1 UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS-UNASUS UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA MODALIDADE A DISTÂNCIA TURMA 4 QUALIFICAÇÃO DAS AÇÕES DO PROGRAMA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES NA UNIDADE BÁSICA CIPRIANO AZEVEDO I, NO MUNICÍPIO MIGUEL ALVES, PIAUÍ Gustavo Teixeira Félix de Almeida Pelotas, 2014 2 Gustavo Teixeira Félix de Almeida QUALIFICAÇÃO DAS AÇÕES DO PROGRAMA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES NA UNIDADE BÁSICA CIPRIANO AZEVEDO I, NO MUNICÍPIO MIGUEL ALVES, PIAUÍ Projeto de Intervenção apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família – Modalidade à Distância – UFPel/UNASUS, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Saúde da Família Orientador: Gisela Cataldi Flores Pelotas, 2014 3 TESES, DISSERTAÇÕES E TRABALHOS ACADÊMICOS DADOS PARA ELABORAÇÃO DA FICHA CATALOGRÁFICA Instituição:Universidade Aberta do SUS Faculdade / Instituto: Universidade Federal de Pelotas Tipo de trabalho: ( ) TESE ( ) DISSERTAÇÃO (X ) TRABALHO ACADÊMICO Programa ou Curso: Especialização em Saúde da Família Área de conhecimento: Saúde Aluno: Gustavo Teixeira Félix de Almeida Título: QUALIFICAÇÃO DAS AÇÕES DO PROGRAMA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES NA UNIDADE BÁSICA CIPRIANO AZEVEDO I, NO MUNICÍPIO MIGUEL ALVES, PIAUÍ Orientador:Gisela Cataldi Flores Co-orientador(es): Local:Pelotas Ano: 2014 Total de páginas: 72 Palavras-chave: (no máximo 5) Saúde da Família, Atenção Primária à Saúde; Diabetes Mellitus; Hipertensão Arterial Bibliotecário Responsável (Assinatura e carimbo com CRB) 4 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Cobertura do programa de atenção ao hipertenso na Unidade Básica de Saúde Cipriano Azevedo, Miguel Alves- PI, 2014 --------------------------------------------39 Figura 2: Cobertura do programa de atenção ao diabético na unidade básica de saúde Cipriano Azevedo, Miguel Alves-PI, 2014 ---------------------------------------------41 Figura 3: Proporção de hipertensos faltosos às consultas com busca ativa, Miguel Alves –PI, 2014 ---------------------------------------------------------------------------------------42 Figura 4: Proporção de diabéticos faltosos às consultas com busca ativa, Miguel Alves-PI, 2014 -----------------------------------------------------------------------------------------43 Figura 5: Proporção de hipertensos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo, Miguel Alves- PI, 2014-----------------------------------------------------------------44 Figura 6: Proporção de diabéticos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo, Miguel Alves-PI, 2014 -----------------------------------------------------------------45 Figura 7: Proporção de hipertensos com os exames complementares em dia de acordo com o protocolo, Miguel Alves-PI, 2014 ----------------------------------------------46 Figura 8: Proporção de diabéticos com os exames complementares em dia de acordo com o protocolo , Miguel Aves-PI, 2014-----------------------------------------------47 Figura 9: Proporção de hipertensos com prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular, Miguel Alves-PI, 2014 ---------------------------------48 Figura 10: Proporção de diabéticos com prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular, Miguel Alves-PI, 2014 ----------------------- página 49 Figura 11: Proporção de hipertensos com registro adequado na ficha de acompanhamento, Miguel Alves-PI,2014 -------------------------------------------------------50 Figura 12: Proporção de diabéticos com registro adequado na ficha de acompanhamento, Miguel Alves-PI, 2014 ----------------------------------------------------- 51 5 Figura 13: Proporção de hipertensos com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia, Miguel Alves-PI, 2014 --------------------------------------------------52 Figura 14: Proporção de diabéticos com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia, Miguel Alves-PI, 2014 ------------------------------------------------- 53 Figura 15: Proporção de hipertensos com avaliação odontológica, Miguel Alves-PI, 2014 ------------------------------------------------------------------------------------------------------54 Figura 16: Proporção de diabéticos com avaliação odontológica, Miguel Alves-PI, 2014 ------------------------------------------------------------------------------------------------------55 Figura 17: Proporção de hipertensos com orientação nutricional sobre alimentação saudável, Miguel Alves- PI, 2014 -----------------------------------------------------------------55 Figura 18: Proporção de diabéticos com orientação nutricional sobre alimentação saudável, Miguel Alves-PI, 2014 -----------------------------------------------------------------56 Figura 19: Proporção de hipertensos com orientação sobre a prática de atividade física regular, Miguel Alves-PI, 2014 ------------------------------------------------------------56 Figura 20: Proporção de diabéticos que receberam orientação sobre a prática de atividade física regular, Miguel Alves-PI, 2014 -----------------------------------------------57 Figura 21: Proporção de hipertensos que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo, Miguel Alves-PI, 2014 ---------------------------------------------------------------58 Figura 22: Proporção de diabéticos que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo, Miguel Alves-PI, 2014 ---------------------------------------------------------------59 6 LISTA DE ABREVIATURAS/SIGLAS AB: Atenção básica ACS: Agente Comunitário de Saúde APS: Atenção Primária em Saúde CAPS: Centro de Atenção Psicossocial CEO: Centro de Especialidades Odontológicas DAB: Departamento de Atenção Básica DM: Diabetes melito ESF: Estratégia Saúde da Família FNS: Fundo Nacional de Saúde HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica MS: Ministério da Saúde NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família PA: Pressão Arterial PBS: Programa Bolsa Família PROVAB: Programa de Valorização da Atenção Básica SIAB: Serviço de Informação da Atenção Básica SMS: Secretaria Municipal de Saúde SUS: Sistema Único de Saúde UBS: Unidade Básica de Saúde UFPel: Universidade Federal de Pelotas 7 SUMÁRIO Apresentação 1. Análise Situacional 10 2. Análise Estratégica 22 2.1.Justificativa 22 2.2. Objetivo e Metas 23 2.3,Metodologia 26 2.3.1. Ações 26 2.3.2. Indicadores 29 2.3.3. Logística 32 2.3.4. Cronograma 35 3. Relatório de Intervenção 36 4. Avaliação da Intervenção 38 4.1. Resultados 38 4.2. Discussão 60 4.3. Relatório da Intervenção para Gestores 63 4.4. Relatório da Intervenção para a Comunidade 65 5. Reflexão Crítica sobre o Processo de Aprendizagem 67 6. Bibliografia 69 Anexos 70 8 RESUMO ALMEIDA, Gustavo Teixeira Félix de, QUALIFICAÇÃO DAS AÇÕES DO PROGRAMA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES NA UNIDADE BÁSICA CIPRIANO AZEVEDO I, NO MUNICÍPIO MIGUEL ALVES, PIAUÍ, 71 folhas. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família – Modalidade Educação à Distância. Centro de Medicina Social. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. Trata-se de um estudo em que foi realizada uma intervenção referente a qualificação das ações do programa de hipertensão arterial e diabetes na unidade básica Cipriano Azevedo I, em Miguel Alves, Piauí, a qual objetivou melhorar a atenção à saúde dos adultos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou de Diabetes Mellitus. Os indicadores de promoção de saúde atingiram a meta de 100% dos hipertensos e diabéticos atendidos com orientação quanto à importância de uma alimentação saudável e da prática de atividade física regular, bem como quanto aos riscos do tabagismo. Os indicadores que apresentaram melhoria foram: a cobertura do programa de atenção ao hipertenso cresceu aproximadamente 18%, a proporção de hipertensos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo aumentou aproximadamente 4%, a proporção de hipertensos com os exames complementares em dia aumentou 9%, a proporção de hipertensos com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia aumentou 3,4%, a proporção de hipertensos com avaliação odontológica aumentou em torno de 4%. Os indicadores relativos aos portadores de diabetes obtiveram melhoras significativas, de modo que a cobertura do programa de atenção ao diabético aumentou 15,1%, a proporção de diabéticos com os exames complementares em dia cresceu aproximadamente 25%, a proporção de diabéticos com registro adequado na ficha de acompanhamento aumentou 1,5%, a proporção de diabéticos com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia aumentou em torno 30%, a proporção de diabéticos com avaliação odontológica cresceu em torno de 15%, a proporção de diabéticos faltosos às consultas com busca ativa aumentou em torno de 8%. Concluiu-se que a metodologia utilizada por meio de objetivos, metas, indicadores de saúde e acompanhamento das condições dos usuários com as planilhas apresentou possibilidades de promover uma melhora na qualidade do atendimento, permitindo investir em ações que promovem impactos positivos nos indicadores de saúde. Palavras-chave: Saúde da Família, Atenção Primária à Saúde; Doença Crônica; Diabetes Mellitus; Hipertensão Arterial 9 APRESENTAÇÃO Esse volume trata do Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Saúde da Família realizado pela equipe de saúde da família da UBS Cipriano Azevedo e objetiva melhorar a atenção à saúde dos adultos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou de Diabetes Mellitus no município de Miguel Alves, no Estado do Piauí. Ele foi organizado em quatro unidades, sendo que a primeira refere-se à Análise Situacional. A segunda trata da Análise Estratégica. A terceira contempla o Relatório da Intervenção. E quarta parte consiste na Avaliação da Intervenção. No final, é apresentada uma reflexão crítica sobre o processo de aprendizagem construído a partir das atividades e diferentes espaços de aprendizagem do referido curso. 1 ANÁLISE SITUACIONAL 10 Situação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) / Atenção Primária à Saúde (APS) A situação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) na cidade de Miguel Alves encontra-se em péssimas condições. Como a maior parte da população reside na zona rural, e tendo em vista que as estradas do município são quase intrafegáveis, a dificuldade de acesso à ESF é uma realidade. Existe, constantemente, falta de medicamentos nos locais de atendimento. Além disso, maca para avaliação de pacientes é um "item de luxo". Nossa ESF é composta por mim, que sou médico, por uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem e cinco Agentes Comunitários de Saúdes (ACS). O município tem poucas Unidades Básica de Saúde (UBS), que, na grande maioria, estão sucateadas, e, para não deixarmos a população sem atendimento, muitas vezes temos que atender em escolas (nas localidades sem UBS), que também se encontram sucateadas, o que prejudica os alunos que ficam sem aula durante o horário de atendimento. Outro fator que dificulta os atendimentos é a excessiva demora para a realização e para a entrega do resultado dos exames solicitados. O resultado dos exames são recebidos, em média, após 3 (três) ou 4 (quatro) meses de solicitados, sem contar que muitos resultados de exames solicitados não chegam. Para ser sincero, ainda não recebi nenhum resultado dos exames que solicitei. A realidade do Município de Miguel Alves é muito triste, nunca vi tanta carência. Através do meu trabalho como médico do PROVAB, pude constatar que, infelizmente, o nosso país demorará muitos anos para ser considerado um país de 1º (primeiro) mundo, uma vez que as diferenças econômicas e as carências ainda são “gritantes”. Destaco que a população vive em extrema pobreza e os índices de analfabetismo, são altos o que dificulta ainda mais a prestação do serviço de assistência à saúde. Relatório da Análise Situacional 11 Miguel Alves é um município situado a 114 (cento e quatorez) quilômetros ao norte da capital piauiense, Teresina, com população de 32.289 (trinta e dois mil duzentos e oitenta e nove) habitantes e densidade demográfica de 23,17 (vinte e três vírgula dezessete) hab/km² (IBGE 2010). Segundo dados do Fundo Nacional de Saúde (FNS), no ano de 2012, o município teve gasto de R$ 4.266.123,32 com a Atenção Básica (AB). O município é habilitado na Gestão Plena de Atenção Básica – Ampliada, contando com quatorze Estratégias Saúde da Família (ESF), sendo dez referentes à Zona Rural e quatro à Zona Urbana. Conta, também, com um Hospital de Média Complexidade. De acordo com o Departamento de Atenção Básica (DAB), existem 84 (oitenta e quatro) Agentes Comunitários de Saúde, 13 (treze) Equipes de Saúde Bucal, um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Não há disponibilidade de atenção especializada e há uma grande carência de especialidades como ginecologia, dermatologia, neurologia, pediatria e endocrinologia, o que acaba dificultando um melhor seguimento das patologias que extrapolam os limites da atenção básica. Quanto aos exames complementares, apenas são realizados exames laboratoriais simples (hemograma, EAS, EPF, glicemia de jejum) e exames de imagem (apenas radiografias), o que dificulta a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de muitas patologias. Em março deste ano, foram incorporados 10 (dez) médicos vinculados ao Programa de Valorização da Atenção Básica (PROVAB). Todavia, posteriormente, 02 (dois) médicos foram remanejados para outro município e houve uma desistência, o que deixou algumas equipes incompletas. Minhas atividades em Atenção Básica estão sendo desenvolvidas em uma UBS da zona rural, denominada Cipriano Azevedo I, vinculada ao SUS e a alguns programas do governo, como o Programa Bolsa Família (PBF). Essa unidade segue o modelo de atenção da ESF, respondendo pelas famílias de um território delimitado, onde há uma equipe, sem vínculo com instituição de ensino. A estrutura física da UBS Cipriano Azevedo I apresenta-se em péssimas condições, estando bem longe de se enquadrar nos padrões preconizados pelo 12 Ministério da Saúde (MS). No entanto, como pude constatar nos comentários dos fóruns desta especialização, esta unidade segue o baixo padrão da maioria das UBS brasileiras. Entre os problemas enfrentados pela UBS Cipriano Azevedo, podem ser citados: a ausência de espaços para realização de reuniões, a inexistência de consultório odontológico, de sala de vacina, de sala para armazenamento das medicações, dentre outros. Além disso, os cômodos existentes estão precisando de reforma e/ou adequação. Faz-se necessário destacar, ainda, que a UBS não é adequada ao acesso de portadores de necessidades especiais e aos idosos, uma vez que inexistem rampas, corrimãos e cadeiras de roda. Todos esses problemas acabam por comprometer o trabalho da equipe, exigindo maior empenho e boa vontade dos profissionais. No momento, dispomos de 2 (duas) UBS com estrutura mais próxima do preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), uma vez que possuem consultório médico, consultório odontológico e sala de curativos, no entanto, as referidas UBS não dispõem da mobília necessária (como armários) e nem locais adequados para a acomodação de material e medicamentos. Existem, ainda, outras 3 (três) escolas, nas quais faço atendimento, que estão em condições precárias. Em todos os casos, as medicações sempre precisam ser levadas nos dias de atendimento, o que prejudica a distribuição dos mesmos. Com o objetivo de solucionar os problemas apontados, devem ser adotadas estratégias de sensibilização dos gestores, através do feedback dos membros da equipe e da população, a fim de que os gestores reestruturem adequadamente a UBS de acordo com o preconizado pelo MS. Isso porque uma boa estrutura física pode influenciar positivamente as práticas de saúde, uma vez que promove