INSUFICIÊNCIA CEREBRAL DEPRESSÃO, DEMÊNCIA, DELIRIUM Daniel Kitner Milhões de habitantes Expansão da População acima de 60 anos (Brasil) 60 50 40 Ambos os sexos Masculino Feminino 30 20 10 0 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 Ano Conceitos Básicos GERONTOLOGIA GERIATRIA •Senescência •Senilidade Depressão no Idoso Importância Acomete cerca de 1/6 da população; 3% dos idosos fisicamente saudáveis na comunidade têm depressão major; Cerca de 75% dos idosos que se suicidaram visitaram clínico geral no mês anterior, com sintomas não reconhecidos. Depressão no Idoso Principais fatores de risco: História pessoal ou familiar; Sexo feminino; Doenças crônicas; Alcoolismo; Falta de suporte social; Eventos estressantes da vida. Depressão no Idoso Critérios diagnósticos (DSM IV) Humor deprimido; Insônia ou sonolência excessiva; Falta de interesse/prazer em atividades; Sentimento de culpa ou inutilidade; Falta de energia; Falta de concentração e dificuldade de tomar decisões; Anorexia ou perda de peso; Agitação ou retardo psicomotor; Ideação suicida. Depressão no Idoso Critérios diagnósticos (Escala de Yesavage) Se está satisfeito com a vida; Se deixou muito dos seus interesses; Se fica aborrecido(a) com frequência; Se está de bom humor a maior parte do tempo; Se tem medo de que algum mal vá acontecer; Se pensa ter mais problemas de memória que os outros; Se vale a pena viver como vive agora; Se a maioria das pessoas está melhor. Depressão no Idoso Principais diagnósticos diferenciais e associações: Luto; Delirium; Doenças sistêmicas • • • • • • • • Diabetes mellitus; Hipo ou hipertiroidismo; Neoplasias (principalmente pâncreas e cérebro); AIDS; Infarto agudo do miocárdio; Demências; Lupus; Deficiências de folato, tiamina e B12. Depressão no Idoso Terapêutica Psicoterapia • Isoladamente ou junto à farmacoterapia; • 6-16 sessões, 1-2x semana. Depressão no Idoso Terapêutica Farmacoterapia • Eficácia similar das principais classes terapêuticas; • Escolha dependente do perfil de efeitos adversos; • Start low, go slow. Depressão no Idoso Principais classes: Inibidores de recaptação seletiva da serotonina • • • • • Escitalopram; Citalopram; Fluoxetina; Paroxetina; Sertralina; Tricíclicos • • • • Amitriptilina; Nortriptilina; Imipramina; Desipramina; Inibidores de recaptação de serotonina-noradrenalina • Venlafaxina; • Duloxetina; • Milnaciprano; Antagonistas de serotonina • Mirtazapina; Inibidores de recaptação de norepinefrina-dopamina • Bupropiona Antagonistas e inibidores de recaptação da serotonina • Nefazodona; • Trazodona. Depressão no Idoso Terapêutica Eletroconvulsoterapia • Depressão refratária (até 73% de resposta); • Depressão com sintomas psicóticos; • Associa-se a recidivas freqüentes. Demências Importância Prevalência dobra a cada 5 anos após os 60 anos; Acomete até 45% dos idosos na comunidade. Demências Alterações cognitivas do paciente idoso: Respostas mais lentas em testes com limites de tempo; Necessidade de mais repetições para aquisição de novas informações; Déficits de memória sutis, estáveis e sem comprometimento funcional; Demências Perda cognitiva leve (Mild Cognitive Impairment – MCI) Disfunção objetiva da memória, sem prejuízo funcional, não classificável como demência; 10-15% convertem anualmente para Alzheimer; Demências Principais tipos Doença de Alzheimer (70% dos casos); Demência vascular; Demência de corpúsculos de Lewy; Formas mistas. Demências Sinais de alerta para D. de Alzheimer: Perda de memória que afeta atividades profissionais; Dificuldade para realizar tarefas habituais; Problemas com linguagem; Desorientação no tempo e espaço; Capacidade de decisão e julgamento reduzida; Problemas com o pensamento abstrato; Perda freqüente de objetos de uso habitual; Alterações no humor ou comportamento; Alterações na personalidade; Falta de iniciativa. Demências Principais causas de demências “reversíveis” ou tratáveis: Deficiência de vitamina B12; Hipotiroidismo; Hipercalcemia; Pseudodemência depressiva; Alcoolismo; Hematoma subdural; Hidrocefalia de pressão normal; Neoplasias do SNC; Neurossífilis; Infecção por HIV Demências Orientações não farmacológicas nas demências: Manter a normalidade • Cotidiano, independência, lazer; Manter a comunicação • Linguagem simples e clara Estabelecer rotinas Auxílios para a memória • Calendário, relógio, roupas, cartão de identificação Evitar confronto Promover segurança Agitação noturna Perda de objetos Higiene Demências Tratamento farmacológico: Inibidores de colinesterase • Rivastigmina; • Galantamina; • Donepezil; Antagonista de receptores NMDA • Memantina; Gingko biloba; Fosfatidilserina; Vitamina E. Delirium – Estado confusional agudo Conceito Estado confusional agudo caracterizado por alteração na consciência, com atenção comprometida. Delirium – Estado confusional agudo Importância 10-40% dos pacientes atendidos em urgências; 12-60% dos pacientes hospitalizados; 70-87% dos pacientes em UTI; Delirium – Estado confusional agudo Importância Ocorre em até 52% dos pós-operatórios; Ocorre em cerca de 80% dos pacientes terminais; Após 2 anos, apenas 1/3 dos pacientes quem tiveram 1 episódio de delirium ainda viviam independentemente na comunidade; Delirium – Estado confusional agudo Fatores de risco Idade avançada; Disfunção cognitiva preexistente; Comorbidades severas; Insuficiências visual e auditiva; Episódios prévios de delirium; Cirurgias: • Revascularização miocárdica; • Prótese de quadril; Polifarmácia. Delirium – Estado confusional agudo CAUSAS INFECCIOSAS Infecção urinária Pneumonia Úlceras infectadas Gastroenterocolites Sepse Infecções do SNC Abdômen agudo Delirium – Estado confusional agudo CAUSAS METABÓLICAS DESIDRATAÇÃO Hiper / hiposmolaridade Hiper / hiponatremia Hipercalcemia Acidoses Estados hiperglicêmicos Uremia Insuficiência adrenal Hiper / hipomagnesemia Hipocalemia Hipofosfatemia Alcaloses Hipoglicemia Encefalopatia hepática Hiper / hipotiroidismo Delirium – Estado confusional agudo FÁRMACOS Anticolinérgicos Narcóticos Álcool Antiepilépticos Diuréticos Antieméticos Corticóides Ervas (São João, kavakava, valeriana) Benzodiazepínicos Antiparkinsonianos Hioscina AINHs Digitálicos Anti-histamínicos Hipoglicemiantes orais Meperidina Delirium – Estado confusional agudo CAUSAS NEUROLÓGICAS NÃO-INFECCIOSAS Oclusões carotídeas Múltiplos inf. bilaterais Vasculites do SNC Estados de mal epiléptico Deficiência de niacina Deficiência de vit. B12 Hemorragias cerebrais Neoplasias do SNC Delirium – Estado confusional agudo OUTRAS CAUSAS Impactação fecal Retenção urinária ICC Arritmias cardíacas Dor Psicose da UTI Hipertermia Hipotermia Privação do sono Restrição física Hipotensão Confusão pós-operatória IAM Encefalopatia hipertensiva Delirium – Estado confusional agudo Critérios diagnósticos American Psychiatric Association´s Statistical Manual (DSM IV) Distúrbio da consciência, com habilidade reduzida para sustentar ou mudar o foco da atenção; Alteração cognitiva ou desenvolvimento de distúrbio de percepção, não atribuível à demência preexistente, estabelecida ou em evolução; Delirium – Estado confusional agudo Critérios diagnósticos American Psychiatric Association´s Statistical Manual (DSM IV) O distúrbio evolui em curto período de tempo, com flutuações durante o dia; Evidências de que o distúrbio é causado por condição médica, intoxicação por substância ou efeito colateral de fármaco. Delirium – Estado confusional agudo Abordagem diagnóstica História clínica detalhada Apenas 1/3 dos pacientes são agitados Exame físico Sinais vitais Hidratação Condições da pele Focos infeccisos Achados neurológicos Delirium – Estado confusional agudo Abordagem diagnóstica Exames subsidiários Glicemia Hemograma Função renal Função hepática Iono, Ca, P, Mg Sumário de urina Rx tórax AP no leito ECG e enzimas cardíacas Delirium – Estado confusional agudo Quando não fazer neuroimagem de urgência Causa imediatamente tratável; Ausência de sinais de trauma; Ausência de sinais focais novos; Paciente alerta e obedecendo comandos simples; Quando colher LCR Infecção suspeita, sem foco aparente; Suspeita clínica de infecção do SNC; Suspeita clínica de sangramento do SNC. Delirium – Estado confusional agudo Fatores ambientais para prevenção e tratamento Comunicação clara e concisa; Oferecer os acessórios de uso habitual; Elementos da mídia; Remoção de objetos desnecessários; Vigilância constante; Evitar termos médicos; Iluminação adequada; Temperatura adequada; Evitar sonoridade excessiva; Evitar restrição física; Esclarecimento do corpo de enfermagem. Delirium – Estado confusional agudo Manejo farmacológico Hidratação e nutrição adequados Neurolépticos típicos • Haloperidol Benzodiazepínicos • Lorazepam Manejo farmacológico Neurolépticos atípicos • Risperidona • Olanzapina • Quetiapina • Ziprasidona • Aripriprazol FONOAUDIOLOGIA GERIATRIA Serviço Social PACIENTE IDOSO NUTRIÇÃO FISIOTERAPIA TERAPIA OCUPACIONAL ENFERMAGEM ODONTOLOGIA O envelhecimento é um processo contínuo, que se inicia com o nascimento e só é terminado pela morte.