INTÉRPRETES DO BRASIL : A VISÃO DOS ECONOMISTAS OBJETIVO: A proposta para esse curso se apresenta como um desdobramento (ou mesmo um complemento) da experiência exitosa do curso de Intérpretes do Brasil. Também aqui o objetivo é permitir a estudantes de pós-graduação, em especial os de doutorado, realizar um debate sobre autores que tentaram interpretar o país a partir de instrumentos próprios da teoria econômica. Tais autores, mais ou menos conhecidos, não são estudados sistematicamente em nossos cursos de graduação em economia, nem suas obras encontram espaço na atual estrutura curricular para serem lidos, estudados e compreendidos. A abordagem que norteia o curso é marcada pela hipótese de que os principais intérpretes da Brasil no campo da economia tiveram, como pan de fundo de suas contribuições, a questão do desenvolvimento econômico do país. Trata-se de um curso sobre pensadores que enriqueceram, com sua obra escrita ou sua intervenção no processo político real, o entendimento da formação econômico-social brasileira. O foco do curso, portanto, é a obra e a intervenção desses atores, privilegiando , nesse propósito, autores seminais do século XX em sua interpretação de um Brasil não só independente e republicano, mas que transitara para o modo capitalista de produção; será feito, ademais, um esforço de recuperação das primeiras intervenções no debate sobre o desenvolvimento no período colonial. EIXOS: 1. Desenvolvimento nos marcos de uma economia colonial: Azeredo Coutinho e Visconde de Cairu. 2. Um prelúdio ao debate sobre o desenvolvimento industrial: Rui Barbosa e Joaquim Murtinho. 3. A polêmica do desenvolvimentismo: Roberto Simonsen e Eugênio Gudin. 4. Desenvolvimento industrial e financiamento público em nova polêmica: monetaristas e estruturalistas nos anos 1950. 5. Algumas interpretações históricas sobre o Brasil: Caio Prado Jr., Nelson Werneck Sodré e Celso Furtado 6. Desenvolvimento sob ditadura militar: Roberto Campos e Delfim Neto. 7. Visões críticas sobre o desenvolvimentismo: Francisco de Oliveira e Florestan Fernandes 8. Desenvolvimento econômico em perspectiva heterodoxa: Ignácio Rangel e Maria da Conceição Tavares. BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA: Azeredo Coutinho, José Joaquim de; Ensaio econômico sobre o comércio de Portugal e suas colônias (1794). Lisboa: Banco de Portugal, 1992. Bielschowsky, Ricardo; Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimento. IPEA/INPES, Rio de Janeiro. 1988. Versão de 07/07/2011 CAMPOS, R. e SIMONSEN, M. H; ; A nova economia brasileira, José Olympio, Rio de Janeiro, 1974 ______. Formas criativas no desenvolvimento brasileiro, APEC, Rio de Janeiro, 1975. DELFIM NETTO, Antonio. Alguns problemas do planejamento para o desenvolvimento econômico. São Paulo, FEA-USP, 1962. __________. Planejamento para o desenvolvimento econômico. São Paulo, Pioneira, 1966. __________. Agricultura e desenvolvimento no Brasil. São Paulo, Estudos ANPES, n. 5, 1966. Fernandes, Florestan; Sociedade de classes e subdesenvolvimento, Ed Zahar, Rio de Janeiro, 1968. Furtado, Celso; Teoria e política do desenvolvimento econômico, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1967 ____________; O mito do desenvolvimento econômico, Ed. Paz e Terra, Rio de Janeiro, 1974 Lisboa, José da Silva (Visconde de Cairu); Textos. SP: Editora 34, 2001. Loureiro, Maria Rita (org.) (1997); 50 anos de Ciência econômica no Brasil, Ed. Vozes, Petrópolis. Malta, Maria (coord.) Ecos do desenvolvimento: uma história do pensamento econômico brasileiro, Rio de Janeiro, mimeo. Mantega, Guido (1984); A economia política brasileira. São Paulo: Polis; Petrópolis: Vozes. Oliveira, F. Crítica à Razão Dualisa/ Ornitorrinco, Boitempo, 2003. __________ Navegação Venturosa, Boitempo, 2003. Prado Júnior, Caio; Evolução Política do Brasil e Outros Estudos. 3a edição. SP: Brasiliense, 1961. ____________Formação do Brasil Contemporâneo. RJ: Nova Aguillar, 2000. “Intérpretes do Brasil”, v. III. ____________História Econômica do Brasil. 17a edição. SP: Brasiliense, 1974. Rangel, Ignácio (2005); Obras reunidas, volumes 1 e 2. Rio de Janeiro: Contraponto. Simonsen, Roberto e Gudin, Eugênio (1977), A controvérsia do planejamento na economia brasileira, IPEA, 3ª edição, 2010. Versão de 07/07/2011 Teixeira, Aloisio, Maringoni, Gilberto e Gentil, Denise; Desenvolvimento: o debate pioneiro, Ipea, 2010 Tavares, M.C. Da Substituição de Importações ao Capitalismo Finaceiro, Zahar, Rio de Janeiro, 1973. ______. Ciclo e Crise: o movimento recente da industrialização brasileira. 1978. Tese (Professor Titular) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, FEA, Rio de Janeiro, 1978. ______. Acumulação de Capital e Industrialização no Brasil. Campinas: Unicamp, 1988. Versão de 07/07/2011