A MOTIVAÇÃO O ambiente de trabalho e a motivação CAUSAS DO COMPORTAMENTO HUMANO O comportamento é causado: por influências hereditárias e ambientais, existe uma causalidade, portanto, podemos dizer que o comportamento é causado por estímulos externos ou internos. O comportamento é motivado: não é casual, existe uma finalidade, portanto dirigido para algum objetivo. O comportamento é orientado para objetivos: existe um impulso, um desejo, uma tendência, uma necessidade. CICLO MOTIVACIONAL Inicialmente existe o equilíbrio. Quando o indivíduo sofre um estímulo, é despertado uma necessidade, que gera uma tensão e para resolvê-la, o indivíduo emite um comportamento para obter a satisfação. O ciclo se repete várias vezes ao longo de nossa vida e o comportamento fica mais eficaz na satisfação de certas necessidades. A necessidade, ao ser satisfeita, deixa de ser motivadora de comportamento. Quando o indivíduo tem um ciclo motivacional bloqueado, por uma barreira qualquer, gera-se uma frustração ou um comportamento de compensação. É o denominado ciclo motivacional incompleto. TEORIAS MOTIVACIONAIS Teoria Cognitiva – o homem é um ser racional, possui desejos conscientes e os satisfaz através de suas capacidades próprias. Teoria Hedonista – o homem orienta seu comportamento, basicamente, para evitar a dor e o sofrimento, buscando o prazer. Teoria do Instinto – o homem orienta seu comportamento em dois tipos de comportamento: os comportamentos mais simples são herdados da sua espécie e são denominados de reflexos incondicionados. As ações mais complexas, os institutos, são desenvolvidas ao longo de sua evolução e objetivam a preservação humana. Teoria do Impulso – o homem possui sempre alguma carência, orientando seu comportamento na busca do que lhe falta para restabelecer o equilíbrio. TEORIAS MOTIVACIONAIS: Hierarquia das Necessidades Humanas de Maslow Para Maslow, sempre temos necessidades que surgem após a satisfação de outras mais básicas. Veja a pirâmide ao lado. Para o autor, as necessidades humanas evoluem de cima para baixo. As necessidades têm poder de motivação diferente ao longo do desenvolvimento individual. Acredita que o comportamento humano funciona com base nos seguintes princípios: Se uma necessidade básica não estiver sendo satisfeita aos outras não terão força para estruturar o comportamento (princípio da dominância); Tão logo uma necessidade esteja satisfeita, emerge outra mais no topo da pirâmide (princípio da emergência) TEORIAS MOTIVACIONAIS: Hierarquia das Necessidades Humanas de Maslow Necessidades fisiológicas ou primárias: necessidades biológicas, tais como alimentação, sono, abrigo. São predominantes e quando não satisfeita direciona o comportamento do ser humano. Necessidades de segurança física e emocional: é a busca por um mundo ordenado e previsível, voltado para o equilíbrio. Leva a pessoa a agir evitando o perigo, real ou imaginário. Quando não satisfeitas geram incerteza e insegurança. Necessidades sociais: obtida através da participação das pessoas em grupos e da sua aceitação por estes. Quando não satisfeitas, podem conduzir à falta de adaptação social e à solidão. Necessidades de estima: relacionada a auto-avaliação, auto-estima e reconhecimento. Quando não satisfeitas, podem gerar sentimentos de inferioridade e desamparo. Necessidade de auto-realização: relacionada a autonomia, independência, vontade de realizar, desenvolver e concretizar o seu potencial. Diferentemente das demais necessidades que podem ser satisfeitas através de recompensas externas, esta só pode ser satisfeita internamente. TEORIAS MOTIVACIONAIS: Teoria de Frederick Herzberg Foca sua teoria da motivação/higiene no ambiente de trabalho, pois os estudos relacionados ao tema, não enfatizavam este ambiente especificamente, nem as atividades desenvolvidas pelo trabalhador. Para Herzberg, as fontes de motivação estão centradas em dois tipos de fatores: Fatores de higiene ou ambientais: objetivam evitar aborrecimentos, entretanto, por si só, não são considerados motivacionais, já que não produzem satisfação, apenas auxiliam a evitar o descontentamento. Exemplos: políticas e administração