apresentação aula 16

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Aula 16:
O pensamento (neo)liberal entre os anos 30 e 60 no Brasil
Rec 3402 Desenvolvimento e pensamento econômico Brasileiro
1º semestre 2016
Correntes
• Liberais
X
• Desenvolvimentistas
X
• Socialistas
Desenvolvimentismo Divergências internas:
•
3 correntes
Desenvolvimentismo setor privado
Desenvolvimentismo setor publico – nacionalista
Desenvolvimentismo setor publico – não nacionalista
•
3 aspectos:
Papel do capital estrangeiro
Grau de envolvimento do Estado

Relação capital privado e políticas publicas

Papel das Estatais
Grau de atenção aos aspectos relativos à estabilidade monetaria e fiscal (inflação)


Harmonia entre crescimento e estabilização
Até onde aceita tese estruturalista de inflação
(Neo) liberais
• Tradição antiga no Brasil
• Vários sentidos para a idéia de liberalismo
• Liberais: no período analisado considerando a defesa de um
sistema de mercado como o mais “eficiente”
• “neo” – muitas motivações, aqui uma explicita
• Dado o momento do tempo (depois da grande crise dos anos 30 e do impulso
das teses keynesianas) e do local (particularidade de economias em
desenvolvimento como a brasileira):
• neoliberal pode se opor a liberal no sentido de que se admite a
necessidade de alguma função reparadora (saneadora) do Estado
dadas algumas imperfeições (falhas) de mercado
Segundo Bielschowsky:
Quem eram:
• Eugenio Gudin, Daniel de Carvalho
• Especialmente na oposição ao protecionismo e defensores de teses relativas a
teoria das vantagens comparativas
• Octavio Gouveia de Bulhões, Denio Nogueira e Alexandre Kafka
• Conformados com a irreversibilidades do processo de industrialização mas
enfatizam a questão da estabilidade macroeconômica
• Roberto Campos (?)
• Se torna um liberal nos anos 80 ?
• E quando da criação BNDES, do Plano de Metas e do PAEG ?
Divergências entre liberais
• Grau de intervenção do Estado
• Grau de participação do Estado em
• Segurança, ok
• Educação, saúde, ok
• Agricultura - assistência técnica – oK, além disto ?
• Infraestrutura – externalidades positiva , mas até onde intervenção ?
• Se capital nacional não prove – capital externo ?
• Outros setores
• Qual grau de controle do comércio exterior em função dos problemas com as exportações de
commodities primárias
Centros principais e mecanismo de divulgação
• Corrente de pensamento diferente dos desenvolvimentistas por que acaba saindo de dentro do
Estado
• Tem presença acadêmica mais marcante
• Trabalham na Universidade do Brasil (atual UFRJ) e nele introduzem (Gudin e Bulhões) os primeiros
programas exclusivamente de Economia
• Faculdade de Economia da UFRJ foi a primeira faculdade importante de economia (depois rivalizando com a USP)
• Núcleo de militância intelectual principal:
• Fundação Getúlio Vargas (FGV) – fundada em 1944
• 1948: editam a Revista Brasileira de Economia (RBE) - Primeira publicação acadêmica do Brasil
• 1950: Eugenio Gudin e Otavio Bulhões fundam o IBRE (Instituto Brasileiro de Economia) dentro da FGV
•
Assumem a partir de 1952 a revista Conjuntura Econômica (originalmente – 1947 – era controlada por desenvolvimentista)
• Bulhões teve presença forte também no início do CNE (Conselho Nacional de Economia)
• CNE duas publicações importante: Revista do CNE e Exposição Geral sobre a situação econômica do Brasil
(uma espécie) de relatório anual
• no início defesa de controle inflacionário e diminuição da intervenção estatal
• Com tempo (final dos anos 50) perda de influencia liberal neste órgão
• Também alguma participação importante junto à associação comercial de SP e nas suas
publicações mais importantes o Digesto Econômico e a Carta Mensal
Gudin x Bulhões
• Bulhões é menos radical do que Gudin
• Bulhões: mais tolerante com iniciativas de planejamento muitas das quais eram opostas por
Gudin
• Bulhões também mais preocupado (obcecado)com funcionamento do sistema financeiro, via a
necessidade de montagem de um sistema financeiro capaz de mobilizar a poupança interna e
fazer desta instrumento de desenvolvimento do país junto com a poupança externa
• Eficiência de um sistema de mercado não existe se não existir um sistema financeiro desenvolvido
• Bulhões esteve por trás da criação da SUMOC (em 1945), foi árduo defensor do estabelecimento de um
Banco Central,
• Era ministro da Fazenda quando o Banco Central foi criado depois do golpe militar
• Bulhões influente na reforma financeira de 1967-68
• Concordavam quanto à necessidade de melhoria dos instrumentos de controle monetários,
• mas Gudin achava difícil se criar um Banco Central (e um sistema financeiro solido ) em um ambiente
inflacionário
Eugenio Gudin (RJ 1886 – RJ 1986)
• Formou-se em engenharia em 1905 pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.
