O Sr. REINALDO BETÃO (PL – RJ) pronuncia o seguinte discurso

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O Sr. REINALDO BETÃO (PL – RJ)
pronuncia o seguinte discurso:
Sr. Presidente, Sras. E Srs. Deputados, venho
a esta tribuna para divulgar o extraordinário
resultado da balança comercial brasileira no ano
de 2003, que superou todas as expectativas,
caracterizando um sinal importantíssimo de que o
País deverá ingressar, doravante, em um ciclo de
pujante desenvolvimento.
De fato, Senhor Presidente, o superávit
recorde de 24,5 bilhões de dólares, além de, por
seu montante, caraterizar grande evolução de
nosso comércio exterior, reflete, ainda, um
desempenho extraordinário das exportações, fato
alentador para a economia nacional.
As
exportações,
provenientes do
das
quais
70%
são
setor pecuário e agrícola,
superaram os 75 bilhões de dólares no ano de
2003, um crescimento de mais de 20% em relação
ao ano anterior. Tal resultado confirma a
consolidação do comércio exterior brasileiro em
nível mundial, bem como demonstra a redução
da
vulnerabilidade
externa
da
economia
brasileira, o principal fator de desconfiança e
inibição de investimentos nos últimos anos.
Este superávit comercial recorde destaca o
País, pela primeira vez, entre os dez maiores
saldos comerciais do mundo. Mais importante
que o tamanho, no entanto, é a qualidade do
superávit, construído, principalmente, mediante o
incremento das exportações, ao contrário do
ocorrido em 2002, quando o resultado positivo
de US$ 13 bilhões foi fruto, essencialmente, do
forte recuo das importações.
Não obstante, Senhores Deputados, há que
se reconhecer que boa parte desta expansão das
exportações foi obtida a partir da retração do
mercado
doméstico.
Isto
porque,
sem
a
alternativa de demanda interna, extremamente
retraída no ano que se encerrou, a saída foi
direcionar vendas ao mercado externo, tendo em
vista a própria sobrevivência dos negócios.
Tal comportamento foi generalizado tanto
para empresas de grande porte, como as do setor
siderúrgico, quanto para pequenas e médias
empresas, como as do ramo de confecção. O fato
é que as vendas ao exterior evitaram recessão
ainda maior, contrabalançando em certa medida o
ciclo negativo da economia interna e sinalizando
um caminho seguro para a retomada do
crescimento econômico.
Em 2004, as atenções se voltam para as
perspectivas de crescimento mais favoráveis, algo
em torno de 3,5%, e uma nova questão que se
coloca refere-se à capacidade de o Brasil
conseguir manter o fôlego das exportações ante a
expectativa de um mercado interno aquecido.
Com
efeito, Senhores Deputados, o bom
desempenho
recente
do
setor
exportador
brasileiro ainda não é fruto de uma mudança
estrutural na pauta de exportações, mas sim de
uma conjuntura favorável para vendas externas,
concentradas em particular no agronegócio, em
função da forte recuperação no preço das
commodities.
As exportações do setor agrícola, é fato,
deverão se manter elevadas em função da entrada
de grandes compradores, como a China, no rol de
mercados
para
a
soja
brasileira.
Os
manufaturados, por seu turno, podem esbarrar
nos limites da capacidade instalada de produção
do parque industrial brasileiro, o que exigirá
novos e vultosos investimentos para expansão, de
forma a atender tanto a demanda externa como a
interna.
Sr. Presidente, nobres pares, é preciso
enfatizar que o ótimo desempenho verificado não
deve inibir medidas de caráter estrutural para
potencializar as exportações e tornar sustentável
o crescimento ora observado. A eliminação de
gargalos
de
infra-estrutura,
financiamento,
absorção de tecnologia, treinamento de mão-deobra, bem como o aperfeiçoamento da estratégia
de promoção comercial, são exemplos de
políticas que devem prosseguir com vigor, para
que o progresso que vislumbramos não se torne,
mais uma vez, apenas uma bolha conjuntural a
ser estourada na primeira reversão conjuntural da
economia mundial.
Podemos mostrar-nos otimistas quanto às
possibilidades que ora se nos afiguram. A
estabilização da inflação, a queda progressiva da
taxa de juros e a criação de condições estruturais
para o aumento da credibilidade na economia
brasileira refletem acertos de política que
merecem elogios e apoio de todos. O comércio
exterior brasileiro, neste contexto, assume papel
fundamental para dar consistência à nova etapa
de
desenvolvimento
que,
temos
certeza,
viveremos em breve no País.
Precisamos, Sr. Presidente, tratar nosso
comércio exterior, tanto no que se refere às
exportações quanto às importanções, como
essencial
ferramenta
de
desenvolvimento,
geração de empregos e renda e, acima de tudo,
aumento da competitividade e eficiência da
economia nacional, deixando de relegá-lo à
condição de mera válvula de escape para
conjunturas internas desfavoráveis.
Muito Obrigado.
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