ESCOLA NOVAERENSE CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM ORGANIZAÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO EM ENFERMAGEM I Prof(a): Jennifer D. B. Melo SUMÁRIO UNIDADE I – POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE .............................................. 3 1 HISTÓRIA DO SUS ..................................................................................... 3 2 - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE-SUS- ......................................................... 4 3 – RESULTADOS ....................................................................................... 12 UNIDADE II – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ENFERMAGEM . Error! Bookmark not defined. 1 A EVOLUÇÃO DA ENFERMAGEM NOS PERÍODOS HISTÓRICOS . Error! Bookmark not defined. 2 A ENFERMAGEM NO BRASIL ..................... Error! Bookmark not defined. 3 CRIAÇÃO DOS CONSELHOS DE ENFERMAGEM ... Error! Bookmark not defined. 4 ANNA NERY ................................................. Error! Bookmark not defined. 5 FLORENCE NIGHTINGALE ......................... Error! Bookmark not defined. 6 DURAÇÃO DO TRABALHO ......................... Error! Bookmark not defined. UNIDADE III – PROGRAMAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DO TRABALHO .... Error! Bookmark not defined. 1 COMPOSIÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ...... Error! Bookmark not defined. 2 ATRIBUIÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM, AUXILIAR E ENFERMEIRO ................................................. Error! Bookmark not defined. 3 RELAÇÕES INTERPESSOAIS .................... Error! Bookmark not defined. UNIDADE IV – INSTRUMENTOS ADMINISTRATIVOS ... Error! Bookmark not defined. 1 DOCUMENTAÇÃO ....................................... Error! Bookmark not defined. UNIDADE V - PRONTUÁRIO DO PACIENTE..... Error! Bookmark not defined. 1 PRONTUÁRIO DO PACIENTE ..................... Error! Bookmark not defined. UNIDADE VI- ADMISSÃO DO PACIENTE.......... Error! Bookmark not defined. 1. O PROCESSO DE ADMISSÃO ................... Error! Bookmark not defined. 2 LIMPEZA DA UNIDADE ............................... Error! Bookmark not defined. 3 PREPARO DO LEITO................................... Error! Bookmark not defined. 4 VERIRICAÇÃO DE SINAIS VITAIS .............. Error! Bookmark not defined. UNIDADE VII – NECESSIDADES BÁSICAS DO PACIENTE HOSPITALIZADO ............................................................................ Error! Bookmark not defined. 1 ASSISTÊNCIA AO PACIENTE ..................... Error! Bookmark not defined. 2 HIGIENE DO PACIENTE .............................. Error! Bookmark not defined. 3 ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE ................... Error! Bookmark not defined. UNIDADE VII – ISOLAMENTO ........................... Error! Bookmark not defined. 1 HISTÓRICO DO ISOLAMENTO ................... Error! Bookmark not defined. UNIDADE IX - ALTA ............................................ Error! Bookmark not defined. 1 O PROCESSO DE ALTA HOSPITALAR ...... Error! Bookmark not defined. 2 TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES ............ Error! Bookmark not defined. 3 ENCAMINHAMENTO DE PACIENTES ........ Error! Bookmark not defined. UNIDADE X – ÚLTIMOS CUIDADOS PRESTADOS AO PACIENTE ........ Error! Bookmark not defined. 1 MORTE E MORRER..................................... Error! Bookmark not defined. 2 DOENÇA TERMINAL ................................... Error! Bookmark not defined. 3 PROMOVENDO A ACEITAÇÃO .................. Error! Bookmark not defined. 4 REALIZANDO OS CUIDADOS TERMINAIS Error! Bookmark not defined. 5 COMUNICAÇÃO COM A FAMÍLIA ............... Error! Bookmark not defined. 6 CONFIRMAÇÃO DA MORTE ....................... Error! Bookmark not defined. 7 ATESTADO DE ÓBITO ................................ Error! Bookmark not defined. 8 ASSISTÊNCIA AO CORPO APÓS A MORTE ............ Error! Bookmark not defined. 9 CUIDADOS PÓS-MORTE ............................ Error! Bookmark not defined. UNIDADE I – POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE 1 HISTÓRIA DO SUS Desde o início do século passado, até o final dos anos sessenta, o sistema de saúde brasileiro se preocupava, fundamentalmente, com o combate em massa de doenças, através das campanhas de saúde pública. A partir dos anos setenta, passou a priorizar a assistência médica curativa e individual. Em 1975, através da Lei 6.229, foi criado o Sistema Nacional de Saúde, separando as ações de saúde pública das ações ditas de atenção às pessoas. Em 1977, se criou INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, para tender exclusivamente as pessoas que possuíam carteira de trabalho. O atendimento dos desempregados e residentes no interior era de responsabilidade das Secretarias Estaduais de Saúde e dos serviços públicos federais. Somente a partir dos anos oitenta, mudanças econômicas e políticas ocorridas no país, passaram a exigir a substituição do modelo médicoassistencial privatista por um outro modelo de atenção à saúde. Os primeiros sinais de mudança do modelo de atenção à saúde no Brasil, surgiram com a criação, em 1979, do