RELATO DE CASO Varicela infectada e Choque Séptico Giancarlo de Queiroz Fonseca/Escola Superior de Ciências da Saúde/SES/DF Coordenação: Elisa de Carvalho CASO CLÍNICO J.V.F.T, masculino, branco, 4 anos, nascido em 19.03.02 em Cana Brava –MG. Paciente admitido no HRAS às 10h40min do dia 14.09.06. Veio procedente do Hospital de Unaí-MG com história de febre há 4 dias da internação neste hospital acompanhada de pápulas orais, que se disseminaram para tronco e, posteriormente, membros. Associado ao quadro há relato de edema em hemiface direita após lesão em região maxilar (?). CASO CLÍNICO Ficou internado no hospital de Unaí durante 1 dia, sendo feito uso de cefalotina 8/8h, polaramine e submetido a um RX tórax sem alterações. Foi transferido, em seguida, para o HRAS. Não há relatos de antecedentes. Ao exame (14.09.06): MEG, irritado, consciente, orientado, taquicárdico, acianótico, desidratado, perfusão > 5s FC: 190bpm TAX: 37,7ºC FR: ? AR: MVF S/ RA CASO CLÍNICO ACV: RCR 2T Bulhas hipofonéticas S/S. Pulsos periféricos filiformes Abdome: plano, “algo tenso”, extremamente doloroso difusamente Pele: Lesões crostosas alternadas com pústulas circundadas por equimoses em todo o corpo. Presença de edema e de exantema generalizado. Edema doloroso com hiperemia e depressível em maxilar D RESUMO Paciente de 4 anos •Febre há 6 dias •Proveninente do Hospital de Unaí, onde fizeram uso de cefalotina por 1 dia •Pápulas de início em região oral com disseminação para tronco e membros •Edema em hemiface direita após lesão maxilar D direito • FEBRE + PÁPULAS + EDEMA FACIAL RESUMO Exame físico Irritabilidade Taquicardia Desidratação Febre Pulsos filiformes + bulhas hipofonéticas Abdome tenso Crostas + pústulas + equimose + edema • CHOQUE + LESÃO EXANTEMÁTICA O que pesquisar em doenças exantemáticas Período prodrômico Características do exantema Presença de sinais patognomônicos Testes laboratoriais Antecedentes de doenças infecciosas e de imunização Período de incubação e de infectividade ? ABORDAGEM Tipos de Erupção Eritematomaculopapular (mancha elevada) Exantema obrigatório: sarampo, rubéola, escarlatina, eritema infeccioso, exantema súbito Exantema eventual: mononucleose infecciosa, toxoplasmose, meningococcemia, enterovirose, tifo exantemático, síndrome da pele escaldada estafilocócica, CMV Outros: queimadura solar, erupção medicamentosa, eritema tóxico, síndrome linfática mucocutânea ABORDAGEM Tipos de Erupção Papulovesiculosa (elevação com líquido) Exantema obrigatório: varicela, herpes simples, herpes zoster, riquetsiose variceliforme Exantema eventual: coxsackioses Outros: impetigo, picada de inseto, urticária papulosa, erupção por drogas, molusco contagioso ABORDAGEM Hipóteses para o caso Rubéola Sarampo Varicela Impetigo Miliária Síndrome de Stevens-Johnson RUBÉOLA RUBÉOLA Agente: togavírus específico (Rubivírus) Incidência: 5-14 anos Ocorrência: primavera ou inverno Incubação: 14-21 dias Contágio: 1s antes até 5d após exantema / gotículas de secreções ou transmissão vertical Manifestações Clínicas: • Criança: 1º. sinal é o exantema • Adolescente / adulto jovem: febre, cefaléia, anorexia, coriza, tosse, faringite, conjuntivite, artralgia, esplenomegalia, mialgia, mal-estar RUBÉOLA Exantemas: • Manchas rosas e avermelhadas • Início em face • Coalescem no tronco em 1 dia • Não acometem membros Linfadenopatia: • Pode aparecer 1 semana antes do exantema • Generalizada • Mais retroauricular e occipital RUBÉOLA Linfadenopatia (cont...): • Aumento de volume e dor • Continuam palpáveis após semanas Laboratório: • Leucopenia discreta, plasmócitos, linfócitos atípicos ocasionais, plaquetopenia • Sorologia: IgM Diagnóstico: • 5-14 anos • Sem febre e sem comprometimento do estado RUBÉOLA Diagnóstico (cont...): • Linfadenomegalia