Slide 1 - RExLab

As Estruturas de Mercado e a Perspectiva de
Crescimento das Indústrias Cerâmica na Economia
Local (PUIC) Ciências Sociais Aplicadas
Larissa Mello Rechia e Professora Ivone Junges
Nupem – Núcleo de Pesquisas em Empreendedorismo e Gestão de Micro e Pequenas Empresas
Curso de Administração – Tubarão (Programa Unisul de Iniciação Científica - PUIC)
Introdução
Metodologia
Primeiramente foi construído um referencial teórico para estudar os principais conceitos dos autores referentes
ao tema proposto, principalmente sobre competitividade, desenvolvimento local, estratégia mercadológica e
estrutura de mercado. Esse estudo deu condições de identificar as variações para se estudar como funciona a
concorrência na indústria apontando quais suas estruturas competitivas e quais fatores influem na produção e no
crescimento das mesmas, assim como os procedimentos adotados.
O público-alvo da pesquisa foram empresas produtoras de cerâmica da região com o objetivo de comparação
com o mercado nacional, verificamos também o seu mercado atendido. Assim, pretendeu-se verificar o
comportamento dessas empresas quanto á exportações e importações de seus produtos, bem como a estrutura
mercadológica utilizada no setor.
A pesquisa foi longitudinal, pois se verificou cada empresa num determinado período de tempo. Identificamos
também a influência e a retrospectiva das mesmas no período analisado.
O estudo apresentou características quali-quantitativas, com ênfase na análise qualitativa, uma vez que tanto o
instrumento de coleta de dados, quanto às técnicas utilizadas para a análise das informações, foram qualitativos,
com muitas questões de avaliação subjetiva. O estudo utilizou técnicas para mensurar variáveis coletadas.
Portanto, o estudo propôs através de uma entrevista, saber como as empresas se adaptam ao mercado
atendido e quais perspectivas para o setor, para a economia e para o mercado da região. E a partir disso explicamos
como estavam e como se estruturam as indústrias cerâmicas e suas verdadeiras importâncias para a economia
local.
A amostra da pesquisa de campo foi identificada através de cálculo estatístico com margem de erro de 5% e
margem de confiança de 95%. As empresas foram selecionadas por meio de um sorteio.
Para alcançar os objetivos propostos, a pesquisa teve como base algumas variáveis que fizeram parte do
roteiro das entrevistas. Essas variáveis por meio das respostas dos entrevistados foram analisadas
quantitativamente, utilizando-se de análise de freqüência, aproximação das respostas (cumunalidade do perfil de
respostas), análise comparativa da empresa com o setor e confronto com os dados secundários pesquisados.
6
R$ 1.493.230,00
40,5
Médio
8
R$ 12.444.498,5
188
7
Outros: Naturalidade
do Fundador
6
Nº de Empresas
Pequeno
Região Local
Mix de Produtos
5
Acesso á MatériaPrima
4
Boa Localização
3
2
Menos Concorrentes
1
Maior Demanda
0
1
Lançamento
Próprio
1
14%
Sim
Telhas
Premier
1
Azulejos
1
Não
Maiores Retornos das Vendas
Pisos
2
Acabamentos
2
86%
Sul de Santa
Catarina
9,09%
Série1
Telhas
Romanas
Destino das Vendas
2
Exportações
Tijolos
3
Telhas
Coloniais
3
6,67%
Região Sul do Brasil
Mercado
Catarinense
Sudeste
Centro-Oeste
Telhas
Americanas
5
0
2
4
6
8
Mercado Catarinense
16,67%
8
Sudeste
27,27%
Exportação
16,67%
NorteNordeste
Legislações adotadas
%
Sadia
2
14,28%
10,00%
20,00%
30,00%
0
14,28%
0,00%
00
2
22,73%
14
Desleal
13,64%
IS
O
28,57%
O
4
DI
CA
D
Parceiros
Centro-Oeste
Série1
SI
N
42,86%
9,09%
Região Sul do
Brasil
A
6
12
10
8
6
4
2
0
AM
Forte
Série1
Outros Destinos
6,67%
10
Empresas que produzem
Concorrência Nº de
empresas
13,64%
Norte-Nordeste
16,67%
Telhas
Portuguesas
4,54%
20,00%
16,67%
A/
IB
Primeiramente foi proposto pela pesquisa, diagnosticar o perfil e as estruturas de mercado das indústrias cerâmicas
e a respectiva influência na região de Tubarão.
Para isso foi preciso:
Identificar quais empresas cerâmicas influenciam a economia local.
Analisar qual a posição das indústrias quanto aos seus concorrentes, e quais procedimentos adotam para alcançar
diferenciais competitivos.
