PerspectivaSemanal - Sulamerica Investimentos

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De 28 de maio a 01 de junho de 2012
Cenário
Nesta semana, tanto a agenda doméstica quanto a internacional
estarão recheadas de eventos. No Brasil, o grande destaque da
semana é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom),
que deve decidir sobre a taxa de juros na 4ª feira. A expectativa
da maioria dos economistas é de redução em 0,50 ponto
percentual, colocando a Selic em 8,5% ao ano. Em que pese o
agravamento da crise internacional nas últimas semanas, o que
justificaria a aceleração do corte no intuito de atenuar o contágio
da desaceleração da economia mundial, a autoridade monetária
deve optar pela cautela. A economia brasileira deverá mostrar
maior dinamismo nos próximos meses, por conta dos estímulos
já concedidos. Justifica-se, assim a parcimônia no corte da Selic.
Além do COPOM, serão divulgados os dados sobre a atividade
econômica, com destaque para o PIB do 1º trimestre, que deverá
mostrar um quadro de estagnação, com crescimento de 0,5% ante
o trimestre anterior, segundo nossas projeções. Destaque
também para a produção industrial de abril, a qual deve registrar
novas quedas tanto na comparação mensal (estimamos em -0,5%
M/M) como na interanual (-2,0% A/A). No front externo, o
ambiente de aversão ao risco deve prevalecer. Sem uma solução à
vista para a crise europeia, cresce a percepção de que a economia
mundial caminha inevitavelmente para a recessão. A agenda
desta semana é rica em indicadores de atividade dos EUA, China e
Europa, que poderão permitir avaliações mais precisas sobre os
riscos de uma recessão global.
Economia Internacional
A economia americana também é fonte de preocupações para os
mercados financeiros, mesmo não tendo recebido tanta atenção
pelos mercados financeiros quanto a economia europeia nas
últimas semanas. O problema do “fiscal cliff” (despenhadeiro fiscal)
deve começar a entrar mais no noticiário econômico no segundo
semestre do ano. Está programado um grande aperto fiscal na
economia americana no começo de 2013, o que faria o déficit fiscal
diminuir em 5% do PIB, porém também faria a economia crescer
bem menos. De acordo com o CBO (órgão que assessora o
congresso americano em relação aos efeitos econômicos de leis e
orçamentos) o efeito do aperto fiscal programado seria o suficiente
para colocar a economia americana novamente em recessão,
fazendo o PIB contrair por dois trimestres consecutivos. O
crescimento do PIB americano em 2013 poderia cair em até 4 pontos
percentuais (passando de 4,4% para 0,5% no cenário do CBO). Para
evitar esse novo problema, o mundo depende do congresso
americano atual entrar em um acordo, algo que pode demorar
bastante, dado o fato de que o ano atual é de eleições gerais.
Perspectiva para a semana
A agenda econômica reserva munição mais do que suficiente para
assegurar um ambiente de elevada volatilidade nos mercados
internacionais. Boa parte terá origem na economia norteamericana, onde nova safra de dados poderá azedar o humor dos
investidores caso confirme a percepção de que a economia perde
força. O destaque caberá à primeira revisão do PIB do primeiro
trimestre de 2012. Segundo as estimativas do mercado, o PIB
deverá ser revisado de um crescimento anualizado de 2,2% para
1,9%. Esse menor desempenho deve-se a constatação de uma
menor contribuição dos estoques para o PIB do que a divulgada
anteriormente. Entre os componentes, o consumo pessoal –
responsável por 70% do PIB – deverá crescer 2,9% no período,
igual ao divulgado na primeira estimativa. Ainda no âmbito da
atividade, atenções se concentrarão nas informações contidas no
relatório de emprego de maio, que continuarão mostrando lenta
criação de empregos na economia, em ritmo insuficiente para
reduzir de forma consistente a elevada desocupação na economia
americana. Segundo estimativas do mercado, foram criadas
liquidamente 148 mil novas vagas em maio (115 mil em abril),
sendo que o setor privado deverá mostrar aumento de 155 mil
postos de trabalho no período (130 mil no mês anterior). A taxa de
desemprego deverá se manter estável, em 8,1% da força de
trabalho. No âmbito do consumo, serão conhecidos novos dados
sobre a renda pessoal e gastos pessoais, ambos de abril, que
deverão registrar variações de 0,3%, contra altas de 0,4% e 0,3%,
respectivamente, no mês de março. Espera-se que se confirme a
recuperação do mercado de trabalho espelhada pelas projeções.
