apresentação aula 17

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Aula 15:
O pensamento (neo)liberal entre os anos 30 e 60 no
Brasil (II)
Rec 3402 Desenvolvimento e pensamento econômico Brasileiro
1º semestre 2014
Correntes
• Liberais
X
• Desenvolvimentistas
X
• Socialistas
• Aula Passada olhamos as questões em torno de Gudin de uma forma
genérica
• Hoje: terminar Eugenio Gudin e o Brasil e apresentar rapidamente
Octavio de Gouveia Bulhões
Gudin, vimos ...
• Principal instrumento de desenvolvimento são as forças de mercado e
funcionamento livre dos mecanismos de preço
• Para sua operação eficiente necessário equilíbrio monetário e financeiro
• Admite industrialização se
• ocorrer normalmente de acordo com as forças de mercado (não induzida por Estado)
• absorver excesso de mão de obra decorrente do progresso técnico da agricultura
• Se economia brasileira estiver em regime de pleno emprego com agricultura
exportadora, industrialização induzida por Estado significa roubar fatores
produtivos melhor aplicados no setor agrícola, reduzir a eficiência alocativa da
economia
• Gudin: Problema do país é baixa produtividade
• Baixa produtividade é que causa a ilusão (dos estruturalistas) de que a
agricultura é sinônimo de pobreza
• problema da pobreza é a baixa produtividade (inclusive agrícola), não especialização
agrícola em si
• Melhora da produtividade (agrícola) induz uma sobra de mão de obra que
poderia induzir uma industrialização inicialmente nos setores mais
leves/simples
• Políticas governamentais para tal (horizontais)
• Assistência técnica e formação de mão de obra
• Políticas de estabilização monetária e de preços
• Ampliação dos mecanismos de geração de poupança e concessão de crédito
• Estruturação de um sistema financeiro (para isto antes se deve debelar inflação)
• Recurso a poupança externa
• Se afasta de políticas de defesa deliberada da industrialização, protecionismo,
investimentos estatais e regras de controle do capital estrangeiro
Gudin: critico das políticas de industrialização do período (1)
• Protecionismo
• Mesmo aceitando argumento da industria nascente, para ele o volume de
industrias nascentes é menor do que a proteção existente no Brasil e
principalmente existe uma questão temporal (proteção no Brasil parece eterna o
que se contradiz com principio da industria nascente)
• Protecionismo se contrapõe a ganhos de produtividade
• Proteção retira concorrência que é a base para a busca de ganhos de produtividade, gera
apenas monopólios e sobre lucros
• Forja-se no Brasil uma “industria preguiçosa”, garantindo a obtenção de fortunas para uma
minoria privilegiada, as custas do consumidor e no longo prazo do país
• Aceita com muita dificuldade a idéia de externalidades provocadas pela industrialização deliberada
• Também não aceita a idéia de proteção como compensação a teoria da deterioração dos termos de
troca
Gudin: critico das políticas de industrialização do período (2)
• Planejamento e estatização
• Se contrapunha às vantagens das forças de mercado e era, para Gudin, como sinônimo de
políticas socialistas
• Já vimos no debate contra Simonsen em 44-45; existe outro debate com Prebisch em 52-53
• Repete argumentos (liberais) dos debates internacionais Von Mises e Robbins x Oscar Lange e Dobb
• Estado não sabe o que se deve produzir, resposta a isto esta no sufrágio ininterrupto dos consumidores no jogo
quotidiano do mercado
• Aponta também algumas deficiência dos instrumentos de planejamento (muitos deles ofertados pela CEPAL)
• Estatização excessiva sem equilíbrio fiscal-monetário
• Problema do financiamento da intervenção – inflação e impostos (ineficiência e crowding out)
• Estatização limita obtenção de ganhos de produtividades (ganhos de monopólios)
• Estatização leva a problemas políticos (identificado com ditaduras) e econômicos (ineficiência –
Descalabrobrás)
• Estatização de alguns setores é entregá-los à politicagem e a demagogia
• Não aceita a idéia de falta de capacidade empreendedora dos capitalistas (foram afugentados e não lhes deu
condições de empreender)
Ampliação dos Investimentos
• Para viabilizar ampliação dos investimentos necessário:
• Estruturação de um sistema mais eficiente de financiamento e
• acesso ao capital (poupança) externa
• Bulhões mais preocupado com montagem de um sistema de intermediação de longo prazo
• Gudin cético – importante é debelar empecilhos ao funcionamento de um sistema financeiro: maior deles
a inflação
• Bulhões alega a possibilidade de montagem de um sistema financeiro com inflação – adoção de mecanismos de
indexação nos ativos financeiros
•
Gudin reage dizendo que estes mecanismos iriam “enrijecer a inflação”
• Gudin defesa da obtenção de poupança externa
• Defende entrada de capital externo em todos os setores e sobretudo nos com relação capital produto mais
intensa e naqueles com prazos de maturação mais longos
• “Leis contrarias ao capital estrangeiro vem de 3 grupos motivados por razões emocionais e irracionais: comunistas,
socialistas e os inocentes úteis cuja característica dominante é a burrice”
• Reconhece que existe um problema do efeito da entrada do capital estrangeiro com o BP (a dependência
futura de saída de capital na forma de lucros e juros remetidos)
• Mas alega que o importante é o efeito sobre o desenvolvimento do país (aumenta da renda nacional) que gera
condições de fazer frente a esta questão do BP , alem de capital externo poder estimular as exportações
Critica a posição estruturalista
• Inflação estruturalista:
• Falta de oferta (agrícola), pontos de estrangulamentos setoriais (em setores como
