Resumo de Teoria Geral da Administração Teoria Estruturalista A Teoria Estruturalista surgiu na década de 50 e representa um desdobramento da Teoria da Burocracia e uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas. Representa também uma visão extremamente crítica da organização formal. O estruturalismo ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais, iniciado pela Teoria das Relações Humanas para o das interações entre as organizações sociais. Para os estruturalistas há uma relação entre os objetivos organizacionais e o ambiente. As relações da organização com o seu meio requerem uma constante reavaliação dos objetivos face às alterações do meio ambiente e da organização. Para os estruturalistas, o ambiente é formado pelas outras organizações que formam a sociedade. A teoria estruturalista envolve: Tanto a organização formal como a informal; Tanto as recompensas salariais e materiais como as recompensas simbólicas e sociais; Todos os diferentes níveis hierárquicos de uma organização; Todos os diferentes tipos de organização; A análise intra-organizacional e a análise interorganizacional. Há na Teoria estruturalista uma abordagem múltipla, ou seja, ampliação da abordagem, onde muda o foco de atenção voltado para o indivíduo e para o grupo para a estrutura da organização como um todo, tornando a visão mais ampla e também surge a preocupação com o ambiente; Aspectos Importantes do Estruturalismo: A organização é concebida como um sistema social aberto e deliberadamente construído; Os conflitos são considerados inevitáveis e até muitas vezes desejáveis na relação empresa-empregado Incentivos mistos são recomendados, não apenas materiais. O sentido do “homem organizacional” em contraposição ao “homem administrativo”, do comportamentalismo, ao “homem social”, da dinâmica de grupo e ao “homem econômico”, da administração científica, de Taylor. São visados “resultados máximos”, à semelhança da Escola Clássica, em oposição ao comportamentalismo, que visa “resultados satisfatórios”. Teoria das Relações Humanas George Elton Mayo (1880-1949) George Elton Mayo, um cientista social Australiano, nasceu em 1880 e morreu em 1949 com 69 anos. Ficou conhecido como o fundador do movimento das Relações Humanas e da Sociologia Industrial, pelas experiências que coordenou em Hawthorne( bairro de Chicago). Western Eletric Companyfabrica equipamentos e componentes telefônicos. Primeira Fase da Experiência de Hawthorne Para analisar o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários. Segunda Fase da Experiência de Hawthorne - As moças gostavam de trabalhar na sala de provas porque era divertido e a supervisão branda (ao contrário da supervisão de controle rígido na sala de montagem) permitia trabalhar com liberdade e menor ansiedade; - Havia um ambiente amistoso e sem pressões, na qual a conversa era permitida, o que aumentava a satisfação no trabalho; - Não havia temor ao supervisor, pois este funcionava como orientador; - Houve um desenvolvimento social do grupo experimental. As moças faziam amizades entre si e tornaram-se uma equipe; - O grupo desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar o ritmo de produção, embora fosse solicitado trabalhar normalmente Terceira e Quarta Fases da Experiência de Hawthorne Os pesquisadores, fixados no estudo das relações humanas no trabalho, verificaram que, no grupo de controle, as moças consideravam humilhante a supervisão vigilante e constrangedora O Programa de Entrevista revelou a existência da Organização Informal dos Operários a fim de se protegerem das ameaças da Administração. Nela, os operários se mantêm unidos através de laços de lealdade. O grupo desenvolveu métodos paraassegurar suas atitudes, considerando delator o membro que prejudicasse algum companheiro e pressionando os mais rápidos para estabilizarem sua produção por meio de punições simbólicas. Conclusões da Experiência de Hawthorne a) Nível de Produção Resultante da Integração Social O nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas sociais e expectativas grupais. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido. Quanto maior a integração social do grupo, maior a disposição para trabalhar. b) Comportamento Social dos Empregados Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. Portanto, a administração não pode tratar os empregados um a um, mas sim como membros de grupos e sujeitos às influências sociais desses grupos. A Teoria das Relações Humanas contrapõe o comportamento social do empregado ao comportamento do tipo máquina, proposto pela Teoria Clássica. c) Recompensas e Sanções Sociais Os precursores da Administração Científica, baseados no conceito de hommo economicus, pelo qual o homem é motivado e incentivado por estímulos salariais, elaboravam planos de incentivo salarial, para elevar a eficiência e baixar os custos operacionais. Para a