cervical, occipital e retroauricular • Erupções no dia seguinte ao da linfadenomegalia • Erupções: manchas róseas no rosto durante 3 dias • Excluir rubéola se ocorrer: • Febre alta, verão e nenores de 5 anos RUBÉOLA Imagens: SARAMPO SARAMPO Manifestações Clínicas: • Febrícula, mal-estar, prostração, anorexia • Oculares: fotofobia, catarro ocular, congestão, lacrimejamento • Respiratório: coriza, espirros, tosse seca, secreção catarral - valorizar • Linfonodos: linfadenomegalia generalizada - mais retroauricular, cervical e occipital • Laringite catarral, possível pneumonite SARAMPO Manifestações Clínicas (cont...): • Enantema de Koplik: 50-80% casos. Pequenas manchas vermelho-azuladas e rodeadas por halo avermelhado no nível dos molares (duração: 2-6d), podendo piorar com 3d – complicações bacterianas SARAMPO Exantema (morbiliforme): • Início: retroauricular • 4º. d doença ou após 2 dias do exantema de Koplik • Duração: 1 semana • Máculas ou manchas róseas – pápulas não pruriginosas • Cabeça (1º.d) – tronco (2º.d) – membros (3º.d) • Descamação furfurácea da pele em semanas SARAMPO Imagens: VARICELA VARICELA Agente: Herpesvirus varicella (VZ – HVV3 – adenovírus) Incidência: 5-9 anos Ocorrência: súbita + progressão rápida da erupção Incubação: 11-21 dias (média: 14d) Contágio: alto / gotículas (tosse ou espirro), vesículas (pele infectada) e transmissão vertical Aspectos Gerais: • RN é protegido por Ac maternos até 6-15m • Vírus: capacidade de ficar latente nos neurônios VARICELA Erupção: • Máculas pequenas - pápulas - vesículas ovais claras com halo eritematoso - crostas • Distribuição centrípeta: tronco - pescoço e face • Poupa extremidades em alguns pacientes • Polimorfismo regional: lesões em todos os estágios em uma área anatômica • Podem acometer couro cabeludo e mucosas • Relacionadas diretamente com febre • Prurido + linfoadenopatia VARICELA Complicações: • Infecção bacteriana: pesquisar febre > 4d, pensar em estreptococos ou estafilococos, elevação de febre na evolução e pesquisar fasciíte (dor local + eritema) •Trombocitopenia + hemorragia de pele e mucosas •Hemorragia interna •Ataxia cerebelar •Pneumonia (pouco freqüente) •Síndrome de Reye (vômitos persistentes) Fasciíte Necrotisante Destruição bacteriana destrutiva e progressiva do tecido subcutâneo + fáscia superficial Causas: lesões de pele, trauma, úlcera crônica, psoríase, cirurgia e outros Tipos I- flora mista - anaeróbios + outras bactérias II- Estreptococo (A) +/ou estafilococo MC: edema grave, dor, rápida progressão, resposta pobre à ATB Fasciíte Necrotisante Agentes comuns Estreptococos e estafilococos (isolados ou em sinergismo) Clostridium perfringens Bacteroides fragilis Clostridium sp. Peptostreptococcus Enterobacteriaceae Coliformes Proteus sp. Pseudomonas aeruginosa Klebsiella sp. Escherichia coli Fasciíte Necrotisante Diferencial: celulite Tratamento: ATB amplo espectro Debridamento cirúrgico VARICELA Tratamento: • Higiente corporal + sabão anti-séptico • Cortar unhas rentes • Antitérmicos – evitar aspirina (risco de S. Reye) • Antipruriginosos e/ou anti-histamínicos • Fasciíte: clindamicina IV • Infecção 2ª.: cobrir estafilococos e estreptococos • Se em uso de corticóides - doses fisiológicas • Aciclovir (casos graves) VARICELA Imagens: VARICELA Imagens: IMPETIGO IMPETIGO Formas: bolhosa e não bolhosa • Agentes: estreptococos e estafilococos • Epidemiologia: • • Aparecimento súbito com contágio superficial e contagioso • Ambiente quente e úmido • Higiene pessoal deficiente • Traumatismos e escoriações • Praia, piscina e escolas IMPETIGO • MC •Bolhosa Vesículas ou bolhas, volumosas, que fiam purulentas, rompem-se espontaneamente, deixam uma base desnuda vermelha • Lesões evoluem centrifugamente • Confluem formando lesões circinadas (bordas em