condições mais humanizadas de trabalho para toda a equipe. No entanto, receio que a adequação da UBS seja bastante difícil de acontecer, tendo em vista as enormes dificuldades existentes neste município e o fato de que grande parte da população depende de programas do governo federal e possui baixo nível de escolaridade. Todavia, entendo que a inexistência de boa estrutura não pode inviabilizar as ações de saúde prestadas pela UBS Cipriano Azevedo. E, para contornar a 13 ausência de estrutura física adequada, faz-se necessária a atuação conjunta de toda a equipe multiprofissional, visando qualificar as ações da equipe, a diversificação do atendimento, a estratificação dos riscos e o desenvolvimento das condutas pertinentes a cada membro da equipe. Desse modo, os ACS da UBS precisam trabalhar com mais eficiência na adscrição de famílias na microárea, procurando cadastrar todas as pessoas da área, acompanhando-as por meio de visita domiciliar. No momento, apresentamos dificuldades na marcação de visitas domiciliares, em virtude de a ESF localizar-se na zona rural e não possuir comunicação que nos permita manter contato além dos dias do atendimento. Ademais, os ACS costumam perder os cadastros dos pacientes e marcam visitas a pessoas que não necessitam de atendimento domiciliar. Daí porque entendo que os mesmos necessitam de cursos de capacitação e de reciclagem, a fim de que seja possível a otimização, a promoção, a prevenção e a notificação de agravos. O auxiliar e o técnico de enfermagem, por sua vez, participam das atividades de atenção realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão no âmbito da UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.). Além disso, realizam atividades programadas e de atenção à demanda espontânea, bem como ações de educação em saúde à população adstrita. Participam do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS e contribuem/participam/realizam atividades de educação permanente. Já a enfermeira da UBS realiza atenção à saúde aos indivíduos e famílias cadastradas, seja nas equipes ou em domicílio, e independentemente das fases do desenvolvimento humano (infância, adolescência, fase adulta e velhice). Realiza, ainda, consultas de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e conforme protocolos ou outras normativas técnicas pré-estabelecidas, bem como solicita exames complementares, prescreve medicações que são do protocolo de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus e, encaminha usuários, quando necessário, a outros serviços. Apesar das dificuldades, planeja, gerencia e avalia as ações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com os outros membros da equipe. E, 14 assim como o auxiliar e o técnico de enfermagem, a enfermeira participa do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS. Como médico da UBS, realizo: atenção à saúde aos indivíduos, por meio de consultas clínicas; atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.), atividades programadas e de atenção à demanda espontânea, encaminhamentos de usuários quando necessário, a outros serviços de atenção à saúde, respeitando fluxos locais e, acompanho o plano terapêutico deles, a indicação, da necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo cuidado do usuário. Ademais, contribuo, realizo e participo das atividades de educação permanente coma equipe, bem como do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USB. Por fim, insta salientar que não faço procedimentos cirúrgicos por falta de material e de local adequado. A falta de um profissional da odontologia na equipe da UBS Cipriano Azevedo é um dos grandes limitadores da assistência à Saúde Bucal, dificultando a promoção, a prevenção e a recuperação da saúde de forma global. A região de Cipriano Azevedo abrange um total de 536 (quinhentos e trinta e seis) famílias, totalizando 2474 (dois mil quatrocentos e setenta e quatro) pessoas, sendo 1288 (um mil duzentos e oitenta e oito) do sexo masculino e 1186 (um mil cento e oitenta e seis) do sexo feminino. De acordo com a estimativa brasileira, há uma predominância da população de 20 a 40 anos de idade, que totalizam 773 (setecentos e setenta e três) pessoas. Os habitantes dessa região possuem uma boa frequência nos serviços de saúde. Recomenda-se que cada ESF acompanhe entre 600 (seiscentos) e 800 (oitocentos) famílias, não ultrapassando o limite máximo de 4.500 (quatro mil e quinhentas) pessoas, a fim de que a UBS possa ter efetivo conhecimento dos processos de saúde-doença dos indivíduos, das famílias e da própria comunidade adstrita. Por isso, para esta população, a nossa principal estratégia é disseminar a prevenção e a promoção de saúde através de palestras e atividades coletivas, que atingem um grande número de pessoas. 15 Em relação ao atendimento de demanda espontânea, ainda não há um setor específico de triagem dos usuários, de modo que, na maioria das vezes, o acolhimento é realizado pela recepcionista, por técnicos de enfermagem ou pela enfermeira. Para garantir a qualidade do atendimento prestado à população, estabeleço previamente a quantidade de atendimentos que serão realizados durante o dia, reservando algumas vagas (normalmente cinco vagas) para atender os casos de urgência ou emergência, que são assim definidos pela enfermeira da equipe. No entanto, apesar de ser estabelecida a quantidade de atendimentos que serão realizados durante o dia, a verdade é que atendo todos os usuários que comparecem a UBS, uma vez que fico sensibilizado pela situação de pobreza do município e dos mesmos, que, muitas vezes, caminham longas distâncias em busca de atendimento médico. No entanto, essa atitude acaba por sobrecarregar a mim e aos demais membros da equipe. Mas não é apenas a grande quantidade de atendimentos que prejudicam os serviços realizados pela UBS, a falta de escolaridade da população também consiste em um enorme empecilho. Isso porque muitos usuários procuram o UBS movidos tão somente pelo fato de "existir um médico na região", sem ter queixas ou qualquer enfermidade, o que sobrecarrega as filas de atendimento e prejudica a consulta das pessoas realmente necessitadas. Além disso, muitos deles não sabem sequer informar o nome das medicações de que fazem uso, o que impede a análise da eficácia e adequação de tais medicações. Em relação à saúde da criança, os atendimentos feitos pela ESF abrangem vacinação, consultas puerperais, monitoramento e desenvolvimento, além das consultas em geral. Apesar de maioria dos dados solicitados não possuírem registros, as informações contidas no Serviço de Informação da Atenção Básica (SIAB), bem como as colhidas diretamente com os ACS, podem nos fornecer uma estimativa. Segundo esses dados, o atendimento de puericultura nos primeiros 07 (sete) dias de vida abrange apenas 43% (quarenta e três por cento) das crianças existentes na área, que corresponde a apenas 21 (vinte e uma) crianças, o que é bastante insatisfatório. 16 A inserção do protocolo de atendimento específico para puericultura do Ministério da Saúde é medida fundamental para contornar a ausência de dados referentes à Saúde da Criança de forma clara e objetiva. Outra medida de suma importância é a realização de um trabalho de conscientização dos pais para que levem seus filhos às consultas de forma regular. Todas essas medidas proporcionarão um aumento da cobertura de atendimento especializado à criança. Em relação ao pré-natal, o número de gestantes na população adstrita (19 gestantes) está aquém da expectativa brasileira, uma vez que apenas 51% (cinquenta e um por cento) das gestantes estão fazendo o pré-natal, segundo a planilha de dados. As gestantes cadastradas têm uma frequência satisfatória nas consultas de pré-natal, o que corresponde a 100% (cem por cento), ou seja, a 19 (dezenove) gestantes. Porém, apenas 53% (cinquenta e três por cento), isto é, apenas 10 (dez) gestantes iniciam o pré-natal no primeiro trimestre da gestação. Nas primeiras consultas, são solicitados os exames preconizados no programa de pré-natal, atualizados os esquemas vacinais antitetânicos e para hepatite B, bem como são prescritos o sulfato ferroso e o ácido fólico. Ademais, todas as grávidas são orientadas quanto aos benefícios do aleitamento materno exclusivo para os recém-nascidos. Neste ponto, os piores índices obtidos dizem respeito: à avaliação da saúde bucal, que somente é realizada em 32% (trinta e dois por cento) das grávidas, ou seja, em 6 (seis) grávidas, tendo em vista a falta de atendimento odontológico na UBS em questão; e ao exame ginecológico por trimestre, que somente são realizados em 53% (cinqüenta e três por cento), isto é, em 10 (dez) pacientes. Assim, para melhorar o atendimento da UBS em relação ao pré-natal, fazse necessário intensificar a atualização do esquema vacinal e dos exames ginecológicos, bem como a realização de uma campanha de conscientização quanto à importância de as grávidas fazer o pré-natal desde os primeiros meses da gestão. Insta salientar, todavia, que a melhoria da saúde bucal depende da disponibilização do serviço na UBS. Em relação ao câncer de mama e ao câncer de colo do útero, nota-se uma cobertura insatisfatória no que diz respeito à prevenção, uma vez que apenas 19% (dezenove por cento) das mulheres entre 50 (cinquenta) e 60 (sessenta) anos residentes na área são acompanhadas pela UBS para a prevenção de câncer de 17 mama, o que corresponde a 38 (trinta oito) mulheres. Ademais, do total das mulheres residentes na área de atendimento, somente 6% (seis por cento) delas (38 mulheres) são acompanhadas para a prevenção do câncer de colo de útero. Esses números são preocupantes, visto que a prevenção do câncer de mama e do câncer ginecológico é de suma importância para a atenção básica. A fim de superar esses dados alarmantes, é importante inserir o protocolo de atendimento específico para Controle dos Cânceres de Colo e da Mama do Ministério da Saúde. Ademais, faz-se necessário um trabalho de conscientização da população do sexo femenino, para que ocorram consultas de forma regular, bem como focar no rastreamento organizado, com cadastro (contato, endereço, etc.), controle e busca ativa de todas as mulheres com exame alterado, para garantir acompanhamento, até mesmo quando houver referência a outros serviços. Com relação à atenção aos portadores de Hipertensão Arterial e Diabetes, a UBS adota o programa Hiperdia e conta com dia específico para esse atendimento, do qual participa a maioria dos profissionais da equipe. Todos os pacientes têm sua pressão arterial aferida, são pesados e passam ainda pela verificação de glicemia capilar. Estamos instituindo a prática para medida da circunferência abdominal. Essas informações são registradas no prontuário clínico e na caderneta individual do Hiperdia. Passam por atendimento médico a cada seis meses, ou sempre que necessário, como nos casos de descompensação ou na existência de queixas ou problemas de saúde agudos. Utiliza-se, ainda, para o acompanhamento dos pacientes, os exames laboratoriais de rotina. A avaliação de risco cardiovascular para esses pacientes tem sido desenvolvida e estimulada na UBS desde o início de minhas atividades como médico do PROVAB, mas a grande maioria ainda não possui essa estimativa. As atividades educativas para esses grupos costumam acontecer no mesmo dia dedicado ao Hiperdia, antes do início das atividades de acompanhamento clínico, e, geralmente, se dão em forma de roda de conversas, pois temos percebido que assim há maior interatividade com os usuários e maior receptividade destes às orientações por nós propostas. Apesar de a participação e o envolvimento de todos da equipe serem estimulados por mim, geralmente participam dessas atividades eu, a enfermeira, os auxiliares e técnicos de 18 enfermagem, além do nutricionista. Há ainda a necessidade de aumento na frequência dessas ações coletivas. Baseando-se no livro de registro específico para portadores de hipertensão arterial e de diabetes e na estimativa de cobertura do serviço, calculada pela planilha de ações programáticas, há necessidade de se aumentar a cobertura para ambas as populações alvo. Com relação aos indicadores de qualidade, observa-se que há frequência abaixo do esperado para os pacientes acompanhados, com apenas 44% (cinquenta por cento) dos hipertensos (ou 228 hipertensos) e 17% (dezessete por cento) dos diabéticos (ou 25 diabéticos) acompanhados na área pela UBS, e, deste total, 50% dos hipertensos (ou 115 hipertensos) e 16% dos diabéticos (ou 4 diabéticos) estão com consulta em atraso. Ademais, a quantidade de pacientes com exames laboratoriais em dia ainda é muito pequena para ambos os grupos, o que pode ser explicado pelo fato de os usuários enfrentarem dificuldade em realizá-los no laboratório municipal, que enfrenta problemas técnicos e disponibiliza poucas opções de exames. Assim, os usuários acabam tendo que recorrer a um laboratório particular local ou se deslocar a cidades vizinhas para realizar os exames pelo SUS. Daí porque a realização de exames no município tem sido uma de nossas principais reivindicações ao gestor municipal. Sobre a saúde do idoso, a UBS não dispõe de dia específico para acompanhamento, o que não significa que esse atendimento não seja realizado. Na verdade, a principal forma de contato da UBS com essa população se dá através do Hiperdia, que possui dia específico de atendimento. Assim, o fato de muitos idosos possuírem alguma dessas comorbidades torna possível o contato da equipe com grande parte dessa população. Para os demais idosos, que não possuem essas comorbidades, aproveitam-se as oportunidades de problemas de saúde agudos, visitas domiciliares, atividades educativas, dentre outros. O registro específico para os idosos acompanhados na UBS contém mínimas informações sobre o acompanhamento e as consultas. Mas, através desse registro, foi possível observar que a maioria dos idosos atendidos possui a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, todavia, não há como saber se as cadernetas possuem registros do acompanhamento. Durante esses meses de atendimento, 19 pude notar que poucos idosos portavam a referida caderneta, dando maior importância à caderneta do hipertenso/diabético. Com relação ao acompanhamento, através da análise do registro específico e do registro do Hiperdia, pode-se constatar que 58% (cinquenta e oito por cento) dos idosos estão em dia com a rotina de atendimento, o que corresponde a 115 (cento e quinze) idosos. É importante ressaltar que essa razoável quantidade de idosos com consultas em dia se deve ao acompanhamento do Hiperdia e às visitas domiciliares. Nos atendimentos e consultas inexistem protocolos para realização da avaliação multidimensional e da investigação de indicadores de fragilização na velhice. Sobre as atividades coletivas, há participação de toda a equipe e os temas mais comumente abordados dizem respeito aos hábitos de vida saudáveis (alimentação, prática de atividade física, etc.) e à prevenção de acidentes e de doenças comuns a essa população (doenças cardiovasculares, osteoporose, demências, dentre outras). Diante de muitas ações que podem ser tomadas para melhorar o serviço de atenção aos idosos, entendo que se faz necessário: implantar, de fato, ações referente a Política de Atenção à Saúde do Idoso, desvinculando-a de programas como o Hiperdia, com registros de atendimento mais completos, dar atenção à frequência de consultas, buscar por usuários faltosos; intensificar visitas domiciliares; dar maior importância para a caderneta, implantar protocolos para a avaliação multidimensional e de fragilização do idoso. Também é fundamental realizar atividades educativas coletivas e de educaão permanente com a equipe, com intuito de que o cuidado com o idoso seja integral, refletindo, ainda, na qualidade do acompanhamento. Insta salientar que não há um registro específico para o atendimento de saúde bucal da UBS, de modo que existem poucas informações sobre o acompanhamento e as consultas, o que impede a coleta das informações necessárias para o preenchimento da planilha de ações programáticas. Dessa forma, alguns indicadores não puderam ser preenchidos, como o caso dos atendidos em primeira consulta programática e tratamento inicial completado. Os dados que existem são apenas alguns registros das consultas de urgência e orientações sobre alimentação saudável e higiene bucal. 