Atitudes: conceito, formação e mudança a) b) c) É o estudo de como as pessoas fazem inferências a partir de informação obtida no ambiente social Pessoas ao entrar em contato com seu ambiente social formam impressões sobre outras pessoas. Para isto utilizam-se de: Esquemas sociais Heurísticas Atribuição diferencial de causalidade Esquemas sociais – coleções organizadas de crenças e sentimentos acerca de algum aspecto do mundo. Funcionam como plataformas mentais e fornecem estrutura para interpretação e a organização de novas informações com que nos deparamos. Exemplo: Ao sermos apresentados a uma pessoa, imediatamente ativamos os esquemas relativos à profissão, gênero, grupo étnico, etc., referidos a esta pessoa. Com base nisso formamos uma primeira impressão desta pessoa e, daí por diante, assimilamos facilmente características suas, que se coadunam com primeira impressão, isto é, que são coerentes com esta primeira impressão, e tendemos a rejeitar aquelas que não se harmonizam com ela. Heurísticas – São atalhos, ou métodos rápidos de chegar a conclusões Exemplo: Aronson (1995) cita, na análise dos remédios populares nos primórdios da medicina ocidental, quando persistia a crença de que a cura deveria ser similar à causa da doença. Esta teria sido uma das primeiras razões para que a proposta de W. Reed de que a febre amarela seria transmitida por um mosquito tenha sido tão ridicularizada: pouco havia de comum entre a causa (mosquito) e a conseqüência (malária) . Inversamente, o mesmo raciocínio deve ter servido para embasar a indicação de pó de chifre de rinoceronte para a cura da disfunção erétil masculina. Atribuição diferencial de causalidade – Estabelecimento das causas das coisas, dos fenômenos que observamos. Ao fazermos isso, satisfazemos nossa necessidade de vivermos num mundo relativamente estável e previsível. Exemplo: Se consideramos uma pessoa como sendo “agressiva”, é de esperar-se que ela emita comportamentos agressivos; se vemos uma esfera num plano inclinado, é de esperar que ela role,pois as propriedades disposicionais do plano inclinado e da esfera nos levam a esperar que esta desça em direção à base do plano inclinado. Conseqüência direta do processo de tomada de conhecimento do ambiente social que nos circunda é a formação de atitudes. Definição: São sentimentos pró ou contra pessoas e coisas com quem entramos em contato Formação durante o processo de socialização UMA ORGANIZAÇÃO DE CRENÇAS E COGNIÇÕES EM GERAL, DOTADA DE CARGA AFETIVA PRÓ OU CONTRA UM OBJETO SOCIAL DEFINIDO, QUE PREDISPÕE A UMA AÇÃO COERENTE COM AS COGNIÇÕES E AFETOS RELATIVOS A ESTE OBJETO. Atitudes são variáveis intervenientes (não observáveis, porém diretamente inferíveis de observáveis), e sendo integradas por três componentes: Componente cognitivo Componente afetivo Componente comportamental Componente cognitivo: representação cognitiva deste objeto. Componente afetivo: sentimento pró ou contra um determinado objeto social Componente comportamental: é o componente ativo, instigador de comportamentos coerentes com as cognições e os afetos relativos aos objetos atitudinais. As atitudes são propiciadoras de um estado de prontidão que, se ativado por uma motivação específica, resultará num determinado comportamento. As atitudes são a própria força motivadora à ação. Podem ser considerados bons preditores de comportamento, porém, nem sempre se verifica absoluta coerência entre os componentes cognitivo, afetivo e comportamental das atitudes. Atitude e Comportamento: Consistência e Inconsistência Atitude tem uma relação com comportamento é uma resultante de múltiplas atitudes Interesse investido no conteúdo atitudinal e a relação atitude / comportamento A teoria de ação racional de Fishbein e Ajzen e a relação atitude / comportamento 1) 2) Fishbein e Ajzen Caracterização das atitudes apenas no aspecto afetivo e determinar o seu papel a formação da intenção do comportamento Dois componentes principais para predizer intenções, que predizem comportamentos: As atitudes das pessoas Percepção do que outras pessoas esperam que ela faça e sua motivação a conformar-se a esta expectativa (norma subjetiva) Fishbein e Ajzen Antecedentes da formação das Atitudes: crenças a certos resultados ou consequências de determinados comportamentos; Norma subjetiva é conseqüência de nossas crenças sobre o julgamentos de outras pessoas em relação ao nosso comportamento; Procuram compreender o comportamento separando o papel desempenhado pelas crenças (percepção) e atitudes (afetivo) na instigação do comportamento. Outras contribuições: Obrigação Moral – quando se trata de comportamentos em situações que envolvem aspectos morais Controle – considerar a capacidade de de controlar o comportamento, ou seja, não podemos ter intenção de comportarmo-nos de uma maneira que escapa totalmente ao nosso controle. Atitudes e valores Valores: categoria dotada dos componentes afetivos, cognitivos e predisponentes de comportamento Categoria Valores encerra uma infinidade de atitudes Exemplo: Atitudes em direção a Deus, à Igreja, a