Hospital Regional da Asa Sul – HRAS Unidade Terapia Intensiva Neonatal - UTIN Diogo Pedroso - R3 UTI Pediátrica Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF www.paulomargotto.com.br Brasília, 15 de julho de 2011 Introdução A partir 26ª sem gestação – RN tem considerável maturidade do sistema de condução da dor periférico, espinhal e supraespinhal A experiência da dor e a tensão a ela associada leva, a danos físicos e emocionais que podem atrasar a recuperação e inclusive aumentar a mortalidade Introdução A avaliação da dor, sua profilaxia e seu tratamento são direitos básicos de todos, independente da idade do paciente. Introdução Evidências indiretas de que a dor neonatal e estresse podem estar associados com pior prognóstico neurológico, alterando a regulação da secreção de cortisol em prematuros Altos níveis de cortisol durante a infância contribuem para maiores riscos de desenvolvimento neurológico prejudicado e déficit de atenção Grunau RE, Holsti L, Haley DW, et al. Pain 2005; 113:293. Sedoanalgesia - conceitos Analgesia Ausência ou supressão da sensação de dor ou de estímulos nocivos Sedação Amplo espectro de condições, desde o estado vigil, orientado e tranquilo à hipnose, depressão do comando neural da ventilação e redução do metabolismo (AMIB, 1999) Causas de agitação e ansiedade Barulho e iluminação excessivos Alteração do ciclo sono-vigília Efeitos adversos de medicamentos Hipoglicemia, hipoxemia, hipotensão, dor e abstinência de drogas POR QUÊ SEDAR? ? Adaptação a aparelhos e procedimentos médicos Evitar a retirada inadequada de cateteres e outros dispositivos Evitar aumento do consumo de O2 Fornecer conforto e segurança ao paciente Diminuir alterações fisiológicas do stress Tratamento farmacológico Particularidades do neonato Maior água corporal total, maior volume extracelular, maior volemia e maior débito cardíaco Taxa de gordura significativamente menor Drogas cruzam mais prontamente a barreira hematoencefálica Menor capacidade de metabolização (6 meses) Eliminação renal reduzida (fluxo sg e tx de filtração baixas) Analgésicos Opióides Mais importante arma para o tratamento da dor em RN criticamente doentes Morfina / derivados Receptores opióides mu, kappa, delta e sigma ○ Analgesia e Sedação ○ Sem causar amnésia Sedoanalgesia – Terapêutica opióide Opiáceos - terapia mais eficaz para a dor moderada a grave em pacientes de todas as idades Analgesia e sedação Ampla janela terapêutica Atenua as respostas fisiológica ao stress Morfina e Fentanil Morfina Potente analgésico / Bom sedativo Inicio de ação – 5-10 minutos Efeito máx. SNC – 15-20 minutos Maior duração de ação – 3-6 horas Metabolismo – hepático Eliminação - renal Morfina Vias de administração IV, IM, SC, VO Doses: ≥ 37 semanas Dores moderadas: 5-10 mcg/kg/h Dores intensas: 10-20 mcg/kg/h < 37 semanas Dores moderadas: 2-5 mcg/kg/h Dores intensas: 5-10 mcg/kg/h Morfina - Efeitos colaterais Liberação histamínica Broncoespasmo / Supressão tônus adrenérgico Hipotensão - pacts hipovolêmicos Depressão respiratória Íleo intestinal Náuseas / Vômitos Retenção urinária Comuns aos opióides Fentanil Semi-sintético Rápido início de ação (1 minuto) – alta lipossolubilidade 100 x mais potente que a morfina Meia vida 30-60 minutos Metabolismo - quase que exclusivamente hepático Pode reduzir o débito cardíaco por reduzir a freqüência cardíaca Fentanil Vias de administração