Cirroses hepáticas metabólicas principalmente quando complicadas por hipertensão portal e hiperesplenismo. Nas cirroses de origem metabólica é de fundamental importância o diagnóstico da sobrecarga férrica, com a determinação do ferro, ferritina (> 300) e a saturação da transferrina (> 45) nos casos de hemocromatose, bem como a pesquisa das mutações do gene da HFE (C282Y e H63D). Na sobrecarga de cobre (doença de Wilson) é importante a determinação da ceruloplasmina e do cobre sérico e urinário, com a pesquisa do anel de Keyser-Fleischer por biomicroscopia e lâmpada de fenda. Além desses exames de triagem inicial se faz necessário para a confirmação exames de natureza genética, como a pesquisa da mutação do gene HFE da hemocromatose hereditária, a pesquisa das mutações do gene H63D e C282Y e das mutações do gene ATP 7B (localizada no braço longo do cromossomo 13) que codifica a ATPase 7B, responsável pelo transporte de cátions através do plasma ou de membranas celulares. Na cirrose hepática por doença de Wilson, o diagnóstico repousa ainda na pesquisa do cobre sérico e urinário elevados e na dosagem reduzida da ceruloplasmina (< 20mg/dL). Além desses marcadores pode-se lançar mão da dosagem do cobre hepático por grama de tecido hepático seco e a coloração do cobre no fragmento hepático pela técnica de orceína de Shikata e ácido rubeânico. Recentemente, tem aumentado o número de casos de cirrose criptogênica, de natureza metabólica, principalmente relacionada à doença gordurosa não alcoólica do fígado. Avaliação por imagem e endoscópica Os métodos de imagem, como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética, do abdome são utilizados para o diagnóstico e prognóstico das doenças crônicas do fígado, principalmente nas suas formas avançadas e progressivas para cirrose. Todos conseguem, com maior ou menor sensibilidade, caracterizar o tamanho, o contorno e a superfície do fígado, descrevendo a presença ou não de lesões focais suspeitas, como o carcinoma hepatocelular, além de serem úteis ao estudo da síndrome da hipertensão portal, através da caracterização de esplenomegalia, circulação JBM • JULHO/AGOSTO • VOL. 101 • No 4 colateral e ascite. Mais recentemente, nos principais centros europeus, foi incorporada a avaliação indireta do grau de fibrose por métodos laboratoriais (APRI, Fibrotest, dentre outros) e de elastografia hepática (Fibroscan). A ressonância magnética permite ainda a caracterização e a quantificação de ferro e de cobre no parênquima hepático e de cobre nos núcleos da base na ressonância magnética de cérebro. De igual modo, a avaliação endoscópica serve para a confirmação diagnóstica da síndrome de hipertensão portal, através da identificação de varizes esofagogástricas, gastropatia congestiva, como também para a avaliação prognóstica de sangramento varicoso e não varicoso. Também, com o intuito de avaliar o grau de hipertensão portal e de predizer a progressão da doença hepática crônica, tem-se utilizado em centros de excelência a determinação do gradiente de pressão da veia hepática, através da medida da pressão da veia hepática livre e ocluída (GPVH). Nos cirróticos GPVH > 12mmHg reflete a presença de hipertensão portal e níveis superiores a esse podem refletir a progressão da cirrose de sua forma compensada para as descompensadas. Além de serem fundamentais para a avaliação diagnóstica, são excelentes métodos terapêuticos no manejo da hemorragia digestiva varicosa, com o emprego da ligadura elástica e da escleroterapia das varizes de esôfago. Os métodos de imagem, como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética, do abdome são utilizados para o diagnóstico e prognóstico das doenças crônicas do fígado, principalmente nas suas formas avançadas e progressivas para cirrose. Todos conseguem, com maior ou menor sensibilidade, caracterizar o tamanho, o contorno e a superfície do fígado, descrevendo a presença ou não de lesões focais suspeitas, como o carcinoma hepatocelular. Avaliação histológica A avaliação histológica do paciente com doença hepática crônica é fundamental para o diagnóstico acurado da condição e de sua etiologia, determinando-se através de sua leitura e interpretação o grau de atividade necroinflamatória e o estágio de fibrose. Várias classificações recentes foram incorporadas ao conhecimento médico, como as descritas por Ishak e colaboradores e pela escola francesa de Bedossa e colaboradores (Metavir). Em passado remoto, as hepatites crônicas eram divididas em persistente e ativa, na dependência da integridade da lâmina limitante entre o espaço portal e o parênquima hepático e a cirrose hepática pela identificação do binômio fibrose + nódulo de regeneração. A análise em conjunto das informações clínicas, bioquímicas e histológicas obtidas 35