Verificar como esse setor reagindo as exportações e importações diante da nova tendência mercadológica.
Diagnosticar quais outros fatores relevantes do setor refletem na comunidade; como emprego, projetos sociais,
preservação ao meio ambiente.
Identificar como se dá a adaptação das empresas cerâmicas locais diante do seu mercado e da sua posição nesse
segmento.
Visualizar como o setor atua e como se comporta diante do seu mercado atendido.
Analisar a evolução mercadológica e quais as perspectivas de atuação.
Motivo da Localização
QTD Média faturamento anual Média de
Funcionários
FA
TM
Objetivos
Porte
Quantidade
A cerâmica, segundo estudiosos, é a mais antiga das indústrias. As primeiras cerâmicas que se tem notícia são da Pré-História, com a produção
de vasos de barro. “No Brasil, a cerâmica tem seus primórdios na ilha de Marajó. N segunda metade do Oitocentos, a ciência arqueológica voltou-se
para territórios e continentes além da Grécia e Roma; assim, ocorreram escavações na Amazônia.” (ANFACER, 2007)
Segundo dados da Ansuler (2007), levantamentos mostraram que as cerâmicas catarinenses respondem a 30% da produção nacional e 70%
das exportações, sendo que o estado de Santa Catarina é o local com as mais modernas e melhores cerâmicas do país. No ano de 2006 faturou R$ 2,1
bilhões. Em 2007 as exportações atingiram US$ 52,4 milhões com as somas dos resultados obtidos em janeiro e fevereiro do mesmo ano. “Este valor
supera em US$ 9 milhões a receita de US$ 43,1 milhões” registradas em 2006. (REFRAMA, 2007)
Verifica-se ainda que 35% das vendas efetuadas em 2006 pelas empresas do Sul Catarinense são destinadas à exportação e 65% ao mercado
interno. (ANFACER, 2007)
A indústria cerâmica catarinense se concentra principalmente na região sul de Santa Catarina, nas cidades de: Araranguá, Içara, Forquilhinhas,
Criciúma, Morro da Fumaça, Jaguaruna, Cocal do Sul, Urussanga, Tubarão e Imbituba. O que estimula o maior aumento de empregos, infra-estrutura,
rentabilidade e crescimento da economia local. O setor conta ainda com 27.500 trabalhadores com empregos diretos no país, e só as empresas da
região sul comportam mais de 10.500 pessoas, representando 38% (ANFACER, 2007)
Os mercados e os setores hoje tendem a se adaptar as mudanças, e ter postura para não perderem seus clientes, continuar com a qualidade
dos produtos, garantindo bom preço e serviços adequados. Para Porter, alguns itens devem ser analisados de perto pelas indústrias para a sua
estrutura. A inovação no produto pode ampliar o mercado e promover o crescimento da indústria ou a diferenciação do produto. Inovação no processo,
visando melhoria nos processos de fabricação do produto, objetivando aumentar ou diminuir as economias de escala, alterar os custos fixos, entre
outros. Outro fator que afeta a estrutura da empresa é a entrada e saída de indústrias do mesmo setor. As empresas entram em uma indústria ao
perceber as oportunidades de crescimento e lucros, assim o mercado adota uma nova estrutura para enfrentar mais competidores. (PORTER, 2004)
Com a globalização produtiva e a distribuição de bens e serviços em escala mundial, fez as barreiras no comércio internacional reduzir e houve
um crescimento notável das tecnologias, criando com isso, novos produtos e novas oportunidades de negócio. (VASCONCELLOS E GARCIA, 2005)
Nesse contexto, a presente pesquisa avaliou o perfil das indústrias locais que produzem cerâmica e o modo como se dá o crescimento ou o
declínio no mercado desse setor, tanto mundial, nacional quanto local. Também analisou de que modo o segmento trás resultados importantes para a
região. Pouco se sabe sobre a influência dessas empresas para a região, tampouco estuda-se qual sua importância socioeconômica no mercado
atendido.
O estudo estudou o tipo de domínio que o setor exerce na economia local, e quais as tendências de mercado; verificando como se dá a
concorrência e a inovação dessas empresas, e de que forma elas agem diante da competitividade global.
Outro aspecto estudado diz respeito à forma como essas indústrias reagem à nova tendência mundial, como, por exemplo, a queda do dólar, e
quais suas estratégias de adaptações adotadas a essas adversidades.
Por fim foram diagnosticadas as mudanças ocorridas no setor e sua capacidade de liderança no mercado, através de diferenciais produtivos. Por
isso as empresas devem estar sempre focadas em seu diferencial competitivo, estratégias e posições no mercado.
