Teorias-Da-Comunicação-E-Práticas-Textuais-Resumos

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TCPT – RESUMOS DA MATÉRIA
DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO
Comunicação refere-se ao processo dos seres humanos respondendo ao comportamento simbólico
de outras pessoas. É um acto de partilha entre um emissor e um receptor, em que existe uma troca
de informação, sensações, emoções…
Troca de informação entre indivíduos através da fala, da escrita, de um código comum ou do
próprio comportamento. O acto da comunicação torna a mensagem comum aos outros/a todos.
A comunicação é humana
o É natural a todo o ser humano
o Faz parte da nossa natureza intrínseca.
A comunicação é um processo
o É um processo contínuo e progressivo
o Existe um processo de conhecimento.
o Por exemplo é mais fácil a comunicação se conhecermos o receptor, facilita o início da
comunicação.
o Temos inserido neste processo: o contexto, o ambiente e também o background.
Neste processo pode também existir outros factores como o ruido (sonoro; gráfico Ex: mancha;
psicológico Ex: desinteresse; fisiológico Ex: ouvir mal). O ruido impede que a comunicação se
estabeleça em boas condições. Pode causar ambiguidade na comunicação.
A comunicação é simbólica
o Ela serve-se de símbolos ou signos.
o Esses símbolos representam coisas ou ideias.
o Exemplos: palavras; letras; gestos; sinais.
Os símbolos são arbitrários, foram convencionados (algum grupo de linguistas decidiu escolher
determinados símbolos por convenção).
TIPOS DE COMUNICAÇÃO
1. Intrapessoal – Comunicação consigo mesmo (Eu comigo próprio – a voz do
pensamento). A maneira como nós processamos mentalmente uma informação influencia a
nossa interacção com os outros. Afecta as formas de interagir.
2. Diádica/Interpessoal - A maior parte da comunicação é de natureza diádica (em grupos
de 2 interlocutores). Nem todas as interacções de 2 pessoas podem ser consideradas
interpessoais no sentido total da palavra.
3. Em pequenos grupos - Cada pessoa pode participa activamente com outros membros do
grupo. A comunicação é fortemente afectada pelo tipo de pessoa que exerce a autoridade
sobre ela. Diferenças em relação à díade: podem defender a sua posição; a maioria pode
pressionar a minoria para correr riscos.
4. Publica - Ocorre quando um grupo é demasiado grande para que todos os membros
contribuam para ele. Características: quantidade desigual de fala; retorno verbal limitado.
5. Massa - Consiste em mensagens que são transmitidas para audiências grandes e
espalhadas. Destinam-se a uma grande audiência, sem que haja contacto pessoal entre o
emissor e receptor. A maioria das mensagens enviadas pelos canais de comunicação de
massa é desenvolvida, ou pelo menos financiada por grandes organizações. Características:
Muito impessoal, é quase sempre controlada por alguém.
FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO
A comunicação exerce um papel primordial nas nossas vidas. Satisfaz a maioria das nossas
necessidades.
Necessidades:
1.Necessidades Físicas: A falta de comunicação pode ser uma ameaça para a própria vida
pode por em causa a nossa saúde. A comunicação é essencial para o nosso bem-estar.
2.Necessiades de Identidade: A única maneira de aprendemos quem somos; o nosso
senso de identidade advém da maneira como interagimos com as outras pessoas (alguns traços da
nossa identidade são-nos dados pelo olhar dos outros). É uma ajuda para encontramos a nossa
identidade.
3.Necessiades Sociais: A comunicação fornece uma ligação vital com os outros seres
humanos. Necessidades socias que satisfazemos através da comunicação: Prazer, afecto, escape,
relaxamento, escape e controlo. O homem é um animal social que vive integrado na sociedade.
4. Necessidades Práticas: A comunicação serve as funções diárias. É também uma chave
importante para o dia-a-dia. A comunicação está ao nosso serviço no dia-a-dia.
MODELANDO A COMUNICAÇÃO
Modelo Linear
o
o
50 anos atrás
Como uma injecção: um emissor codifica ideias e sentimentos em uma espécie de
mensagem e depois conduz essa mensagem por um canal para um receptor, que
descodifica a mensagem.