arco) com crostas na periferia •Staphylococcus aureus • IMPETIGO • MC •Não bolhosa Pequenas lesões vesicobolhosas arredondadas, isoladas ou confluentes com saída de líquido seropurulento •Secam - crostas melicéricas (amarelo-marrom) •Quando a crosta é removida a superfície da pele fica erosada •Não deixa cicatriz •Estreptococo beta-hemolítico do grupo A • IMPETIGO Imagens: MILIÁRIA MILIÁRIA Agente: retenção de suor na epiderme • Epidemiologia: • Sudorese abundante •Processo febril associado •Região frontal, pescoço, dorso e dobras de pele • MC: • •Podem ocorrer: prurido, halo inflamatório •Localização superficial ou profunda •Vesículas claras, grandes ou pequenas MILIÁRIA Imagens: SÍNDROME DE STEVENSJOHNSON SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON Forma grave do eritema multiforme • Lesão de pele e mucosa + febre + MEG • Causa: hipersensibilidade toxialérgica a agentes medicamentosos (sulfa, barbitúricos, penicilina, hidantoína) e ao micoplasma • Pródromos: resfriado, inflamação de garganta, vômitos, febre, diarréia, mialgia, artralgia •Eritema surge 1-3 semanas após exposição à droga • Não há provas laboratoriais • SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON • Evolução •Aparece em surtos (5 estágios) 1- Exantema morbiliforme ou escalatiforme, doloroso e com arroxeamento purpúrico que se dissemina 2- Bolhas, sinal de Nikolski (descolamento da pele) 3- Ruptura da bolha – aspecto do grande queimado 4- Pseudomembrana 5- Cura (após 6 semanas) SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON Imagens: Qual é a mais provável ? Lesão do paciente do caso Qual é a mais provável ? Lesão do paciente do caso Hipótese Diagnóstica VARICELA EVOLUÇÃO 14.09.06 Adenite cervical à direita com mancha purpúrica Torporoso, pálido, desidratado ECG: 15 FC: 184bpm PA: 92x42mmHg Ceftriaxona + Clindamicina Dobutamina + Noradrenalina Primeira Gasometria - UTI pH: 7,28 HCO3-: 12.3 pO2: 82.8 BE: -16.8 pCO2: 9.1 SatO2: 96% EVOLUÇÃO 14.09.06 TOT + Acesso venoso + VM + PEEP + SNG + SVD Acrescentados Aciclovir e hidrocortisona Persiste com pulsos finos, edemaciado, febril, taquicárdico e com pulsos finos AR: roncos difusos EVOLUÇÃO 15.09.06 Midazolam + Fentanil Omeprazol + Vitamina K Perfusão lentificada e melhor Recebeu plasma fresco Suspenso Aciclovir Acrescido Oxacilina Lesão violácea em MMSS D e dorso E de 10cm Parecer da Cirurgia EVOLUÇÃO 16.09.06 Febril Boa saturação Boa diurese Cirurgia programa debridamento (fasciíte ?) Edemaciado e hidratado Perfusão lenta AR: crépitos em base direita EVOLUÇÃO 17.09.06 Feito debridamento cirúrgico MMII direito Dorso Braço E EVOLUÇÃO 18.09.06 ATB Clindamicina D4 Oxacilina D3 Ceftriaxona D4 Febre Roncos bilaterais + sopro sistólico 1+/6+ Estável Edema facial e palpebral persistente Piora da pneumonia EVOLUÇÃO 19.09.06 Lesão cutânea, edemaciada e hiperemiada axila E Infecção ativa ? Celulite ou Abscesso ? Piora clínica Febre persistente Suspensão dos ATB – Meropenem é acrescido EVOLUÇÃO 20.09.06 Meropenem D1 Febre persistente Piora clínica AR: roncos difusos Lesão subescapular axilar E com sinais de flutuação e exantemas Hemocultura (19.09): negativa DISCUSSÃO DO CASO Febre aguda: infecção bacteriana + varicela (curso) Chegada no HRAS: sepse grave Laboratório: leucocitose + desvio à E + VHS e PCR aumentados Bactérias comuns em Sepse (lactentes e crianças) Pneumococos Estafilococos Hemófilos Diminui-se incidência de gram negativo DISCUSSÃO DO CASO Quando suspeitar de Sepse Vômitos, diarréia, distensão abdominal, distúrbios hidroeletrolíticos, toxemia, apatia, irritabilidade, sinais de choque, sangramentos de pele ou GI, convulsões, coma, lesões infectadas, miocardite, endocardite, icterícia progressiva, anemia grave, queimaduras, fístulas, desnutrição, UTI, imunossupressão, cirurgia