MARIA CLÁUDIA SPEXOTO TÍTULO: “CONSUMO ALIMENTAR, ESTADO NUTRICIONAL E RESPOSTA PRECOCE DOS FATORES DE RISCO RELACIONADOS À SÍNDROME METABÓLICA DE PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS” DATA DA DEFESA: 20/10/2010 RESUMO: A elevada prevalência de fatores de risco para a Síndrome Metabólica (SM) entre pacientes submetidos ao Transplante de CélulasTronco Hematopoéticas (TCTH) já foi comprovada, mas pouco se sabe a respeito das alterações ocorridas na composição corporal e sobre a interferência do consumo de alimentos na manifestação desses fatores. Pouco se sabe também sobre o quão precoce é o surgimento dessas alterações. Frente a isso, foi proposto com este estudo avaliar o consumo de alimentos, o estado nutricional e a incidência de alteração precoce de fatores determinantes da síndrome metabólica em pacientes submetidos ao TCTH. Tratou-se de um estudo longitudinal, com dados obtidos no Departamento de Hematologia e Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital de Câncer de Barretos. Participaram 27 indivíduos que realizaram TCTH no período de junho de 2009 a março de 2010, com idade média de 44±14, entre 20 e 60 anos, 13 mulheres e 14 homens, com maior proporção de TCTH autólogo (n=20) sobre o alogênico (n=7), sendo o Mieloma Múltiplo (60%) prevalente entre os autólogos e a Leucemia Mielóide Aguda (43%) entre os alogênicos. O Índice de Massa Corporal (IMC) médio no PréTMO dos casos estudados foi de 27±5 Kg/m 2. Nos momentos Pós-TMO, D+30, D+60 e D+100 (D+n = dias decorridos do TMO) foram monitorados indicadores antropométricos do estado nutricional, indicadores bioquímicos do metabolismo lipídico e da glicose e o consumo de alimentos a partir de um recordatório do consumo de 24 horas. A SM foi avaliada conforme os critérios diagnósticos da IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose (2007). Os resultados apontaram na direção de confirmação da hipótese do trabalho, uma vez que após 100 dias do transplante foi constatado que os 27 indivíduos analisados mantiveram estáveis o consumo alimentar e o estado nutricional avaliado a partir de indicadores antropométricos. Não houve diferença na incidência dos fatores de risco para o diagnóstico da SM em todas as comparações. Também não houve diferença na glicemia e insulinemia em jejum. No entanto, os fatores relacionados ao perfil lipídico apresentaram-se próximos do nível crítico de significância adotado para triglicérides (TG) e lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL-C) entre os transplantes alogênicos (n=7, ρ = 0,06) se significativos para colesterol total (CT) entre os autólogos (n=20, ρ=0,027) apontando para manifestações precoces da SM, que podem estar sendo influenciadas pelo padrão de consumo alimentar marcado, neste estudo, pelas escolhas de alimentos pouco saudáveis. Conclui-se que os efeitos do TCTH sobre o metabolismo lipídico devem ser alvo de rastreamento precoce, já que os resultados, embora não conclusivos, apontam para alterações nos fatores de risco relativos ao metabolismo lipídico para a SM.