O ruido por meio de cada um dos estágios; 3 tipos de ruido:
o ruido externo (físico – factores externos ao receptor – Ex: fumo numa sala, sentar-se atrás
numa palestra)
o ruido fisiológico (factores biológicos – Ex: doença, cansaço)
o ruido psicológico (forças internas do comunicador que interferem na habilidade de se
expressar ou compreender uma mensagem)
O modelo linear mostra que os comunicadores ocupam diferentes ambientes.
Locutor
Emissor---------------canal------------MENSAGEM---------------canal------------Receptor
Comunicador
Modelo Transaccional
o
o
Representa o processo de comunicação de modo mais exacto.
Emissão e recebimento simultâneos:
o
A maioria das comunicações pessoais é uma troca bidirecional. Fazemos a comunicação
com os outros e não para os outros e por isso existe relação. Há um vaivém contínuo entre
os comunicadores, em que existe feedback.
O Modelo transaccional reflecte o facto de que, em geral nós enviamos e recebemos mensagens
simultaneamente. Os papéis emissor/receptor são sobrepostos e redefinidos como comunicadores.
O contexto torna-se importante uma vez que o processo é mais complexo, uma vez que implica
que o que foi dito anteriormente, o que se está a dizer e o que se vai dizer no futuro. A
comunicação corre no tempo.
Estamos sempre a adequar a nossa comunicação para que os outros a entendam
feedback
feedback
Emissor---------canal---------MENSAGENS---------canal---------Receptor
Responde e
Responde e
descodifica
descodifica
O QUE FAZ UM COMUNICADOR EFICIENTE?
Definição de competência em comunicação: a comunicação eficiente implica atingir metas
determinadas, de uma maneira que em termos gerais, mantenha ou enriqueça o relacionamento no
qual a comunicação ocorre. O comunicador tem que ter capacidade de adaptação e adequação ás
situações. Tem que ter em conta o contexto/ambiente onde se insere.
o
Não há uma maneira “ideal ” de se comunicar: Diferentes estilos de comunicação
podem ser eficientes. Os comunicadores competentes são aqueles capazes de adaptar o seu
estilo para satisfazer as preferências individuais e culturais dos outros.
o
Competência é situacional: é um erro pensar que a comunicação competente seja
características que uma pessoa possui ou não; é mais exacto falar de níveis de
competências.
o
Competência é relacional: A satisfação nos relacionamentos surge, em parte, quando o
nosso estilo combina com o estilo daqueles com que interagimos.
o
Competência pode ser aprendida: A competência em comunicação não é uma
característica concreta pois é constituída por uma série de habilidades que qualquer pessoa
pode aprender. Junto com a maturidade, educação sistemática pode aumentar a
competência comunicativa de um individuo.
CARACTERÍSTICAS DOS COMUNICADORES COMPETENTES
1.
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3.
4.
5.
6.
7.
Um amplo espectro de comportamentos.
Habilidade para escolher o comportamento mais adequado.
Habilidade de desempenhar comportamentos
Empatia/tomada de perspectiva
Complexidade cognitiva (habilidade de avaliar os outros e o seus comportamentos)
Auto-monitoriamento (capacidade de avaliar o seu próprio comportamento).
Comprometimento com o relacionamento (importa-se com o relacionamento para
poder comunicar melhor).
CONCEPÇÕES ERRADAS SOBRE A COMUNICAÇÃO
1. A comunicação nem sempre exige entendimento completo (Existem alguns tipos de
comunicação em que o entendimento, não é a principal meta Ex: “Mandar indirectas”).
2. Comunicação nem sempre é uma coisa boa (pode ser uma ferramenta para a expressão
de sentimentos carinhosos e factos uteis; no entanto as mesmas palavras e acções
podem acusar sofrimento físico e emocional)
3. Sozinho, nenhum evento ou pessoa ocasiona uma reação um outro.
4. A comunicação não resolve todos os problemas (“se eu pudesse comunicar
melhor”…nem sempre é solução para melhor relacionamento).