anterior DISCUSSÃO DO CASO Sinais de choque: taquicardia, pulsos finos, queda da PA, confusão mental, taquipnéia, respiração acidótica, oligoanúria, sangramento GI, sinais ICC Dados incompletos na admissão O diagnóstico de certeza depende da positividade da hemocultura (pode falhar) Ideal: solicitar cultura de todas as fontes: sangue, fezes, urina, LCR, abscesso, lesões infectadas, aspirado brônquico DISCUSSÃO DO CASO Terapia Empírica - indicações: Gravidade de infecção Dado isolado confiável Ineficiência de testes Conhecimento prévio da flora Se difícil análise do agente: pensar em anaeróbios A coleta de fluidos e secreções é obrigatória Motivo: preservar ATB, mais eficaz e menos oneroso DISCUSSÃO DO CASO Clindamicina Inibe síntese protéica - fração 50s do ribossomo Bacteriostática ou bactericida Espectro: Cocos aeróbios gram positivos Anaeróbios gram positivos e negativos Boa penetração em tecidos moles (incluindo ósseo) Bem indicado em foliculite Alternativa em infecção odontogênica Não há problema de associação com betalactâmicos DISCUSSÃO DO CASO Ceftriaxona Espectro: estreptococos, Neisseria sp., H. influenzae, meningococos, gonococos, estafilococos (pouca) Melhor eficácia: gram negativos aeróbios Oxacilina Primeira escolha em estafilococcia DISCUSSÃO DO CASO Meropenem Carbapenêmico: maior amplo espectro Espectro: cocos Gram positivos (S. aureus meticilina-resistente, S. pneumoniae), Gram negativos (Neisseria), bacilos Gram positivos (Clostridium sp.) e negativos (enterobactérias), bacilos de cepas multirresistentes (Pseudomonas aeruginosa, H. influenzae) e anaeróbicos (B. fragilis) Infecções graves não susceptíveis a outras opções CHOQUE SÉPTICO Condução do paciente Identificação da infecção: foco e agente Controle do foco infeccioso Terapia hemodinâmica Controle glicêmico Prevenção das complicações CHOQUE SÉPTICO Estudo: estafilococo é o mais freqüente (17,9%) Afecções mais comuns: respiratórias (37%) e bacteremia primária (25%) Mortalidade: 10 a 40% Positividade da hemocultura é variável Definições: SRIS, SEPSE (SRIS + infecção), sepse grave (sepse + disfunção orgânica, hipoperfusão ou hipotensão), choque séptico CHOQUE SÉPTICO FISIOPATOLOGIA DA SEPSE Agressão infecciosa: exotoxinas (+) e endotoxinas (-) - linfócitos T - citocinas Resposta sistêmica: citocinas - sintomatologia: febre, hipotermia, taquicardia, taquipnéia, leucocitose ou leucopenia Resposta sistêmica amplificada: disfunção de células endoteliais - aumento da permeabilidade vascular, vasodilatação profunda, transudação de fluidos, disfunção orgânica e choque CHOQUE SÉPTICO FISIOPATOLOGIA DA SEPSE Resposta inflamatória compensatória: imunomoduladores - down regulation das citocinas. São elas: IL-4, IL-10, TGF-beta. Falha da imunomodulação: falha na homeostase. Efeito TH2 predominante - persistência da infecção primária, infecção recorrente e disfunção de múltiplos órgãos CHOQUE SÉPTICO FISIOPATOLOGIA DA SEPSE Hipovolemia + redução RVS + aumento DC PAM é mantida por mecanismos compensatórios Comprometimento da perfusão - acidose metabólica Agravamento: progressão da lesão tissular extravasamento fluídico para o 3º. espaço diminuição do volume intravascular e aumento da RVS levando à diminuição da PAM Risco ao choque frio CHOQUE SÉPTICO FISIOPATOLOGIA DA SEPSE Hipóxia tissular global - disfunção de órgãos e sistemas Sepse grave: citocinas lesam endotélio, ativam cascata de coagulação e inibem fibrinólise - CIVD CIVD: fibrina e sistema fibrinolítico Mortalidade pós reanimação fluídica DC CHOQUE SÉPTICO Patógenos envolvidos no caso clínico Pele: S. aureus, S. pyogenes, H. influenzae B, enterobactérias GI (acima do diafragma): estreptococos aeróbios e anaeróbios, gram negativos anaeróbios, fusobactérias ATB empírica 24-48h deve-se