20 No entanto, as equipes de saúde bucal também realizam/participam de atividades educativas. Essas atividades têm como tema principal os cuidados básicos com saúde bucal e são mais frequentes com grupos de escolares e idosos. Várias ações podem ser tomadas para melhorar o serviço de atenção à saúde bucal, a fim de que exista um aumento da cobertura do serviço e uma elevação na razão de consultas programadas sobre as não programadas. A estruturação de mais um consultório na UBS consiste em uma medida necessária para elevar a cobertura do serviço, com aumento da capacidade instalada no local de maior demanda. Com relação ao registro de dados, destaco a necessidade de registros mais detalhados, pois são dados importantes para ajudar a nortear e aperfeiçoar as ações. Diante de todo o exposto, pode-se concluir que a UBS Cipriano Azevedo possui bons recursos humanos, com profissionais exercendo com zelo suas funções. No entanto, a estrutura física da UBS deixa a desejar e se mostra um importante empecilho. O principal entrave à melhoria da estrutura física da UBS é financeiro, de modo que não há expectativa de grandes reformas ou ampliação da unidade. Sobre o serviço em si, é preciso melhorar a organização, principalmente nas formas de atenção à saúde da população que se mostraram mais deficientes, como na atenção à saúde da criança, prevenção de câncer de colo e de mama, e a atenção aos idosos. É necessário adequar às formas de registro disponíveis, para que uma maior quantidade de informações dos atendimentos sejam registradas e disponibilizadas para a equipe. O conhecimento da realidade local, da situação socioeconômica e de saúde dos usuários é fundamental para o planejamento das ações, de modo que quanto maior for o conhecimento sobre a realidade local, maior será a interatividade/proximidade da equipe com a comunidade, e, consequentemente, melhor será o balizamento e a efetividade das ações. As ações preventivas, fundamentais para os cuidados em saúde, precisam ser fomentadas. É necessário maior frequência das ações educativas em todas as áreas da atenção, além de maior participação da comunidade nessas atividades e nas decisões da equipe. 21 Comentário comparativo sobre o texto inicial e o Relatório da Análise Situacional Após alguns meses de trabalho e de estudo comparativo entre a análise situacional e análise empírica, pode-se concluir que, apesar do esforço dos profissionais de saúde para estabelecer uma rotina de atendimento eficaz e resolutiva, a boa prestação dos serviços de saúde esbarra em problemas seculares que ainda não foram solucionados, tais como: problemas estruturais (falta de macas, de armários e de locais adequados para a realização do atendimento), problemas educacionais (população analfabeta que, infelizmente, não tem conhecimento nem das medicações das quais fazem uso), problemas burocráticos (demora no fornecimento de material necessários para desenvolvimento das ações como atraso de exames e falta de medicações). No entanto, insta salientar que já houve um certo avanço, uma vez que novos computadores foram adquiridos com o intuito de fomentar a interatividade com telessaúde. Todavia, esses pequenos avanços não são suficientes para tirar o sistema de saúde brasileiro da “UTI”. 2 ANÁLISE ESTRATÉGICA 22 2.Justificativa A principal causa de morbimortalidade da população brasileira, segundo o Caderno de Atenção Básica expedido pelo Ministério da Saúde, são as doenças cardiovasculares, que consistem na causa de 29,4% (vinte e nove vírgula quatro por cento) de todas as mortes registradas no país. No entanto, as doenças cardiovasculares não decorrem uma única causa, mas, sim, de um conjunto de “fatores de riscos” que contribuem para que as mesmas sejam desencadeadas. Dentre esses fatores, ocupam papel de destaque a hipertensão arterial sistêmica, que acomete 20% (vinte por cento) da população brasileira, e o diabetes mellitus, que atinge 7,6% (sete vírgula seis por cento) da população nacional. Estas constituem agravos de saúde pública onde cerca de 60 (sessenta) a 80% (oitenta por cento) dos casos podem ser tratados na rede básica, segundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2001). Ciente desta realidade, a UBS Cipriano Azevedo adota o programa Hiperdia e conta com dia específico para a realização desse atendimento, no qual todos os pacientes são pesados, têm a pressão arterial aferida e passam pela verificação de glicemia capilar. As informações obtidas são registradas no prontuário clínico e na caderneta individual do Hiperdia.. Apesar de a equide de saúde se preocupar com a prevenção e o tratamento dos portadores de hipertensão arterial e de diabetes, bem como a avaliação do risco cardiovasculardos mesmos, o livro de registro específico para esse usuários demonstra que o atendimento dos mesmos na UBS ainda se encontra abaixo do esperado, uma vez que apenas 44% (quarenta e quatro por cento) dos hipertensos (ou 228 hipertensos) e 17% (dezessete por cento) dos diabéticos (ou 25 diabéticos) da área de abrangência da UBS são acompanhados pela equipe de saúde. Do total de usuários acompanhados, 50% dos hipertensos (ou 115 hipertensos) e 16% dos diabéticos (ou 04 diabéticos) estão com consulta em atraso. Destaca-se, ainda, que a quantidade de usuários com hipertensão arterial e/ou com diabetes com exames laboratoriais em dia ainda é muito pequena, o que decorre da dificuldade que os mesmos encontram para realizar os exames solicitados no laboratório municipal, que enfrenta problemas técnicos e disponibiliza poucas opções de exames. 23 Diante de todo o exposto, se faz necessário melhorar a cobertura da UBS Cipriano Azevedo aos usuários com hipertensão arterial e com diabetes, tornando o atendimento e a realização dos exames laboratoriais mais frequentes. Para tanto, é fundamental que se promova uma campanha de conscientização da população e do gestor municipal quanto aos riscos da hipertensão e do diabetes, bem como quanto à necessidade do tratamento e da realização dos exames laboratoriais. Além disso, faz-se necessário implementar uma rotina de atendimento mais eficiente e organizada, que permita, por um lado, trazer melhorias para as condições de trabalho da equipe de saúde da referida UBS, e, por outro, proporcione um melhor e mais confortável atendimento para os usuários. Essa melhoria no atendimento, todavia, somente poderá ser alcançada se houver um melhor treinamento, sensibilização e capacitação da equipe, em especial dos ACS, que são responsáveis pelo cadastro, pela marcação de consultas e pelo acompanhamento, através de visita domiciliar, das pessoas abrangidas pela área de atuação da UBS Cipriano Azevedo. Não há dúvidas, portanto, que o caminho para a melhoria da cobertura dos portadores de hipertensão arterial e de diabetes da área de abrangência da UBS é árduo, uma vez que envolve a conscientização da população, do gestor municipal e da equipe. No entanto, é necessário que as dificuldades sejam enfrentadas (e superadas), a fim de que se promova uma melhoria na saúde e na condição de vida dos portadores de hipertensão e de diabetes, diminuindo os riscos destes desenvolverem doenças cardiovasculares e, possibilitando qualidade de vida aos mesmos. 2.2 Objetivos e metas Objetivo geral A intervenção descrita neste trabalho objetiva melhorar a atenção à saúde dos adultos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou de Diabetes Mellitus na UBS Cipriano Azevedo no município de Miguel Alves, no Estado do Piauí. 24 Objetivos específicos Ampliar a cobertura do atendimento aos hipertensos e/ou diabéticos; Melhorar a adesão do hipertenso e/ou do diabético ao programa; Melhorar a qualidade do atendimento ao paciente hipertenso e/ou diabético realizado na unidade de saúde; Melhorar o registro das informações referentes aos pacientes atendidos; Mapear os hipertensos e os diabéticos que se incluem no grupo de risco para doença cardiovascular; Promover a saúde. Metas Relativas ao objetivo: Ampliar a cobertura do atendimento aos hipertensos e/ou diabéticos Cadastrar 100% (cem por cento) dos hipertensos da área de abrangência no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus da unidade de saúde; Cadastrar 100% (cem por cento) dos diabéticos da área de abrangência no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus da unidade de saúde. Relativas ao objetivo: Melhorar a adesão do hipertenso e/ou do diabético ao programa; Buscar 100% (cem por cento) dos hipertensos faltosos às consultas na unidade de saúde conforme a periodicidade recomendada; Buscar 100% (cem por cento) dos diabéticos faltosos às consultas na unidade de saúde conforme a periodicidade recomendada. Relativas ao objetivo: Melhorar a qualidade do atendimento ao paciente hipertenso e/ou diabético realizado na unidade de saúde 25 Realizar exame clínico apropriado em 100% (cem por cento) dos hipertensos; Realizar exame clínico apropriado em 100% (cem por cento) dos diabéticos; Garantir a 100% (cem por cento) dos hipertensos a realização de exames complementares em dia de acordo com o protocolo; Garantir a 100% (cem por cento) dos diabéticos a realização de exames complementares em dia de acordo com o protocolo; Garantir a totalidade da prescrição de medicamentos da farmácia popular para 100% (cem por cento) dos hipertensos cadastrados na unidade de saúde; Garantir a totalidade da prescrição de medicamentos da farmácia popular para 100% (cem por cento) dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. Relativas ao objetivo: Melhorar o registro das informações referentes aos pacientes atendidos; Manter ficha de acompanhamento de 100% (cem por cento) dos hipertensos cadastrados na unidade de saúde; Manter ficha de acompanhamento de 100% (cem por cento) dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. Relativas ao objetivo: Mapear os hipertensos e os diabéticos que se incluem no grupo de risco para doença cardiovascular; Realizar a estratificação do risco cardiovascular em 100% (cem por cento) dos hipertensos cadastrados na unidade de saúde; Realizar estratificação do risco cardiovascular em 100%(cem por cento) dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. Relativas ao objetivo: Promover a saúde Garantir avaliação odontológica a 100% (cem por cento) dos pacientes hipertensos; Garantir avaliação odontológica a 100% (cem por cento) dos pacientes diabéticos; Garantir orientação nutricional sobre alimentação saúdável a 100% (cem por cento) dos hipertensos; 26 Garantir orientação nutricional sobre alimentação saúdável a 100% (cem por cento) dos diabéticos; Garantir orientação em relação à prática de atividade física regular a 100% (cem por cento) dos pacientes hipertensos; Garantir orientação em relação à prática de atividade física regular a 100% (cem por cento) dos pacientes diabéticos; Garantir orientação sobre os riscos do tabagismo a 100% (cem por cento) dos pacientes hipertensos; Garantir orientação sobre os riscos do tabagismo a 100% (cem por cento) dos pacientes diabéticos. 2.3 Metodologia 2.3.1 Ações Para ampliar a cobertura do acompanhamento na unidade de saúde, no eixo Monitoramento e Avaliação do serviço, será realizada mensalmente na ESF a revisão dos registros e dos prontuários por toda a equipe de saúde e será realizada a busca ativa, através dos ACS, dos portadores de hipertensão arterial e dos portadores de diabetes que não iniciaram o tratamento para que sejam feitos os seus cadastramentos. Na primeira consulta, será feito o planejamento adequado, fazendo acompanhamento da periodicidade das consultas e tentando manter o máximo de pacientes com consultas em dia. Será monitorada a realização de um exame clínico adequado tanto para portadores de hipertensão arterial e dos portadores de diabetes, bem como monitorada a realização de exames complementares segundo o protocolo. Estabeleceremos, ainda, um fornecimento adequado de medicamentos da farmácia popular / hiperdia através de diálogo com os gestores e tentaremos melhorar a qualidade dos registros através de uma melhor acomodação e armazenamento dos prontuários. Promoveremos a estratificação de risco para diabéticos / hipertensos e foram acompanhados mais de perto os pacientes com maior risco de complicações. Os usuários serão estimulados a se 27 consultar periodicamente ao dentista, a participar de uma orientação nutricional e a praticar exercícios físicos. Serão orientados, também, sobre os riscos do tabagismo. No eixo Organização e Gestão do serviço, por sua vez, será realizado um melhor acolhimento para os portadores de hipertensão arterial e de diabetes, através da exigência de material adequado para a realização de hemoglicoteste e de mensuração de PA (esfingnomanômetro e manguito), além de fita métrica para medida de circunferência abdominal. Serão organizadas agendas para acompanhamento em domicílio, quando necessário, dos pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção. Na primeira semana, serão definidas as atribuições de cada membro da equipe, capacitando-os para que estejam aptos a realizar as suas atribuições, bem como será estabelecido a peridiocidade mensal para atualização dos membros da equipe. Será garantida a solicitação de exames complementares nas consultas e será feito o possível para agilizar o recebimento dos mencionados exames, apesar de saber que, atualmente, os resultados dos exames demoram cerca de 03 (três) meses para chegar às mãos dos pacientes. Será feito o controle do estoque de medicamentos, em virtude da existência de frequentes atrasos no fornecimento de medicamentos para o município. Além disso, será mantido um registro das necessidades de medicamentos dos diabéticos e hipertensos da UBS. Pretendemos manter atualizados os dados do SIAB, através da implantação de uma planilha / registro de acompanhamento do hiperdia, definindose um membro da equipe para ser o responsável pelo monitoramento dos registros. Serão priorizados os usuários com avaliação de alto risco, por meio da organização de uma agenda específica para esta demanda, bem como também, uma agenda da atenção à saúde bucal e, de práticas coletivas sobre alimentação saudável, com a participação de nutricionistas. Demandar-se-á do gestor a compra de medicamentos para o tratamento de “abandono do tabagismo”. Já no eixo Qualificação da Prática Clínica pretende-se realizar a capacitação da equipe para cadastrar hipertensos e diabéticos de toda a área de abrangência da UBS, além da realização de treinamento para a verificação de PA de forma criteriosa, incluindo o uso adequado do manguito e a realização de hemoglicoteste naqueles com PA sustentada maior que 135/80mmHg. Os ACS 28 serão estimulados a orientar os hipertensos e diabéticos quanto à importância da realização de consultas periódicas. Promoveremos orientações sobre as alternativas para obter o acesso a medicamentos da Farmácia Popular / Hiperdia. Toda a equipe será capacitada para o preenchimento dos registros necessários ao acompanhamento dos usuários com hipertensão arterial e com diabetes, além do registro adequado dos procedimentos clínicos em todas as consultas. Segundo a V Diretriz Brasileira de Dislipidemia e prevenção de Aterosclerose, o escore de risco de Framingham estima a probabilidade de ocorrer infarto do miocárdio ou morte por doença coronariana no período de 10 anos em indivíduos sem diagnóstico prévio de aterosclerose clínica. Embora esta estimativa de risco seja sujeita a correções conforme indicadores epidemiológicos da população estudada, este escore identifica adequadamente indivíduos de alto e baixo riscos. Com base nisso, a equipe será capacitada, ainda, para realização da estratificação de risco segundo o escore de framingham ou de lesões de órgãos alvo, bem como explicada a importância do registro desta avaliação e as estratégias para controle de fatores de risco modificáveis. Será promovida a avaliação quanto ao tratamento bucal do hipertenso/diabético. Também pretende-se capacitar a equipe sobre metodologias de educação em saúde, com temas de promoção da saúde tais como estimulação da prática de alimentação saudável, promoção de atividades físicas regulares e tratamento de tabagistas. No eixo Engajamento Público, a comunidade será esclarecida quanto à importância da realização de consultas periódicas e de se aferir a pressão arterial de maneira periódica a partir dos 18 (dezoito) anos. A comunidade será orientada, ainda, sobre a importância do rastreamento para DM em adultos com PA sustentada maior que 130/80 mmHg, bem como sobre os fatores de risco para desenvolvimento de hipertensão e diabetes. Pretende-se informar a comunidade sobre a importância da realização de consultas periódicas e , a mesma será escutada para não ocorrer evasão dos hipertensos/diabéticos. Os usuários serão orientados quanto aos riscos de doenças cardiovasculares e neurológicas decorrentes da hipertensão / diabetes, assim como a importância de ter pés, pulsos e sensibilidade de extremidades avaliadas periodicamente. 