• Passou a interessar-se por economia na década de 20 e, entre 1924 e 1926, publicou seus primeiros artigos
sobre matéria econômica em O Jornal, do Rio de Janeiro, do qual também foi diretor.
• trabalhou em empresas estrangeiras como a Light, a Pernambuco Tramway and Power Co. e a Great
Western of Brazil Railway Co. , da qual seria diretor-geral por quase 30 anos. Em 1929, tornou-se
diretor da Western Telegraph Co., cargo que ocuparia até 1954
• Participou da fundação, em 1938, da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas, mais
tarde incorporada à Universidade do Brasil, instituição na qual exerceria o magistério até
aposentar-se, em 1957.
• Por seu pioneirismo no ensino superior de economia no Brasil, foi designado pelo ministro da Educação, Gustavo
Capanema, a redigir, em 1944, o projeto de lei que institucionalizava o curso no país.
• Já na década de 40 vinculou-se também a Fundação Getúlio Vargas
• Foi Vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas entre 1960 e 1976,
• foi um dos responsáveis pela implantação, nessa instituição, do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) e da Escola
de Pós-Graduação em Economia (EPGE), dos quais também tornou-se diretor
• A partir da década de 30, passou a integrar órgãos técnicos e consultivos de
coordenação econômica criados pelo governo federal.
• Na década de 40 protagonizou debate com Roberto Simonsen, defensor de uma planificação
econômica estatal que protegesse a indústria nacional e restringisse a atuação do capital
estrangeiro no país.
• Gudin apresentava-se como um crítico das medidas econômicas protecionistas e um defensor decidido
da liberdade de atuação para o capital estrangeiro, da igualdade de tratamento dado a este e ao capital
nacional, e da abolição das restrições à remessa de lucros para o exterior.
• Para Gudin os problemas da economia brasileira deveriam ser enfrentados por um rígido controle da
inflação baseado na redução de investimentos públicos e na restrição ao crédito.
• Em 1944, foi escolhido como um dos delegado brasileiro à Conferência Monetária
Internacional, realizada em Bretton Woods (EUA), que decidiu pela criação do
Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para a
Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD).
• Entre 1951 e 1955, representou o governo brasileiro junto ao FMI e ao BIRD.
• Ligado à União Democrática Nacional (UDN), apoiou, em artigos na imprensa, a campanha
promovida contra Vargas durante o seu segundo governo, assim como contra João Goulart no
inicio dos 60
• No início da década de 50, integrou a Comissão de Anteprojeto da Legislação do Petróleo, tendo
discordado das restrições impostas a atuação do capital estrangeiro no setor.
• colocou-se frontalmente contrário à criação da Petrobrás e especialmente contra o monopólio estatal do petróleo.
• Depois da Morte de Vargas, com a posse do vice-presidente João Café Filho, foi nomeado Ministro
da Fazenda.
• Promoveu, então, uma política de estabilização econômica baseada no corte das despesas públicas e na
contenção da expansão monetária e do crédito
• Apesar de critico do sistema de cambio múltiplo acabou por não desfazê-lo em função de suas possíveis
repercussões inflacionárias
• Criou a Instrução 113, da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) que que permitia a
importação de maquinas e equipamentos sem cobertura cambial e que acabou por facilitar os
investimentos estrangeiros no país, e que seria largamente utilizada no governo de Juscelino Kubitscheck.
• Na sua gestão o imposto de renda sobre os salários passou a ser descontado na fonte e criou-se o Imposto
sobre Energia Elétrica quando foi instituído o Fundo Federal de Eletrificação
• Apoiou o golpe militar de março de 1964, que afastou Goulart do poder.
