Transtorno do Pânico

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Transtorno do Pânico
Existem pessoas, não importa de que classe social, vagam pelos consultórios
e clínicas do mundo inteiro sem que ninguém seja capaz de lhes dizer qual a
verdadeira origem de seus males. A pessoa passa por uma série interminável
de consultas e exames, em boa parte pagos com dinheiro público, acaba
entrando nas estatísticas de certas doenças, mas não tem seu problema
resolvido. Três quartos das pessoas com distúrbio mental não estão onde
deveriam estar: no psiquiatra ou no psicólogo. Estão nas mãos do
cardiologista, do neurologista ou de outro especialista qualquer. É uma
multidão que não trata a sua doença de forma adequada, pois um mau
diagnóstico pode levar essas pessoas a conviver com enormes desconfortos,
que acabam se estendendo à toda a sua família.
" Tenho tanto medo. Toda vez que
me preparo para sair, tenho aquela
desagradável sensação no estômago
e me aterrorizo pensando que vou ter
outra crise de pânico. "
" De repente, eu senti uma terrível
onda de medo, sem nenhum motivo.
Meu coração disparou, tive dor
no peito e dificuldade para respirar”
Pensei que fosse morrer. "
Quais os sintomas físicos de uma crise de pânico?
Como se descreve acima, os sintomas físicos de uma crise de pânico
aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente (apesar de existir, mas
fica difícil de se perceber). Os sintomas são como uma preparação do corpo
para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos de
fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue
no cérebro e nos membros usados para fugir - em detrimento de outras
partes do corpo, incluindo os orgãos sexuais. Eles podem incluir :
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Contração / tensão muscular, rijeza
Palpitações (o coração dispara)
Tontura, atordoamento, náusea
Dificuldade de respirar (boca seca)
Calafrios ou ondas de calor, sudorese
Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da
realidade
Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está
prestes
a
acontecer e de que se está impotente para evitar tal acontecimento
Confusão, pensamento rápido
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Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso
Medo de morrer
Vertigens ou sensação de debilidade
Uma crise de pânico dura caracteristicamente vários minutos e é uma das
situações mais angustiantes que podem ocorrer a alguém. A maioria das
pessoas que tem uma crise terá outras (se não tratar). Quando alguém tem
crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo de ter outra crise, dizse que tem transtorno do pânico
O que é o transtorno do pânico?
Transtorno do pânico é um problema sério de saúde. Este distúrbio é
nitidamente diferente de outros tipos de ansiedade, caracterizando-se por
crises súbitas, sem fatores desencadeantes aparentes e, frequentemente,
incapacitantes. Depois de ter uma crise de pânico - por exemplo, enquanto
dirige, fazendo compras em uma loja lotada ou dentro de um elevador - a
pessoa pode desenvolver medos irracionais (chamados fobias) destas
situações e começar a evitá-las. Gradativamente o nível de ansiedade e o
medo de uma nova crise podem atingir proporções tais, que a pessoa com o
transtorno do pânico pode se tornar incapaz de dirigir ou mesmo pôr o pé
fora de casa. Neste estágio, diz-se que a pessoa tem transtorno do pânico
com agorafobia. Desta forma, o distúrbio do pânico pode ter um impacto
tão grande na vida cotidiana de uma pessoa como outras doenças mais
graves - a menos que ela receba tratamento eficaz e seja compreendida
pelos demais.
O que causa o transtorno do pânico? Por que ele ocorre?
De acordo com uma das teorias, o sistema de "alerta" normal do
organismo - o conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que
uma pessoa reaja a uma ameaça - tende a ser desencadeado
desnecessariamente na crise de pânico, sem haver perigo iminente. Algumas
pessoas são mais suscetíveis ao problema do que outras. Constatou-se que o
T.P. ocorre com maior frequência em algumas famílias, e isto pode significar
que há uma participação importante de um fator hereditário (genético) na
determinação de quem desenvolverá o transtorno. Entretanto, muitas
pessoas que desenvolvem este transtorno não tem nenhum antecedente
familiar.
O cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores que são
responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios (células do
sistema nervoso). Estas comunicações formam mensagens que irão
determinar a execução de todas as atividades físicas e mentais de nosso
organismo (ex: andar, pensar, memorizar, etc). Um desequilíbrio na produção
destes neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a
transmitir informações e comandos incorretos. Isto é exatamente o que
ocorre em uma crise de pânico: existe uma informação incorreta alertando e
preparando o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não
existe. É como se tivéssemos um despertador que passa a tocar o alarme em
horas totalmente inapropriadas. No caso do Transtorno do Pânico os
neurotransmissores que encontram-se em desequilíbrio são: a serotonina e
a noradrenalina.
O transtorno do pânico é um problema sério?
O T.P. já é considerado um problema sério de saúde. Atualmente 2 a 4% da
população mundial sofre deste mal, que acomete mais mulheres do que
homens em uma proporção de 3 para 1. Há muito que o T.P. deixou de ser um
diagnóstico de exclusão. Hoje, mais do que nunca, há necessidade de um
diagnóstico de certeza para tal entidade clínica. As pessoas que sofrem
deste mal costumam fazer uma verdadeira "via-crucis" a diversos
especialistas médicos ("doctor shopping") e após uma quantidade exagerada
de exames complementares recebem, muitas vezes, o patético diagnóstico
do "nada", o que aumenta sua insegurança e seu desespero. Por vezes esta
situação dramática é reduzida a termos evasivos como: estafa,
nervosismo, stress, fraqueza emocional ou problema de cabeça. Isto
pode criar uma incorreta impressão de que não há um problema de fato e de
que não existe tratamento para tal patologia.
