. A educação deve servir
para que o trabalhador se questione sobre a forma alienante do trabalho hoje instaurado e não
para adaptá-lo ao sistema.
A escola, então, tem o papel de formar uma futura mercadoria humana que irá
gerenciar a mercadoria mecânica, a maquinaria. Dessa forma, a escola não cumpre sua função
social pelo fato de servir apenas como meio de geração de mais valor e de perpetuação das
injustiças sociais. A escola como um espaço cotidiano de reprodução do sistema ideológico, a
educação como mais uma forma de obtenção de lucro do capital privado, como mais uma
forma de geração de mais-valia, como mais um espaço onde as desigualdades sociais se
explicitam. Enfim, a escola esta inclusa em uma sociedade desigual e injusta, logo, a escola
tende a apenas ser um reflexo da própria sociedade e do modelo de desenvolvimento que esta
está inserida.
Educação como um meio de transformação da realidade e não como forma de se
adaptar a ela. Esta é a premissa que devemos ter como ponto de partida para não só entender o
modelo educacional que hoje vigora, mas também para assim refletirmos que modelo
educacional reivindicamos.
A educação deve sim servir para um acúmulo de conhecimento para que o homem
possa desenvolver uma determinada função no mercado de trabalho, mas que além de
desenvolvê-la ele possa questioná-la, questionar a forma alienante de trabalhado que hoje
existe. Mais que uma mera formação, a educação deveria se propor a ser elemento de
transformação desta forma de trabalho, tendo um caráter de formação crítica e não um caráter
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de adaptação ou de adestramento do homem pelo próprio homem. A educação simplesmente
formativa evita questionamentos sobre a realidade e o atual modelo sócio-econômico, perde
cada vez mais a capacidade de se indignar e se molda a realidade. São estes os fatores que a
educação tem que jogar contra. A transformação deve ser um dos papeis da educação, se
propondo a ser uma ferramenta de mudança da realidade.
O fato é que a educação nos moldes capitalistas nunca terá este objetivo de
transformação da realidade econômica e social, a educação nos moldes capitalistas tem como
função difundir sua ideologia se legitimar e se contrapor a qualquer tipo de educação que se
colocar num caminho contrário a este.
No entanto, pensar que a educação como um fim nela mesmo também é um erro.
Devemos pensar a educação como um meio de transformação da realidade, a educação com
outros parâmetros, parâmetros antagônicos ao vigente, onde possamos ter um real
desenvolvimento do pensamento crítico, onde possamos questionar que tipo de trabalho hoje
desempenhamos e propormos que tipo de trabalho queremos desempenhar, uma educação que
se coloque a questionar a exploração do homem pelo homem e que se volte para as
transformações sociais.
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