Consumo de álcool por adolescentes e gênero Tatiane Vilela Coelho Raínne Costa Sousa Área de pesquisa Saúde pública Importância do fenômeno Álcool Droga psicotrópica atua no sistema nervoso central Possui ampla aceitação social droga lícita Consumo excessivo problemas Tem potencial para desenvolver dependência (CEBRID,n.d.) Alcoolismo Condição frequente atinge cerca de 10% da população brasileira Transição do beber moderado ao beber problemático ocorre lentamente Sinais de dependência: tolerância; aumento da importância do álcool para a pessoa (CEBRID, n.d.) Uso ≠ abuso ≠ dependência Uso Qualquer consumo, independente da frequência Abuso Consumo já associado a algum tipo de prejuízo Dependência Uso passa a caracterizar um estado disfuncional (CID-10) Consumo de álcool População brasileira maiores consumidores de álcool Estimativa de consumo anual de aproximadamente nove litros de álcool absoluto entre residentes maiores de quinze anos de idade. (Bortoluzzi et al. 2010) Adolescência A adolescência é uma fase de transição entre a infância e a idade adulta, marcada por diversas mudanças físicas e psicológicas Tem início aos 10 anos de idade e termina aos 19 anos completos. (Eisenstein, 2005) Prevalência Na população geral na vida 49,8% no ano de 2005 74,6% (CEBRID, 2006) Prevalência Adolescentes na vida 42,4% no ano 60,5% (CEBRID, 2010) Consequências graves Um dos principais fatores de risco para a saúde no mundo Envolve cerca de 60 diferentes causas de problemas de saúde (IBGE, 2012) Consequências graves Para o adolescente: Influencia no desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Uso precoce problemas de saúde na idade adulta Uso precoce aumenta as chances do consumo excessivo na idade adulta (IBGE, 2012) Consequências graves Insucesso escolar Acidentes Violência Comportamentos de risco (tabagismo, drogas, sexo desprotegido) (IBGE, 2012) Custos EUA 48 bilhões de dólares Austrália 1% do PIB Canadá 7,52 bilhões de dólares Chile 2,96 bilhões de dólares (CISA; Duailibi, 2007) Custos No Brasil: Em 2001 foi registrado pelo SUS um gasto de mais de 60 milhões de reais Internações para tratamento de problemas relacionados ao abuso do álcool. R$ 1 milhão Acidentes automobilísticos (Ministério da Saúde, 2003) Ritmo de crescimento Uso de álcool na vida por adolescentes 1999 35% 2001 48% 2005 54,3% (Secretaria Nacional Antidrogas, 2007) Fatores associados Biológicos, sociais e emocionais Idade Gênero Nível socioeconômico Estudar em escolas públicas ou privadas Morar ou não com os pais Possuir história de álcool na família (Strauch et al., 2009) Fatores associados Religião Uso de tabaco ou outras drogas Apoio/incompreensão familiar Transtornos mentais como depressão e ansiedade Bullying e outros tipos de violência (Strauch et al., 2009.; Malta et al.; 2014; Anjos et al., 2012) Formulação do problema Foram realizadas buscas nos indexadores, Google Acadêmico, Scielo e Lilacs, utilizando os descritores “consumo de álcool”, “adolescência”, “gênero” e “alcoolismo” Formulação do problema Foram encontrados um total de 24 estudos, nos quais: - 14 eram pesquisas quantitativas 6 eram pesquisas qualitativas 2 estavam incompletas 2 não correlacionavam as variáveis estudadas - Formulação do problema Foram analisadas então, 14 pesquisas quantitativas com o objetivo de verificar se a prevalência do consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes é maior no gênero masculino ou feminino. Formulação do problema Das 14 pesquisas: 9 encontraram maior consumo entre adolescentes do gênero masculino 3 encontraram maior consumo no gênero feminino 2 não encontraram relação significativa na prevalência do consumo de álcool entre os gêneros Formulação do problema Para encontrar possíveis explicações metodológicas que pudessem explicar tais resultados, foram analisadas algumas características das pesquisas, como: Tamanho da amostra Local da pesquisa Ano em que a pesquisa foi realizada Outras variáveis relevantes Outras variáveis como o nível socioeconômico e histórico familiar foram levantadas como relevantes no que diz respeito ao consumo de álcool e gênero na adolescência. Formulação do problema C1 Pesquisas que encontraram maior prevalência de consumo de álcool em adolescentes do gênero masculino. C2 Pesquisas que encontraram maior prevalência de