O T.P. é real e potencialmente incapacitante, mas pode ser controlado com
tratamentos específicos. Por causa dos seus sintomas desagradáveis, ele
pode ser confundido com uma doença cardíaca ou outra doença grave.
Frequentemente as pessoas procuram um pronto-socorro quando têm a crise
de pânico e podem passar desnecessariamente por extensos exames
médicos para excluir outras doenças.
Os médicos em geral tentam confortar o paciente em crise de pânico,
fazendo-o entender que não está em perigo. Mas estas tentativas podem às
vezes piorar as dificuldades do paciente: se o médico usar expressões como
"não é nada grave", "é um problema de cabeça" ou "não há nada para se
preocupar", isto pode produzir uma impressão incorreta de que não há
problema real e de que não existe tratamento ou de que este não é
necessário, conforme já comentado.
Qual é a população atingida?
As pessoas que tem o T.P., em sua maioria, são pessoas jovens (faixa etária
de 21 a 40 anos), que encontram-se na plenitude de suas vidas profissionais.
O perfil da personalidade das pessoas que sofrem do T.P., costuma
apresentar aspectos em comum: geralmente são pessoas extremamente
produtivas à nível profissional, costumam assumir uma carga excessiva de
responsabilidades e afazeres, são bastantes exigentes consigo mesmos, não
convivem bem com erros ou imprevistos, têm tendência a se preocuparem
excessivamente com problemas cotidianos, alto nível de criatividade,
perfecionismo, excessiva necessidade de estar no controle e de aprovação,
auto-expectativas extremamente altas, pensamento rígido, competente e
confiável, repressão de alguns ou todos os sentimentos negativos (os mais
comuns são, o orgulho e a irritação), tendência a ignorar as necessidades
físicas do corpo, entre outras. Essa forma de ser acaba por predispor estas
pessoas a situações de stress acentuado, fato este que pode levar ao
aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro
desencadeando assim um desequilíbrio bioquímico e consequentemente o
aparecimento do T.P..
Vale ressaltar ainda que alguns medicamentos como anfetaminas (usados em
dietas de emagrecimento) ou drogas (cocaína, maconha, crack, ecstasy, etc),
podem aumentar a atividade e o medo promovendo alterações químicas que
podem levar ao T.P..
Existe tratamento para este problema?
Existe uma variedade de tratamentos para o T.P.. O mais importante neste
aspecto é que se introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio
bioquímico cerebral numa primeira etapa. Isto pode ser feito através de
medicamentos seguros e que não produzam risco de dependência física dos
pacientes. Numa segunda etapa prepara-se o paciente para que ele possa
enfrentar seus limites e as adversidades vitais de uma maneira menos
estressante. Em última análise, trata-se de estabelecer junto com o
paciente uma nova forma de viver onde se priorize a busca de uma harmonia
e equilíbrio pessoal. Uma abordagem psicoterápica específica deverá ser
realizada com esse objetivo.
O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao engajamento do
paciente com o mesmo. É importante que a pessoa que sofre de T.P. entenda
todas as peculiaridades que envolvem este mal e que queira fazer uma boa
"aliança terapêutica" com seu médico no sentido de juntos superarem todas
as adversidades que poderão surgir na busca do seu equilíbrio pessoal.
Para as pessoas que não tem, e para as que possam vir a conviver
com o problema:
O T.P. não é loucura, nem "frescura". Infelizmente é comum que os
distúrbios psíquicos sejam interpretados como simples fraqueza de
caráter. O melhor jeito para conviver com uma pessoa que passou pelo T.P.,
É compreender pelo que a pessoa passa; fazendo com que essa pessoa saiba
que você entende o que se passa com ela, isso irá tranquilizá-la, trazendo
bem-estar, pois é bem difícil se ter um "ataque", perante uma pessoa ou
ambiente que conheça o problema, junto com um "tratamento",
preferencialmente, tratado por um psiquiatra. Pois os que sofrem com o
transtorno do pânico são ótimas companhias, devido a sua sensibilidade
apurada, pois uma experiência ruim algumas vezes frutifica em crescimento
interior. E sempre mantenha essa pessoa normalmente convivendo com suas
atividades, percebendo as suas limitações e não "forçando nenhuma barra".
Aos poucos a vida volta a normalidade.
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O Transtorno do Pânico é comum, pode ser claramente definido,
diagnosticado e tratado;
O conhecimento obtido através da pesquisa está resultando num
aperfeiçoamento
da
diagnose,
tratamento e qualidade de vida das pessoas que sofrem do distúrbio
do pânico;
Preparação profissional: Com o aumento da informação, tornando as
pessoas cientes do distúrbio, assim médicos e profissionais de saúde
mental, devem se preparar para o diagnósticar e/ou tratar do
distúrbio
do pânico.
“A indicação de esportes, caminhadas ou outros tipos de exercícios físicos podem
auxiliar no tratamento, pois exercícios físicos liberam endorfinas(antidepressivos
naturais) que aumentam o bem estar do paciente e deixam mais dispostos para o
tratamento”.
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