5. Mais comunicação nem sempre é melhor (pode gerar ambiguidade – excesso de
comunicação pode ser improdutivo).
6. Os significados residem nas pessoas não nas palavras (as palavras criam ambiguidade e
equívocos de pessoas para pessoas).
7. A comunicação não é simples (é preciso treino, porque é um processo complexo).
Aprendemos a ser bons comunicadores em sociedade. Temos que viver e comunicar em sociedade.
A mensagem nunca chega a 100% ao receptor.
O QUE É UMA LINGUAGEM?
o
o
o
o
o
A relação entre os sons e os significados que esses sons representam é, na maior parte dos
casos, arbitrária. Uma parte da nossa aprendizagem da linguagem é inconsciente.
Somos os únicos animais que falamos, e é isso que distingue os seres humanos dos
restantes animais. A posse da linguagem distingue os seres humanos dos animais.
A natureza convencional e arbitrária da relação forma significados nas linguagens
(falada/sinais) é universal.
Ninguém fala por palavras isoladas; o nosso conhecimento de uma língua permite-nos
combinar palavras de modo a formar frases.
Não existe limite para o número de frases, mas o cérebro é finito.
Arbitrariedade – A natureza dos símbolos é arbitrária – nada num objecto nos faz chamá-lo de
uma determinada forma. Foi convencionado assim.
Não Arbitrariedade – Relação motivada: consegue-se interpretar o significado só de olhar.
Ex: mimos, onomatopeias.
Linguagem---------------signos linguísticos---------------arbitrariedade/convenção
CONHECIMENTO LINGUÍSTICO
É a capacidade de conseguirmos falar ou produzir sons com significados numa língua e
conseguirmos compreender e interpretar os sons produzidos pelos outros. É o conhecimento das
regras a nível de morfologia, semântica e fonologia.
Este conhecimento permite-nos combinar palavras de modo a formar frases em número infinito.
UNIVERSAIS LINGUÍSTICOS
Apesar de as línguas serem diferentes, existem aspectos que são universais – os universais
linguísticos.
Gramática:
1. Fonologia: sistema sonoro;
2. Semântica: sistema de significados;
3. Morfologia: sistema de regra de formação de palavras
4. Sintaxe: sistema de regras de formação de frases
5. Dicionario/Lexico
Linearidade: sentidos das frases
Poético: jogo de palavras
Arbitrária
Onomatopeias
UNIVERSAIS DA LINGUGEM
1) Onde existem seres humanos existe linguagem
2) Não existem línguas “primitivas” – todas as línguas são igualmente complexas e igualmente
capazes de exprimir uma ideia do universo.
3) Todas as línguas evoluem através do tempo.
4) As relações entre sons e significados em linguagens de sinais são, na maior parte dos casos,
arbitrárias.
5) Todas as línguas humanas utilizam um sistema finito de sons discretos (ou gestos) que se
combinam formando elementos com significação ou palavras que, por seu lado, constituem um
sistema infinito de frases possíveis.
6) Todas as gramáticas apresentam regras semelhantes para a formação de palavras e frases.
7) Toda a língua falada inclui elementos sonoros discretos, como p, n ou a, que podem ser
definidos por um conjunto finito de propriedades sonoras ou traços. Toda a língua falada apresenta
uma classe de vogais e uma classe de consoantes.
8) Em todas as línguas se encontram categorias gramaticais semelhantes (ex. nome, verbo).
9) Existem universais semânticos, como “masculino” ou “feminino”, “animado” ou “humano”, em
todas as línguas do mundo.
10) Todas as línguas têm recursos para referir um tempo passado, a capacidade de negar, a
capacidade de formular perguntas, emitir ordens, etc.
11) Falantes de todas as línguas são capazes de produzir e compreender um conjunto infinito de
frases. Universais sintácticos revelam que todas as línguas apresentam meios de formar frases.
12) Toda a criança normal, nascida em qualquer parte do mundo, seja qual for a sua origem racial,
geográfica, social ou económica, é capaz de aprender qualquer língua com que esteja em contacto.
As diferenças que encontramos entre as línguas não se devem a razões biológicas.