IV Doses: ≥ 37 semanas Dores moderadas: 0,5-1 mcg/kg/h Dores intensas: 1-2 mcg/kg/h < 37 semanas Dores moderadas: 0,5 mcg/kg/h Dores intensas: 1 mcg/kg/h Fentanil – Efeitos adversos Rigidez torácica Velocidade de infunsão Doses maiores 5 mcg/kg ○ Tratamento: Naloxone + BNM Naloxone: Prurido – dose 0,001 mg/kg Depressão resp / Rigidez torácica - dose 0,01 mg/kg Contra-indicado Morfina – 5 dias Fentanil – 3 dias Síndrome de Abstinência Dilatação pupilar Lacrimejamento / sudorese / arrepios Hipertensão / Hipertermia Vômito / dor abdominal / diarréia Dor muscular / Artralgias Alterações comportamentais Esquema de retirada de morfina / fentanil Até 3 dias: retirar de forma abrupta 4 – 7 dias: retirar 20% da dose inicial ao dia 8 – 14 dias: retirar 10% da dose inicial ao dia Maior 14 dias: retirar 10% da dose a cada 2-3 d Diminuição da droga gradualmente – 50% Associação com medicação equivalente oral na mesma dose da medicação venosa (metadona) Terapêutica opióide RN ventilados Embora a morfina melhore a sincronia do RN ventilado + sedação Rotina de infusões de morfina contínua em prematuros ventilados fornecem pouco ou nenhum benefício clínico em comparação com placebo Quinn MW, Wild J, Dean HG, et al. Lancet 1993; 342:324. Madeira CM, JA Rushforth, Hartley R, et al. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 1998; 79:F34. Estudo multicêntrico-cego prospectivo (NEOPAIN Trial) ○ 898 RNPT ventilados – IG 32 s ○ Morfina x placebo ○ Não houve diferenças nas taxas de mortalidade, hemorragia intraventricular grave ou leucomalácia periventricular, exceto no grupo placebo contaminado (que receberam dose adicional) :dobra o óbito, quintuplica a hemorragia intraventricular, dobra a leucomalácia periventricular e dobra o pior prognóstico ○ Grupo tratado com morfina = mais propensos a desenvolver hipotensão, maior tempo de duração da ventilação mecânica, e demoraram mais para tolerar todo o volume da dieta. ○ O uso de morfina não aumentou a taxa de complicações gastrointestinais Anand KJ, Hall RW, Desai N, et al. Lancet 2004; 363:1673; Guinsburg, 2010. Morfina x RNT ventilados Estudo retrospectivo – 62 RNT ventilados – pós-operatório ○ Aumento do tempo de VM ○ Não houve associação com apnéia, hipotensão ou outras complicações El Sayed MF, Taddio A, Fallah S, et al. J Perinatol 2007; 27:444. Fentanil Pequenos estudos randomizados/controlados relataram níveis reduzidos de estresse hormonal, menos episódios de hipóxia, e menores escores de estresse comportamental em recém-nascidos ventilados tratados com fentanil em comparação aos controles. RN que receberam fentanil - um maior suporte ventilatório, porém não houve diferenças nos resultados clínicos entre os grupos fentanil e tratados com placebo Fentanil X Morfina Menos efeitos sedativos Menos episódios de hipotensão Efeitos reduzidos – motilidade TGI Menor retenção urinária Maior tolerância à retirada da droga Saarenmaa E, Huttunen P, Leppäluoto J, et al. J Pediatr 1999; 134:144. Salão RW, Boyle E, Young T. Semin Perinatol 2007; 31:289. Fentanil versus Morfina Ensaio randomizado Fentanil (1,5 mcg / kg por hora) Morfina (20 mcg / kg por hora) em RN ventilados ○ Escores de dor ○ Respostas de catecolaminas ○ Sinais vitais ○ Não houve efeitos adversos respiratórios ou dificuldades no desmame da ventilação em ambos os grupos ○ Fentanil - diminuição da incidência de alterações da motilidade