variabilidade da freqüência cardíaca no domínio

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VARIABILIDADE DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA NO DOMÍNIO DA
FREQÜÊNCIA, DURANTE O SONO, EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES PORTADORES DE ANEMIA FALCIFORME
sUELI DA ROCHA FALCÃO
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação da Faculdade de MedicinaCiências Médicas da Universidade de
Brasília, para obtenção do título de mestre.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Tavares
Brasília – 2008
www.paulomargotto.com.br
INTRODUÇÃO
ANEMIA FALCIFORME
Histórico
• Surgiu a milhares de anos na Ásia menor
• James B. Herrick (1910) – “eritrócitos peculiarmente alongados
e em forma de foice”
• James V. Néel e Beet estabeleceram a diferenciação genética
entre traços falcemicos e anemia falciforme
• Castro (1933) – primeira referência da doença no Brasil
INTRODUÇÃO
ANEMIA FALCIFORME
Doença genética, homozigota para hemoglobina S (SS)
INTRODUÇÃO
ANEMIA FALCIFORME
Aspéctos Clínicos
Células em forma de foice
oclusão vascular
lesão tecidual
LESÕES DE ÓRGÃOS E SISTEMA
SISTEMA CARDIOVASCULAR
INTRODUÇÃO
ANEMIA FALCIFORME
SISTEMA
CARDIOVASCULAR
FALCIZAÇÃO DA
HEMÁCIA
ANEMIA
FC e VOLUME
SISTÓLICO
CARDIOMEGALIA
MICROINFARTOS
HIPOXIA CELULAR
FIBROSE MIOCÁRDIA
INTRODUÇÃO
ANEMIA FALCIFORME
Aspéctos Clínicos
• Estudo Cooperativo para AF, realizado no EUA- 12% a 26% causa
morte desconhecida
• Jamaica e Inglaterra – 22% causa morte desconhecida
? Morte súbita
? Lesão no sistema de condução cardíaco
James T.N., et al. N.Engl J M, 1994
Charache S. J Lab Clin Med,1994
INTRODUÇÃO
Controle Autonômico Cardíaco
SNA
FC
Volume sistólico
Resistência
vascular
periférica
INTRODUÇÃO
Controle Autonômico Cardíaco
Barorreceptores
Via aferente Quimiorreceptores
Receptores Cardio-pulmonares
SNA
S.N.Simpático
Via eferente
S.N.Parassimpático
INTRODUÇÃO
Controle Autonômico Cardíaco
INTRODUÇÃO
Anemia Falciforme e Disfunção Autonômica
• Romero-Mestre et al. - 58,3% dos pacientes apresentaram
disfunção autonômica - redução da VFC com redução da
atividade parassimpática.
• Romero-Vecchione et al. – estudou o SNA, por meio da
resposta reflexa autonômica e evidênciou disfunção
autonômica por redução da atividade simpática.
Romero-Mestre J.C., et al. Clinical Autonomic Reseach,1996
Romero-Vecchione E., et al. Sangre, 1995
INTRODUÇÃO
Anemia Falciforme e Disfunção Autonômica
Prováveis fatores responsáveis pela disautonomia na AF
1- Alteração na perfução miocárdica e no sistema de condução
2- Baixa tensão de oxigênio nos tecidos, que é reconhecida pelo corpo
carotídeo ativando os quimiorreceptores e procovocando uma
resposta das fibras eferentes
INTRODUÇÃO
Sono e Sistema Nervoso Autonômo
Redução da PA
NREM
S.N. Eferente
parassimpático
Redução da Fc
Redução do Débito Cardíaco
SONO
REM
REM Fásico
S.N.Eferente
simpático
REM Tônico
S.N.Eferente
parassimpático
Elevação da PA
Elevação da FC
Elevação do Débito Cardíaco
INTRODUÇÃO
VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA
•
Permite a análise dos efeitos moduladores do SNA
1.
Domínio do tempo
2.
Domínio da frequência – define e separa por análise espectral,
os diversos harmônicos da frequência fundamental (Hertz).
Isso ocorre por meio da aplicação da tranformada rápida de
Fourier.
INTRODUÇÃO
VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA
•
Análise espectral no domínio da frequência (Hz)
Apresenta 3 componentes:
1.
Muito baixa frequência (MBF) – 0,008-0,05Hz
2.
Baixa frequência (BF) – 0,05-0,15 Hz – regulação simpática
3.
Alta frequência (AF) – 0,15- 0,40 Hz – regulação
parassimpática
Índice de balaço simpatovagal – BF/AF
OBJETIVOS
• OBJETIVOS GERAIS
Avaliar a função autonômica do coração por meio da análise
espectral da variabilidade da freqüência cardíaca, por meio do
sistema holter de registro eletrocardiográfico, durante as fases
do sono registradas no estudo polissonográfico.
OBJETIVOS
•
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1.
Definir o ritmo circadiano autonômico cardíaco, com base nas
análises espectrais da variabilidade da freqüência cardíaca e
da polissonografia em portadores de anemia falciforme.
2.
Estabelecer associação entre a função autonômica cardíaca,
com períodos de dessaturação noturna.
3.