É um dos maiores setor da nossa região, com grandes empresas, boa qualidade do produto, fornece grandes oportunidades de empregos para a
comunidade e produtividade para a região, além de possuir domínio nesse setor industrial.
Resultados
Conclusões
Com o referido trabalho procuramos mostrar os fatores mais importantes quando se trata de indústria. Tanto a
produção, quanto a administração englobam fatores, muito as vezes, desconhecidos, e que influenciam direta e
indiretamente nas atividades da empresa e na comunidade em que atuam. Preocupa-se muito com vendas, faturamento e
retornos, principalmente monetários, pouco se dá valor para os benefícios que uma indústria pode apresentar ao local onde
ela atua, como emprego, projetos sociais, economia local, infra-estrutura, entre outros.
A região da Amurel é rica em argila, e possui uma significativa quantidade de indústrias cerâmicas, por isso o trabalho
analisou esse segmento. Verificou-se que as indústrias cerâmicas são ainda, em grande maioria familiar, porém em processo
de crescimento e de inovações no setor. Hoje o setor possui grandes competidores, o que faz com que boa parte das
empresas procure um diferencial, ou então, ações para se manter no mercado. A região é conhecida pelo seu potencial nas
jazidas de argila e também nos processos produtivos, o que ocasionou o crescimento significativo de muitas empresas,
acarretando mais empregos, maior consumo na economia local, mais construções civis, melhor qualidade de vida, enfim,
acaba se tornando um ciclo virtuoso de riqueza.
O setor cerâmico hoje é um dos mais importantes na economia local, e abastece não só a região, como também o
Brasil todo e outros países. As exportações foram um pouco afetadas pela atual situação econômica mundial, assim como as
vendas para o todo o país, porém, as empresas são precavidas e acreditam que a tendência é que o setor volte ao normal e
até mesmo cresça . As classes C, D e E, estão em grande crescimento, e o sonho da casa própria hoje, leva a um
significativo aumento das construções. Esse cenário em que o mundo está passando já apresenta indícios de que está se
normalizando.
No entanto, a economia local é em boa parte influenciada pelas indústrias cerâmicas da região, possuindo algumas
empresas consideradas umas das maiores da região em comparação com empresas de outros segmentos, acarretando
assim grande importância não só para a economia, como para a população e as comunidades envolvidas.
Bibliografia
GERANEGÓCIO: http://www.geranegocio.com.br/html/peqneg/p3.html
SEBRAE: http://www.sebrae.com.br/momento/quero-abrir-um-negocio/planeje-sua-empresa/plano-denegocio/integra_bia?ident_unico=346
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/947CE75D32DE1BCB832574C1004E1EC5/$File/NT00038DA6.pdf
REFRAMA: http://www.reframa.com.br/noticias/panorama-da-ceramica-no-brasil
KUPFER: www.ie.ufrj.br/gic/pdfs/1994-1_Kupfer.pdf
Jornal A Tribuna: http://www.atribunanet.com/home/site/ver/?id=41777
CAMPOS, NICOLAU e CÁRIO: http://www.ie.ufrj.br/redesist/P1/texto/NT29.PDF
ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Medição de atividades científicas e
tecnológicas: proposta de um sistema padrão para avaliação de pesquisa e desenvolvimento experimental. Brasília:
CNPq, 1976.
OHMAE, Kenichi. Voltando à estratégia. In: MONTGOMERY, Cynthia A.; PORTER, Michael E. Estratégia: a busca da
vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
VICO MAÑAS, Antonio. Gestão de tecnologia e inovação. São Paulo: Érica, 1993
VICO MAÑAS, Antonio. Gestão de tecnologia e inovação. 3. ed. São Paulo: Érica, 2001
MATTOS, João Roberto L; GUIMARÃES, Leonam dos Santos. Gestão da tecnologia e inovação: uma abordagem prática.
São Paulo: Saraiva, 2005
PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da Qualidade: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo:
2004.
GAITHER, Norman; FRAZIER, Greg. Administração da produção e operações. 8. ed. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
COSTA, Antonio Fernando Branco; EPPRECHT, Eugenio Kahn; CARPINETTI, Luiz Cesar Ribeiro. Controle estatístico de
qualidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. 2 ed. – São Paulo:
Saraiva, 2005.
PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 16. ed. Rio de Janeiro:
Campus, 2004.
WESSELS, Walter. Economia. São Paulo: Saraiva, 1998
FEIGENBAUM, Armand V. Controle da qualidade total: gestão e sistemas. São Paulo:
Makron Books, 1994. V. 1.
HAMEL, Gary; PRAHALAD, C. K.. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e
criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
DORNELAS, José Carlos Assis,. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. 2. ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Campus, 2005.
Apoio Financeiro: Unisul