energia etc), estrangulamento externo e desvalorização cambial
• Políticas de combate a inflação estruturalista de controle de preços e de
cambio reforçam o problema ao diminuir ainda mais a oferta
• Problemas do estrangulamento é a inflação e seu combate pelos estruturalistas
• Necessário controlar a demanda e seu excesso causado por políticas fiscais e creditícias
errôneas e elevações salariais demasiadas
• Inflação causa problemas sérios
• Má alocação recursos que inibe desenvolvimento
• Aplicação para proteção em relação a inflação – terras, imóveis que tem baixo retorno social
Estabilidade monetária e do Balanço de Pagamentos
• Gudin – protagonista no debate e na defesa da estabilidade monetária e do
Balanço de Pagamentos
• A causa do desequilíbrio do BP é a inflação e não o inverso
• Não existe déficit estrutural do BP
• Inflação afasta cambio da paridade é sobrevaloriza a taxa (em termos reais) o que gera problema
no BP (perda de competitividade das exportações)
• Desvalorização de cambio seria uma alternativa mas dois problemas
• Realimentação inflacionária
• Efeito perverso da desvalorização sobre os termos de troca
• Remédio para o desequilíbrio do Balanço de Pagamentos é fim da inflação (estabilização
monetária)
• Causa da inflação é excesso de demanda por erros de política monetária
Questões distributivas
• Poucos momentos se manifesta em relação a reforma agrária ou outras políticas de redistribuição de propriedade
• Para ele é uma questão inútil, pois o problema não está na estrutura de propriedade;
• Verdadeiros problemas (que explicam por exemplo a pobreza rural) estão em 4 outros elementos
•
Acesso a educação
•
Acesso a saúde
•
Acesso a técnicas agrícolas
•
Acesso a crédito
• Atacando estes problemas, o setor agrícola aumenta sua produtividade e desaparece a pobreza (fazendo inclusive que se
acesse as terras)
• Em relação a distribuição de renda
• Gudin nunca se expressou nos termos da “teoria do bolo” (concentrar renda para fazê-lo crescer e depois reparti-lo)
•
Existe critica a legislação trabalhista por distorcerem os mecanismos alocativos da economia
• Gudin dois posicionamentos – em torno da distribuição da renda a partir de produtividade marginal
•
•
cuidado com os desincentivos gerados por aumento excessivamente rápido dos salários e um ambiente de pleno emprego (inflação) para
ele os salários reais devem aumentar de acordo com os ganhos de produtividade
•
Não defende sua redução para incentivar industrialização,
•
Inflação é problema maior para assalariado do que para outros
Apropriação privadas de renda em função de benefícios gerados por governo
Octavio Gouveia de Bulhões (1904 -1990)
• Filho de diplomata, primeira infância na Europa, bacharel em ciências jurídicas e sociais com curso de doutorado
pela Faculdade do Rio de Janeiro.
• Fez curso de especialização em economia na American University (Washington), influencia de K, Wicksell
• Participou da criação e foi catedrático da Faculdade Nacional de Ciências Econômicas (Universidade do Brasil).
•
Escreve Economia e Politica Economica (1960)
• Foi professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
• Foi doutor honoris causa em economia pela Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas.
•
Presidente do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV – pós 1967).
• Servidor publico
• Ingressou no Ministério da Fazenda em 1926, na Seção Diretoria-Geral do Imposto de Renda;
• Membro do Conselho Nacional de Economia, do Conselho Superior da Caixa Econômica Federal e do Primeiro Conselho de
Contribuintes (34)
• Chefe da Seção de Estudos Econômicos e Financeiros (1939-51);
• Membro da Delegação do Brasil à Conferência Monetária e Financeira de Bretton Woods, EUA (1944);
• Participa da Missão Abbink – escreve “A margem de um relatório”
• Um dos idealizadores e diretor da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC ) da qual foi seu responsável em 54-55
e 61-62;
• Ministro da Fazenda, (1964-1967), no governo de Castelo Branco;
•
Por trás de várias reformas: Banco central e reforma tributária
• Presidente do Banco do Estado da Guanabara (BANERJ) de 1971-73.
Principais idéias
• Trabalho foco nas questões monetárias, inflação mas com grande pragmatismo
• Posicionamento menos “liberal” que Gudin, mais permissivo em relação a questões de
planejamento, proteção e industrialização
• Conformados com a irreversibilidades do processo de industrialização mas enfatizam a questão da
estabilidade macroeconômica
• De todo modo vetor de preços continua sendo elemento chave para se nortear investimentos
• Intervenção estatal com estabilização monetária, restrições à empresas estatais
• Papel importante do capital (poupança) externa no desenvolvimento brasileiro
• formação de um sistema financeiro e monetário
• Esteve na criação da SUMOC e do BACEN e na reforma financeira de 64
• Bulhões preocupado com funcionamento do sistema financeiro, via a necessidade de montagem de um sistema
financeiro capaz de mobilizar a poupança interna e fazer desta instrumento de desenvolvimento do país junto
com a poupança externa
• Eficiência de um sistema de mercado não existe se não existir um sistema financeiro desenvolvido
• Divergência com Gudin
•
•
Gudin achava difícil se criar um Banco Central (e um sistema financeiro solido ) em um ambiente inflacionário
Bulhões alega a possibilidade de montagem de um sistema financeiro com inflação – adoção de mecanismos de indexação nos
ativos financeiros
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