29 A comunidade será informada sobre a importância de realização periódica de exames complementares. Exporemos à comunidade o direito de o usuário ter acesso aos medicamentos da farmácia popular / hiperdia, bem como o direito do usuário à manutenção de seu registro de saúde e ao acesso do mesmo à segunda via quando necessário. Realizaremos a busca de parcerias na comunidade, reforçando a intersetorialidade nas ações de promoção de saúde, mobilizando a comunidade para demandar junto aos gestores municipais a garantia da disponibilização do atendimento com o dentista. Segundo a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão, o excesso de peso se associa com maior prevalência de HAS, desde a idades jovens. Na vida adulta, mesmo em indivíduos fisicamente ativos, incremento de 2,4 Kg/m2 no índice de massa corporal (IMC) acarreta risco de desenvolver hipertensão. A obesidade central também se associa com PA. Além disso, a atividade física reduz a incidência de HAS, mesmo em indivíduos pré-hipertensos, bem como a mortalidade e o risco de doença cardiovascular. Com base nisso, estimularemos a alimentação saudável, a prática de atividade física regular e a adesão aos tratamentos para abandono do tabagismo. 2.3.2 Indicadores Indicador referente à meta: Ampliar a cobertura do atendimento aos hipertensos e/ou diabéticos - Indicador: Cobertura do programa de atenção ao hipertenso / diabéticos na unidade de saúde. - Numerador: Número de hipertensos / diabéticos residentes na área de abrangência da unidade de saúde cadastrados no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus da unidade de saúde. - Denominador: Número total de hipertensos / diabéticos residentes na área de abrangência da unidade de saúde. Indicador referente à meta: Melhorar a adesão do hipertenso e/ou do diabético ao programa; 30 - Indicador: Proporção de hipertensos / diabéticos faltosos com a consulta médica com busca ativa. - Numerador: Número de hipertensos / diabéticos faltosos à consulta médica com busca ativa. - Denominador: Número total de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde faltosos às consultas. Indicadores referentes à meta: Melhorar a qualidade do atendimento ao paciente hipertenso e/ou diabético realizado na unidade de saúde - Indicador: Proporção de hipertensos / diabéticos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo. - Numerador: Número de hipertensos / diabéticos com exame clínico apropriado. - Denominador: Número total de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde. - Indicador: Proporção de hipertensos / diabéticos com os exames complementares em dia de acordo com o protocolo. - Numerador: Número total de hipertensos / diabéticos com exame complementar em dia. - Denominador: Número total de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde. - Indicador: Proporção de hipertensos / diabéticos com prescrição de medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. - Numerador: Número de hipertensos / diabéticos com prescrição de medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. - Denominador: Número de hipertensos / diabéticos com prescrição de medicamentos. 31 Indicador referente à meta: Melhorar o registro das informações referentes aos pacientes atendidos; - Indicador: Proporção de hipertensos / diabético com registro adequado na ficha de acompanhamento. - Numerador: Número de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde com registro adequado na ficha de acompanhamento. - Denominador: Número total de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde. Indicador referente à meta: Mapear os hipertensos e os diabéticos que se incluem no grupo de risco para doença cardiovascular; - Indicador: Proporção de hipertensos / diabéticos com estratificação de risco cardiovascular. - Numerador: Número de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde com estratificação do risco cardiovascular. - Denominador: Número total de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde. Indicadores referentes à meta: Promover a saúde - Indicador: Proporção de hipertensos / diabéticos com avaliação odontológica. - Numerador: Número de hipertensos / diabéticos que realizaram avaliação odontológica. - Denominador: Número de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde. - Indicador: Proporção de hipertensos / diabéticos com orientação nutricional sobre alimentação saudável. - Numerador: Número de pacientes hipertensos / diabéticos que receberam orientação sobre alimentação saudável. - Denominador: Número de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde. 32 - Indicador: Proporção de hipertensos / diabéticos com orientação sobre prática de atividade física regular. - Numerador: Número de pacientes hipertensos / diabéticos que receberam orientação sobre prática de atividade física regular. - Denominador: Número de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde. - Indicador: Proporção de hipertensos / diabéticos com orientação sobre os riscos do tabagismo. - Numerador: Número de pacientes hipertensos / diabéticos que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo. - Denominador: Número de hipertensos / diabéticos cadastrados na unidade de saúde. 2.3.3 Logística Para realizar a intervenção no programa de hipertensos e diabéticos adotaremos o Protocolo de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes-2001 do Ministério da Saúde Utilizaremos as fichas dos hipertensos e dos diabéticos disponíveis no município, bem como confeccionamos uma ficha espelho para coleta de dados complementares. Esta ficha espelho será confeccionada pelo médico e pelo enfermeiro. Com a intervenção, acompanharemos os portadores de hipertensão arterial e ou diabetes a partir das metas. Estabeleceremos contato com o gestor municipal para dispor das fichas espelho necessárias, bem como das fichas complementares que anexaremos às fichas espelho. Para o acompanhamento mensal da intervenção utilizaremos a planilha de coletas de dados. Para organizar o registro específico do programa, a enfermeira revisará o livro de registro identificando todos portadores de hipertensão arterial e de diabetes que vieram ao serviço para consulta nos últimos 3 (três) meses. A referida 33 profissional localizará os prontuários dos mesmos e transcreverá todas as informações disponíveis no prontuário na ficha espelho. Ao mesmo tempo, a enfermeira realizará o primeiro monitoramento, anexando uma anotação sobre consultas, vacinas, exames clínicos e laboratoriais em atraso. A análise situacional e a definição do foco para a intervenção serão discutidos com a equipe da UBS. Assim, a intervenção terá início com uma capacitação sobre o manual técnico de Hipertensão e de Diabetes. Para tanto, os membros da equipe serão orientados a estudar e a expor os conhecimentos adquiridos. Faremos contato com a associação de moradores e com os representantes da comunidade, a fim de apresentar o projeto e de esclarecer a importância da realização do acompanhamento dos portadores de hipertensão arterial e de diabetes. O apoio da comunidade será solicitado para o fim de ampliar a captação dos usuários foco da intervenção, após o esclarecimento acerca da necessidade de priorização do atendimento deste grupo populacional. Semanalmente, a enfermeira examinará as fichas-espelho dos mesmos e identificará aquelas que estão com consultas, exames clínicos, exames laboratoriais ou vacinas em atraso. O ACS fará busca ativa daqueles que estiverem com consultas em atraso, agendando desde logo a consulta para um horário conveniente para o paciente. Ao final de cada mês, as informações coletadas nas fichas espelho serão consolidadas na planilha eletrônica. 2.3.4 Cronograma Tabela – Cronograma das atividades que serão realizadas durante a intervenção 34 Atividades Capacitação dos profissionais de saúde da UBS sobre o Protocolo de Hipertensão e Diabetes Estabelecimento do papel de cada profissional na ação programática Cadastramento de todos os Hipertensos e Diabéticos da área adstrita no programa Contato com lideranças comunitárias para falar sobre a importância da ação programática de Hipertensão e Diabetes, solicitando apoio para a captação desses pacientes Atendimento clínico aos Hipertensos e Diabéticos Grupos de Hipertensos e Diabéticos Capacitação dos ACS para realização de busca ativa de Hipertensos e 1 SEMANAS1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X As semanas assinaladas como de 1 a 12 correspondem às semanas compreendidas no período de 20/09 a 19/12/2013 X 35 Diabéticos faltosos Busca ativa dos Hipertensos e Diabéticos faltosos às consultas Monitoramento da intervenção X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 3 RELATÓRIO DA INTERVENÇÃO 36 Durante a intervenção procuramos seguir o cronograma estabelecido durante o período da análise estratégica, no qual foram traçados objetivos, metas e ações. Realizamos a capacitação dos profissionais de saúde, estabelecendo debate e discussão sobre o protocolo de hipertensão e diabetes, bem como designamos o papel de cada profissional na ação programática. Promovemos o cadastramento dos hipertensos e diabéticos da área adstrita no programa e, além disso, contactamos lideranças comunitárias para falar sobre a importância da ação programática, solicitando apoio para a captação desses pacientes. Garantimos acesso ao atendimento clínico aos usuários com hipertensão arterial e diabetes, estabelecemos grupos de discussão para retirada de dúvidas e também designamos os ACS para fazer a busca ativa de hipertensos e de diabéticos faltosos. Estabelecemos, ainda, o monitoramento das ações através da atualização da planilha de dados dos pacientes atendidos na semana, preenchendo as suas respectivas fichas-espelho. Todavia, as atividades acima descritas foram desenvolvidas sem o apoio da gestão municipal, o que muito prejudicou o resultado da intervenção. Apesar de várias tentativas de diálogo, a gestão municipal não encarou o projeto de intervenção como estratégia para obter a melhoria da qualidade de atendimento da população, apenas enxergando as ações de intervenção como prestação de serviço ao município. Por essa razão, a gestão municipal não ofereceu o suporte adequado para garantir o pleno desenvolvimento das ações exercidas pela UBS Cipriano Azevedo. Mas esse não foi o único problema enfrentado durante o desenvolvimento das atividades desta intervenção, podendo ser destacado, ainda: a sobrecarga de demanda em virtude de, frequentemente, o atendimento ser realizado sem a equipe completa, a falta de medicamentos, a dificuldade de encaminhamento para especialistas, a demora e a escassez de exames para acompanhamento dos pacientes. Também encontrei dificuldades de fazer avaliação de escore de framingham em razão do atraso de exames. Tive dificuldade, ainda, em preencher 37 as planilhas, uma vez que elas requerem muito tempo para serem preenchidas e o excesso da demanda ocupava todo o meu tempo de atendimento. Encontrei problemas, também, no que tange à coleta dos dados, uma vez que: (i) o atendimento não é feito em um único local e isso dificulta o armazenamento dos prontuários em local fixo; (ii) muitos prontuários foram perdidos; (iii) no local de trabalho não há informatização do serviço, de modo que foi preciso fazer o trabalho manualmente, analisando cada prontuário e alimentando todo o sistema de planilhas. A gestão municipal pressionou os profissionais de saúde no intuito de que estes priorizassem a quantidade de atendimentos, ainda que isso implicasse em baixa (ou baixíssima) qualidade de atendimento. No entanto, ciente da importância da incorporação das ações no serviço de atendimento à população, priorizei a qualidade do atendimento, ainda que isso implicasse em diminuição da quantidade de atendimentos e em pressão da gestão municipal. Apesar de todas essas dificuldades, foi possível manter um bom acompanhamento da maioria dos usuários do foco da intervenção, mas a falta de exames, de especialistas, de material e de medicamentos adequados atrapalhou o pleno êxito das ações desenvolvidas nesta intervenção. Além disso, dois fatores populacionais atrapalharam o desenvolvimento das atividades interventivas, quais sejam: (i) o alto índice de emigração de usuários, uma vez que é elevada a quantidade de pais de família que viajam para outros Estados à procura de emprego; e (ii) o fato de a ação interventiva ter sido realizada em uma grande área rural, que possui baixa densidade demográfica e abrange locais de difícil acesso, de modo que muitos deles não quiseram se deslocar para irem aos atendimentos. Por fim, saliento, que as ações interventivas podem ser facilmente incorporadas na rotina da UBS Cipriano Azevedo, independentemente dos integrantes que componham a equipe da referida UBS. A continuidade dessas ações devem figurar como uma das prioridades dos futuros membros da equipe da UBS, em virtude de se destinarem a melhorar o atendimento e o tratamento de portadores de Hipertensão e/ou de Diabetes Mellitus, que são agravos da saúde que constituem fatores de riscos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e que 38 podem, em 60 (sessenta) a 80% (oitenta por cento) dos casos, serem tratados na atenção básica, segundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) 4 AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO 4.1. Resultados A intervenção teve como objetivo geral melhorar a atenção à saúde dos adultos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou de Diabetes Mellitus no município de Miguel Alves, no Estado do Piauí. Os objetivos específicos e metas, foram monitoradas com indicadores de cobertura e de qualidade que serão expostos por meio dos resultados da intervenção. Objetivo 1: Ampliar a cobertura do atendimento aos hipertensos e/ou diabéticos; Meta 1.1: Cadastrar 80% (oitenta por cento) dos hipertensos da área de abrangência no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus da unidade de saúde; Na área adstrita à UBS Cipriano Azevedo, existem 376 (trezentos e setenta e seis) portadores de hipertensão arterial sistêmica. Ao iniciarmos a intervenção, em setembro de 2013, apenas 86 (oitenta e seis) hipertensos possuíam cadastro no programa de atenção ao hipertenso na referida unidade de saúde, o que correspondia a apenas 22,8% (vinte e dois vírgula oito por cento) do total de hipertensos abrangidos pela UBS. Após 03 (três) meses de intervenção, o número de hipertensos que possuem cadastro no programa de atenção aos portadores de hipertensão aumentou para 153 (cento e cinquenta e três) pacientes, o que equivale a 40,7% (quarenta vírgula sete por cento) do total de hipertensos de abrangidos pela UBS. 39 Embora esses números revelem uma significativa melhoria na cobertura do atendimento aos portadores de hipertensão, não há dúvidas de que ainda estão longe de alcançar o objetivo desta intervenção no tocante ao cadastro no programa de atenção ao hipertenso, que é abranger 80% (cem por cento) dos hipertensos da área da UBS Cipriano Azevedo. Todavia, esse baixo índice de cobertura pode ser atribuído a diversos fatores, quais sejam: (i) o alto índice de emigração de pacientes, uma vez que é elevada a quantidade de pais de família que viajam para outros Estados à procura de emprego; e (ii) o fato de a ação interventiva ter sido realizada em uma grande área rural, que possui baixa densidade demográfica e abrange locais de difícil acesso, de modo que muitos pacientes não querem se deslocar para irem aos atendimentos. Fiura 1- Cobertura do programa de atenção ao hipertenso na Unidade Básica de Saúde, Miguel Alves- PI, 2014 Meta 1.2: Cadastrar 80% (oitenta por cento) dos diabéticos da área de abrangência no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus da unidade de saúde; Ademais, na área adstrita à UBS Cipriano Azevedo, existem 93 (noventa e três) adultos, com 20 (vinte) anos ou mais, portadores de diabetes mellitus. 