Teoria das Relações Humanas, a motivação econômica é secundária na determinação do rendimento do trabalhador. Para ela, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e participação nas atividades dos grupos sociais nos quais convivem. Daí o conceito de homem social. d) Grupos Informais Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização como autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos, princípios gerais de Administração, departamentalização etc., os autores humanistas se concentravam nos aspectos informais da organização como grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc. A empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de grupos sociais informais. Esses definem suas regras de comportamento, formas de recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas que cada participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento. e)Relações Humanas As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém contato. A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia. f) Importância do Conteúdo do Cargo A especialização não é a maneira mais eficiente de divisão de trabalho.Trabalhos simples e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes afetando negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua satisfação e eficiência. g) Ênfase nos Aspectos Emocionais Os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da Teoria das Relações Humanas. Daí a denominação de sociólogos da organização aos autores humanistas. A experiência de Hawthorne permitiu a Mayo concluir que o trabalho é uma atividade grupal e que o nível de produção é mais influenciado pelas normas do grupo do que pelos incentivos físicos de produção.Segundo ele o operário não reage como indivíduo mas como membro de um grupo. Conclusão: pode se dizer que a teoria das Relações Humanas, desenvolvida por Elton Mayo, colocou a ênfase do estudo na gestão das pessoas, ao contrário das teorias da época, que se focaram na estrutura e na máquina. Mayo percebeu que existia para além da máquina, um universo a ser descoberto, relacionado com o comportamento humano e a sua influência nos processos organizacionais. A partir da Teoria das Relações Humanas, todo o acervo de teorias psicológicas acerca da motivação humana passou a ser aplicado dentro das empresas. Verificou-se que o comportamento humano é motivado. A motivação, no sentido psicológico, é a tensão persistente que leva o indivíduo a algum comportamento com o objetivo de obter a satisfação de uma ou mais necessidades. Daí o conceito de ciclo motivacional. O Ciclo motivacional: O organismo humano permanece em estado de equilíbrio psicológico (chamado por Lewin de equilíbrio de forças psicológicas), até que um estímulo o rompa e crie uma necessidade. Essa provoca um estado de tensão em substituição ao anterior estado de equilíbrio. A tensão conduz a um comportamento ou ação capaz de atingir alguma forma de satisfação daquele necessidade. Se satisfeita a necessidade, o organismo retorna ao seu estado de equilíbrio inicial, até que outro estímulo sobrevenha. Toda satisfação é basicamenteuma liberação de tensão, uma descarga tensional que permite o retorno ao equilíbrio anterior. As necessidades de auto-realização são as necessidades mais elevadas, conseqüência da educação e cultura. São raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o homem vai procurando maiores satisfações e estabelecendo metas crescentemente sofisticadas. A necessidade de auto-realização é a síntese de todas as outras necessidades. É o impulso de realizar o próprio potencial, de estar em contínuo autodesenvolvimento no sentido mais elevado do termo. Abraham Harold Maslow (1908-1970) Abraham Harold Maslow nasceu a 1º de Abril de 1908 em Brooklyn, Nova York e faleceu em 1970, psicólogo e estudioso do comportamento. Inventou o conceito de pirâmide das necessidades, segundo o qual, uma vez satisfeitas as necessidades fisiológicas básicas – da alimentação ao desejo de um ambiente seguro e estruturado – as necessidades mais elevadas de auto-estima e realização pessoal podem ser preenchidas. Para Maslow existe uma hierarquia natural entre a natureza das necessidades, nenhuma delas é absoluta: quando uma delas é preenchida, a preocupação com a sua satisfação desaparece. Maslow sustenta o comportamento motivacional pela correlação das necessidades humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um estímulo seja desencadeado, proveniente de uma situação externa ou do próprio organismo. Assim, esta teoria dá-nos idéia de um ciclo, o Ciclo Motivacional. Quando o ciclo motivacional não se realiza, desenvolvem-se a frustração no indivíduo que poderão assumir várias atitudes: a) Comportamento ilógico ou anormais; b) Agressividade por não poder solucionar a insatisfação contida; c) Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios/digestivos; d) Falta