Afinal, graças ao emprego a massa de rendimentos tem crescido,
garantindo o avanço do consumo, uma vez que a renda das famílias
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continua em queda. A avaliação dos empresários sobre a evolução
da atividade industrial também jogará papel importante na
definição das expectativas nesta semana. O ISM manufatura
deve passar de 54,8 pontos em abril para 54,0 pontos com o dado
de maio, em linha com o processo de dissipação do impacto da
recomposição de estoques na economia, conforme sinalizado pela
queda apresentada por novas encomendas no mês passado. O
Conference Board divulga seu indicador de confiança do
consumidor referente a maio, que deverá marcar 69,8 pontos,
mantendo-se próximo ao patamar observado no mês anterior
(69,2 pts). Atenção também para o indicador de inflação preferido
do Fed, o deflator dos gastos pessoais (PCE), cujo núcleo
deverá mostrar alta de 0,1% em abril (0,0% em março),
acumulando alta de 1,9% em doze meses. Na Zona do Euro, o foco
permanecerá na crise da dívida dos países da região. Desta vez é a
Irlanda que poderá voltar à berlinda. Na quinta-feira, vota-se o
referendo sobre o pacto fiscal. Busca-se obter apoio para o Pacto
Fiscal proposto pela União Européia, que deverá ser aprovado por
pelo menos 12 parlamentos dos 17 países que compõem a zona do
euro. Uma eventual rejeição ao pacto poderá alijar a Irlanda dos
mecanismos de ajuda definidos pela tróica (União Européia, FMI e
BCE). No âmbito da atividade, serão divulgados os resultados
finais para os índices PMI-manufatura da Zona do Euro e da
China. Os números preliminares foram desapontadores,
mostrando desaceleração adicional do setor. As divulgações finais
não alterarão o cenário. Além disso, o índice governamental na
China também deverá corroborar esse quadro mais fraco para
atividade industrial, reforçando a hipótese de que o PIB do 2º
trimestre poderá crescer abaixo da meta oficial (7,5%).
Perspectiva Semanal
Economia Brasileira
O crescimento econômico brasileiro deve ser bem fraco no 1º
trimestre desse ano. A projeção da SulAmérica Investimentos
é de expansão de apenas 0,5% T/T dessazonalizado para o PIB
do 1º trimestre, que será conhecido na 6ª feira. Esse é um
crescimento apenas um pouco superior ao visto nos dois
trimestres anteriores (0,3% T/T no 4º trimestre de 2011 e
0,0% T/T no 3º trimestre). O que deve contribuir em especial
para o fraco crescimento no 1º trimestre é o investimento, que
muito provavelmente deve ter queda substancial no período.
Os modelos de projeções da SulAmérica Investimentos
apontam para contração de até 5% T/T para o investimento,
devido em especial ao comportamento da produção de
caminhões no período (que caiu bastante devido à paralisação
das fábricas). O consumo das famílias, por outro lado, deve ter
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acelerado no período, com crescimento superior ao visto no
trimestre anterior (1,1% T/T) devido ao forte crescimento das
vendas no varejo (a taxa anualizada de crescimento delas
passou de 7,7% no 4º trimestre para 14,4% no 1º trimestre,
em função em especial do aumento substancial do salário
mínimo). Dessa forma, o crescimento da economia brasileira
deve ser desapontador no começo desse ano, porém isso se
deve mais a alguns problemas setoriais (em especial do lado
da oferta), pois há indícios de que a demanda interna brasileira
ainda segue crescendo em ritmo forte, e que deve se tornar
mais forte ao longo do ano, quando os efeitos da taxa de juros
reais mais baixas atualmente praticadas forem sentidos
plenamente na economia.
Perspectiva Semanal
Projeções
SulAmérica
Focus
Expediente
SulAmérica
Semana
anterior
Esta
semana
IPCA em 12 meses
5,54
5,51
5,52
IPCA 2012
5,20
5,21
5,17
IPCA Maio
0,45
0,48
0,47
IPCA Junho
0,28
0,28
0,25
IPCA 2013
5,62
5,60
5,60
Selic final 2012
8,00
8,00
8,00
Selic média 2012
8,79
8,72
8,72
Selic final 2013
8,25
9,50
9,50
Selic média 2013
8,13
9,23
9,20
Câmbio final 2012
1,99
1,85
1,90
Câmbio médio de 2012
1,91
1,86
1,87
Câmbio final 2013
1,96
1,85
1,85
Câmbio médio de 2013
1,98
1,83
1,84
PIB 2012 (%)
3,10
3,09
2,99
PIB 2013 (%)
4,70
4,50
4,50
Preços Administrados 2012
4,00
3,75
3,75
Preços Administrados 2013
4,50
4,50
4,50
Economista-chefe:
Newton Rosa [email protected]
Economista
Rafael Yamano [email protected]
Informações:
Maria Augusta [email protected]
Site:
www.sulamericainvestimentos.com.br
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ou outros instrumentos financeiros.
Mercados
Câmbio
Indicadores econômicos mostrando maior enfraquecimento da economia chinesa deverão manter preços das commodities pressionados
para baixo, configurando ambiente favorável à depreciação da taxa de câmbio brasileira.
Juros
Semana focada na reunião do Copom, que deverá reduzir a Selic de 9,0% para 8,5%. Este resultado não só é o consenso entre os analistas,
como também está precificado pelo mercado través das curvas de juros futuros. Ao longo da semana, pequenas oscilações deverão ser
observadas nos vencimentos mais curtos, enquanto a ponta longa deverá responder as mudanças de humor dos mercados internacionais.
Bolsas
Crise europeia e indicadores econômicos – concentrados sobretudo nos EUA e China - alimentando as preocupações com o crescimento
mundial, devem manter aceso o clima de aversão ao risco. Esse ambiente não é favorável ao mercado de ações, o que deverá manter o
Ibovespa oscilando em torno dos patamares atuais, na melhor das hipóteses.
Alta
3
Queda
Estável
Volátil
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