gastrointestinal Saarenmaa E, Huttunen P, Leppäluoto J, et al. J Pediatr 1999; 134:144. Morfina versus Fentanil Até o momento, não existem estudos conclusivos que estabeleçam que o fentanil é mais adequado que a morfina no tratamento da dor em crianças e RN. Faltam estudos grandes para indicar a segurança do fentanil Opióide - neonatos Cuidado extremo deve ser exercido se estiver usando a terapêutica opióide em recém-nascidos prematuros ventilados IG 23-26 semanas ou com hipotensão pré-existente devido ao risco aumentado de eventos adversos associados IMPORTANTE: iniciar O OPIÓIDE somente após a estabilização hemodinâmica da criança Ketamina Anestésico dissociativo Potente analgésico / propriedades amnésticas Preserva a estabilidade hemodinâmica – efeitos simpáticos secundários Liberação de adrenalina e noradrenalina ○ Aumento da FC / PA Metabolismo hepático Pico de ação 1 minuto Ketamina Suplemento em esquemas de sedação com opióides e benzodiazepínicos em crianças submetidas à VM Broncodilatador / Aumento da complacência pulmonar Aumenta o consumo de O2 cerebral / fluxo sg cerebral e PIC Alucinações Ketamina Doses – IV / IM 1 -2 mg/kg – induz sedação / preservação dos reflexos de via aérea e do controle respiratório 2-4 mg/kg – sedação profunda Atropina – IV / IM – 0,01 mg/kg – Dose min: 0,1 mg Midazolan – IV/IM – 0,05 mg/kg Ketamina Indicações; RN instabilidade hemodinâmica ○ Doença cardíaca congênita, Hérnia diafragmática congênita, ou aqueles que requerem canulação ECMO Mais pesquisas são necessárias para estabelecer a segurança e a eficácia da analgesia/sedação em neonatos ventilados ou a outras indicações clínicas Benzodiazepínicos Sedativas / Hipnóticas / Ansiolíticas / Anticonvulsivantes Efeitos cardiovasculares mínimos Associado à morfina – hipotensão Midazolam / Diazepam Midazolam Hidrossolúvel Rápido início de ação 4x mais potente – diazepam Metabolismo hepático Início de ação - 3 a 10 minutos Duração 30 – 120 minutos Midazolam Dose IV/IM – Bolus – 0,1-0,5 mg/kg Contínua - 1 a 6 mcg/kg Via intranasal – desaconselhada Risco de toxicidade ao SNC ao ser absorvido, entrando em contato direto com o nervo olfatório via placa crivosa Convulsões – infusão rápida / doses elevadas Diminuição fluxo sangüíneo para artéria cerebral média em recém-nascido pré-termo Efeitos neurológicos transitórios (hipertonia, hipotonia, movimentos coréicos, movimentos discinéticos, mioclonia e atividade epileptiforme) Midazolam Resultados a longo prazo Embora os dados sejam limitados, parece que uso prolongados drogas sedativas e / ou analgésicos têm o potencial de afetar prognóstico neurológico e comportamental (EPIPAGE coorte) Francês – RNPT menores 33 sem ○ Após ajuste para IG e escore de propensão ○ Seguimento de 5 anos ○ Drogas sedativas /analgésica por mais de 7 dias ○ (RR 1,0, 95 % CI 0,8-1,2) Analgesia sistêmica Acetominofeno Doses ○ RN - 10 a 15 mg / kg 6-8 horas VO 20-a 25 mg / kg 6-8 horas VR ○ Dose máxima oral RN > 32 semanas IgPC - 60 mg / kg por 24 horas RN 28 s – 32 s IgPC - 40 mg / kg por 24 horas Estas doses são principalmente baseadas em estudos de dose- resposta antipirética e pode não ser adequada para controlar a dor. Analgesia sistêmica Dipirona Em decorrência da falta de estudos clínicos e farmacológicos que respaldem seu uso, o fármaco não é recomendado em RN No Brasil - demonstra a segurança e eficácia analgésica e