A ECONOMIA CATARINENSE NA CONTRAMÃO DO CRESCIMENTO Alcides Goularti Filho/Unesc/[email protected] Liara Darabas Ronçani/Unesc/Bolsista PIBIC/CNPq/[email protected] Durante os anos de 1980, enquanto a economia brasileira teve um desempenho fraco comparado com as décadas anteriores, com crescimento médio do PIB de 2,9%, a economia catarinense apresentou taxas superiores a média nacional de 5,3%. Nos anos de 1990, o Brasil teve um crescimento médio de 1,6% e Santa Catarina de 3,5%. Foram duas décadas de crescimento superior a média nacional, ou seja, a economia catarinense andava na contramão da recessão. Porém, na última década de 2000 a situação se reverteu, enquanto o país retomava o crescimento e da distribuição de renda, o desempenho da economia catarinense ficou abaixo da média nacional. Com relação ao PIB ambas tiveram um crescimento de 3,7% entre 2000 e 2008. No entanto se levarmos em conta apenas o desempenho da indústria geral entre 2001 e 2010, o Brasil cresceu 3,0% e Santa Catarina somente 0,5%. O objetivo deste trabalho é analisar se há uma relação direta entre o baixo desempenho da economia catarinense na última década e a trajetória do setor exportador. Esta pesquisa justifica-se pela relevância do tema, uma vez que precisamos apontar as falhas e os equívocos que vem ocorrendo na política e na economia catarinense. O método utilizado nesta pesquisa é o dialético, com base na heterodoxia econômica. A pesquisa, que ainda está em fase de desenvolvimento, é baseada em dados quantitativos disponíveis na internet (PIB, contas regionais, produção industrial e agrícola (IBGE), Balança comercial (MDIC), finanças públicas (SEF.SC e MF), indicadores sociais (MDS), dados regionais diversos (IPEADATA), e em outras fontes: orçamentos, mensagens dos governadores, legislação, projetos estaduais e mesorregionais, folhetos, documentos oficiais e materiais diversos de divulgação). A participação de Santa Catarina na pauta de exportação brasileira passou de 4,9% em 2000 para 3,7% em 2010. Embora as exportações catarinenses tenham relativamente diminuído, neste trabalho é desmistificada a ideia de que o setor exportador foi responsável pelo baixo desempenho da economia catarinense na última década. Os resultados da pesquisa revelam que as exportações, em praticamente todos os setores da economia cresceram acima da produção industrial. Dos setores que tiveram taxas negativas de crescimento da produção industrial (têxtil e vestuário; materiais de transporte; e madeira) apenas um (têxtil e vestuário) teve média negativa no crescimento das exportações. O setor que obteve a maior média de crescimento da produção industrial foi o de materiais elétricos e comunicação com 5,16%. As exportações deste setor cresceram 19,18%. As indústrias metalúrgica e mecânica cresceram 4,43% e 3,43% respectivamente, enquanto que suas exportações aumentaram 19,27% e 13,08%. O setor que obteve melhor desempenho nas exportações foi o de plástico e borracha com crescimento médio no período de 25,72%, enquanto que a produção industrial cresceu apenas 0,74%. Portanto, é impossível dizer que o fraco desempenho da economia catarinense se deu em função do setor exportador. Não há uma relação direta entre o baixo desempenho da produção industrial catarinense e o comportamento das exportações. Palavras-Chave: Economia catarinense, Crescimento, Indústria.