INFECÇÃO RELACONADA À CATETER VENOSO CENTRAL FELIPE T DE M FREITAS NCIH / HRAS/HMIB/SES/DF www.paulomargotto.com.br Brasília, 19 de julho de 2013 MAGNITUDE • 7 milhões de CVC – ano • Aumento do tempo de internação em 7 dias • Infecções graves – S. aureus e Candida • Aumento dos custos – 7 a 29 mil dólares • ICS (Infecção corrente sanguínea) relacionada a CVC é PREVENÍVEL! EPIDEMIOLOGIA • 90% das infecções CVC • Cateter periférico – flebite • PICC – taxas similares a CVC em UTI • Fatores de risco • Hospitalização e cateterização prolongada, alta colonização no local de inserção do cateter ou injetor (hub), neutropenia, prematuridade, NPT e manipulação excessiva do cateter EPIDEMIOLOGIA NHSN (por 1.000 cateter-dia) • UTI de queimados – 5,5 • UTI de clínica médica – 2,0 • UTI de clínica cirúrgica – 2,3 • UTI pediátrica – 1,3 INICC • UTI clínico-cirúrgica – 7,6 • UTI pediátrica – 7,0 HMIB • UTI pediátrica – 6,8 QUAL MELHOR SITIO DE INSERÇÃO? Dados conflitantes: • Subclávia – Jugular – Femoral • Maior incidência jugular ou femoral • Sem diferença se equipe experiente • Em pacientes em diálise, maior incidência de infecção em veia femoral em pct obesos • Preferência de veia femoral se pct traqueostomizado • Sem diferença em pediatria! PATOGÊNESE MICROBIOLOGIA Gram positvos • Estafilococos coagulase negativo (ECN) – 34,1% • Enterococcus sp – 16% • S. aureus – 9,9% Gram negativos • Bacilos gram negativos – 17,7% Fungos • Candida sp – 11,8% RESISTÊNCIA • 84,4% S. aureus resistente à oxacilina • 5,1% Enterococcus sp resistente à vancomicina • 76,3% e 7,9% Klebsiella resistente às cefalosporinas e aos carbapenêmicos • 55,3% Acinetobacter baumanii resistente à carbapenêmicos • 47,3% Pseudomonas aeruginosa resistente à carbapenêmicos MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Infecções de sitio de saída do cateter • Inflamação localizada – eritema, hipertermia, dor, secreção purulenta Infecção sistêmica • Febre, calafrio, instabilidade hemodinâmica DIAGNÓSTICO • Coleta de material purulento: Gram e cultura • Culturas pareadas: sangue periférico e cateter • Método quantitativo A cultura do cateter 3x UFC que a cultura do sangue periférico • Diferença de tempo de positividade (DTP) A cultura do cateter positiva pelo menos 2 horas antes que a cultura do sangue periférico • Ponta do cateter e sangue periférico • Técnica semiquantitativa > 15 UFC • Técnica quantitativa > 102 UFC MANEJO • ECN – Remover CVC e tratar 5-7 dias OU manter CVC e tratar 14 dias • S. aureus - Remover CVC e tratar por 14 dias E pesquisar focos profundos (ecocardiograma) • Bacilo gram negativo – Remover CVC e tratar por 10-14 dias • Candida - Remover CVC e tratar por 14 dias após a primeira hemocultura negativa E pesquisar focos profundos (ECO, fundo de olho, US de abdome) • Complicação (endocardite, osteomielite, trombose) – Remover CVC e tratar de 4-8 semanas PREVENÇÃO • Educação e Treinamento • Profissionais que inserem e cuidam do cateter • Tipo de cateter e sitio de inserção • Baseado no propósito, duração e possíveis complicações • Evitar veia femoral em pacientes obesos PREVENÇÃO Técnica de inserção • Usar técnica asséptica • Higienizar as mãos antes e quando manipular • Usar barreira de precaução máxima • Fazer antissepsia da pele (clorexidina alcoólica a 0,5%) • Não utilizar antibiótico profilaxia para inserção PREVENÇÃO Cuidado local • Usar curativo estéril de gaze ou transparente para cobrir local de inserção • Monitorar curativo regularmente, substituir se úmido, solto ou sujo • Não submergir em água, proteger no banho PREVENÇÃO Troca do cateter • Remova o cateter assim que não for mais necessário • Não troque cateter rotineiramente • Não troque cateter por fio guia se suspeita de infecção NOVAS TECNOLOGIAS • Cateter impregnado • Curativo com antisséptico • Banho de paciente • Soluções antibiótica no cateter “lock solution” • Pomada antibiótica OBRIGADO! [email protected] Nota do Editor do site, Dr.Paulo