O setor de revestimentos cerâmicos engloba os produtos

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O setor de revestimentos cerâmicos engloba os produtos destinados ao revestimento de paredes internas,
externas e pisos, que se classificam de acordo com o processo de fabricação, em dois grandes grupos a saber:
( I ) produtos obtidos por prensagem e (II) produtos obtidos por extrusão, onde se enquadram as lajotas
cerâmicas, vidradas ou não.
No primeiro grupo, dois processos tecnológicos de queima são utilizados:
 A Monoqueima: mais moderna, que consiste na queima simultânea do corpo cerâmico e do esmalte que o
reveste.
 A Biqueima: mais antiga, que requer uma queima prévia do corpo cerâmico isolado, antes da aplicação dos
esmaltes e de sua queima.
A Monoqueima, processo adotado pela Portobello tanto para pisos como para revestimento de parede
(monoporosa), proporciona economia de custos operacionais e garante aos produtos características de
resistência e durabilidade melhores que a biqueima. Neste processo, o produto pode ser queimado a
temperaturas diferentes. Quanto mais alta esta temperatura menor será a porosidade final do produto e maior a
sua resistência mecânica. Um produto final com base composta principalmente de argilas, queimado a
temperatura que resulta em alta porosidade, tipicamente 16% de absorção de água, é denominado
“monoporoso” no jargão da indústria, e popularmente conhecido como “azulejo”, adequado para revestimento
de paredes internas. Se queimado a uma temperatura que lhe garante uma porosidade de 3% a 5%, é
denominado "grés", adequado para pisos e fachadas. O produto de tecnologia mais recente, denominado
“porcelanato”, tem porosidade inferior a 0,1%, e base composta principalmente por feldspato, sendo um
substituto para revestimentos de granito, mármore, e pedras naturais.
Dimensão do Setor:
O setor de cerâmica para revestimento é composto por mais de 120 empresas, o que denota alta
competitividade, e é representado pela ANFACER (Associação Nacional do Fabricantes de Cerâmica para
Revestimento), que por sua vez engloba os maiores 34 fabricantes. Segundo estatísticas dessa instituição
referentes a 2001, a produção brasileira foi de 473 milhões m2/mês e o consumo aparente brasileiro foi
superior a 416 milhões m2, sendo 51% na região sudeste, 17% no nordeste, 18% no sul e 14% nas demais
regiões. As exportações para a América do Norte corresponderam a 46% do total, tendo o Mercosul
representado 21%, outros países da America Latina representaram 18%, e os demais destinos os 15%
restantes.
Evolução Histórica:
A indústria de cerâmica para revestimento surgiu a partir de fábricas de tijolos, blocos e telhas cerâmicas, que
já no início do século XX começaram a produzir ladrilhos hidráulicos e, mais tarde, azulejos, pastilhas
cerâmicas e de vidro. A partir da década de 1970 a produção atingiu uma demanda continuada permitindo o
surgimento de novas empresas com ampliação da capacidade de produção e maior automatização do processo
produtivo.
O setor passou por uma séria crise no período 1982/1984, quando sua produção registrou queda de 22%. A
partir de 1985 houve recuperação, com índices de crescimento atingindo até 15% ao ano (1986/1989).
No período 1980/1989, o crescimento médio anual foi de 3,7%, passando de 62 milhões para 85,7 milhões de
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m . No triênio 1989/91, ocorreu forte retração nas vendas, com uma conseqüente queda da produção. Em
1990, quando teve início esse processo, o setor registrou queda de produção da ordem de 23%. No ano
seguinte, nova queda foi registrada, embora de menor intensidade (10%).
A partir de 1992, o setor entrou em franco crescimento. Naquele ano a produção atingiu 202,7 milhões de m2,
apontando crescimento de 22%. Em 1997 a produção atingiu 383,3 milhões de m2, apresentando crescimento
médio anual de 15%. O crescimento médio dos três anos seguintes foi de 6%, atingindo a produção de 452,7
milhões de m2 em 2000. Em 2001 as vendas aumentaram 5% para 462,8 milhões de m2, com faturamento de
R$ 2.3 bilhões no mercado interno e US$ 177 milhões na exportação.
Mercado Mundial:
A China tem o maior mercado para revestimentos cerâmicos, com 1.250 milhões de m2/ano, seguida do
Brasil com 405 milhões de m2/ano, da Espanha com 290 milhões de m2/ano, e dos Estados Unidos com 230
milhões de m2/ano. Os maiores exportadores são a Itália com 436 milhões de m2/ano, a Espanha, com 311
milhões de m2/ano, a Turquia, com 52 milhões de m2/ano, o Brasil, com 47 milhões de m2/ano e o México
com 33 milhões de m2/ano. O Brasil é o quarto produtor mundial de cerâmica, ficando atrás da China, Itália
e Espanha, e sempre se destacou como exportador, destinando aproximadamente 10% da produção para o
mercado externo. Em 2001 as exportações foram 46% destinadas à América Norte, 21% ao Mercosul, 18%
para o restante da América Latina, 8% para a Europa, 4% para a África e 3% para Asia e Oceania.
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