A LINGUAGEM DOS ANIMAIS
o
o
Para os animais, a comunicação é uma estratégia de sobrevivência.
Tal como para os humanos, ela tem a função de satisfazer necessidades básicas, como
alimentação, acasalamento, manutenção da espécie, detecção de perigo…
Diferenças
Actos da Linguagem Animal
Indivisíveis (sem elementos mínimos
significativos);
Instintivos;
Linguagem animal hereditária (condicionada
geneticamente);
Invariáveis (formas iguais para indivíduos da
mesma espécie);
Modos de comportamento limitados porque
respondem a necessidades básicas;
Ex: estudos com primatas
Actos da Linguagem Humana
Divisíveis em unidades menores com
significado e recorrentes;
Intencionais (consciência)
Aquisição e aprendizagem de línguas
(capacidade de pensamento abstracção não é
herdada);
Variáveis no tempo e no espaço.
Permitem objectivos mais vastos e complexos
(rever o passado, prever o futuro, sair do “aqui”
e do “agora”)
A LINGUAGEM E O CÉREBRO
o
Neurolinguística: estudo que se ocupa dos fundamentos biológicos da linguagem e dos
mecanismos do cérebro que estão na base da sua aquisição e uso. O homem utiliza o lado
esquerdo do cérebro para a linguagem.
o
Constituição do Cérebro
 Massa Cinzenta – forma a superfície denominada Cortex – órgão de decisão,
recebe mensagem de todo o corpo. É onde fica a memória e onde possivelmente
fica a gramática que representa o conhecimento linguístico.
 Massa Branca – localiza-se por baixo do córtex e é constituída por fibras de
ligação
 Corpo Caloso – une os dois lados do cérebro; permite a comunicação entre as
duas partes.
 Cerebelo – divide-se em 2 partes – está situado por baixo dos 2 hemisférios; é
responsável pelo controlo do equilíbrio e é associado ao inconsciente e às
instituições.
 Bolbo Raquidiano – na base do cérebro; liga o cérebro à espinal medula.
TEORIA DA LOCALIZAÇÃO
F. Gall – possibilidade de relacionar várias capacidades e comportamento humanos com zonas
específicas do cérebro.
Frenologia – Spurzheim – ideia de que os nossos traços de personalidade e capacidade intelectuais
podiam ser determinados pelo exame das “bossas” cranianas.
Esta teoria deixou de ser válida, mas provou que o cérebro não é uniforme.
Abril de 1861
 A linguagem foi relacionada com o lado esquerdo do cérebro
 Paul Broca descobriu que as lesões na parte da frente do hemisfério esquerdo provocavam
o Articulação deficiente
o Discurso “telegráfico” semelhante ao das crianças (omissão de partes)
o Outras deficiências da fala
 MAS conseguem transmitir significado
Afasia de Broca
1870
 A partir de experiências em que se estimularam diversas partes do cérebro permitiu-se
elaborar o “mapa” do córtex humano.
 Diferentes partes, diferentes funções
1873
 Karl Wernicke tinha doentes com lesões na parte posterior do lóbulo temporal esquerdo:
o Falavam fluentemente com boa entoação e pronúncia
o O que diziam tinha muitas vezes pouco significado semântico;
o Dificuldades na compreensão da fala7
Afasia de Wernicke
Localistas VS Generalistas
 Localistas – acreditam que as funções do cérebro podem ser realmente localizadas em
partes específicas
 Generalistas – consideram o cérebro como “um processador mais geral”, funcionamento
com uma unidade
No entanto, há consenso sobre a lateralização
 O cérebro é simétrico mas os seus dois lados são uma excepção – os dois lados
especializam-se em determinadas funções.
Afasia Anómica / Anomia
 Danos na parte central do cérebro
 Dificuldade em encontrar palavras, embora o discurso seja relativamente fluente e sem
interrupções.
 Podem confundir classes de palavras (verbos, nomes, etc..)