Estabelecer associação entre a função autonômica cardíaca,
com os níveis de hemoglobina sérica.
INDIVÍDUOS E MÉTODOS
•
População de estudo
Portadores de A.F. ( homozigoto- Hb SS)
Número de pacientes – 44
Idade – 10 a 19 anos
Gênero – 22 masculino
Origem – Setor de Hematologia Pediátrica do Hospital
de Apoio de Brasília - GDF
INDIVÍDUOS E MÉTODOS
•
Critérios de inclusão
Pacientes com A.F. (SS)
Idade entre 10 e 19 anos
Todos os pacientes, que os pais aceitaram a
participar da pesquisa, através da assinatura do
termo de consentimento livre e esclarecido
INDIVÍDUOS E MÉTODOS
Critérios de exclusão
Doenças Falciformes outras (não SS)
Pacientes portadores de cardiopatia congênita, doença reumática
com ou sem válvulopatia, miocardiopatia de etiologia
diferente da A.F.
Pacientes com febre e ou infecções 4 semanas antes do holter
Pacientes em uso de medicação com ação cardiovascular, ou que
interfira no sistema autonômico cardíaco
Pacientes asmáticos
Pacientes desidratados
INDIVÍDUOS E MÉTODOS
• Procedimento
INDIVÍDUOS E MÉTODOS
Análise estatística
Estatística descritiva – média e desvio padrão
Teste de Shapiro- Wilks foi aplicado para testar a distribuição dos dados.
Análise da variância com medidas repetidas (ANOVA) foi aplicado em
variáveis de distribuição normal. Quando em presença de valores
significantes o pós-teste de Bonferroni para comparaçoes emparelhadas
foi aplicado.
O teste de Friedman foi aplicado em variáveis não paramétricas, e quando
significante o pós-teste de Dunn foi usado para comparação emparelhada.
O teste T de Student e Wilconox Mann- Whitney foram usados com base na
distribuição dos dados para comparar os resultados da VFC entre
pacientes com SpO2 maior e menor que 90% durante o sono REM
O nível de significância estabelecido foi de 5%
RESULTADOS
• 44 pacientes foram submetidos ao estudo polissonográfico e
holter.
• Foram excluidos 11 pacientes da análise espectral:
- 09 devido ao traçado estar de baixa qualidade técnica
- 02 por não terem apresentado sono REM na polissonografia
RESULTADOS
Análise da VFC durante os estágios do sono
Valores amostrais dos índices espectrais de portadores
de AF durante os estágios do sono (n33)
Vigília
Estágio 4
REM
Potência Total
2130±2439,84
2127,42±2757,76
3792,36±4785,31 *
BF(ms2)
551,24±510,7
697,52±928,74
1205,09±1405,59
AF(ms2)
419,12±499,17
753,11±1053,20
1284,39±2232,84 **
* p = 0,005
** p = 0,006
RESULTADOS
Análise da VFC durante os estágios do sono
• Com o objetivo de representar o valor relativo de cada
componente em proporção à potência total menos o
componente de muito baixa frequência, analisamos os
componentes de alta e baixa frequência em potência
normalizada
• - Baixa freqüência normalizada [BFnu=100xBF/( Ptotal - MBF)]
• - Alta freqüência normalizada [(AFnu+ 100x AF/Ptotal - MBF)]
RESULTADOS
Análise da VFC durante os estágios do sono
BF e AF (nu) e a razão BF/AF em relação aos estágios do sono
Vigília
Estágio 4
REM
BF/AF
4,60± 7,53
3,99± 8,89
3,53±4,35
BF
56,26±22,01
50,69±22,91
54,92±22,80
AF
31,15±19,32
39,46±21,68 *
34,48±20,53
* p = 0,019
RESULTADOS
Análise da VFC durante os estágios do sono
Flutuação da razão BF/AF durante os estágios do sono
SCD- anemia falciforme
CTR- controle
Com consentimento Dr Finley
Finley J.P., et al Auton Nerv Syst,1995
RESULTADOS
Saturação da Oxi-hemoglobina e Sono
• SpO2 durante o sono REM – SpO2 < 90% em 56% dos
pacientes c/ AF
Abreviação: SpO2 saturação de oxigênio, awake= acordado,delta= fase 4 do
sono, REM= movimento rápido dos olhos
RESULTADOS
VFC e nível sérico de hemoglobina
• Estudamos o efeito dos níveis de hemoglobina sérica na VFC
Não ocorreu associação entre baixos níveis de hemoglobina
sérica e a VFC.
Conclusão
–
Os indivíduos portadores de anemia falciforme
apresentaram um predomínio da atividade autonômica
simpática durante todas as fases do sono e vigília.
–
Durante a fase REM do sono ocorreu redução da atividade
simpática em relação à fase de sono profundo, o que
pode caracterizar uma alteração no ritmo circadiano do
sistema autonômico cardíaco.
Conclusão
– Os indivíduos portadores de anemia falciforme
apresentaram baixos níveis de saturação de oxigênio
durante a vigília e o sono.
– Os baixos valores de saturação de O2 não se relacionam
com a presença de disfunção autonômica.
– Não houve correlação entre níveis séricos de hemoglobina
e disfunção autonômica.
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