40 Quanto ao cadastro no programa de atenção aos portadores de diabetes na UBS, no início desta intervenção, apenas 11 (onze) diabéticos possuíam cadastro no programa de atenção aos portadores de diabetes, o que correspondia a 11,8% (onze vírgula oito por cento) do total de diabéticos existentes na área abrangida pela UBS Cipriano Azevedo. Após três meses de intervenção, 26 (vinte e seis) diabéticos passaram a ter cadastro no programa de atenção ao diabético, o que equivale a 28% (vinte e oito por cento) do total de diabéticos existentes na área abrangida pela UBS Cipriano Azevedo. Embora os números tenham melhorado durante esses três meses, ainda está muito longe do objetivo desta intervenção, que é de abranger 100% (cem por cento) dos diabéticos da área adstrita à UBS Cipriano Azevedo. No entanto, esse baixo índice obtido pode ser explicado pelos problemas já mencionados, quais sejam: (i) o alto índice de emigração de pacientes, uma vez que é elevada a quantidade de pais de família que viajam para outros Estados à procura de emprego; e (ii) o fato de a ação interventiva ter sido realizada em uma grande área rural, que possui baixa densidade demográfica e abrange locais de difícil acesso, de modo que muitos pacientes não querem se deslocar para os postos de atendimento. Figura 2- Cobertura do programa de atenção ao diabético na unidade de saúde, Miguel Alves-PI, 2014. 41 Objetivo 2: Melhorar a adesão do hipertenso e/ou do diabético ao programa; Meta 2.1: Buscar 80% (oitenta por cento) dos hipertensos faltosos às consultas na unidade de saúde conforme a periodicidade recomendada; Quanto à proporção de portadores de hipertensão faltosos às consultas com busca ativa, no início desta intervenção, foram registrados 28 (vinte e oito) pacientes faltosos, dos quais os ACS fizeram busca ativa em 17 (dezessete), o que correspondeu a 60,7% (sessenta vírgula sete por cento) do total de hipertensos faltosos. Após 03 (três) meses de intervenção, foram registrados 45 (quarenta e cinco) hipertensos faltosos, dos quais os ACS fizeram busca ativa de 27 (vinte e sete), o que equivale a 60% (sessenta por cento) do total de hipertensos faltosos. Percebe-se, pois, que, em termos percentuais, a proporção de hipertensos faltosos às consultas com busca ativa pouco melhorou, apesar de todo o esforço dos membros da equipe da UBS Cipriano Azevedo e, notadamente, dos ACS, o que pode ser explicado pelo fato de ação interventiva ter sido realizada em uma grande área rural, que possui baixa densidade demográfica e abrange locais de difícil acesso, de modo que muitos pacientes não querem se deslocar para os pontos de atendimentos. Figura 3- Proporção de hipertensos faltosos às consultas com busca ativa, Miguel Alves –PI, 2014 42 Meta 2.2: Buscar 80% (cinquenta por cento) dos diabéticos faltosos às consultas na unidade de saúde conforme a periodicidade recomendada. Quanto à proporção de portadores de diabetes faltosos às consultas com busca ativa, no início da intervenção, 7 (sete) diabéticos eram faltosos, dos quais os ACS fizeram busca ativa de 03 (três), o que correspondeu a 42,9% (quarenta e dois vírgula nove por cento) do total de diabéticos faltosos. Após três meses de intervenção, registrou-se 10 (dez) diabéticos faltosos, dos quais os ACS fizeram busca ativa de 05 (cinco), o que equivale a 50% (cinquenta por cento) do total de diabéticos faltosos. Apesar de a busca ativa dos usuários faltosos ter melhorado no decorrer desses três meses, ela ainda está longe do objetivo desta intervenção, que é realizar a busca ativa de 100% (cem por cento) dos diabéticos faltosos. No entanto, essa baixa quantidade de busca ativa pode ser explicada pelo fato de a ação interventiva ser realizada em uma grande área rural, que possui baixa densidade demográfica e que abrange locais de difícil acesso, de modo que muitos usuários não querem se deslocar para os postos de atendimento. Por outro lado, a ação que mais auxiliou na captação dos faltosos foi o acompanhamento dos ACS aos usuários da área. Figura 4- Proporção de diabéticos faltosos às consultas com busca ativa, Miguel Alves-PI, 2014 Objetivo 3: Melhorar a qualidade do atendimento ao hipertenso e/ou diabético realizado na unidade de saúde; 43 Meta 3.1: Realizar exame clínico apropriado em 100% (cem por cento) dos hipertensos; Quanto à proporção de portadores de hipertensão com exame clínico em dia, no início da intervenção, apenas 60 (sessenta) hipertensos estavam com exame clínico em dia, o que correspondia a 69,8% (sessenta e nove vírgula oito por cento). Após três meses de intervenção, esse número aumentou para 113 (cento e treze) pacientes, de modo que 73,4% (setenta e três vírgula quatro por cento) dos hipertensos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo estão com exame clínico em dia. Essa considerável melhora pode ser atribuída ao empenho da equipe e à fiel execução das ações interventivas programadas. Figura 5- Proporção de hipertensos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo, Miguel Alves- PI, 2014 Meta 3.2: Realizar exame clínico apropriado em 100% (cem por cento) dos diabéticos; Quanto à proporção de diabetes com exame clínico em dia, no início da intervenção, apenas 9 (nove) diabéticos possuíam exame clínico em dia, o que correspondia a 81,8% (oitenta e um vírgula oito por cento) do total de diabéticos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. Após três meses de intervenção, 20 (vinte) diabéticos possuem exame clínico em dia, o que equivale a 76,9% (setenta e seis vírgula nova por cento) do total de diabéticos atendidos pela UBS. Apesar dessa 44 discreta queda de percentual ao longo dos meses conseguimos abranger uma quantidade maior de pacientes, promovendo uma melhora significativa da abrangência do programa. Figura 6- Proporção de diabéticos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo, Miguel Alves-PI, 2014 Meta 3.3: Garantir a 100% (cem por cento) dos hipertensos a realização de exames complementares em dia de acordo com o protocolo. No que tange à proporção de portadores de hipertensão com os exames complementares em dia, no início da intervenção, apenas 39 (trinta e nove) hipertensos estavam com os exames complementares em dia, o que correspondia a 45,3% (quarenta e cinco vírgula três por cento) dos hipertensos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. No terceiro mês de intervenção, 85 (oitenta e cinco) hipertensos estavam com os exames complementares em dia, o que equivale a 53,9% (cinquenta e três vírgula nove por cento) do total de hipertensos atendidos pela referida UBS. Nesse quesito, a falta e/ou atraso de exames, de material e de medicamentos adequados atrapalhou o pleno êxito das ações desenvolvidas. 45 Figura 7- Proporção de hipertensos com os exames complementares em dia de acordo com o protocolo, Miguel Alves-PI, 2014 Meta 3.4: Garantir a 100% (cem por cento) dos diabéticos a realização de exames complementares em dia de acordo com o protocolo; Quanto à proporção de portadores de diabetes com exames complementares em dia, no início da intervenção, apenas 3 (três) diabéticos possuíam exames complementares em dia, o que correspondia a 27,3% (vinte e sete vírgula três por cento) do total de diabéticos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. Após três meses de intervenção, 13 (treze) diabéticos passaram a ter exames complementares em dia, o que equivale a 50,0% (cinquenta por cento) do total de diabéticos atendidos pela referida UBS. Apesar da melhora considerável quanto a esse índice, os números alcançados ainda estão longe do esperado, o que pode ser explicado pela falta e/ou atraso de exames, de material e de medicamentos adequados. 46 Figura 8 - Proporção de diabéticos com os exames complementares em dia de acordo com o protocolo , Miguel Aves-PI, 2014 Meta 3.5: Garantir a totalidade da prescrição de medicamentos da farmácia popular para 100% (cem por cento) dos hipertensos cadastrados na unidade de saúde; Quanto à proporção de portadores de hipertensão com prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular, no início da intervenção, 67 (sessenta e sete) pacientes receberam a prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular, o que correspondia a 94,4% (noventa e quatro e vírgula quatro por cento) dos hipertensos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. Após três meses de intervenção, 116 (cento e dezesseis) pacientes receberam prescrição de medicamentos contidos nas mencionadas listas, o que equivale a 89,2% (oitenta e nove vírgula dois por cento) dos hipertensos atendidos. Tais números evidenciam que a proporção de hipertensos com prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular manteve-se em bons níveis, o que revela a preferência que se dá na prescrição de medicamentos disponíveis na lista do Hiperdia da Farmácia Popular, somente sendo prescritas medicações que nelas não estão incluídas quando se faz necessário. A queda nestes percentuais pode ser explicada pelo fato de terem pacientes hipertensos de 47 longas datas usuários de medicamentos não existentes na farmácia popular do município e preferirem utilizar estas medicações, muitas vezes por melhor tolerância. Figura 9- Proporção de hipertensos com prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular, Miguel Alves-PI, 2014 Meta 3.6: Garantir a totalidade da prescrição de medicamentos da farmácia popular para 100% (cem por cento) dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. Quanto à proporção de portadores de diabetes com prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular, no início da intervenção, apenas 10 (dez) diabéticos receberam prescrição de medicamentos inseridos nas mencionadas listas, o que correspondia a 100% (cem por cento) do total de diabéticos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. Após três meses de intervenção, 21 (vinte e um) diabéticos receberam prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular, o que equivale a 87,5% (oitenta e sete vírgula cinco cento) do total de diabéticos atendidos pela referida UBS. Tais números evidenciam que a proporção de diabéticos com prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular manteve-se em bons níveis, o que revela a preferência que se dá na prescrição de medicamentos disponíveis na lista do Hiperdia da Farmácia Popular, somente sendo prescritas medicações que nelas não 48 estão incluídas quando se faz necessário. A queda nestes percentuais pode ser explicada pelo fato de terem pacientes hipertensos de longas datas usuários de medicamentos não existentes na farmácia popular do município e preferirem utilizar estas medicações, muitas vezes por melhor tolerância. Figura 10 - Proporção de diabéticos com prescrição de medicamentos da lista do Hiperdia ou da Farmácia Popular, Miguel Alves-PI, 2014 Objetivo 4: Melhorar o registro das informações referentes aos pacientes atendidos; Meta 4.1: Manter ficha de acompanhamento de 100% (cem por cento) dos hipertensos cadastrados na unidade de saúde; Quanto à proporção de portadores de hipertensão com registro adequado na ficha de acompanhamento, no início da intervenção, 68 (sessenta e oito) hipertensos possuíam registro adequado na mencionada ficha, o que correspondia a 79,1% (setenta e nove vírgula um por cento) dos hipertensos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. No terceiro mês de intervenção, 116 (cento e dezesseis) hipertensos possuíam o registro adequado, o que equivale a 75,8% (setenta e cinco vírgula oito por cento) dos hipertensos atendidos pela UBS. Embora em termos absolutos o número de hipertensos com registro adequado na ficha de 49 acompanhamento tenha aumentado, observa-se que em termos percentuais esse número apresentou uma leve queda, o que pode ser explicado pelo aumento do número total de hipertensos atendidos pela UBS e pela dificuldade de armazenamento dos prontuários em local fixo, em decorrência do fato de atendimento não ser realizado em um único local. Figura 11 - Proporção de hipertensos com registro adequado na ficha de acompanhamento, Miguel Alves-PI,2014 Meta 4.2: Manter ficha de acompanhamento de 100% (cem por cento) dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. Quanto à proporção de portadores de diabetes com registro adequado na ficha de acompanhamento, no início da intervenção, apenas 06 (seis) diabéticos possuíam registro adequado na mencionada ficha, o que correspondia a 54,5% (cinquenta e quatro vírgula cinco por cento) dos diabéticos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. No terceiro mês de intervenção, 14 (quatorze) diabéticos possuíam o registro adequado, o que equivale a 53,8% (cinquenta e três vírgula oito por cento) dos diabéticos atendidos pela UBS. Embora em termos absolutos o número de diabéticos com registro adequado na ficha de acompanhamento tenha aumentado, observa-se que em termos percentuais esse número apresentou uma leve queda, o que pode ser explicado pelo aumento do número total de diabéticos atendidos pela 50 UBS e pela dificuldade de armazenamento dos prontuários em local fixo, em decorrência do fato de atendimento não ser realizado em um único local. Figura 12 - Proporção de diabéticos com registro adequado na ficha de acompanhamento, Miguel Alves-PI, 2014. Objetivo 5: Mapear os hipertensos e os diabéticos que se incluem no grupo de risco para doença cardiovascular; Meta 5.1: Realizar a estratificação do risco cardiovascular em 100% (oitenta por cento) dos hipertensos cadastrados na unidade de saúde; Quanto à proporção de portadores de hipertensão, com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia, no início da intervenção, 37 (trinta e sete) hipertensos possuíam estratificação de risco cardiovascular, o que correspondia a 43% (quarenta e três por cento) dos hipertensos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. Após três meses de intervenção, 71 (setenta e um) hipertensos possuem estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia, o que equivale a 46,6% (quarenta e seis vírgula seis por cento) dos hipertensos atendidos pela UBS. Evidencia-se, assim, que a proporção de hipertensos com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia, apesar de ter apresentado uma leve melhora em termos percentuais, ainda se encontra em níveis baixos, o que pode ser 51 explicado pela existência de atraso na realização e entrega de resultado de exames, bem como pela perda de prontuários. Figura 13 - Proporção de hipertensos com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia, Miguel Alves-PI, 2014. Meta 5.2: Realizar estratificação do risco cardiovascular em 100% dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. Quanto à proporção de portadores de diabetes com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia, no início da intervenção, apenas 03 (três) diabéticos possuíam estratificação de risco cardiovascular, o que correspondia a 27,3% (vinte e sete vírgula três por cento) dos diabéticos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. Após três meses de intervenção, 14 (quatorze) diabéticos possuem estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia, o que equivale a 53,8% (cinquenta e três vírgula oito por cento) dos diabéticos atendidos pela UBS. Evidencia-se, assim, que a proporção de diabéticos com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia apresentou uma melhora significativa, mas ainda se encontra em níveis baixos, o que pode ser explicado pela existência de atraso na realização e entrega de resultado de exames, bem como pela perda de prontuários. 