antitérmica, inclusive no período neonatal, sem incidência aumentada de efeitos colaterais comprovados Dose é de 10 a 15 mg/kg 6/6 h Anestésicos tópicos Lidocaína 0,5% Dose máxima - 3 a 5 mg / kg RN - lidocaína + epinefrina - EVITADA ○ Risco de necrose tecidual e arritmias SC – punção liquórica, inserção de cateteres, drenagem torácica Eventualmente – punção arterial Anestésicos tópicos EMLA RN – punção lombar ○ reduziu a dor alterações FC, Spo2 e expressões faciais em comparação com placebo (inserção e retirada da agulha) Efeito colateral Irritação da pele (prilocaína) Metemoglobinemia – secundário ○ Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase ○ Doses excessivas Dose: 1 a 2 g de creme EMLA - coberto com um curativo oclusivo por 45-60 min 4x ao dia. Intubação eletiva /semi-eletiva Intubação traqueal – Pré-medicação - Fentanil São preservados: ○ débito cardíaco, a resistência vascular sistêmica, ○ resistência vascular pulmonar e a pressão de oclusão da artéria pulmonar • Portanto, há várias razões para considerar o tratamento da dor e do estresse do neonato. •É humano e ético dar conforto e aliviar a dor. Obrigado. Nota: Dr. Paulo R. Margotto, Editor do site www.paulomargotto.com.br DOR NEONATAL Medidas Farmacológicas FENTANIL Desvantagens •Rigidez da caixa torácica (> 2mcg/Kg/h) em push •Aumento da pressão intracraniana •Antídoto: Naloxone • Dependência (até 57% dos casos) após dose acumulada de (1,6mg/kg a 2,5mg/kg) ou após 5 dias de infusão contínua. • A abstinência pode ser minimizada por uma desmame lento (diminuir inicialmente 25%, seguido por diminuição de 10% cada 4h. Margotto,ESC-2010 Aranda, 2005;Katz, 1994;Taddio,2002; Caron, 2002 SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA: DOR NEONATAL R METADONA:Mytedom (1mg/ml e 5 e 10mg/comp) Equivalência: 0,001mg/kg fentanil 0,1mg/kg/dia de metadona -prescrever 50% da dose equivalente 1 ou 2x VO -diminuir 20% da dose inicial a cada 3 dias Exemplo: RN de 1,5kg, recebendo 1µg/kg/min, deve receber quanto de metadona, em caso de Síndrome de abstinência? Este RN está recebendo 36 µg de fentanil/dia= 0,036mg de fentanil=0,024mg/kg/dia de fentanil.Realizando regra de três, temos: 0,001 0,1 0,024 x mg de metadona, ou seja:2,4mg Margotto,ESC-2010 1µg=0,001mg Guinsburg,2009 DOR NEONATAL Medidas Farmacológicas MORFINA • potente efeito analgésico e sedativo, • ação prolongada e menor potencial para a tolerância. • Vida média mais longa: 9 h em RNPT e 6,5 h em RNT (2 hs em crianças maiores e adultos) • O ensaio de Simons e cl, comparando morfina com placebo, não deu suporte ao uso de rotina de morfina nos RN ventilados pela falta de efeitos analgésicos mensuráveis e ausência de efeito benéfico no prognóstico neurológico ruim. Dose:5-20 µg/Kg/h Simons, 2003; Aranda, 2005;Guinsburg, 1998 Margotto,ESC-2010 DOR NEONATAL Medidas Farmacológicas Reações adversas dos Opióides •síndrome de abstinência (Fentanil/Morfina) •rigidez da caixa torácica (Fentanil) •laringoespasmo em RN a termo e pré-termos (Morfina) • diminuição da motilidade gastrintestinal (Morfina) • retenção urinária e hipotensão e bradicardia (Morfina) • Ventilação prolongada (Morfina) •Risco de hemorragia intracraniana e leucomalácia periventricular (Morfina) Margotto,ESC-2010 Aranda, 2005 DOR NEONATAL Medidas Farmacológicas Sedativos Benzodiazepínicos, como o MIDAZOLAM •promovem sedação, mas não analgesia •não devendo ser