consumo de álcool em adolescentes do gênero feminino C3 Pesquisas que não encontraram diferença significativa entre o consumo de álcool nos adolescentes do gênero masculino e do gênero feminino. Tamanho da amostra C1 (< masculino) C2 (< feminino) C3 P4 - 933 P1 – 30 P13 - 965 P5 - 98 P2 – 59699 P14 - 1170 P6 - 776 P3 - 499 P7 - 1056 P8 – 110 P9 - 308 P10 - 1025 P11 - 232 P12 - 184 Tamanho da amostra O tamanho da amostra parece ser uma explicação plausível para a contradição dos resultados. Local da pesquisa C1 (< masculino) C2 (< feminino) C3 P4 – Cuiabá, MT P1- Sapiranga, RS P13 – Jacareí e Diadema, SP P5 – Município no interior da Bahia P2 - Capitais brasileiras e Distrito Federal P14 – Gravataí, RS P6 – Feira de Santana, BA P3 – Cuiabá, MT P7 – Pelotas, RS P8 – não informa P9 – Olhão, Portugal P10–Ribeirão Preto, SP P11- Brasil P12 – não informa Local da Pesquisa O local da pesquisa não parece ser uma explicação plausível para a contradição dos resultados. Ano da pesquisa C1 (< masculino) C2 (< feminino) C3 P4 – 2005 P1 – sem ano P13 – 2007 P5 – 2011 P2 – 2009 P14 – 2005 P6 – 2003 P3 – 2009 P7 – 2005/2006 P8 – 1995/1996 P9 – 2011 P10 – 1990 P11 – 2009/2010 P12 – 2002 Ano da pesquisa O ano da pesquisa não parece ser uma explicação plausível para a contradição dos resultados. Problema de pesquisa O problema de pesquisa encontrado na literatura consultada foi a contradição dos resultados no que diz respeito ao gênero dos adolescentes que consomem maiores quantidades de álcool. Questão de pesquisa A questão de pesquisa a ser investigada, no presente trabalho, é se o genero está ou não relacionado ao alcoolismo em adolescentes Objetivo Verificar se o consumo de álcool na adolescência será maior em homens ou em mulheres. Hipótese A prevalência do consumo de álcool na adolescência será maior no gênero masculino do que no gênero feminino. – Gênero VD – Porcentagem do consumo de álcool VI Justificativa da hipótese A maioria das pesquisas relativas ao tema encontraram maior prevalência do consumo de álcool no gênero masculino; Estudos como os de Strauch, Pinheiro, Silva & Horta (2009) e Muza, Bettiol, Muccillo & Barbieri, (1997), que possuem procedimentos metodológicos confiáveis, apontaram maior prevalência do consumo de álcool no gênero masculino. Delineamento Para este estudo será utilizado o delineamento Pré-experimental de Comparação com Grupo Estático. Notação G1 X1 O1 -------------G2 X2 O2 X1 = Gênero masculino X2 = Gênero feminino O1 = Porcentagem do consumo de álcool O2 = Porcentagem do consumo de álcool Delineamento - vieses O principal viés deste delineamento é o viés Seleção, devido à impossibilidade de distribuir os sujeitos aleatoriamente aos dois grupos. Delineamento - vieses Será verificado se os grupos diferem em relação a alguma variáveis, como: Consumo de tabaco e/ou outras drogas Antecedentes familiares Nível socioeconômico Com que mora Variáveis A escolha destas variáveis ocorreu com base na literatura utilizada que indica maior prevalência do consumo de álcool em adolescentes que: Fazem uso de outras drogas Possuem familiares que consomem álcool Possuem nível socioeconômico alto Não moram com os pais Referências Anjos, K. F., Santos, V. C. & Almeida, O. S. (2012). 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Uso de substâncias na adolescência e problemas familiares. Cad. Saúde Pública, 28(4), 678-688. Malta, D. C., Mascarenhas, M. D. M., Porto, D. L., Barretos, S. M. & Neto, O. L. M (2014) Exposição ao álcool entre escolares e fatores associados.Saúde pública, 48(1):52-62 Matos, A. M., Carvalho, R. C., Costa, M. C. O., Gomes, K. E. P. S.& Santos, L. M. (2010). Consumo frequente de bebidas alcoólicas por adolescentes escolares: estudo de fatores associados. Rev Bras Epidemiol, 13(2):302-13 Ministério da Saúde. (2003). A política do Ministério da Saúde para a atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Secretaria Executiva, Coordenação Nacional de DST e Aids. Brasília. Muza, G.; Bettiol, H.; Muccillo, G. & Barbieri, M. A. (1997). Consumo de substâncias psicoativas por adolescentes escolares de Ribeirão Preto, SP (Brasil). I- Prevalência do consumo por sexo, idade e tipo de substância. Revista Saúde Pública, 31 (1), 21-9. Referências Pereira, M. M. (2003). 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