da organização, relacionamentos interpessoais, salários, condições de trabalho, benefícios. Fatores motivacionais ou de conteúdo: em essência, estão diretamente relacionados ao trabalho, ou seja, ao conteúdo do cargo. Propõe portanto, o enriquecimento de tarefas, que consiste em atribuição de maior responsabilidade, ampliação dos objetivos e de desafios do cargo. Geram satisfação, quando estão presentes, bem como geram ausência de satisfação quando ausentes. Exemplos: realização, reconhecimento, trabalho criativo, possibilidade de promoção. Herzberg e Maslow compartilham idéias semelhantes, pois para ambos os motivadores propiciam a satisfação das necessidades de ordem mais elevadas (estima e autorealização). Sendo os fatores de higiene responsáveis pela satisfação de necessidades mais primárias, tais como fisiológicas, segurança e afeto. Compreendem o comportamento no trabalho como função das necessidades, portanto identificando-as é possível prever o comportamento e realmente conseguir motivar. TEORIAS MOTIVACIONAIS: Teoria da Expectativa de Vroom Postulados: O comportamento no ambiente de trabalho é determinado pela interação: indivíduo, meio, “bagagem” psicológica (história de vida) e expectativa perante a organização (que influenciará o comportamento através de mecanismos variados como pagamento e benefícios) O comportamento é fruto de decisões individuais, que podem ser de dois tipos básicos: decisões sobre o comportamento enquanto membros da organização (ex.: modo de se posicionar enquanto trabalhador) e decisões sobre a qualidade dos esforços a serem desempenhados na execução das atividades (ex.: como trabalhar, quanto produzir). As pessoas possuem diferentes necessidades, interesses e objetivos. A percepção do grau de recompensa que determinado comportamento proporciona, influencia nas decisões pessoais. Portanto, com base nesta teoria, as pessoas irão empreender mais esforço naquele tipo de comportamento que ela acredita que lhe proporcionará as recompensas desejadas. TEORIAS MOTIVACIONAIS: Teoria da Motivação de Davidoff Acredita que a motivação só pode ser estudada através do comportamento manifesto e para tanto, se utiliza de um ciclo motivacional. Para melhor compreendê-lo é necessário considerar os seguintes conceitos: Necessidade é uma deficiência baseada em fatores fisiológicos ou aprendidos, ou de ambos. Considera que a motivação aplica-se a um estado interno, resultante de uma necessidade que provocará um comportamento para satisfazê-la. Impulso é um motivo que satisfaz as necessidades fisiológicas básicas. Motivos é analisado com base em cinco categorias: impulsos básicos, motivos sociais, motivos para estimulação sensorial, motivos de crescimento e idéias como motivos . Os motivos sociais são aqueles que dependem de outras pessoas para que sejam satisfeitos; necessidades ligadas aos sentimentos. Motivos para estimulação sensorial são resultados de estímulos (podem ser internos e/ou externos) que provocam uma resposta. Os motivos de crescimento visam satisfazer às necessidades de reconhecimento em busca da excelência e do aperfeiçoamento, com o objetivo de ampliar o potencial de desenvolvimento. As idéias como motivos são fortemente motivadoras. As pessoas buscam valores, crenças, metas e planos para orientarem seu comportamento. Está teoria enfatiza o aspecto fisiológico, aquele que depende dos fatores orgânicos. Portanto, para explicar o ciclo motivacional, utiliza-se do modelo homeostático. A motivação é, segundo Davidoff, o estado que resulta de um comportamento gerado por uma necessidade, que pode ser tanto corporal quanto aprendida, ou ambas. TEORIAS MOTIVACIONAIS: Teoria ERC – Existence (existência), Relatedness (relacionamentos) e Growth (crescimento) - Alderfer Possui semelhanças com a teoria de Maslow, pois também acredita que a motivação do trabalhador pode ser medida de acordo com uma hierarquia de necessiades. As diferenças em relação à Maslow são: a) Considera a existência de apenas três categorias: necessidades existenciais; necessidade de relacionamento e necessidade de crescimento. Necessidade existencial: necessidades de sobrevivência e os