Pará pode ser 1º estado do Norte a fazer transplante Para discutir a proposta, especialistas reúnem-se no I Simpósio sobre Transplantes de Células-tronco Hematopoéticas Belém poderá ser a primeira capital do Norte do país a instalar um Centro de Transplante de Células-tronco Hematopoéticas (TCTH), novo nome que a Ciência dá ao transplante de medula óssea. A proposta será discutida durante o I Simpósio sobre Transplantes de Células-tronco Hematopoéticas, que será realizado no dia 06 de agosto, no auditório do Hospital HSM – Centro Avançado de Oncologia. O encontro traz como palestrante o médico oncohematologista Luís Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer (CEMO/INCA). Na abertura da programação, Bouzas faz conferência sobre o “Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) no Brasil – histórico e perspectivas futuras”. O evento segue com a mesa-redonda “Implantação do Serviço de TCTH no Pará”, moderada por Juliana Pelaio e Marcos Laércio Pontes Reis, médicos do HSM. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO) o número de doadores voluntários aumentou em cerca de 70%. Para se ter uma ideia desse crescimento, em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos e hoje são cerca de 3,112 milhões de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Atualmente, há no Brasil 70 centros para transplantes de células-tronco hematopoéticas e 26 para transplantes com doadores não-aparentados Mesmo diante desse avanço, a oncohematologista do HSM, Alessandra Bentes, afirma que os desafios são gigantescos para atender a uma demanda que excede, na maioria das vezes, a própria capacidade dos centros de transplantes. “Há um déficit de leitos para transplantes de células-tronco no país, já que todos os estados da região Norte enviam pacientes para os centros onde o transplante já é feito e isso está tornando o tempo de espera muito longo. Por isso, estamos na grande expectativa de avançar na implantação de um centro no Pará”, ressalta a médica. Além da falta de leitos, outra dificuldade apontada pela especialista é a miscigenação brasileira. “A mistura de raças dificulta um pouco a localização de doadores compatíveis. Existem, inclusive, cadastros regionais por conta da etnia. O reforço desses facilita a identificação de futuros doadores e agiliza a execução do procedimento”, afirma. Alessandra Bentes explica também que o transplante é uma etapa do tratamento de doenças hematológicas e que pode ou não ser aplicado. Tudo dependerá do estágio do paciente. “Se o caso for de alto risco há indicação para o transplante. Já os pacientes com baixo risco são, geralmente, submetidos ao tratamento quimioterápico e, posteriormente, ao transplante se houver doador na família”, conclui. Benefícios do tratamento Conhecida popularmente como “tutano”, a medula óssea é um tecido líquido localizado no interior dos ossos. A estrutura produz os componentes do sangue, entre eles os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas, que são substâncias fundamentais para o transporte de oxigênio, hormônios e nutrientes para o organismo. Se a medula estiver deficiente – apresentar problema na fabricação de células produzidas por ela, a pessoa poderá desenvolver diversos tipos de doenças, como leucemia, linfomas, anemias graves ou outras doenças do sangue. “Diante disso, é necessário substituir a medula deficiente para reconstituir uma medula saudável. O transplante com células-tronco hematopoéticas (CPH) é o ideal para pacientes de alto risco, pois elas possuem a capacidade de autorrenovação e são as responsáveis por originar as células sanguíneas adultas. As CPH podem ser obtidas através de punção da medula óssea, do sangue periférico (que circula no corpo) e também do sangue de cordão umbilical e da placenta”, esclarece a oncohematologista, Alessandra Bentes. Podem se beneficiar com o transplante de CPH pacientes que sofrem com doenças, como leucemias, linfomas, anemias graves, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, erros inatos de metabolismo, mieloma múltiplo e doenças autoimunes, por exemplo. Para ser um doador é necessário atender alguns requisitos, como ter uma boa saúde (sem doenças infecciosas, como hepatite, Chagas, HIV, sífilis e outros problemas como diabetes, câncer e doenças específicas do sangue) e ter entre 18 e 55 anos para fazer o cadastro, podendo ser chamado até os 60 anos. Serviço- I Simpósio sobre Transplante de Células-tronco Hematopoéticas, na quarta (06), às 9h, no auditório do 5º andar do HSM, na travessa do Chaco, 1503 – entre Duque de Caxias e Visconde de Inhaúma. Fonte: ORMNews. Publicado por Folha do Progresso fone para contato 3528-1839 Cel. TIM: 93-81171217 e-mail contato:[email protected] Tel. para