usados no lugar dos analgésicos, suprimem as respostas comportamentais a dor • potencializam as vias inibitórias neuronais mediadas pelo GABA •No RN (diferente dos adultos): receptores GABA são estimuladores (importante para o desenvolvimento cerebral) Margotto,ESC-2010 Stevens,2000; Anand,2007;Stevens,2000; Cilia,2010 DOR NEONATAL Medidas Farmacológicas Midazolam Efeitos adversos neurológicos associados •Hipotensão arterial •Deficiente nível de consciência, evitar o pacote:midazolam+ fentanil •Movimentos discinéticos, •Abstinência (ALTA INCIDÊNCIA) •Reações paradoxais: -mioclonia -atividade epileptiforme. • Bergman e cl,1991: descreveram posturas distônicas, deficiente atenção visual, deficiente interação social e coreoatetose em crianças que fizeram uso de midazolam com fentanil por 4-11 dias (os sintomas reverteram entre 5 dias a 4 semanas). Margotto,ESC-2010 Anand,2007; Aranda, 2005;Guinsburg, 2010 DOR NEONATAL Medidas Farmacológicas Midazolam “Veneno na UTI Neonatal” Ao usar Midazolan: pedir consentimento informado aos pais Deveríamos erradicar esta droga das Unidades Neonatais Osmolaridade: 2000 mOsm/L (igual a do bicarbonato) Morte neuronal nos animais com supressão da atividade neuronal e dirige os neurônio em desenvolvimento para cometer suicídio (Olney, 2004) Sola A, 2010 NÃO DEVE SER USADA EM PRÉ-TERMOS UTI DO HRAS: sedação (se necessária) em RN a termo Margotto,ESC-2010 Margotto, 2009; Sola, 2010 DOR NEONATAL Medidas Farmacológicas Cirurgia Dor: consequência inevitável. Faltam mais estudos Lesão tecidual: profunda resposta fisiológica Controle da dor: melhora dos resultados no PO* Aliviar o estresse e a dor pré-operatória RN estressado, não vestido,, hipotérmico, superestimulado pelo barrulho, e luz e com experiência da dor altos níveis de hormônios da adrenal (cortical como medular) mais suceptíveis ao estresse e complicações no PO) Uso de glicose oral no PO de pequenas cirurgias Paracetamol: (via oral): Inibem a ação das prostaglandinas e do tromboxane, liberados durante a agressão tecidual 10-15 mg/kg- RN a termo (cada 6-8hs) 10 mg/kg - RN prematuro (cada 8-12hs) EV: 20mg/kg, seguido de 10mg/kg/dose cada 6 hs (32-44 semanas)-10mg/ml) -não afeta a temperatura nos normotérmicos; nos febris: queda de 0,8 nas 1ras 2 hs Margotto,ESC-2010 *PO: pós-operatório Aleegaert, 2011; Hopchet, 2011;AAP,CPS,2007; Hardcastle, 2010; Margotto,2009 DOR NEONATAL Medidas Farmacológicas RETINOPATIA DA PREMATURIDADE EXAME -exame doloroso -sucrose não alivia completamente -O´Sullivan,2010:sucrose/enrolar o bebê/sucção não nutritiva: menos dor) -Sun,2010: Metanálise demonstra redução de escores,embora altos -anestésico tópico: efetividade limitada (Metha,2010:10 Exame, com 5 min-sem diferenças; melhor no 20 exame) Na UTI Neonatal do HRAS: AnestalconR (cloridrato de proximetacaína* 0,5% (1 gota em cada olho 3 min antes) CIRURGIA -processo doloroso -anestésico tópico não trata adequadamente Adoçar, Chupeta e Enrolar R -infusão contínua de remifentanil (Ultiva ) * corresponde a proparacaína -Sammantino, 2003:0,7 a 1 µg/kg/min em 6 RN Sweeten, soother and swaddle for retinopathy of prematurity screening: a randomised placebo controlled trial. Margotto,ESC-2010 DOR NEONATAL Premedicação em Intubação semi-eletiva ou eletiva Intubação traqueal é um dos procedimentos estressantes mais realizados nas UTIs neonatais. Quando realizada sem analgesia e