recomendações específicas da religião, à conduta de encarregados das coisas da Igreja, etc. Allport, Vernon e Lindzey: escala padronizada para a classificação das pessoas de acordo com a importância que davam aos seguintes seis valores: Teoria: ênfase em aspectos racionais, críticos, empíricos Estética: ênfase em harmonia, beleza de formas, simetria Praticalidade: dominância de enfoques de origem econômica Atividade social: ênfase em altruísmo e filantropia Poder: ênfase em influência Religião: ênfase em aspectos transcendentes, místicos Formação e função das Atitudes: Aprendidas através de reforço e modelagem Atitudes servem para lidar com o ambiente social: 1)Obtenção de recompensas e evitação de castigos 2) Proteger nossa auto-estima e evitar ansiedade 3) Ajudar-nos a ordenar e assimilar informações complexas 4) Refletir sobre convicções e valores 5) Estabelecer nossa identidade social. Cognitivo / Afetivo / Comportamental Qualquer mudança em um destes três componentes, muda os outros Informação nova, uma nova experiência ou em novo comportamento emitido, em cumprimento as normas sociais, ou outro tipo de agente pode criar um estado de inconsistência – resultando numa mudança de atitude. Como pode ocorrer a mudança: Mudança do comportamento cognitivo Pessoa preconceituosa mora junto com Mudança do componente afetivo Pessoa passa a gostar de outra Mudança no componente comportamental Adequação das crenças e afetos com o comportamento em dada situação Influência do comunicador no fenômeno de Mudança de Atitude Para que haja mudança – investimento em uma comunicação persuasiva Comunicação persuasiva – fornecer incentivos para o gratificar o recebedor da comunicação A atitude desejada deve ser provocada através de incentivos e reforçada para que se incorpore ao repertório comportamental da pessoa Fornecer incentivos – relação com a teoria da Aprendizagem através do reforço Credibilidade e competência do comunicador ALTA Credibilidade = mais mudança BAIXA credibilidade = com o passar do tempo, mais influência Os sujeitos que ouvem uma comunicação persuasiva sem saber que está sendo obrigado a ... Eles mudam mais sua atitude, ao contrário daqueles que percebem a intencionalidade da mudança. Influência da forma de Apresentação da comunicação no fenômeno de mudança de atitude – formas de apresentação: Ordem da Apresentação dos argumentos Argumentos mais importantes em primeiro lugar e os menos importantes em segundo; Audiência pouco motivada: mais eficaz argumentos principais antes dos secundários Audiência sintonizada: ordem dos argumentos em direção ao clímax é mais eficiente Apresentação ou omissão da conclusão Depende do público: mais intelectual (omissão), menos intelectual (falar a conclusão) Influência na forma de apresentação Comunicação unilateral e bilateral Unilateral – apresenta apenas os argumentos pró e contra um tema Bilateral – apresenta ambos os lados da controvérsia Maior ou menor eficácia depende da audiência a que a comunicação se destina: audiência sofisticada – bilateral, audiência menos sofisticada: unilateral Quantidade de mudança tentada Comunicador tem alta credibilidade – tentativa de mudança (quantidade) = sucesso Comunicador baixa credibilidade – tentativa de mudança (maior) = insucesso Influência do comunicador Natureza emocional ou racional da comunicação Depende da audiência: atenção ao conteúdo verbal da comunicação, compreensão da mensagem e aceitação das conclusões Audiência pouco sofisticada educacional e intelectualmente, argumentos emocionais parecem surtir melhores resultados Uma comunicação de natureza emocional pode despertar mais atenção ao conteúdo da comunicação, pode motivar mais em entender a essência da comunicação e pode facilitar a aceitação das conclusões. Comunicação com argumentos suscitadores de medo Comunicação com mensagens de medo ou ameaça, suscitam movimentos de defesa, resultando em maior resistência a persuasão Pessoas com maior atração à agressão seriam mais influenciadas por comunicação que recomenda-se tratamento mais severo Influência do tipo de audiência: Personalidade do recebedor da comunicação persuasiva: 1. 2. 3. Auto estima – quanto maior auto estima, menos suscetível de influência Autoritarismo: pessoas autoritárias são altamente influenciáveis por comunicadores de prestígio Isolamento social: conduz a uma maior dependência de aprovação por parte dos outros e maior suscetibilidade à influência Influência do tipo de audiência 4. Sexo: pessoas do sexo feminino são pouco mais persuasíveis 5. Tipo de orientação vital- pessoas com valores mais compatíveis com adaptação e conformidade são mais persuasíveis, do que aquelas que valorização a independência e padrões pessoais. Filiação a grupos sociais e suscetibilidade à influência Quanto mais identificado a um grupo se está, menos suscetível está as normas contrárias a esse grupo Aspectos: filiação ao grupo, identificação com ele, o papel de referência positiva desempenhado no grupo Ou, a pressão social exercida pelos grupos que faz com que estejam suscetíveis a eles