 Podem suprimir palavras funcionais, como “o”, “um”, “era”, “isso”…
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Funções da Linguagem
 Karl Bulher – 3 funções:
 Emotiva / Expressiva – 1ª pessoa, Emissor
 Conativa / Apelativa – 2ª pessoa, Destinatário/Receptor
 Referencial / Informativa – 3ª pessoa, Contexto (assunto, pessoa sobre o qual se fala) –
a que se evidencia em qq texto
 Roman Jakobson acrescenta mais 3
 Poética – a mensagem que é passada
 Fática – Contacto: o canal por onde passa a mensagem
 Metalinguística – Código
Características das Funções
 Referencial
 Refere-se ao Contexto
 3ª Pessoa, voz passiva
 Linguagem denotativa
 Utilizada em textos científicos e de cariz informativo porque coloca os factos em
evidência
 Emotiva
 Centrada directamente no Remetente – expressão da fala deste
 1ª Pessoa
 Forte tendência para a emoção: interjeições, adjectivos, advérbios, sinais de pontuação
 Conativa
 Orientação para o Destinatário
 2ª Pessoa
 Pedidos, ordens, conselhos
 Imperativos, vocativos
 Adequada à publicidade – “ordem” dada com o objectivo de uma acção por parte do
destinatário.
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Fática
 Centrada no Contacto
 Serve para prolongar ou interromper a comunicação e para verificar se o canal
funciona – Ex: conversa de circunstância
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Metalinguística
 Centrada no Código
 Faz referência ao próprio código utilizado
 O Código vai além da pp língua, abrange linguagens em geral, que organizam os
sinais na mensagem, circulando pelo canal entre a emissão e a recepção
 Um exemplo é a definição de um conceito – a língua reflecte sobre si própria.
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Poética
 Centrada na mensagem em si mesma, mostra de interesse na forma de comunicar
 Não se resume à poesia, apesar de esta ser a sua principal representante
 Figuras de estilo podem ser consideradas meios poéticos: rima, ritmo, aliteração
Teoria Matemática da Comunicação de Shannon e Weaver– Escola
Processual
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Preocupação
 Como se envia a mensagem
 Como medir a eficácia da transmissão
 Concentra-se no canal (deve ser usado com a máxima eficácia)
Vê a comunicação como a transmissão de mensagens e o processo de como se transmite a
mensagem – processo linear simples – foca-se mais no canal.
Modelo de Comunicação de Shannon e Weaver
É um modelo simples, linear e compreensível
Apresenta 3 níveis:
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Nível A – problemas técnicos
o Com que precisão se podem transmitir os símbolos de comunicação?
o Os problemas técnicos são mais simples de compreender e uma vez que podem
ser identificados, pode ser resolvidos mais fácil e rapidamente.
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Nível B – problemas semânticos
o Com que precisão os símbolos transmitidos transportam o significado pretendido?
o Os problemas semânticos são fáceis de identificar mas difíceis de resolver. O
significado das palavras ou de uma imagem varia, consoante o receptor e a sua
mensagem. O significado está contido na mensagem e se for melhorada a
codificação aumenta a exactidão semântica.
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Nível C – problemas de eficácia
o Com que eficácia o significado recebido afecta a conduta de maneira desejada?
o A comunicação é eficaz quando o receptor reage da forma que o emissor desejou.
É este o objectivo de Shannon e Weaver; no entanto isto pode conduzir-nos à
situação de manipulação e propaganda.
Os três níveis estão interligados num acto de comunicação e não interdependentes, mas o principal
é o nível A, uma vez que o modelo vem deste nível e pretende essencialmente perceber como é
feita a transmissão da mensagem – o que importa é o canal e não o conteúdo.
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É um modelo muito técnico e linear, mas que no entanto pode originar que a fonte passe o
destino e vice-versa (perda de linearidade).
O objectivo é a melhoria, a precisão e a eficácia do processo.
As partes do modelo são coisas “palpáveis” – Ex: canal é o fio, transmissor e receptor são
os auscultadores do telefone, o sinal as ondas sonoras, o ouvido o receptor.
Ruído
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São sinais recebidos / acrescentados que não foram transmitidos pela fonte e que tornam o
sinal pretendido mais difícil de descodificar com exactidão, pelo receptor.
o São identificados dois tipos de ruído deste modelo.
