Linguagem oral e verbal Linguagem O homem dispõe de vários recursos para se expressar e se comunicar. Esses recursos podem utilizar sinais de diferente natureza. Tais sinais admitem a seguinte classificação: a) Verbais; b) Não-Verbais; 2 nguagem, portanto, é todo sistema organizado de sinais ue serve como meio de comunicação entre os indivíduos. 2 Quando se fala em texto ou linguagem, normalmente se pensa em texto e linguagem verbais, ou seja, naquela capacidade humana ligada ao pensamento que se concretiza numa determinada língua e se manifesta por palavras. Mas, além dessa, há outras formas de linguagem, como a pintura, a mímica, a dança, a música e outras mais. Com efeito, por meio dessas atividades, o homem também representa o mundo, exprime seu pensamento, comunica-se e influencia os outros. 2 Tanto a linguagem verbal quanto à linguagem não-verbal expressam sentidos e, para isso, utilizam-se de signos, com a diferença de que, na primeira, os signos são constituídos dos sons da língua (por exemplo, mesa, fada, árvore), ao passo que nas outras exploram-se outros signos,como as formas, a cor, os gestos, os sons musicais, etc. 2 Semelhanças e Diferenças Uma diferença muito nítida vai encontrar no fato de que a linguagem verbal é linear. Isto quer dizer que seus signos e os sons que a constituem não se superpõem, mas se sucedem destacadamente um depois do outro no tempo da fala ou no espaço da linha escrita. 2 Semelhanças e Diferenças Em outras palavras, cada signo e cada som são usados num momento distinto do outro. Essa característica pode ser observada em qualquer tipo de enunciado lingüístico. Na linguagem não-verbal, ao contrário, vários signos podem ocorrer simultaneamente. Se na linguagem verbal, é impossível conceber uma palavra encavalada em outra, na pintura, por exemplo, várias figuras ocorrem simultaneamente. 2 Os textos verbais podem ser figurativos (aqueles que reproduzem elementos concretos, produzindo um efeito de realidade) e não-figurativos (aqueles que exploram temas abstratos). 2 Também os textos não-verbais podem ser dominantemente figurativos (as fotos, a escultura clássica) ou não-figurativos e abstratos. Neste caso, não pretendem sumular elementos do mundo real (pintura abstrata com oposições de cores, luz e sombra; esculturas modernas com seus jogos de formas e volumes). 2 Níveis de Linguagem A língua e os níveis da linguagem pertence a todos os membros de uma comunidade e é uma entidade viva em constante mutação. Novas palavras são criadas ou assimiladas de outras línguas, à medida que surgem novos hábitos, objetos e conhecimentos. Os dicionários vão incorporando esses novos vocábulos (neologismos), quando consagrados pelo uso. Atualmente, os veículos de comunicação audiovisual, especialmente os computadores e a internet, têm sido fonte de incontáveis neologismos 2 Embora as variações linguísticas e níveis da linguagem sejam condicionadas pelas circunstâncias, tanto a língua falada quanto a escrita cumprem sua finalidade, que é a comunicação. A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem importantes papéis significativos. Sendo mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente difere substancialmente do padrão culto, o que, segundo alguns linguistas, criou no Brasil um abismo quase intransponível para os usuários da língua, pois se expressar em português com clareza e correção é uma das maiores dificuldades dos brasileiros. Comunicação – Os processos da comunicação Teoria da comunicação - O esquema da comunicação Existem vários tipos de comunicação: as pessoas podem comunicar-se pelo código Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, por e-mails, internet, etc.; uma empresa, uma administração, até mesmo um Estado podem comunicar-se com seus membros por intermédio de circulares, cartazes, mensagens radiofônicas ou televisionadas, e-mails, etc. Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se constitui por um certo número de elementos. 2 2 a) O emissor ou destinador é o que emite a mensagem; pode ser um indivíduo ou um grupo (empresa, organismo de difusão, etc.) b) O receptor ou destinatário é o que recebe a mensagem; pode ser um indivíduo, um grupo, ou mesmo uma máquina (computador). Em todos estes casos, a comunicação só se realiza efetivamente se a recepção da mensagem tiver uma incidência observável sobre o comportamento do destinatário (o que não significa necessariamente que a mensagem tenha sido compreendida: é preciso distinguir cuidadosamente recepção de compreensão). c) A mensagem é o objeto da comunicação; ela é constituída pelo conteúdo das informações transmitidas. d) O canal de comunicação é a via de circulação das mensagens. Ele pode ser definido, de maneira geral, pelos meios técnicos aos quais o destinador tem acesso, a fim de assegurar o encaminhamento de sua mensagem para o destinatário 2 e) O código é um conjunto de signos e regras de combinação destes signos; o destinador lança mão dele para elaborar sua mensagem (esta é a operação de codificação). O destinatário identificará este sistema de signos (operação de decodificação) se seu repertório for comum ao do emissor for comum ao do emissor. f) O referente é constituído pelo contexto, pela situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem remete. 