PIASS – Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento a partir de alguns projetos pilotos de medicina comunitária. Em 1983, se implantou a AIS – Ações Integradas de Saúde, o primeiro desenho estratégico de co-gestão, de desconcentração e de universalização da atenção à saúde. Em 1986 foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde e, no ano seguinte, se criou o SUDS – Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, que representou a desconcentração das atividades do INAMPS para as Secretarias Estaduais de Saúde. A Constituição Federal de 1988, incorporando, parcialmente, as propostas estabelecidas pelo movimento da reforma sanitária brasileira criou o Sistema Único de Saúde, regulamentado dois anos depois pelas Leis 8.080, de 19 de setembro de 1990 e 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Um passo significativo na direção do cumprimento da definição constitucional de construção do Sistema Único de Saúde, foi a publicação do decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990, que transferiu o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) do Ministério da Previdência para o Ministério da Saúde. Em 27 de julho de 1993, quase três anos após a promulgação da lei 8.080, que regulamentou o SUS, o INAMPS foi extinto através da Lei n° 8.689, sendo suas funções, competências, atividades e atribuições absorvidas pelas instâncias federal, estadual e municipal do SUS. 2 - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE-SUS- O Sistema Único de Saúde - SUS - foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8.142/90, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto. Do Sistema Único de Saúde fazem parte os centros e postos de saúde, hospitais - incluindo os universitários, laboratórios, hemocentros (bancos de sangue), além de fundações e institutos de pesquisa, como a FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brazil. Através do Sistema Único de Saúde, todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS, sejam públicas (da esfera municipal, estadual e federal), ou privadas, contratadas pelo gestor público de saúde. O SUS é destinado a todos os cidadãos e é financiado com recursos arrecadados através de impostos e contribuições sociais pagos pela população e compõem os recursos do governo federal, estadual e municipal. O Sistema Único de Saúde tem como meta tornar-se um importante mecanismo de promoção da eqüidade no atendimento das necessidades de saúde da população, ofertando serviços com qualidade adequados às necessidades, independente do poder aquisitivo do cidadão. O SUS se propõe a promover a saúde, priorizando as ações preventivas, democratizando as informações relevantes para que a população conheça seus direitos e os riscos à sua saúde. O controle da ocorrência de doenças, seu aumento e propagação (Vigilância Epidemiológica) são algumas das responsabilidades de atenção do SUS, assim como o controle da qualidade de remédios, de exames, de alimentos, higiene e adequação de instalações que atendem ao público, onde atua a Vigilância Sanitária. O setor privado participa do SUS de forma complementar, por meio de contratos e convênios de prestação de serviço ao Estado – quando as unidades públicas de assistência à saúde não são suficientes para garantir o atendimento a toda a população de uma determinada região. Para se ter saúde, é preciso possuir um conjunto de fatores, como alimentação, moradia, emprego, lazer, educação, etc. A saúde se expressa comum retrato das condições de vida. Entretanto, a ausência de saúde não se relaciona apenas com a inexistência ou a baixa qualidade dos serviços de saúde, mas com todo este conjunto de determinantes. A saúde precisa, desta forma, incorporar novas dimensões e se torna responsável por conquistas que, até então, se colocavam externas a ela. O sistema único de saúde deve-se relacionar com todas as forças políticas que caminhem na mesma direção, como a defesa do meio ambiente, o movimento contra a fome, as manifestações pela cidadania, contra a violência no trânsito, pela reforma agrária etc. Este sistema é único, ou seja, deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização em todo o país. Mas é preciso compreender bem esta idéia de unicidade. Num país com tamanha diversidade cultural, econômica e social como o Brasil, pensar em organizar um sistema sem levar em conta estas diferenças seria uma temeridade. O que é definido como único na Constituição é um conjunto de elementos doutrinários e de organização do sistema de saúde, os princípios de universalização, da equidade, da integralidade, da descentralização e da participação popular. Estes elementos se relacionam com as peculiaridades e determinações locais, por meio de formas previstas de aproximação da gerência aos cidadãos, seja com a descentralização político-administrativa, seja através do controle social do sistema. 