Ruído de Engenharia / Técnico – ligado ao nível A dos problemas e estão relacionados
com os aparelhos e meios físicos.
Ruído Semântico – ligado ao nível B dos problemas e estão ligados à mensagem, distorção
de significado (problemas nas palavras).
Como se trata de um método relacionado com o Nível A e centrado nesta área o sentido técnico e a
sua preocupação. Verifica-se a previsibilidade do sinal e a possibilidade de linguagem na medida de
50%.
As noções de previsibilidade e de escolha são vitais para se compreender a comunicação.
Redundância e Entropia
Redundância
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É aquilo que numa mensagem é previsível ou convencional (repetição);
É um excesso de meios para transmitir a mesma ideia. Não traz acréscimo de informação,
mas traz reforço.
Uma mensagem redundante tem previsibilidade elevada – como ajuda técnica.
Facilita a exactidão da mensagem e a sua descodificação e permite identificar os erros.
Ajuda a superar e reforçar uma mensagem entrópica.
A escolha do canal pode afectar a necessidade de redundância.
Pode dizer-se que uma mensagem de baixa previsibilidade é entrópica e com muita informação e
Inversamente, uma mensagem de elevada previsibilidade é redundante e com pouca informação.
Entropia
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Medida de perda de informação num nível ou mensagem transmitida.
Como conceito tem um valor menor para o estudo da comunicação.
Ao nível A, é simplesmente uma medida do número de escolhas do sinal que podem ser
utilizadas.
Transmite mais informação porque é mais subjectiva do que a redundância.
Maiores Diferenças
Redundância
Entropia
É mais previsível
Tem pouca previsibilidade
Contem menos informação
Tem mais informação
Mais convencional
Mais originalidade / criatividade
Maior certeza
Mais incerteza
Convenção, previsibilidade e redundância estão relacionados – no entanto não há acréscimo de
informação
A entropia na comunicação ocorre principalmente porque a selecção de signos discretos de que se
compõe uma mensagem é comandada por probabilidades.
Escola Semiótica – Ferdinand de Saussure
Semiótica – ciência que estuda os signos e as suas significações.
Escola Semiótica vs Escola Processual
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A processual entende a comunicação como um fluxo de informação.
A semiótica entende a comunicação como uma “produção e troca de sentido”.
No Modelo Semiótico, a ênfase é colocada na criação dos significados na formação de
mensagens a transmitir: para haver comunicação é preciso criar uma mensagem a partir de
signos, mensagem que induzirá o interlocutor a elaborar outra mensagem e assim
sucessivamente.
Aspectos a considerar na semiótica
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Que tipos de signos a utilizar?
Quais as regras de formação?
Que códigos têm que partilhar os interlocutores?
Quais as denotações e conotações existentes nos signos utilizados?
Que uso dar aos signos?
O Modelo Semiótico não é linear, mas um fluxo, nem nos passos que a mensagem
percorre, mas sim um sistema estruturado de signos e códigos.
O estudo da língua antes de Saussure era efectuado em 3 tendências:
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Normativa – estudo das regras da gramática;
Historicista – estudo da história / evolução da língua;
Comparativa – estudo da comparação entre línguas.
Saussure – estuda a língua em si mesma, os signos linguísticos, independentemente das tendências.
A língua como matéria (estudo da língua “per si”).
Faz a reflexão acerca da linguagem, da sua natureza e das suas regras de organização.
Saussure divide a linguagem em duas partes:
Parole (Fala):
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Individual
Pessoal
Langue (Língua)
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Colectiva
Instituição Social
Estabelece 2 tipos de relações:
o Paradigmática ou associativa – ESCOLHA
 Ex: alfabeto de onde podemos retirar unidades paradigmáticas
(paradigmas – letras) e associá-las de forma a formar palavras.
o Sintagmática ou combinatória – COMBINAÇÃO
 Uma vez escolhidas as unidades paradigmáticas, podemos combiná-las
respeitando determinadas regras de forma a formar enunciados com
sentido.
Signo, Significante e Significado
Signo - associação entre o conceito mental e a imagem acústica do objecto.