2 Elementos da comunicação Ao elaborarmos um texto, precisamos ter em mente que estamos escrevendo para alguém. Enquanto a redação literária destina-se à publicação em jornal, livro ou revista, e seu público é geralmente heterogêneo, a redação para vestibular tem em vista selecionar os candidatos cuja habilidade discursiva toma-os aptos a ingressar na vida acadêmica. 2 Assim, através de um canal, o emissor transmite ao receptor, em um código comum, uma mensagem, que se reporta a um contexto ou referente. Nesse mecanismo, temos: Num CONTEXTO, o EMISSOR (codificador), que elabora uma MENSAGEM por meio de um CÓDIGO, veiculada por um CANAL para um RECEPTOR (decodificador). 2 As funções da linguagem são seis: a) Função referencial ou denotativa; b) Função emotiva ou expressiva; c) Função Fática; d) Função conativa ou apelativa; e) Função metalingüística; f) Função poética, 2 Função referencial ou denotativa Certamente a mais comum e mais usada no dia a dia, a função referencial ou informativa, também chamada denotativa ou cognitiva, privilegia o contexto. Ela evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a linguagem da comunicação. Faz referência a um contexto, ou seja, a uma informação sem qualquer envolvimento de quem a produz ou de quem a recebe. Não há preocupação com estilo; sua intenção é unicamente informar. Exemplo: Numa cesta de frutas temos um cacho de uvas, uma maçã, uma laranja, uma banana e um morango. 2 Função emotiva ou expressiva Quando há ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão direta de suas emoções e atitudes, temos a função emotiva, também chamada expressiva ou de exteriorização psíquica. Ela é lingüisticamente representada por interjeições, adjetivos, signos de pontuação (tais como exclamações, reticências) e agressão verbal (insultos, termos de baixo calão), que representam a marca subjetiva de quem fala. Exemplo: Nós te amamos! Não tenho certeza disso... 2 Função conativa ou de apelo A função conativa é aquela que busca mobilizar a atenção do receptor, produzindo um apelo ou uma ordem. Pode ser volitiva, revelando assim uma vontade (“Por favor, eu gostaria que você se retirasse.”), ou imperativa, que é a característica fundamental da propaganda. Encontra no vocativo e no imperativo sua expressão gramatical mais autêntica. Exemplos: Antônio, venha cá! Compre um e leve três. Beba Coca-Cola. Se o terreno é difícil, use uma solução inteligente: Mercedes-Benz. 2 Função fática Fática quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Se a ênfase está no canal, para checar sua recepção ou para manter a conexão entre os falantes, temos a função fática. Nas fórmulas ritualizadas da comunicação, os recursos fáticos são comuns. Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Exemplos: Bom-dia! Oi, tudo bem? Ah, é! Huin... hum... Alô, quem fala? Hã, o quê? 2 Função metalingüística A função metalinguística visa à tradução do código ou à elaboração do discurso, seja ele linguístico (a escrita ou a oralidade), seja extralinguístico (música, cinema, pintura, gestualidade etc. — chamados códigos complexos). Assim, é a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. Um livro convertido em filme apresenta um processo de metalinguagem, uma pintura que mostra o próprio artista executando a tela, um poema que fala do ato de escrever, um conto ou romance que discorre sobre a própria linguagem etc. são igualmente metalingüísticos. O dicionário é metalingüístico por excelência. É a utilização do código para falar dele mesmo. 2 Função poética Quando a mensagem se volta para seu processo de estruturação, para os seus próprios constituintes, tendo em vista produzir um efeito estético, através de desvios da norma ou de combinatórias inovadoras da linguagem, temos a função poética, que pode ocorrer num texto em prosa ou em verso, ou ainda na fotografia, na música, no teatro, no cinema, na pintura, enfim, em qualquer modalidade discursiva que apresente uma maneira especial de elaborar o código, de trabalhar a palavra. 2