Os pontos centrais do pensamento de Gudin
• Escreve diversos artigos em revistas especializadas e algumas acadêmicas , um livro texto Principios
de economia monetária (1943, 1952)
• Influencias
• Liberais de um modo geral, clássicos e modernos
• Leu e introduziu Keynes no Brasil
• Economicamente merece especial atenção Jacob Viner e Gottfried Harbeler
• Teóricos do comércio internacional – livre cambistas – sustentação do princípios da divisão internacional do trabalho
(Ricardo, Hecksher-Ohlin)
• Forte formação teórica mas busca ser um economista aplicado e busca adaptação das idéias á
realidade nacional
• Princípios liberais, mas era neo liberal com a crença que política econômica pode atenuar ciclos (Keynes)
• Estado corrigindo falhas, mas intervenção deve ser mínima
• Dentro dos debates internacionais em torno da inflação recusa tese estruturalista mas não cai no debate
monetaristas x keynesianos pois para ele Brasil vivia numa situação de pleno emprego
• Não pode ser considerado um monetarista rígido, pois vê elementos reais em decorrência da política monetária
• Inflação de demanda (ressalta alguns aspectos de custos – salários)
• Gudin obrigado a repensar livre cambismo pela ótica dos países em desenvolvimento
• Não cai no chavão de recusa da industrialização e defesa da vocação agrária
• Acredita na conversibilidade e no equilíbrio monetário e cambial (FMI)
• Mas para ele PO faliu e é necessário estar vigilante a desequilíbrios do BP
• Contrario à desvalorizações para equilíbrio do BP em função de seus efeitos inflacionistas
e de possíveis problema tb no BP dado que desvalorização reforça queda dos termos de
troca
• Causa do desequilíbrio externo é a inflação (diferente da visão cepalina de deficit
estrutural)
• Combate tb o protecionismo pois este leva a problemas com as próprias exportações alem
de ser inflacionário,
• Superávit conseguindo é momentâneo que leva a uma valorização cambial e acaba por
prejudicar as exportações
• Para resolver equilíbrio externo se deve combatera inflação (inflação é a causa do
desequilíbrio externo) e não desvalorização ou proteção
• Defende cambio administrado evitando a especulação de cambio flutuante
Gudin e o subdesenvolvimento
• Preocupado com realidade do Brasil (América latina)
• Promove seminário sobre desenvolvimento latino americano trazendo especialistas externos em 1957
• Não acredita que deva haver teorias econômicas diferentes para países diferentes mas as políticas
tem que se adequar a diferentes realidades
• Examina a tese da DTT
• Não verdadeira, se for a culpa é da política econômica dos países periféricos, política que eleva a inflação
acaba fazendo com que termos de troca se deteriorem
• Aceita instabilidade dos países subdesenvolvimento e atraso
• Exportações : problemas em função de inelaticidade da oferta da produção (e efeitos climáticos) e
inelasticidade da demanda, além da pequena diversificação – Preços oscilam forte e economia vulnerável a
essas oscilações ainda mais que importações também são inelatica dada a sua essencialidade
• Problemas com elasticidade renda das exportações tb
• Aceita tese que fluxos de capitais são pro ciclicos e não contra (portanto agravam os problemas)
• Desvalorizações de cambio acentuam queda dos termos de troca
• Crescimento demográfico acentuado
• Para fazer frente a isto
• Defesa da estabilidade econômica e busca ampliar a eficiência econômica (mercado)
• Busca medidas compensatórias que procuram atenuar oscilações
• Chega a defender inclusive a intervenção do governo nos mecanismos de formação de preços (estocagem)
• Criação também de políticas contra cíclicas – impostos que absorvem parte dos aumentos de preços nas fases de
ascensão dos ciclos e sua liberação nas fases de baixa
• Busca da diversificação produtiva e das exportações
• Defende inclusive a própria industrialização neste sentido mas desde que ocorra de forma natural –
incorporando mão de obra que tenderia ao desemprego quando as exportações primarias não fossem suficiente
para incorporar esta população
• Se mercado sinalizar para industrialização ok
• Esta contudo não faz sentido quando desenvolvimento agrícola e das exportações incorpora a mão de obra
perfeitamente – neste caso industrialização significa perda de eficiência
• Existência de pleno emprego elimina motivação apara industrialização
• O Problema maior é que voluntarismo de construção industrial acarreta mais problemas que
soluções
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