52 Figura 14 - Proporção de diabéticos com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia, Miguel Alves-PI, 2014. Objetivo 6: Promoção da saúde Meta 6.1: Garantir avaliação odontológica a 100% (setenta por cento) dos pacientes hipertensos; Quanto à proporção de portadores de hipertensão com avaliação odontológica, no início da intervenção, apenas 40 (quarenta) hipertensos possuíam a referida avaliação, o que correspondia a 46,5% (quarenta e seis vírgula cinco) dos hipertensos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. Após três meses de intervenção, 77 (setenta e sete) hipertensos possuem avaliação odontológica, o que equivale a 50,3% (cinquenta vírgula três por cento) do total de hipertensos atendidos pela mencionada UBS. Esses números evidenciam que, em termos percentuais, a proporção de hipertensos com avaliação odontológica apresentou uma leve melhora, o que pode ser explicado pelo fato de que muitos postos e locais de atendimento do Município de Miguel Alves – PI não possuem consultório odontológico, de modo que a maioria dos dentistas fazem atendimento apenas em locais específicos da zona urbana, o que dificulta o acesso da população da zona rural ao serviço. 53 Figura 15 - Proporção de hipertensos com avaliação odontológica, Miguel Alves-PI, 2014. Meta 6.2: Garantir avaliação odontológica a 100% (setenta por cento) dos pacientes diabéticos; Quanto à proporção de portadores de diabetes com avaliação odontológica, no início da intervenção, apenas 05 (cinco) diabéticos possuíam a referida avaliação, o que correspondia a 45,5% (quarenta e cinco vírgula cinco) dos diabéticos atendidos pela UBS Cipriano Azevedo. Após três meses de intervenção, 15 (quinze) hipertensos possuem avaliação odontológica, o que equivale a 57,7% (cinquenta e sete vírgula sete por cento) do total de diabéticos atendidos pela mencionada UBS. Esses números evidenciam que a proporção de hipertensos com avaliação odontológica apresentou uma significativa melhora, mas ainda está longe de atingir a meta traçada por esta intervenção, que é de 100% (cem por cento), o que pode ser explicado pelo fato de que muitos postos e locais de atendimento do Município de Miguel Alves – PI não possuírem consultório odontológico, de modo que a maioria dos dentistas fazem atendimento apenas em locais específicos da zona urbana, o que dificulta o acesso da população da zona rural ao serviço. 54 Figura 16 - Proporção de diabéticos com avaliação odontológica, Miguel Alves-PI, 2014 Meta 6.3: Garantir orientação nutricional sobre alimentação saúdável a 100% (setenta por cento) dos hipertensos; Figura 17 - Proporção de hipertensos com orientação nutricional sobre alimentação saudável, Miguel Alves- PI, 2014. Meta 6.4: Garantir orientação nutricional sobre alimentação saúdável a 100% (setenta por cento) dos diabéticos; 55 Figura 18- Proporção de diabéticos com orientação nutricional sobre alimentação saudável, Miguel Alves-PI, 2014 Meta 6.5: Garantir orientação em relação à prática de atividade física regular a 100% (cem por cento) dos pacientes hipertensos; Figura 19 - Proporção de hipertensos com orientação sobre a prática de atividade física regular, Miguel Alves-PI, 2014 56 Meta 6.6: Garantir orientação em relação à prática de atividade física regular a 100% (cem por cento) dos pacientes diabéticos; Figura 20- Proporção de diabéticos que receberam orientação sobre a prática de atividade física regular, Miguel Alves-PI, 2014 Meta 6.7: Garantir orientação sobre os riscos do tabagismo a 100% (cem por cento) dos pacientes hipertensos; Figura 21- Proporção de hipertensos que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo, Miguel Alves-PI, 2014 57 Meta 6.8: Garantir orientação sobre os riscos do tabagismo a 100% (cem por cento) dos pacientes diabéticos. Figura 22- Proporção de diabéticos que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo, Miguel Alves-PI, 2014 Quanto aos indicadores de promoção de saúde do início da intervenção até o presente momento, a UBS Cipriano Azevedo obteve a média de 100% (cem por cento) dos hipertensos e diabéticos atendidos com orientação quanto à importância de uma alimentação saudável e da prática de atividade física regular, bem como quanto aos riscos do tabagismo, evidenciando uma preocupação em orientá-los sobre práticas que melhoram a qualidade de vida . Percebe-se, portanto, que, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelos membros da equipe da UBS Cipriano Azevedo, alguns indicadores obtiveram melhoras significativas, tais como: (i) a cobertura do programa de atenção ao hipertenso na unidade de saúde cresceu aproximadamente 18% (Mês 1 - 22,9%, Mês 3 - 40,7%); (ii) a proporção de hipertensos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo aumentou aproximadamente 4% (Mês 1 - 69,8% , Mês 3 73,9%); (iii) a proporção de hipertensos com os exames complementares em dia aumentou 9% (Mês 1 - 45,3%, Mês 3 - 54,2%); (iv) a proporção de hipertensos com 58 estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia aumentou 3,4% (Mês1 - 43,0% , Mês 3 - 46,4%); (v) a proporção de hipertensos com avaliação odontológica aumentou quase 4% (Mês 1 - 46,5% , Mês 3 – 50,3%). Os indicadores relativos aos diabéticos também obtiveram melhoras significativas, tais como: (i) a cobertura do programa de atenção ao diabético na unidade de saúde aumentou 15,1% (Mês 1 - 11,8%, Mês 3 - 26,9%); (ii) a proporção de diabéticos com os exames complementares em dia cresceu aproximadamente 25% (Mês 1 - 27,3%, Mês 3 - 52,0%); (iii) a proporção de diabéticos com registro adequado na ficha de acompanhamento aumentou 1,5% (Mês 1 - 54,5%, Mês 3 56,0%); (iv) a proporção de diabéticos com estratificação de risco cardiovascular por exame clínico em dia aumentou quase 30% (Mês 1 - 27,3%, Mês 3 - 56,0%); (v) a proporção de diabéticos com avaliação odontológica cresceu quase 15% (Mês 1 45,5%, Mês 3 – 60,0%); e e (vi) a proporção de diabéticos faltosos às consultas com busca ativa aumentou quase 8% (Mês 1 - 42,9%, Mês 3 - 50,0%). Alguns indicadores, todavia, não apresentaram melhoras em termos porcentuais, como: (i) a proporção de diabéticos com medicamentos da lista do Hiperdia ou Farmácia Popular, que diminuiu aproximadamente 22% (Mês 1 100,0%, Mês 3 - 87,5 %); (ii) a proporção de diabéticos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo, que diminuiu 1,8% ( Mês 1- 81,8% , Mês 3- 80,0%); (iii) a proporção de hipertensos com medicamentos da lista do Hiperdia ou Farmácia Popular diminuiu aproximadamente 5% (Mês 1- 94,4%, Mês 3 - 89,2%); e (iv) a proporção de hipertensos faltosos às consultas com busca ativa diminuiu 0,7% (Mês 1 - 60,7%, Mês 3 - 60,0%). 4.2 Discussão A intervenção na UBS, propiciou a ampliação da cobertura da atenção aos usuários com hipertensão arterial e, ou diabetes, a melhoria dos registros e a qualificação da atenção com destaque para a ampliação do exame dos pés dos diabéticos e para a classificação de risco de ambos os grupos. 59 O processo interventivo exigiu que a equipe se capacitasse para seguir as recomendações do Ministério da Saúde relativas ao rastreamento, diagnóstico, tratamento e monitoramento da Hipertensão e Diabetes. Esta atividade promoveu o trabalho integrado do médico, da enfermeira, da auxiliar de enfermagem e da recepção. Em linhas gerais, o médico na intervenção ficou responsável pela realização de assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade; realização de consultas clínicas e procedimentos na UBS e, quando necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários( escolas, associações, etc); realização de atividades de demanda espontânea e programada em clínica médica, pediatria, ginecoobstetrícia, cirurgias ambulatoriais, pequenas urgências clínico-cirúrgicas e procedimentos para fins diagnósticos; encaminhar, quando necessário, usuários a serviços de média e alta complexidade, respeitando fluxos de referência e contra-referência locais, mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário, proposto pela referência; indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento do usuário; contribuir e participar das atividades de Educação Permanente dos ACS, Auxiliares de Enfermagem; participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS (BRASIL, 2006). A enfermagem ficou responsável realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e ma- nutenção da saúde) aos indivíduos e famílias na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade; conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecIdas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações; planejar, gerenciar, 60 coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS; supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem; contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do Auxiliar de Enfermagem e participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS, além de muitas vezes ajudar no preenchimento e realização das atividades interventivas (BRASIL,2006). A auxiliar de enfermagem ficou responsável de participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc); realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a famílias em situação de risco, conforme planejamento da equipe e participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS (BRASIL, 2006). Os ACS ficaram responsáveis desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividade; trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a microárea; estar em contato permanente com as famílias desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da saúde e a prevenção das doenças, de acordo com o planejamento da equipe; cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados; orientar famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis; desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e de agravos, e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito daquelas em situação de risco; acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade, de acordo com as necessidades definidas pela equipe (BRASIL,2006); além de fazer as buscas ativas dos pacientes faltosos, e ser fundamental nas discussões e reuniões com a população. Isto acabou tendo impacto positivo em outras atividades no serviço, pois, promoveu uma maior mobilização da população, além de melhorar os outros 61 programas de saúde existentes na UBS como pré-natal, rastreamento ao Câncer do Colo de Útero, atenção à criança e aos idosos. Antes da intervenção as atividades de atenção a Hipertensão e Diabetes eram concentrados no médico. A intervenção reviu as atribuições da equipe viabilizando a atenção um maior número de pessoas. A melhoria do registro e o agendamento dos Hipertensos e Diabéticos viabilizou a otimização da agenda para a atenção à demanda espontânea. A classificação de risco dos hipertensos e diabéticos tem sido cruciais para apoiar a priorização do atendimento dos mesmos. O impacto da intervenção ainda é pouco percebido pela comunidade e o gestor. Os portadores de hipertensão e diabetes demonstram satisfação com a prioridade no atendimento, porém gerou insatisfação na sala de espera entre os outros membros da comunidade que mesmo após orientações acerca da intervenção continuam relutantes em querer prioridade do atendimento. Apesar da ampliação da cobertura do programa ainda temos muitos usuários portadores de hipertensão e diabetes sem cobertura. A intervenção poderia ter sido facilitada se desde a análise situacional eu tivesse discutido as atividades que vinha desenvolvendo com a equipe. Também faltou uma melhor interação com a comunidade para explicitar os critérios para priorização da atenção e discutir a melhor maneira de implementar as atividades interventivas, mas, obtive certa dificuldade para isso já que ainda tenho problemas no que se referem à assiduidade de alguns ACS, desenvolvimento das ações em sua integridade pelos mesmos e até mesmo organização dos atendimentos. Ainda tenho dificuldade de incorporar a intervenção na rotina do serviço, pois, não tenho a certeza que após minha saída ela continuará sendo rotina devido a fatores estruturais nunca resolvidos pela gestão como: postos adequados, material e medicamentos suficientes, além disso, os problemas cotidianos nos atendimentos é outra barreira a ser superada. No momento continuo promovendo a busca ativa dos 62 faltosos e mostro as vantagens de um atendimento de qualidade e organizado a todos da equipe. Mesmo assim, irei ampliar o trabalho de conscientização da comunidade em relação à necessidade de priorização da atenção aos portadores de hipertensão e de diabetes, em especial os de alto risco. A partir do próximo mês, pretendemos investir novamente na ampliação de cobertura dos mesmos. Tomando o projeto da intervenção e a mesma, como exemplo, também pretendemos implementar o programa de pré-natal na UBS. 4.3Relatório da Intervenção para Gestores Dedico este documento aos gestores como forma de expor todos os resultados obtidos e as dificuldades enfrentadas durante os meses de setembro à dezembro de 2013 esclarecendo e melhorando o oferecimento de saúde à população. A intervenção teve como objetivo geral melhorar a atenção à saúde dos adultos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou de Diabetes Mellitus no município de Miguel Alves, no Estado do Piauí. Durante o período de intervenção procuramos seguir o cronograma estabelecido no período da análise estratégica, no qual foram traçados objetivos, metas e ações. Realizamos a capacitação dos profissionais de saúde, estabelecendo debate e discussão sobre o protocolo de hipertensão e diabetes, bem como designamos o papel de cada profissional na ação programática. Promovemos o cadastramento dos hipertensos e diabéticos da área adstrita no programa e, além disso, contatamos lideranças comunitárias para falar sobre a importância da ação programática, solicitando apoio para a captação desses pacientes. 