avaliar cultura Cobrir anaeróbios também CHOQUE SÉPTICO Investigação inicial: HC, glicose, eletrólitos, cálcio, LDH, TP, TTPA, EAS, cultura dos sítios de infecção, exames de imagem (RX, US, TC) Investigação na UTI e screening para DMOS: ECG, ecocardiograma, CK, CK-MB, TP, TTPA, fibrinogênio, gasometria arterial e venosa, HC, eletrólitos, magnésio, cálcio, fósforo, uréia, creatinina, clearance de creatinina, RX tórax, TGO, TGP, bilirrubinas, albumina, FA, gamaGT, avaliar SNC, avaliação endócrina Marcadores bioquímicos específicos: IL-6, PCR, procalcitonina, elastase meutrofílica, FVW, albumina sérica e pré-albumina, lactato arterial CHOQUE SÉPTICO PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO 1ª. Hora Perfusão tissular 20ml/Kg em bolus 10-15min ou 40-60ml/Kg/h. Avaliar enchimento capilar em < 2s Dopamina (1ª.) ou noradrenalina ou adrenalina (2ª.) Avaliar PAM entre 65-70mmHg Débito urinário > 1ml/Kg/h PVC entre 8-12mmHg Oxigenação SatO2 > 92% - FiO2 Sat venosa mista > 70% - PEEP e PAM Hb dentro dos limites, Ht > 30 % e Lactato sérico < 2mmol/L CHOQUE SÉPTICO PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO 1ª. Hora Débito urinário e perfusão renal Avaliar uréia, creatinina, clearance de creatinina Suporte nutricional e metabólico Glicemia: 80-110mg/dl Cálcio ionizado: 1,14-1,29 Balanço nitrogenado positivo: PT e frações, albumina, relação albumina-globulina, peso, estado geral Suporte adrenal Prevenção de insuficiência renal: hidrocortisona Outros suportes: pulsos normais, extremidades quentes, consciência normal, controle térmico Monitorização: oxímetro, ECG contínuo, PAM, débito urinário, Temp. CHOQUE SÉPTICO PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO 1ª. Hora Reanimação fluídica: Melhora do DC, débito urinário, enchimento capilar e da consciência ? Estertores pulmonares, hepatomegalia, ritmo de galope ? POAP: emtre 12-15mmHg Risco de reanimação fluídica: edema cerebral Choque grave não responsivo a volume Dopamina 5mcg/Kg/min (beta 1 e 2 - inotrópico e aumento FC) Noradrenalina 0,05mcg/Kg/min (inotrópico, vasoconstritor, α > β) Insuficiência adrenal: choque resistente à ação das catecolaminas. Hidrocortisona 1-2mg/Kg/d em estresse e 50mg/Kg ataque + 50mg/Kg/d em infusão contínua CHOQUE SÉPTICO PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO 1ª. Hora Reduzir consumo de O2: sedativos, analgésicos, VPM precoce, controle térmico Olhar fluxogramas do serviço ou de evidências Indicações de hemotransfusão: reserva cardíaca ruim, isquemia miocárdica, Hb < 10mg/dl, acidose lática persistente, SvO2 < 70% Dobutamina: 1-20mcg/Kg/min (inotrópico, estimulador beta1, propriedades vasodilatadoras Indicação: baixo DC com alta RVS e PA normal: função miocárdica deprimida e comprometimento de função contrátil VD) Noradrenalina: 1ª. Linha em choque hiperdinâmico (alto DC e baixa RVS) CHOQUE SÉPTICO PRINCÍPIOS DE TRATAMENTO Após primeira hora - METAS Perfusão adequada para idade SatvO2 > 70% (sem conclusões consistentes) / IC: 3,3-6L/min/m² Pulsos normais com extremidades quentes Enchimento capilar > 2s Débito urinário adequado Maximizar pré-carga para maximizar o IC Tratar foco infeccioso Manuseio do choque no recém-nascido Autor (s): Equipe de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Obrigado Referências Bibliográficas http://www.cives.ufrj.br/informacao/varicela/var-iv.html http:www.derms.net BENSEŇOR, Isabela. Semiologia Clínica. 1ª. Ed. São Paulo-SP: Editora Sarver, 2002. MÂNGIA, C.M.F. Atualização no Diagnóstico e Tratamento Sepse Grave e Choque Séptico em Pediatria. Número 81. Nestlê Nutriction, 2005. MURAHOVSCHI, Jayme. Pediatria Diagnóstico e Tratamento. 6º. Ed. São PauloSP: Editora Sarver, 2003. OLIVEIRA, R. G. Blackbook Pediatria. 2ª. Ed. São Paulo-SP: Editora Black Book, 2005.