sedação, o procedimento está associado a dor e respostas fisiológicas adversas, como: Hipoxia Bradicardia Maior tempo para intubação Hipertensão arterial sistêmica Hipertensão intracraniana Hemorragia intraventricular e Leucomalácia em pré-termos (90% na UTI Pediatrica x 23,3% na UTI Neonatal) Margotto,ESC-2010 Byrne;Millar,1984;Marshall,1984;Lemyre,1988; Bonow,2004;Sarkar, 2006 DOR NEONATAL Premedicação em Intubação semi-eletiva ou eletiva Pokela e Koivisto (1994):no grupo com opióide (alfentanil +succinilcolina ) pré-intubação: -Menor pressão arterial; menor duração da hipoxia;menor tempo para a intubação -Sabemos que:Leslie,2006; Bonow,2004 -índice de falha na intubação: 30% -índice de sucesso: Resid-1º ano(56%) x Resid-2º ano(94%) Academia Americana de Pediatria (2010) recomenda Premedication for nonemergency endotracheal intubation in the neonate. Margotto,ESC-2010 DOR NEONATAL Premedicação em Intubação semi-eletiva ou eletiva •Midazolam: não é droga de escolha devido aos riscos: com o fentanil parada cárdiorespiratória; hipotensão arterial; diminui o débito cardíaco; diminui fluxo sanguíneo cerebral; cinética variável (meia vida de 22 horas e em doses repetidas, 7 dias) ;não é analgésico; maior necessidade de reanimação; maior tendência a hipoxemia •Morfina: não foi demonstrada efetividade: início de ação com 5 min (pico entre 15-30 min):não permite suficiente relaxamento para visualizar a via aérea; Período longo de início de ação para uma intubação. Intubação é um processo DOLOROSO, devemos fazer a ANALGESIA e NÃO SEDAÇÃO Margotto,ESC-2010 Lemyre, 2004; Kumar, 2010 DOR NEONATAL A intubação traqueal deve ser sempre procedida por pessoal habilitado e experiente Sequência Rápida de Intubação na Unidade de Neonatologia do HRAS Rocurônio:0,5mg/kg Administrar inicialmente a atropina, seguido da succinilcolina ou rocurônio que tem início de ação por um a dois minutos e o fentanil . A administração do fentanil lentamente em 30 segundo evita a ocorrência de rigidez da parede torácica. Após a ventilação com máscara A intubação sem analgesia só deve ser realizada na sala de parto e em situações de risco de morte. Grupo International Evidence-Based Group for Neonatal Pain; Feltman, 2010 Margotto,ESC-2010 DOR NEONATAL RN EM VENTILAÇÃO MECÂNICA Estamos tratando os nossos bebês com dor ou estamos tratando nós mesmos? Na UTI Neonatal, uma das grandes indicações do uso de analgésicos é o RN NA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM) -1996/1998: Uso de narcóticos melhora medidas comportamentais de conforto -aumento do uso de morfina, fentanil e sedativos, como benozodiazepínicos nos RN em VM No entanto, o uso destes agentes é altamente controverso Guinsburg,1998;Saarrenmaa,1996;Kennedy, 1999 Margotto,ESC-2010 DOR NEONATAL RN ventilado A VM é uma intervenção potencialmente dolorosa e desconfortante (analgesia é rotina em adultos e criança maiores) No entanto, para os RN ventilados o uso de analgésicos é controverso: dificuldade de avaliar dor crônica (não é válido usar marcadores de dor aguda, como a Escala PIPP) Na dúvida: tratar todos? A evidência não respalda! -uso de morfina: -aumento da duração da ventilação (1 DIA A MAIS) -hipotensão arterial (23-26 sem) -maior percentual de uso de inotrópicos (Fent 76% x Morf 84%) -diminuição da motilidade gastrintestinal (Fent 23% x Morf 46%) -retenção urinária -atraso para alcançar nutrição