A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL, A RECENTE ALTA NOS PREÇOS DO PETRÓLEO E OS IMPACTOS NA ARRECADAÇÃO DE ROYALTIES E PARTICIPAÇÃO ESPECIAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Francisco Dourado1,3; Marcio Serrão1,3; Ana Paula Ferreira1,3; José Otávio da Silva2,3; Hernani Chaves2,3 DRM-RJ – Serviço geológico do Estado do Rio de Janeiro ([email protected]); Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 3 CIPEG - Centro de Informações sobre Petróleo e Gás Natural do Estado do Rio de Janeiro. 1 2 A enxurrada de crédito, nos Estados Unidos, sem o controle do risco financeiro e que gerou a compra, pelo governo americano, de bilhões de dólares em ativos “podres” somada ao crescente gasto nas guerras no Afeganistão e no Iraque se refletiu em crise econômica mundial “virtual”. A economia de diversos países sofreu forte desaceleração com a incerteza gerada pela volatilidade de seus mercados de capital e a fuga destes recursos atrás de economias mais seguras. O preço, de algumas commodities, sofreu quedas acentuadas devido a queda dos investimentos. Porém, os mesmos conflitos que aumentaram os gastos governamentais americanos, causaram a alta dos preços internacionais do petróleo. Em 2008, a média anual do preço do barril de óleo do tipo BRENT (US$ 99,57) foi 37,68% maior em relação ao ano anterior (US$ 72,32). Em Junho deste ano, alcançou a média máxima mensal de US$ 133,88 por barril de óleo do tipo BRENT (com um pico US$ 145,31 no dia 3 de Julho). O esfriamento da economia mundial e o processo de retirada das tropas americanas do Iraque fizeram que os preços internacionais do petróleo caíssem mais de 60% no três primeiros meses de 2009 em relação à média em 2008. O aumento do preço nos últimos meses diminuiu essa queda para 52%. Esta crise surtiu efeito no câmbio internacional do dólar e não foi diferente em relação ao Real brasileiro. No mesmo mês de Julio onde foi registrado o pico histórico do preço do barril tipo BRENT, a cotação do Dólar em relação do Real atingiu o preço mínimo dos últimos anos com o valor de 1,59 de média mensal. A produção média mensal de petróleo no país sofreu um pequeno aumento de 3,9%, passando de 55 milhões de barris para 57,2 milhões de barris. Esses parâmetros, preço de comercialização, taxa de câmbio e volume produzido, são as variáveis necessárias para o cálculo da alíquota paga à União, Estado e Municípios, em forma de compensações financeiras, pela produção de petróleo e gás natural no Brasil, chamadas Royalties e Participação Especial. Em 2008, o estado do Rio de Janeiro e seus municípios receberam 10,30 bilhões de Reais entre Royalties e Participação Especial (Estado do Rio de Janeiro: Royalties 2,26 bi. e PE 4,45 bi.; Municípios: Royalties 2,48 bi. e PE 1,11 bi.), um aumento de 51,5% em relação o que foi arrecadado em 2007 (Estado do Rio de Janeiro: Royalties 1,56 bi. e PE 2,80 bi.; Municípios: Royalties 1,74 bi. e PE 0,70 bi.).