ESPONDILITE ANQUILOSANTE Caso Clínico 03 E. A. O. R. , 46 anos, natural e procedente de Jacarei-­‐Sp, procurou o serviço de odontologia especial do Hospital Municipal de Sáo José dos Campos para realização de tratamento de cárie, genginvite e periodontite. Paciente é portadora de Espondilite Anquilosante com diagnóstico realizado há aproximadamente 30 anos. Devido a sua patologia não consegue realizar extensão cervical e apresenta importante restrição de abertura oral. Devido aos motivos expostos acima, foi solicitada anestesia para realização de tratamento odontológico. Avaliada no ambulatório pré-­‐anestésico, apresentava exames laboratoriais dentro da normalidade e o risco cardiológico I. Fazia uso de AINE e prednisona. Ao exame físico apresentava-­‐se corada, hidratada, acianótica, lúcida e orientada, pesando 70 kg, altura de 1,68 metros, normotensa(pressão arterial: 120x60 mmHg), frequência cardíaca de 92 bpm, frequência respiratória de 18 irpm, auscultas cardíaca e respiratória sem alterações. Avalição de via aérea mostrava restrição importante de abertura oral aproximadamente 1 cm, incapacidade de estender região cervical e distância esterno mento menor que 12 cm .O Mallampati não pode ser realizado pois não se visualizava cavidade oral. Paciente foi então liberada para ato anestésico com manutenção da medicação que vinha em uso. Foi indicado anestesia geral com intubação com paciente acordado e auxílio de broncofibroscopia. Ato anestésico foi realizado com sedação e analgesia com 3 mg de Midazolam e 150 mcg de fentanil. Foi realizada anestesia tópica oral e nasal com xilocaína spray 10%. Realizada intubação nasotraqueal sem dificuldades com utilização de tubo com balonete número 6,5 sem dificuldades. Após confirmação da posição do tubo através da capnografia foi realizado anestesia geral com 150 mg de propofol, 150 mcg de fentanil e 25 mg de atracúrio. Paciente foi colocada em ventilação mecânica controlada a volume e manutenção anestésica inalatória com sevoflurano. Ato cirúrgico durou cerca de 70 minutos, sendo tratamento odontológico realizado com sucesso. Extubação procedeu-­‐se após descurarização com 1,0 mg de atropina e 2,0 mg de neostigmine. Extubação foi realizada com paciente consciente e sem intercorrências. Paciente foi encaminhada a Recuperação pós anestésica de onde teve alta para o quarto após 45 minutos. Espondilite Anquilosante Definição É uma doença inflamatória crônica das articulações sacro-­‐ilíacas e coluna que esta associada com alterações extra-­‐articulares características. Rigidez da coluna é progressiva evoluindo para anquilose após alguns anos. Prevalência 0,1-­‐6% da população com proporção entre homens e mulheres de 5:1. Etiologia Desconhecida. Possui associação com o marcador genético HLA-­‐B27. Infecções também tem sido propostas. Clínica Principal queixa é a dor nas costas com duração maior que 3 meses que piora com repouso e melhora com exercícios. Fraturas vertebrais são comuns em pacientes com rigidez articular. Entesites, sinovites associadas a sacroilite são comuns. Outros achados incluem: inflamação ocular,alterações miocárdicas e lesões mucosas. Diagnótico Tratamento Amparo psicológico e social, fisioterapia sistemática em todos os estágios da doença, anti-­‐ inflamatórios não hormonais e corticoesteróides em baixas dosagens. Nos pacientes não responsivos devem ser usadas drogas de ação prolongada como sulfasalazina e metrotexate. Sintomas depressivos podem ser tratatos com antidepressivos tricíclicos. Felippe Batista Soares R3 anestesiologia