R. Margotto Consultem também! Acesso vascular ao recém-nascido: Cateterismo de vasos umbilicais, cateterismo venoso central percutâneo e vias de administração de medicamentos Autor(es): Paulo R. Margotto/ Martha G. Vieira, Jefferson G. Resende, Carla Pacheco Brito, Kátia Rodrigues Menezes, Lady Maria C. A. de Andrade, Vicência Soares de Almeida • FISIOPATOGENIA DA INFECÇÃO • A disseminação de microorganismos de um cateter vascular para a corrente sanguínea é o resultado de um processo que envolve a contaminação do dispositivo com a formação dos biofilmes (a adesão do microrganismo à superfície externa ou interna do cateter, sua multiplicação) e posterior desagregação de micro colônias com a posterior passagem à corrente sanguínea. As vias de acesso para contaminação dos dispositivos vasculares são: • 1- Extraluminal: a partir da colonização da pele do paciente, pelas mãos dos profissionais de saúde e por via hematogênica. É precoce, pode ocorrer em até 24 horas nos CVU, e no geral ocorre em 48 horas. Colonização frequente por Gram positivos. • 2- Intraluminal: tardia, 10 a 14 dias após inserção. Colonização por Gram negativos. Migração pelas conexões e sistema de infusão, pelas mãos dos profissionais e soluções contaminadas (mais raro). • A formação do biofilme está diretamente relacionada ao tipo e qualidade do material, ao tipo de microorganismo e suas propriedades de aderência. Bactérias gram positivas, gram negativas e as leveduras podem compor o biofilme e podem também ocorrer biofilmes mistos, contendo mais de 1 gênero ou espécie de bactérias ou mesmo contendo bactérias e leveduras. A resistência dos microorganismos aos antibióticos está muito aumentada na presença do biofilme. Prevenção de infecção de corrente sanguínea associada à cateter Autor(es): Maria AparecidaTeixeira • Infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) • 7% a 24% dos pacientes admitidos em UTI neonatal; Infecção de corrente sanguínea – 55% Cateter venoso central Cocos gram positivos 70% - 80% Bacilos gram negativos 18% Fungos 15% Pneumonia Ventilação mecânica – 30% Diferencial do tempo de positividade: método útil para diagnóstico de infecção da corrente sanguínea associada ao catéter Autor(es): Raada I et al. Apresentação: Rafael Guedes Araújo Dias, Renato Augusto Oliveira, Paulo R. Margotto • quando a cultura retirada do cateter (cultura central) torna-se positiva 2 HORAS ANTES da cultura periférica, há uma especificidade e sensibilidade altas para falar que está desenvolvendo uma infecção pelo cateter (Odds ratio de 5,27;IC a 95%:3,25-8,54). Infecção associada ao uso de cateteres vasculares Autor(es): Rosana Richtmann .Apresentação:André Gadelha, Débora Fernandes Oliveira, Paulo R. Margotto Prevenção IRC • Higiene das mãos (pias de fácil acesso/ almotolias de álcool disponíveis e bem localizadas) • Inserção do CVC por pessoal treinado, com técnica asséptica • Preparo da pele com anti-séptico degermante seguido de alcoólico • Troca de curativo apenas se sujo, úmido ou solto • Abrir o sistema de infusão o mínimo possível • Desinfecção das conexões com álcool, sempre que manipuladas • Troca de sistema de infusão em até 24h, se infusão de sol. Lipídica ou hemoderivados Infecção relacionada ao cateter;Cateter venoso umbilical de longa duração:é uma prática segura? riscos e vantagens Autor(es): Carla Pacheco de Brito • Relatório de 2001 publicado pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention), e desenvolvido para profissionais que inserem cateteres e para as pessoas responsáveis pela vigilância e controle de infecções. O grupo de trabalho foi liderado pela Society of Critical Care of Medicine (SCCM), com a participação de mais 11 entidades. As recomendações apresentadas refletem o consenso do HICPAC (Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee) - Comite Consultivo de Práticas e controle de Infecções no tratamento de Saúde dos CDC e demais organizações profissionais. •