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É uma entidade psíquica composta por:
o Significante ou Imagem Acústica – Aquilo que vemos, ouvimos, sentimos. É a
representação da realidade que conhecemos.
o Significado ou Conceito Mental – conceito que retracta a realidade que conheço.
A associação destes dois elementos é a significação, ou seja o que aquele signo significa para mim.
Características do Signo Linguístico
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Arbitrariedade – é a mais importante. O signo é de natureza convencional e imotivada:
entre o significante e o significado não há uma relação natural, apenas uma relação fundada
na convenção, nas regras convencionadas.
Prova disso são as diferentes línguas.
Ao contrário, o símbolo não é arbitrário – a pomba branca é o símbolo da paz, porque é de
cor branca.
Linearidade – os signos desenrolam-se no tempo, ao longo de uma cadeia. não admitem
sobreposição. Têm de ser ordenados de forma lógica para fazerem sentido. Reparamos
nisso quando olhamos para uma folha escrita. Os signos, as palavras, estão ordenadas e são
escritas umas a seguir às outras para que possam ter sentido e ser entendidas.
Mutabilidade e Imutabilidade – característica aparentemente contraditória
o Mutabilidade – a língua é mutável, porque apesar de aparentemente se encontrar
sempre igual, ela sofre alterações com o passar do tempo. A prova são os
estrangeirismos, os arcaísmos, os neologismo…
Ela tem um carácter evolutivo – percebemos o estado actual da língua quando
olhamos para a sua evolução.
o
Imutabilidade – quatro razões
 Arbitrariedade – a língua impõe-se aos falantes. Da mesma forma que
não há razão para dizermos o que dizemos, também não há razão para
alterar isso.
 Quantidade ilimitada de signos que constituem o sistema semiótico
da língua
 Complexidade
 Resistência à mudança
Sincronia e Diacronia
A Sincronia refere-se ao aspecto estático / imutável da língua – reflecte o estado actual da língua.
A Diacronia refere-se ao aspecto evolutivo / mutável da língua – através do seu estado actual
podemos perceber a sua evolução.
A Escrita
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O desenvolvimento da escrita foi uma das grandes invenções do Homem.
A palavra oral está ligada à escrita.
A escrita substitui a memória – porque regista / eterniza os acontecimentos, possibilitando
conservar a sua História e os seus saberes.
Pictogramas e Ideogramas
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Pinturas rupestres – primeiras formas de “escrita” – representações literais da vida daquele
tempo e podem ser lidas hoje.
Pictogramas
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Representações fidedignas do objecto representado – relação de não arbitrariedade.
Mais facilmente identificáveis, “lidos” por qualquer pessoa.
Exemplos: Banda Desenhada e Legendas
Usados em sinais de trânsito ou em sanitários públicos.
Vantagem:
o São entendidos por todos, porque não dependem dos sons de nenhuma língua.
Ao longo dos tempos, o significado do Pictograma foi alargado por ele representar não só
o objecto mas também características e conceitos associados.
Ideogramas
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Evolução dos pictogramas – representações de ideias em vez dos objectos.
A sua ambiguidade, por mau uso, fez com que eles deixassem de representar o que era
pretendido, para passarem a ter várias interpretações.
Fixou-se então uma relação arbitrária entre a forma e o significado do pictograma –
convenção dos pictogramas.
Passaram a ser símbolos linguísticos, porque as suas formas afastaram-se dos objectos que
representavam, tornando-se assim símbolos dos sons desses objectos – símbolos de
palavras da língua.
Esta foi uma revolução nos sistemas de escrita.
Houve uma tentativa de criar um sistema de escrita por palavras universal, em que um
símbolo podia representar o conceito ou parecer-se com ele de forma abstracta. Os
símbolos podiam representar a mesma coisa em qualquer língua.
Picto – o sistema de Karel Jonhson e Andre Eckardt
Este sistema só é eficaz quando se comunicam ideias concretas.
A Escrita Cuneiforme
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Sumérios, dedicados ao comércio.
Registavam as suas transacções comerciais e desenvolveram assim um sistema de escrita
baseado nos pictogramas.