63 Promovemos atendimento clínico aos pacientes, estabelecemos grupos de discussão para retirada de dúvidas e também designamos os ACS para fazer a busca ativa de hipertensos e de diabéticos faltosos. Estabelecemos, ainda, o monitoramento das ações através da atualização da planilha de dados dos usuários atendidos na semana, preenchendo as suas respectivas fichas-espelho. Após as atividades desenvolvidas destacamos como pontos positivos o cadastramento de 40,7% dos hipertensos e 28% dos diabéticos da área através de uma planilha de dados eletrônica que possibilitou o acompanhamento sobre assiduidade, medicamentos utilizados, exames realizados e outros dados referentes à promoção de saúde, estabelecendo assim um meio eficiente de monitorização da área. Embora os números ainda sejam discretos temos a certeza que o cumprimento de todas as atividades em curto prazo de tempo pode trazer resultados mais significativos As atividades acima para serem melhor executadas na íntegra requerem uma equipe de ESF funcionando de forma completa, uma melhor estruturação dos locais de atendimento, uma eficiente farmácia popular que possa oferecer medicamentos de qualidade em tempo hábil, um laboratório de exames que possa cumprir as demandas e uma melhor central de consultas com especialistas. Posso destacar ainda que sobrecarga de demanda onera o trabalho desenvolvido pela equipe. Encontrei problemas no que tange à coleta dos dados, uma vez que: (i) o atendimento não é feito em um único local e isso dificulta o armazenamento dos prontuários em local fixo; (ii) muitos prontuários foram perdidos; (iii) no local de trabalho não há informatização do serviço, de modo que foi preciso fazer o trabalho manualmente, analisando cada prontuário e alimentando todo o sistema de planilhas. Apesar de todas essas dificuldades, foi possível manter um bom acompanhamento da maioria dos pacientes, mas a falta de exames, de especialistas, de material e de medicamentos adequados atrapalhou o pleno êxito das ações desenvolvidas nesta intervenção. Dai porque a importância de os gestores municipais participarem de maneira ativa da intervenção através do 64 fornecimento de medicação, da ampliação dos exames à disposição da população e da melhoria na infraestrutura dos postos de atendimento. Cabe salientar que as ações interventivas podem ser facilmente incorporadas na rotina da UBS Cipriano Azevedo, independentemente dos integrantes que componham a equipe da referida UBS, no momento ainda estamos em processo de incorporação orientando e mostrando os resultados obtidos. A continuidade dessas ações devem figurar como uma das prioridades dos futuros membros da equipe da UBS, bem como da gestão municipal, em virtude de se destinarem a melhorar o atendimento e o tratamento de portadores de Hipertensão e/ou de Diabetes Mellitus, que são agravos da saúde que constituem fatores de riscos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e que podem, em 60 (sessenta) a 80% (oitenta por cento) dos casos, serem tratados na Atenção Primária em Saúde, segundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2013) 4.4. Relatório da intervenção para comunidade Dedico este relatório a toda comunidade como forma de prestação de contas e esclarecimento a toda população das atividades desenvolvidas no período de setembro à dezembro de 2013. Houveram muitas dificuldades devido às condições desfavoráveis da nossa UBS como: falta de estrutura adequada, falta de exames, de especialistas, de material e de medicamentos adequados que atrapalharam o pleno êxito das ações desenvolvidas nesta intervenção. Embora tenham ocorrido estes problemas tenho a certeza que conseguimos obter melhora significativa da atenção à saúde da população hipertensa e/ou diabética. Realizamos a capacitação dos profissionais de saúde, estabelecendo debate e discussão sobre o protocolo de hipertensão e diabetes, bem como designamos o papel de cada profissional na ação programática. Promovemos o cadastramento dos hipertensos da área adstrita no programa e, além disso, 65 contatamos lideranças comunitárias para falar sobre a importância da ação programática, solicitando apoio para captação desses pacientes. Promovemos atendimento clínico aos usuários, de acordo com o foco de intervenção estabelecemos grupos de discussão para retirada de dúvidas e também designamos os ACS para fazer a busca ativa de hipertensos e de diabéticos faltosos. Estabelecemos, ainda, o monitoramento das ações através da atualização da planilha de dados dos pacientes atendidos na semana, preenchendo as suas respectivas fichas-espelho. Após 3 meses de intervenção conseguimos promover o acompanhamento de 40,7% dos hipertensos e 28% dos diabéticos da área através de uma planilha de dados eletrônica que promove o acompanhamento sobre assiduidade, medicamentos utilizados, exames realizados e outros dados referentes a qualidade e universalidade do atendimento, estabelecendo assim um meio eficiente de monitorização da área. Dois fatores populacionais atrapalharam o desenvolvimento das atividades interventivas, quais sejam: (i) o alto índice de emigração de pessoas, uma vez que é elevada a quantidade de pais de família que viajam para outros Estados à procura de emprego; e (ii) o fato de a ação interventiva ter sido realizada em uma grande área rural, que possui baixa densidade demográfica e abrange locais de difícil acesso, de modo que muitos pacientes não quiseram se deslocar para irem aos atendimentos. Apesar de todas as dificuldades, foi possível manter um bom acompanhamento da maioria das pessoas elencadas no projeto da intervenção, mas, aproveito a oportunidade para esclarecer que se cada um tiver a preocupação de ser assíduo, cumprir todas as orientações prescritas e participar das atividades desenvolvidas pela UBS, chegaremos a excelência do serviço sem sombra de dúvida. Contamos também com os nossos ACS como elo de aproximação da população e fundamentais na busca ativa dos usuários faltosos. Por fim, afirmo, que as ações interventivas podem ser facilmente incorporadas na rotina da UBS Cipriano Azevedo, independentemente dos 66 integrantes que componham a equipe da referida UBS. A continuidade dessas ações devem figurar como uma das prioridades dos futuros membros da equipe da UBS, em virtude de se destinarem a melhorar o atendimento e o tratamento de usuários portadores de Hipertensão e/ou de Diabetes Mellitus, que são agravos da saúde que constituem fatores de riscos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e que podem, em 60 (sessenta) a 80% (oitenta por cento) dos casos, serem tratados na rede básica, segundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2013). 5REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM Ao inscrever-me no Programa de Valorização da Atenção Básica (PROVAB), começar a trabalhar no município de Miguel Alves e dar início aos trabalhos de especialização não imaginava o enorme desafio em que havia assumido. Ao começar a trabalhar pude encontrar a verdadeira face da atenção básica e prestação de serviços públicos de saúde do Brasil. Deparei-me com UBS sucateadas, colégios improvisados para atendimento, falta de medicamentos, de exames, de especialistas e uma população extremamente carente e analfabeta. Ao iniciar os trabalhos no curso, tinha expectativas modestas em relação à prestação de serviço desenvolvido por minha pessoa no município, idealizava apenas pretensões de prestar um atendimento digno aquela população. Ao longo dos meses, inicialmente com a análise situacional pude relatar as condições encontradas nos atendimentos e os serviços disponíveis aos usuários. Com a análise estratégica percebi que poderia organizar uma rotina de atendimento à população, nesse período foram traçadas as metas e foram estabelecidas as condições mínimas para prosseguirmos as ações. Após mobilização da comunidade e da equipe chegamos ao período de intervenção, no qual as ações foram desenvolvidas e registradas por meio de planilhas, o que possibilitou o acompanhamento dos usuários referentes ao foco da 67 intervenção da área, promovemos educação em saúde, prevenção, avaliação clínica e estratificação de risco dos usuários. Ao chegarmos ao período da análise de intervenção conclui que com auxílio das planilhas foi possível monitorar os indicadores de cobertura e de qualidade, estabelecendo um certo controle e apresentando um mecanismo seguro da realidade do público assistido. Para minha prática profissional tenho convicção que será de grande valia os ensinamentos e os desafios enfrentados no último ano, principalmente no que tange a organização de um atendimento na atenção básica. Destaco como aprendizado uma maior tolerância as dificuldades enfrentadas aos que ingressam saúde pública de maneira geral, desenvolvi um maior poder de conversação com gestor e órgãos complementares à prestação de serviço, tornando-me articulado e mais objetivo. um profissional mais 68 6 BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e Hipertensão Arterial. Hipertensão arterial sistêmica (HAS) e Diabetes mellitus (DM): protocolo / Ministério da Saúde, Departamento de Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e Hipertensão Arterial. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de atenção básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico de 2010. Disponível em: < http: / / cidades. ibge. gov.br /xtras/ perfil. php? lang= & codmun = 220620 >. Acesso em 12/10/2013. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. V Diretriz Brasileira de dislipidemias e prevenção. Arq Bras Cardiol. 2013, 101 (4Supl.1): 1-22. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol, 2010; 95 (1 supl.1): 1-51. 69 ANEXOS Anexo A: Planilha de Objetivos,Metas, Indicadores e Ações-OMIA Objetivo Geral: Melhorar a atenção aos adultos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e/ou Diabetes Mellitus. Eixos OBJETIVOS ESPECÍFICOS METAS INDICADORES MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO 1. Ampliar a cobertura à 1.1. Cadastrar 80% dos hipertensos da área 1.1. Cobertura do programa de atenção • Monitorar o número de hipertensos hipertensos e/ou de abrangência no Programa de Atenção à ao hipertenso na unidade de saúde. cadastrados no Programa de Atenção diabéticos Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus Numerador: Número de hipertensos à Hipertensão Arterial e à Diabetes da unidade de saúde residentes na área de abrangência da Mellitus da unidade de saúde unidade de saúde cadastrados no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus da unidade de saúde. Denominador: Número total de hipertensos residentes na área de abrangência da unidade de saúde. 1.2. Cadastrar 80% dos diabéticos da área de abrangência no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus da unidade de saúde. 1.2. Cobertura do programa de atenção ao diabético na unidade de saúde. Numerador: Número de diabéticos residentes na área de abrangência da unidade de saúde cadastrados no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus da unidade de saúde. Denominador: Número total de diabéticos residentes na área de abrangência da unidade de saúde. 2. Melhorar a adesão do 2.1. Buscar 60% dos hipertensos faltosos às 2.1. Proporção de hipertensos faltosos hipertenso e/ou consultas na unidade de saúde conforme a com a consulta médica com busca ativa. diabético ao programa periodicidade recomendada. Numerador: Número de hipertensos faltosos à consulta médica com busca ativa Denominador: Número total de hipertensos cadastrados na unidade de saúde faltosos às consultas. 3.2. Realizar exame clínico apropriado em 70% dos diabéticos. • Capacitar os ACS para o cadastramento de diabéticos de toda área de abrangência da unidade de saúde. • Capacitar a equipe da unidade de saúde para realização do hemoglicoteste em adultos com pressão arterial sustentada maior que 135/80 mmHg. • Monitorar o cumprimento da periodicidade das consultas previstas no protocolo (consultas em dia). • Informar a comunidade sobre a importância de realização das consultas. • Ouvir a comunidade sobre estratégias para não ocorrer evasão dos portadores de hipertensão (se houver número excessivo de faltosos). • Esclarecer aos portadores de hipertensão e à comunidade sobre a periodicidade preconizada para a realização das consultas. • Organizar visitas domiciliares para • Informar a comunidade sobre a importância de buscar os faltosos realização das consultas. • Organizar a agenda para acolher os • Ouvir a comunidade sobre estratégias para não diabéticos provenientes das buscas ocorrer evasão dos portadores de diabetes (se domiciliares. houver número excessivo de faltosos). • Esclarecer aos portadores de diabetes e à comunidade sobre a periodicidade preconizada para a realização das consultas. • Definir atribuições de cada membro • Orientar os pacientes e a comunidade quanto da equipe no exame clínico de aos riscos de doenças cardiovasculares e pacientes hipertensos. neurológicas decorrentes da hipertensão e sobre a • Organizar a capacitação dos importância de ter os pés, pulsos e sensibilidade de profissionais de acordo com os extremidades avaliadas periodicamente. protocolos adotados pela unidade de saúde. • Estabeler periodicidade mensal para atualização do profissionais. • Definir atribuições de cada membro • Orientar os pacientes e a comunidade quanto da equipe no exame clínico de aos riscos de doenças cardiovasculares e pacientes diabéticos. neurológicas decorrentes do diabetes e sobre a • Organizar a capacitação dos importância de ter os pés, pulsos e sensibilidade de profissionais de acordo com os extremidades avaliadas periodicamente. protocolos adotados pela unidade de saúde. • Estabeler periodicidade mensal para atualização dos profissionais. • Garantir a solicitação dos exames • Orientar os pacientes e a comunidade quanto a complementares. necessidade de realização de exames • Mobilizar o gestor municipal para complementares. agilizar a realização dos exames • Orientar os pacientes e a comunidade quanto a complementares definidos no periodicidade com que devem ser realizados protocolo. exames complementares. • Estabelecer sistemas de alerta os exames complementares preconizados. • Garantir a solicitação dos exames • Orientar os pacientes e a comunidade quanto a complementares. necessidade de realização de exames • Mobilizar o gestor municipal para complementares. agilizara realização dos exames • Orientar os pacientes e a comunidade quanto a complementares definidos no periodicidade com que devem ser realizados protocolo. exames complementares. • Estabelecer sistemas de alerta os exames complementares preconizados. • Realizar controle de estoque • Orientar os pacientes e a comunidade quanto ao (incluindo validade) de medicamentos. direito dos usuários de ter acesso aos • Manter um registro das medicamentos Farmácia Popular/Hiperdia e necessidades de medicamentos dos possíveis alternativas para obter este acesso. hipertensos cadastrados na unidade de saúde. • Treinar os ACS para a orientação de hipertensos quanto a realizar as consultas e sua periodicidade. • Monitorar o acesso aos medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. • Realizar controle de estoque (incluindo validade) de medicamentos. • Manter um registro das necessidades de medicamentos dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. • Realizar atualização do profissional no tratamento do diabetes. • Capacitar a equipe para orientar os usuários sobre as alternativas para obter acesso a medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. • Monitorar a qualidade dos registros de hipertensos acompanhados na unidade de saúde. • Manter as informações do SIAB • Orientar os pacientes e a comunidade sobre seus atualizadas. direitos em relação a manutenção de seus registros • Implantar planilha/registro de saúde e acesso a segunda via se necessário. específico de acompanhamento. • Pactuar com a equipe o registro das informações. • Definir reponsável pelo monitoramento registros. 3.1. Proporção de hipertensos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo. Numerador: Número de hipertensos com exame clínico apropriado. Denominador: Número total de hipertensos cadastrados na unidade de saúde. • Monitorar a realização de exame clínico apropriado dos pacientes hipertensos. 