de interesse pelas atividades ou objetivos; e) Passividade, baixa auto-estima, má vontade, pessimismo, resistência às modificações, insegurança, não colaboração, etc. Maslow esquematizou todas as necessidades de um indivíduo segundo uma hierarquia, a Hierarquia das Necessidades. NECESSIDADES FISIOLÓGICAS Constituem o nível mais baixo de todas as necessidades humanas. São necessidades de alimentação, de sono e repouso, de abrigo, o desejo sexual, etc. Estão relacionados com a sobrevivência do indivíduo e com a preservação da espécie. NECESSIDADES DE SEGURANÇA Segundo nível das necessidades humanas. São necessidades de segurança ou de estabilidade, a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga do perigo, condições de trabalho seguras, remuneração e benefícios. Surgem no comportamento quando as necessidades fisiológicas estão relativamente satisfeitas. NECESSIDADES SOCIAIS Surgem no comportamento, quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) estão relativamente satisfeitas. Nesse nível, estão as necessidades de associação, participação, amizade e colegas, interação com clientes, afeto e amor. NECESSIDADES DE ESTIMA Estão relacionados com o modo pelo qual o indivíduo se vê e se avalia. As necessidades de estima envolvem a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e respeito, responsabilidade por resultados, orgulho e reconhecimento, promoções, etc. NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAÇÃO São as necessidades humanas mais elevadas e que se encontram no topo da pirâmide. Essas são as necessidades que cada indivíduo tem para realizar seu próprio potencial e de autodesenvolver-se. Incluem-se aí o trabalho criativo e desafiante, diversidade e autonomia, participação nas decisões, etc. Quando as necessidades mais baixas estão satisfeitas, as necessidades situadas nos níveis mais elevados começam a dominar o comportamento. Nem todas as pessoas conseguem atingir o primeiro nível. Teoria Comportamental Característica principal: A preocupação com o comportamento organizacional (processos e dinâmica organizacional), enfatizando as ciências do comportamento (behavioral sciences). Os comportamentalistas ou behavioristas vêem a organização como um sistema cooperativo racional. Origens: A forte e definitiva oposição da Teoria das Relações Humanas em relação à Teoria Clássica; Consiste em um desdobramento da Teoria das Relações Humanas, rejeitando a sua característica ingênua e romântica, mas aproveitando e reformulando alguns dos seus conceitos tomados como ponto de partida; Critica a Teoria Clássica , sendo considerada por alguns autores uma antítese à organização formal, aos princípios gerais da administração, ao conceito de autoridade formal e à posição rígida e mecanística dos autores clássicos. Com a Teoria Comportamental deu-se a incorporação da Sociologia da Burocracia, ampliando o campo da teoria administrativa. Critica a Teoria da Burocracia, particularmente no que se refere ao “modelo de máquina” adotado como representativo da organização. FREDERICK HERZBERG propôs um modelo motivacional baseado em dois fatores – fatores higiênicos e fatores motivacionais que, para ele, determinam o comportamento das pessoas. Fatores higiênicos ou extrínsecos : são contextuais, relacionados com o meio ambiente onde as pessoas atuam. São de responsabilidade da organização, fora do controle das pessoas. Chamados de higiênicos por serem considerados profiláticos e preventivos, ou seja, evitam a insatisfação mas não levam a satisfação. Por estarem mais relacionados à insatisfação, são chamados de insatisfacientes. Fatores motivacionais ou intrínsecos: são relacionados ao conteúdo do cargo, a natureza das tarefas inerentes a ele. Estão sob o controle da pessoa. Quando os fatores motivacionais são ótimos provocam a satisfação, quando deficientes evitam a satisfação, sendo chamados de satisfacientes. DOUGLAS M. McGREGOR Elaborou dois estilos administrativos, opostos e antagônicos que chamou de Teoria X ( mecanicista e pragmática) e Teoria Y (baseada na concepção mais moderna da visão comportamentalista). Teoria X: É representada pelos modelos de Taylor, Fayol e Weber, nas quais o homem é visto como máquina, como recurso de produção, concepções consideradas inadequadas sobre o comportamento humano. O homem é indolente e preguiçoso por natureza A sua dependência o torna incapaz de autocontrole e disciplina O homem prefere ser dirigido e tem pouca ambição Ele busca apenas a segurança Teoria Y: Baseia-se em concepções e premissas atuais, baseada em valores humanos e sociais, totalmente opostos à visão clássica da Teoria X. As pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer O trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou descansar As pessoas procuram e aceitam responsabilidades e desafios As pessoas podem ser automotivadas e autodirigidas