Os caracteres eram feitos com um estilete em forma de cunha em argila mole –
Cuneiforme (em forma de cunha).
A sua pictografia foi, ao longo dos séculos, simplificada e convencionada.
Os utilizadores passaram a preocupar-se mais com o nome do objecto do que com o
objecto em si.
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Passou assim a representar palavras da língua e os sumérios passaram a possuir um
Sistema de Escrita por Palavras.
Ele foi adoptado por vários povos, como os Assírios ou Persas.
Nesta adopção, os utilizadores passaram a representar os sons das sílabas nas suas palavras
– Sistema de Escrita por Sílabas: cada sílaba tem um símbolo.
Os assírios e os persas desenvolveram este sistema e adaptaram-no.
Princípio de Rebus
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Quando um caracter não tem relação visual com a palavra que representa passa a ser um
símbolo dos sons que representam a palavra. Um único caracter pode ser utilizado para
representar todas as palavras com o mesmo som.
Ex: Sun pode ser utilizado na frase “My son is a doctor”. Mesmo símbolo para o mesmo
som
O Princípio: cada sílaba tem que ter um significado. Parte-se de um símbolo que
originalmente representa uma palavra, para representar silabas individuais em palavras
polissilábicas.
Ex: O Símbolo de “Eye” pode servir para “I”, porque o som é o mesmo.
Assim:
Belief – Be+leaf (abelha + folha) – forma verbal Believes (bee+leaves)
Este sistema não é eficiente, porque na maioria das línguas não são permitidas subdivisões
em sequências de sons com significado próprio.
Dos Hieróglifos ao Alfabeto
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Os Egípcios desenvolveram um sistema de representações na mesma que altura que os
Sumérios – Hieróglifos. Utilizam pictografias nas suas gravações sagradas.
Os hieróglifos começaram por representar os sons das palavras que simbolizavam –
fonetização da pictografia que fez desta escrita um Sistema de Escrita por Palavras
Este sistema tornou-se um Sistema de Escrita Silábica – sistema composto por 22
sílabas: Silabário semita ocidental – um único símbolo para uma consoante e para a vogal
seguinte (CV).
Os hieróglifos foram adoptados pelos Fenícios.
O sistema silábico mostrou-se muito ineficiente sobretudo para uma língua com estrutura
silábica complexa como o grego.
Os gregos adoptaram o sistema fenício mas o facto de este último ter mais consoantes fez
com que os gregos desenvolvessem um Sistema Alfabético de Escrita – nestes sistemas
cada símbolo representa um fonema.
Muitos especialistas acreditam que todos os sistemas alfabéticos em vigor derivam do
grego.
Modernos Sistemas de Escrita
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São 3: por palavras, silábica e alfabética.
Escrita por Palavras
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O símbolo escrito representa a palavra inteira – Logogramas
Muito complexo
Ex: Chinês – sistema de caracteres: cada um representa o significado de uma palavra em
vez dos sons.
Os caracteres são muitos.
Entre os diferentes dialectos chineses, os sons das palavras são diferentes mas os caracteres
são iguais.
Escrita Silábica
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As palavras são representadas por sílabas diferentes.
Mais eficaz que o Chinês mas é igualmente complexo
Ex: Japonês – todas as palavras podem ser fonologicamente representadas por 100 sílabas
diferentes. Dois silabários que têm cerca de 45 letras de sílaba e vários diacríticos
(pequenos sinais ortográficos que se juntam às palavras para alterar a sua pronúncia):
o Katakana – é utilizado para palavras importadas e para efeitos especiais
semelhantes aos do itálico.
o Hiragana – é usado só para palavras nacionais e em combinações com símbolos
de palavras oriundas do chinês.
Escrita Alfabética
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Composto por letras
Fáceis, práticos e eficientes
Usado por grande parte das línguas
Assenta em caracteres latinos
Cada língua faz pequenos ajustamentos de modo a incluir as suas características individuais,
adicionando alguns sinais extra - Diacríticos
Ex: ñ em Espanhol, trema no Alemão…
Algumas línguas usam Dígrafos – 2 letras que representam um som para o qual não há
uma letra
Ex: em inglês: sh, ch, ng…
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