3.2. Proporção de diabéticos com o exame clínico em dia de acordo com o protocolo. Numerador: Número de diabéticos com exame clínico apropriado. Denominador: Número total de diabéticos cadastrados na unidade de saúde. • Monitorar a realização de exame clínico apropriado dos pacientes diabéticos. • Organizar visitas domiciliares para buscar os faltosos • Organizar a agenda para acolher os hipertensos provenientes das buscas domiciliares. • Treinar os ACS para a orientação de diabéticos quanto a realizar as consultas e sua periodicidade. • Capacitar a equipe para a realização de exame clínico apropriado. • Capacitar a equipe para a realização de exame clínico apropriado. • Monitorar o número de hipertensos com exames laboratoriais solicitados de acordo como protocolo adotado na unidade de saúde. • Monitorar o número de hipertensos com exames laboratoriais solicitados de acordo com a periodicidade recomendada. 3.4. Garantir a 50% dos diabéticos a 3.3. Proporção de diabéticos com os realização de exames complementares em exames complementares em dia de dia de acordo com o protocolo. acordo com o protocolo. Numerador: Número total de diabéticos com exame complementar em dia. Denominador: Número total de diabéticos cadastrados na unidade de saúde. • Monitorar o número de diabéticos com exames laboratoriais solicitados de acordo como protocolo adotado na unidade de saúde. • Monitorar o número de diabéticos com exames laboratoriais solicitados de acordo com a periodicidade recomendada. 3.5. Garantir a totalidade da prescrição de medicamentos da farmácia popular para 100% dos hipertensos cadastrados na unidade de saúde. 3.5. Proporção de hipertensos com prescrição de medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. Numerador: Número de hipertensos com prescrição de medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. Denominador: Número de hipertensos e diabéticos com prescrição de medicamentos. 3.5. Proporção de diabéticos com prescrição de medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. Numerador: Número de diabéticos com prescrição de medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. Denominador: Número de diabéticos com prescrição de medicamentos. 4.1. Proporção de hipertensos com registro adequado na ficha de acompanhamento. Numerador: Número de hipertensos cadastrados na unidade de saúde com registro adequado na ficha de acompanhamento. Denominador: Número total de hipertensos cadastrados na unidade de saúde. 4.2. Proporção de diabéticos com registro adequado na ficha de acompanhamento. Numerador: Número de diabéticos cadastrados na unidade de saúde com registro adequado na ficha de acompanhamento. Denominador: Número total de diabéticos cadastrados na unidade de saúde. • Monitorar o acesso aos medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. • Monitorar a qualidade dos registros de diabéticos acompanhados na unidade de saúde. • Manter as informações do SIAB atualizadas. • Implantar planilha/registro específico de acompanhamento. • Pactuar com a equipe o registro das informações. • Definir reponsável pelo monitoramento registros. • Orientar os pacientes e a comunidade sobre seus • Treinar a equipe no preenchimento direitos em relação a manutenção de seus registros de todos os registros necessário ao de saúde e acesso a segunda via se necessário. acompanhamento do diabético. • Capacitar a equipe da unidade de saúde para o registro adequado dos procedimentos clínicos em todas as consultas. 5.1 Proporçao de hipertensos com estratificação de risco cardiovascular. Numerador: Número de hipertensos cadastrados na unidade de saúde com estratificação do risco cardiovascular. Denominador: Número total de hipertensos cadastrados na unidade de saúde. • Monitorar o número de pacientes hipertensos com realização de pelo menos uma verificação da estratificação de risco por ano. • Priorizar o atendimento dos pacientes avaliados como de alto risco. • Organizar a agenda para o atendimento desta demanda. • Orientar os usuários quanto ao seu nível de risco e à importância do acompanhamento regular. • Esclarecer os pacientes e a comunidade quanto à importância do adequado controle de fatores de risco modificáveis (como alimentação). • Capacitar a equipe para realizar estratificação de risco segundo o escore de Framingham ou de lesões em órgãos alvo. • Capacitar a equipe para a importância do registro desta avaliação. • Capacitar a equipe quanto a estratégias para o controle de fatores de risco modificáveis. 5.2. Proporçao de diabéticos com estratificação de risco cardiovascular. Numerador: Número de diabéticos cadastrados na unidade de saúde com estratificação do risco cardiovascular. Denominador: Número total de diabéticos cadastrados na unidade de saúde. • Monitorar o número de pacientes diabéticos com realização de pelo menos uma verificação da estratificação de risco por ano. • Priorizar o atendimento dos pacientes avaliados como de alto risco. • Organizar a agenda para o atendimento desta demanda. • Orientar os usuários quanto ao seu nível de risco e à importância do acompanhamento regular. • Esclarecer os pacientes e a comunidade quanto à importância do adequado controle de fatores de risco modificáveis (como alimentação). • Capacitar a equipe para realizar estratificação de risco segundo o escore de Framingham ou de lesões em órgãos alvo, em especial a avaliação do pés. • Capacitar a equipe para a importância do registro desta avaliação. • Capacitar a equipe quanto a estratégias para o controle de fatores de risco modificáveis. 4.1. Manter ficha de acompanhamento de 70% dos hipertensos cadastrados na unidade de saúde. 4.2. Manter ficha de acompanhamento de 70% dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. 5. Mapear hipertensos e 5.1. Realizar estratificação do risco diabéticos de risco para cardiovascular em 50% dos hipertensos doença cardiovascular cadastrados na unidade de saúde. 5.2. Realizar estratificação do risco cardiovascular em 50% dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. 6. Promoção da saúde QUALIFICAÇÃO DA PRÁTICA CLÍNICA • Capacitar os ACS para o cadastramento de hipertensos de toda área de abrangência da unidade de saúde. • Capacitar a equipe da unidade de saúde para verificação da pressão arterial de forma criteriosa, incluindo uso adequado do manguito. 3.3. Garantir a 70% dos hipertensos a 3.3. Proporção de hipertensos com os realização de exames complementares em exames complementares em dia de dia de acordo com o protocolo. acordo com o protocolo. Numerador: Número total de hipertensos com exame complementar em dia. Denominador: Número total de hipertensos cadastrados na unidade de saúde. 3.6. Garantir a totalidade da prescrição de medicamentos da farmácia popular para 100% dos diabéticos cadastrados na unidade de saúde. 4. Melhorar o registro das informações ENGAJAMENTO PÚBLICO • Informar a comunidade sobre a existência do Programa de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus da unidade de saúde. • Informar a comunidade sobre a importância de medir a pressão arterial a partir dos 18 anos , pelo menos, anualmente. • Orientar a comunidade sobre a importância do rastreamento para DM em adultos com pressão arterial sustentada maior que 135/80 mmHg. • Orientar a comunidade sobre os fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão e diabetes. • Monitorar o número de diabéticos • Garantir o registro dos diabéticos cadastrados no Programa de Atenção cadastrados no Programa. à Hipertensão Arterial e à Diabetes • Melhorar o acolhimento para os Mellitus da unidade de saúde pacientes portadores de diabetes. • Garantir material adequado para realização do hemoglicoteste na unidade de saúde. 2.2. Buscar 50% dos diabéticos faltosos às 2.2. Proporção de diabéticos faltosos com • Monitorar o cumprimento da consultas na unidade de saúde conforme a a consulta médica com busca ativa. periodicidade das consultas previstas periodicidade recomendada. Numerador: Número de hipertensos no protocolo (consultas em dia). faltosos à consulta médica com busca ativa. Denominador: Número total de diabéticos cadastrados na unidade de saúde faltosos às consultas. 3. Melhorar a qualidade 3.1. Realizar exame clínico apropriado em do atendimento ao 70% dos hipertensos. paciente hipertenso e/ou diabético realizado na unidade de saúde ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO SERVIÇO • Garantir o registro dos hipertensos cadastrados no Programa. • Melhorar o acolhimento para os pacientes portadores de HAS. • Garantir material adequado para a tomada da medida da pressão arterial (esfigmomanômetro, manguitos, fita métrica) na unidade de saúde. 6.1. Garantir avaliação odontológica a 70% 6.1. Proporção de hipertensos com dos pacientes hipertensos. avaliação odontológica. Numerador: Número de hipertensos que realizaram avaliação odontológica. Denominador: Número de hipertensos cadastrados na unidade de saúde. 6.2. Garantir avaliação odontológica a 70% 6.2. Proporção de diabéticos com dos pacientes diabéticos. avaliação odontológica. Numerador: Número de diabéticos que realizaram avaliação odontológica. Denominador: Número de diabéticos cadastrados na unidade de saúde. 6.3. Garantir orientação nutricional sobre alimentação saúdável a 70% dos hipertensos. 6.3. Proporção de hipertensos com orientação nutricional sobre alimentação saudável. Numerador: Número de pacientes hipertensos que receberam orientação sobre alimentação saudável. Denominador: Número de hipertensos cadastrados na unidade de saúde. 6.4. Garantir orientação nutricional sobre 6.4. Proporção de diabéticos com alimentação saúdável a 70% dos orientação nutricional sobre alimentação diabéticos. saudável. Numerador: Número de pacientes diabéticos que receberam orientação sobre alimentação saudável. Denominador: Número de diabéticos cadastrados na unidade de saúde. 6.5. Garantir orientação em relação à 6.5. Proporção de hipertensos com prática de atividade física regular a 100% orientação sobre prática de atividade dos pacientes hipertensos. física regular. Numerador: Número de pacientes hipertensos que receberam orientação sobre prática de atividade física regular. Denominador: Número de hipertensos cadastrados na unidade de saúde. 6.6. Garantir orientação em relação à 6.6. Proporção de diabéticos com prática de atividade física regular a 100% orientação sobre prática de atividade dos pacientes diabéticos. física regular. Numerador: Número de pacientes diabéticos que receberam orientação sobre prática de atividade física regular. Denominador: Número de diabéticos cadastrados na unidade de saúde. 6.7. Garantir orientação sobre os riscos do 6.7. Proporção de hipertensos com tabagismo a 100% dos pacientes orientação sobre os riscos do tabagismo. hipertensos. Numerador: Número de pacientes hipertensos que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo. Denominador: Número de hipertensos cadastrados na unidade de saúde. 6.8. Garantir orientação sobre os riscos do 6.8. Proporção de diabéticos com tabagismo a 100% dos pacientes orientação sobre os riscos do tabagismo. diabéticos. Numerador: Número de pacientes diabéticos que receberam orientação sobre os riscos do tabagismo. Denominador: Número de diabéticos cadastrados na unidade de saúde. • Monitorar a realização de consultas • Organizar a agenda da atenção a periódicas anuais dos hipertensos com saúde bucal de forma a possibilitar a o dentista. atenção ao hipertenso. • Estabelecer prioridades de atendimento considerando a classificação do risco odontológico. • Demandar junto ao gestor oferta de consultas com dentista para estes pacientes. • Monitorar a realização de consultas • Organizar a agenda da atenção a periódicas anuais dos diabéticos com saúde bucal de forma a possibilitar a o dentista. atenção ao hipertenso. • Estabelecer prioridades de atendimento considerando a classificação do risco odontológico. • Demandar junto ao gestor oferta de consultas com dentista para estes pacientes. • Monitorar a realização de • Organizar práticas coletivas sobre orientação nutricional aos alimentação saudável. hipertensos. • Demandar junto ao gestor parcerias institucionais para envolver nutricionistas nesta atividade. • Orientar os pacientes e a comunidade quanto ao direito dos usuários de ter acesso aos medicamentos Farmácia Popular/Hiperdia e possíveis alternativas para obter este acesso. • Capacitar a equipe para seguir o protocolo adotado na unidade de saúde para solicitação de exames complementares. • Capacitar a equipe para seguir o protocolo adotado na unidade de saúde para solicitação de exames complementares. • Realizar atualização do profissional no tratamento da hipertensão. • Capacitar a equipe para orientar os usuários sobre as alternativas para obter acesso a medicamentos da Farmácia Popular/Hiperdia. • Treinar a equipe no preenchimento de todos os registros necessário ao acompanhamento do hipertenso • Capacitar a equipe da unidade de saúde para o registro adequado dos procedimentos clínicos em todas as consultas. • Buscar parcerias na comunidade, reforçando a • Capacitar a equipe para a avaliação e intersetorialidade nas ações de promoção da tratamento bucal do paciente saúde. hipertenso. • Mobilizar a comunidade para demandar junto aos gestores municipais garantia da disponibilização do atendimento com dentista. • Buscar parcerias na comunidade, reforçando a • Capacitar a equipe para a avaliação e intersetorialidade nas ações de promoção da tratamento bucal do paciente saúde. hipertenso. • Mobilizar a comunidade para demandar junto aos gestores municipais garantia da disponibilização do atendimento com dentista. • Orientar hipertensos e seus familiares sobre a importância da alimentação saudável. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre práticas de alimentação saudável. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre metodologias de educação em saúde. • Monitorar a realização de orientação nutricional aos dibéticos • Organizar práticas coletivas sobre • Orientar diabéticos e seus familiares sobre a alimentação saudável. importância da alimentação saudável. • Demandar junto ao gestor parcerias institucionais para envolver nutricionistas nesta atividade. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre práticas de alimentação saudável. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre metodologias de educação em saúde. • Monitorar a realização de orientação para atividade física regular aos hipertensos. • Organizar práticas coletivas para • Orientar hipertensos e a comunidade sobre a orientação de atividade física. importância da prática de atividade física regular. • Demandar junto ao gestor parcerias institucionais para envolver educadores físicos nesta atividade. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre a promoção da prática de atividade física regular. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre metodologias de educação em saúde. • Monitorar a realização de orientação para atividade física regular aos diabéticos. • Organizar práticas coletivas para • Orientar diabéticos e a comunidade sobre a orientação de atividade física. importância da prática de atividade física regular. • Demandar junto ao gestor parcerias institucionais para envolver educadores físicos nesta atividade. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre a promoção da prática de atividade física regular. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre metodologias de educação em saúde. • Monitorar realização de orientação sobre riscos do tabagismo aos hipertensos. • Demandar ao gestor a compra de • Orientar os hipertensos tabagistas sobre a medicamentos para o tratamento do existência de tratamento para abandonar o "abandono ao tabagismo". tabagismo. • Capacitar a equipe para o tratamento de pacientes tabagistas. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre metodologias de educação em saúde. • Monitorar realização de orientação sobre riscos do tabagismo aos diabéticos. • Demandar ao gestor a compra de • Orientar os diabéticos tabagistas sobre a medicamentos para o tratamento do existência de tratamento para abandonar o "abandono ao tabagismo". tabagismo. • Capacitar a equipe para o tratamento de pacientes tabagistas. • Capacitar a equipe da unidade de saúde sobre metodologias de educação em saúde. 70 Anexo B: 71 Anexo C: 72 73