2.1 Princípios Doutrinários do SUS Universalização Historicamente, quem tinha direito à saúde no Brasil eram apenas os trabalhadores segurados do INPS e depois do INAMPS. Com o SUS, isto mudou: a saúde passa a ser um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito. Nesse sentido, o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente do sexo, raça, renda, ocupação ou outras características sociais ou pessoais. O SUS foi implantado com a responsabilidade de tornar realidade este princípio. Equidade O objetivo da equidade é diminuir desigualdades. Mas isso não significa que equidade seja sinônimo de igualdade. Apesar de todos terem direitos aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades diferentes. Equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. Para isso, a rede de serviços deve estar atenta às necessidades reais da população a ser atendida. A equidade é um princípio de justiça social. Integralidade O princípio da integralidade significa considerar a pessoa como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. 2.2 Princípios Organizativos do SUS Para organizar o SUS a partir dos princípios doutrinários apresentados e considerando-se a idéia de seguridade social e relevância pública, existem algumas diretrizes que orientam o processo. Na verdade, trata-se de formas de concretizar o SUS na prática. Regionalização e Hierarquização A regionalização e a hierarquização de serviços significam que os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da clientela a ser atendida. A regionalização é, na maioria das vezes, um processo de articulação entre os serviços existentes, buscando o comando unificado dos mesmos. Descentralização e Comando ÚNICO Quem está próximo dos cidadãos tem mais chances de acertar na solução dos problemas de saúde. Assim, todas as ações e serviços que atendem a população de um município devem ser municipais; as que servem e alcançam vários municípios devem ser estaduais e aquelas que são dirigidas a todo o território nacional devem ser federais. O SUS tem um gestor único em cada esfera de governo. A Secretaria Municipal de Saúde, por exemplo, tem que ser responsável por todos os serviços localizados na cidade. Participação Popular O SUS foi fruto de um amplo debate democrático. Mas a participação da sociedade não se esgotou nas discussões que deram origem ao SUS. Esta democratização também deve estar presente no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que têm como função formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde. Como Funcionam as Conferências e os Conselhos de Saúde: Nas Conferências, reúnem-se os representantes da sociedade (que são os usuários do SUS), do governo, dos profissionais de saúde, dos prestadores de serviços, parlamentares e outros para “avaliar a situação da saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde” nos municípios, nos estados e no país. De quatro em quatro anos deve acontecer a Conferência Nacional de Saúde, após a realização das Conferências estaduais e municipais, onde são apontados os rumos para aperfeiçoamento do SUS. Os Conselhos de Saúde são os órgãos de controle do SUS pela sociedade nos níveis municipal, estadual e federal. Eles foram criados para permitir que a população possa interferir na gestão da saúde, defendendo os interesses da coletividade para que estes sejam atendidos pelas ações governamentais. O legítimo representante dos cidadãos usuários do SUS defende os interesses e necessidades da população que mais precisa e usa os serviços do SUS, exercendo o controle social ao lutar para garantir, na prática, o direito constitucional à saúde com qualidade e o respeito à dignidade humana. Os Conselhos de Saúde funcionam como colegiados, de caráter permanente e deliberativo, isto é, devem funcionar e tomar decisões regularmente, acompanhando, controlando e fiscalizando a política de saúde e propondo correções e aperfeiçoamentos em seu rumo. São componentes dos Conselhos os representantes do governo, dos prestadores de serviços, dos profissionais de saúde e usuários. 2.3 Funcionamento do SUS O SUS é organizado para se antecipar aos problemas de saúde ou tentar soluciona-los o quanto antes e o mais perto possível da população. Desta forma, o antigo modelo no qual o paciente com problemas de saúde deveria se dirigir ao hospital está, aos poucos, sendo substituído por um modelo no qual os agentes de saúde entram em contato com a população e encaminham as pessoas para consultas na Unidade Básica de Saúde mais próxima. Programa Saúde da Família O Programa Saúde da Família é a base na qual o SUS opera, nele as regiões da cidade são divididas em áreas que abarquem cerca de 4500 pessoas, todos os moradores são cadastrados e seus históricos de saúde levantados. Para cada área é designada uma equipe responsável, ela será formada por: 1 médico(a) generalista (clínico-geral), 1 enfemeiro(a), 1 técnico de enfermagem, entre 4 e 6 agentes comunitários de saúde, outros profissionais - como dentistas, assistentes sociais e psicólogos poderão ser incorporados às equipes ou formar equipes de apoio, de acordo com as necessidades e possibilidades locais. Nesta estrutura uma figura chave para organizar e intermediar o acesso da população aos serviços de saúde é o Agente Comunitário de Saúde. No primeiro momento ele é o responsável pelo cadastramento da população, levantando informações sobre quem são e onde estão os possíveis pacientes da região onde atua, sempre ficando atento para casos que demandam maior