enteral total -infecções relacionadas ao cateter, patologia intestinal, complicações da nutrição parenteral, atraso do crescimento -diferenças na análise visual do teste de inteligência visual (pior no grupo da morfina) Margotto,ESC-2010 De Graaf, 2011,Hall, 2007;Hall, 2005;Bhandari,2005;Kennedy, 1999; Saarrenmaa,1996 DOR NEONATAL Medidas Farmacológicas RN Ventilado Analgesia em todo RN em ventilação mecânica? Semin Perinatol 2007;31:289-297 Margotto,ESC-2010 DOR NEONATAL RN Ventilado Metanálise de Bellú R (2006) Opioids for neonates receiving mechanical ventilation Conclusão dos revisores: Não há evidência suficiente para recomendar o uso rotineiro de opióides em recém-nascidos em ventilação mecânica. Os opióides devem ser utilizados de forma seletiva, quando indicado pela avaliação clínica e avaliação dos indicadores de dor. Sem diferenças na mortalidade, displasia broncopulmonar, permanência hospitalar, enterocolite necrosante Margotto,ESC-2010 DOR NEONATAL RN Ventilado Para onde devemos ir agora? Seria ético um ensaio controlado randomizado avaliando os resultados de RN em VM tratados com narcótico, benzodiazepínicos ou placebo? É claramente antiético suspender uma terapia de benefícios comprovados. Assim , é ético este trial Seria a única forma definitiva de resolver se devemos ou quando devemos usar analgésicos/sedativos nos RN ventilados Margotto,ESC-2010 Kennedy, 1999 DOR NEONATAL DEVEMOS USAR, ENTÃO ANALGÉSICO DE ROTINA EM TODO RN VENTILADO ? Qual é a evidência? Reservar as intervenções farmacológicas, tanto para a analgesia e sedação para recém-nascidos selecionados -onde a presença da dor pode ser razoavelmente ser predita, -quando a dor e o estresse estão interferindo com o efetivo manuseio do ventilador ou outro suporte vital -quando as medidas ambientais mostraram-se falhas. -somente após a estabilização hemodinâmica A mais óbvia e efetiva estratégia para diminuir a dor do RN na UTI Neonatal -restringir a freqüência de procedimentos dolorosos, especialmente àqueles que são mais comumente relatados, como as punções de calcanhares e a aspiração do tubo endotraqueal; coleta de sangue de cateter (gasometria pode ser venosa) -evitar a hipoxemia, a agitação e a “briga com o respirador”; posição prona (diminui a atividade motora e estabiliza a oxigenação); novos métodos de ventilação (ventilação mecânica automatizada) Margotto,ESC-2010 Hall, 2007,2008;Kennedy KA, 1999;Grunau, 2004; Bancalari, 2010; Guinsburg, DOR NEONATAL Temos apenas um único cérebro durante toda a vida. Todas as experiências são importantes O crescimento cerebral depende de experiência. A experiência do bebe cujo cérebro está se desenvolvimento na UTI será afetado pela qualidade do atendimento e do cuidado, do manuseio que fazemos. [email protected];www.paulomargotto.com.br Lawhon,2010 “Somos o que somos, mas somos principalmente o que fazemos para mudarmos o que somos” Consultem também: XX Congresso Brasileiro de Perinatologia (Rio de Janeiro, 21-24/11/2010): Estresse e dor no recém-nascido: estamos atuando? Autor(es): Ruth Guinsburg (SP). Realizado por Paulo R. Margotto Analgesia e sedação no recém-nascido em ventilação mecânica/sequência rápida de intubação Autor(es): Paulo R. Margotto, Martha David Rocha Dor Neonatal Autor(es): Paulo R. Margotto Dor Neonatal-Repercussões (1ªJornada do IPESQ, Campina Grande, 31/3 a 1/4/2011) Autor(es): Paulo R. Margotto