benefícios extras que são oferecidos no local de trabalho. Necessidade de relacionamento: necessidade de relacionamento com outras pessoas. Necessidade de crescimento: necessidade de criar, dar sugestões, participar, se sentir importante e desenvolver sua capacidade produtiva. b) Outro ponto em que Alderfer diferencia de Maslow é que, para o primeiro, há uma regressão para um nível inferior dentro da hierarquia quando ocorre uma frustração quanto ao atendimento das necessidades mais elevadas. Já Maslow acreditava que as pessoas subiam progressivamente dentro da hierarquia das necessidades. TEORIAS MOTIVACIONAIS: Teoria de Chris Argyris Analisou os efeitos da estrutura organizacional no comportamento dos trabalhadores e concluiu que restrições impostas a estes pela organização, com o objetivo de garantir a ordem e a eficiência, podem gerar resistências e desestímulos. Parte do princípio de que existe um conflito entre a personalidade do indivíduo e a organização, pois defende a idéia de que o trabalhador ao ser admitido traz potencialidades e disposição. Entretanto, nem sempre, essa disposição é estimulada pela organização por conta das limitações e exigências de sua estrutura formal. Aponta três fatores, gerados pela organização, como fonte de frustração dos trabalhadores e que dificultam a plena realização de suas potencialidades: A estrutura formal: má distribuição do poder, o que pode gerar apatia e falta de flexibilidade dos trabalhadores; A liderança impositiva: exigência do cumprimento das tarefas restritas ao cargo, sem liberdade; Os controles administrativos: restrições da organização que limitam as iniciativas. TEORIAS MOTIVACIONAIS: Teoria da Eqüidade - Cosier e Dalton. Defende a idéia que os trabalhadores primam pela justiça no que diz respeito às recompensas recebidas. Têm como balisador as recompensas que seus companheiros de trabalho recebem pelo desenvolvimento de atividades similares. “Eqüidade pode ser definida como uma relação entre a contribuição que o indivíduo dá em seu trabalho (como o esforço ou a habilidade) e as recompensas que recebe (como o pagamento ou a promoção) comparada com as recompensas que os outros estão recebendo por contribuições semelhantes”. Richard A. Cosier e Dan R. Dalton in Stoner & Freeman (1999:330). O trabalhador, nem sempre, faz uma avaliação que condiz com o real. Podendo ser subjetiva. De acordo com esta avaliação, que é individual, depende a motivação, o desempenho e a satisfação das pessoas. A recompensa em dinheiro é o foco principal da teoria da Eqüidade. Acredita que as pessoas comparam seus esforços e o quanto ganham para realizá-los, com os esforços e recompensas dos seus colegas. Caso percebam que não está ocorrendo eqüidade nas recompensas recebidas, adaptam seus esforços aos que os colegas estão despendendo. A FRUSTRAÇÃO E A MOTIVAÇÃO A frustração pode ocorrer quando uma barreira se insere entre uma necessidade e sua satisfação. Quando não encontra vias de escape, a tensão ou frustração, utiliza-se de vias indiretas, tais como a via fisiológica (ex.: insônia, hipertensão, problemas gastricos) e a via psicológica (apatia, indiferença, tensão emocional). Para a Psicanálise, a frustração gera, no indivíduo, comportamentos defensivos, isto é, mecanismos de defesa. Os principais mecanismos de defesa são: Agressividade: demonstra combatividade ao lidar com os outros; Deslocamento: apresenta agressividade para com objetos inanimados ou pessoas que não possuem relação direta com o objeto da frustração; Fixação: repete ações, sem nenhuma eficácia, continuadamente; Fantasia: sonhos e esperança de concretização de objetivos de difícil realização; Pessimismo: negativismo sistemático e irrealista; Resignação: desiste facilmente de lutar pelas coisas; Racionalização: justificativas irrealistas para os fracassos; Projeção: atribuição aos outros da culpa dos seus fracassos. Ao perceber a existência desses mecanismos de defesa, a organização deve atuar de maneira eficaz, ou seja, tentando remover as barreiras que levaram à tal comportamento de frustração. Desta forma as necessidades dos indivíduos e da organização poderão ser satisfeitas.