atenção como gestantes, idosos, doentes crônicos, etc. Depois de feito o cadastramento o agente continua visitando aquelas famílias periodicamente, e quando identifica alguma doença avisa aos demais profissionais da equipe e agenda consultas, que são realizadas na Unidade Básica de Saúde. Em casos especiais como idosos em situação de abandono ou pacientes com dificuldade de locomoção o restante da equipe (auxiliar de enfermagem, enfermeiro e médico) pode se deslocar até à casa do paciente. Nas Unidades Básicas de Saúde é feito o atendimento da maior parte dos problemas identificados pelos agentes, e a equipe busca solucionar os casos mais simples ali mesmo ou encaminha-los para os ambulatórios de especialidades. Casos de doenças graves que necessitam de equipamentos e especialistas são encaminhados para os Hospitais. A organização do SUS a partir do Programa Saúde da Família tem uma série de vantagens: Possibilita que as famílias recebam orientações com base em sua própria realidade, já que os agentes de saúde conhecem os problemas do bairro, as famílias, suas moradias e podem identificar os principais problemas; Possibilita o diagnóstico precoce e com maiores chances de cura e casos graves porque o acompanhamento é periódico; Possibilita a identificação de situações de risco, com a atenção para situações que colocam em risco a saúde coletiva; Desafoga os hospitais e os grandes centros de saúde que costumavam ter enormes filas de pessoas que apresentavam problemas que poderiam ser resolvidos nas próprias Unidades Básicas de Saúde; 2.4 Municipalização A implantação do SUS significa também a municipalização dos serviços de saúde, já que neste processo as prefeituras passam gradualmente a se responsabilizar por todos os serviços públicos de saúde, inclusive o atendimento hospitalar. De acordo com o projeto do SUS as prefeituras terão “gestão plena” do sistema, e para isso os recursos são recolhidos (dos municípios, estado e união) e repassados pelo governo federal para os municípios, de acordo com o número de habitantes e de equipes de saúde de cada um. 2.5 Cartão Nacional de Saúde O Cartão Nacional de Saúde ou Cartão do SUS é um documento pessoal que identifica o usuário do SUS, reunindo suas informações pessoais e dados sobre procedimento clínicos que já realizou, que remédios toma, etc. Toda vez que acontece um atendimento em um estabelecimento público de saúde ele é registrado por meio do cartão do paciente no banco de dados do SUS. Todos os prontuários de pacientes ficam disponíveis na rede do sistema, desta forma, mesmo que o atendimento seja feito em outros estabelecimentos e até mesmo em outros estados, o sistema é atualizado e é possível que o médico saiba o que já foi feito. A integração do Sistema de Saúde é muito importante por que possibilita a emissão de um histórico confiável do paciente (fundamental para orientar o médico), bem como diminui a possibilidade de fraudes, uma vez que quando é feito um atendimento ou um pedido de medicamento, deve-se indicar pra quem eles foram destinados. Seguindo a proposta de municipalização dos serviços de Saúde, as prefeituras são responsáveis por fazer o cadastro de todos os cidadãos no SUS. O cartão do SUS agiliza a marcação de consultas e exames, o acesso a medicamentos e o acompanhamento dos pacientes pelos profissionais de saúde. 3 – RESULTADOS As críticas que se fazem ao SUS, traduzidas nas infindáveis filas, no atendimento desumano, na falta de leitos, exames, médicos, e medicamentos, não surgiram com o novo sistema de saúde. São, na realidade, conseqüências históricas de um modelo de atenção à saúde centrado na assistência médica. Todavia, é preciso se realçar que nesses doze anos de SUS, se obtiveram resultados bastante positivos. São exemplos: a erradicação da poliomielite, a quase eliminação do sarampo, a queda acentuada do tétano acidental e neonatal, além da diminuição considerável de outras doenças evitáveis pela vacinação. As ações de controle das doenças transmitidas por vetores – em especial a malária, leshimaniose, e dengue –, assim como as de controle da tuberculose, da hanseníase, das doenças de transmissão sexual e da AIDS, têm produzido considerável queda no número de casos novos dessas doenças. A raiva humana, uma doença de difícil controle e quase sempre mortal, vem apresentando ao longo dos anos uma queda acentuada. No campo da Saúde Mental a des-hospitalização, se reflete na redução da oferta de leitos e na diminuição do tempo médio de permanência das internações. Para isso contribuíram bastante os CAPS - Centros de Atenção Psicossocial, através dos quais se vem conseguindo humanizar a assistência, qualificar e otimizar o tratamento, racionalizar o uso de medicamentos e reduzir as internações. Uma análise dos resultados da atenção à saúde da mulher e da criança revela grandes avanços: maior cobertura e qualidade na assistência pré- natal; aumento dos partos hospitalares e com a presença do médico; queda da desnutrição infantil; aleitamento materno exclusivo cada vez mais freqüente e com duração cada vez maior; cobertura vacinal, tanto em crianças como em gestantes, em níveis exigidos; mortalidade infantil e materna em franco declínio.