PIB cresce 2,7%, registra IBGE

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O deputado Sandro Mabel (PL-GO) pronuncia o
seguinte discurso – Sr. Presidente, Sras. e Srs. deputados, se
estávamos à espera do espetáculo, creio que já é tempo de
podermos comemorar. Um salto indica que estamos rumo, ao
tão almejado crescimento do país. Digo isso, referindo-me aos
últimos dados relativos ao Produto Interno Bruto, registrados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os números
atestam uma retomada. De acordo com as pesquisas do
IBGE, estamos frente a um crescimento das taxas de
investimento e de poupança; um crescimento que pode
garantir a expansão econômica do Brasil.
Se formos comparar a situação que vivenciamos nos
primeiros três meses deste ano, iremos constatar que ela é
muito mais esperançosa do que aquele cenário, o qual
tínhamos que encarar no trimestre inicial de 2003. Veremos
que as diferenças estão sendo feitas. Como resposta, temos
que, no primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto
somou mais de 387,7 bilhões de reais. É um resultado que
representa um crescimento de 2,7 por cento do PIB brasileiro,
em relação ao primeiro trimestre de 2003.
Na divisão entre os setores que contribuíram para este
salto indicado no PIB, é possível observar que o setor de
serviços ainda é o de maior rendimento: computou 189,9
bilhões. Contudo, também a indústria e a agropecuária deram
apoio relevante para o crescimento constatado no período: a
indústria com 130,15 bilhões e a agropecuária com 42,1
bilhões.
A recuperação da economia e o ajuste externo acabaram
por estimular o aumento das taxas de investimento no país,
que somou 19,3 por cento. O que temos nesses três primeiros
meses de 2004 é um resultado que não tínhamos há dois
anos e meio. A elevação desse investimento é significativa
para o país, se pensarmos pela lógica de que, mais
investimento representa mais crescimento para o Brasil. Se
quisermos, enfim, crescer os 3,5 por cento programados para
este ano, é preciso investir. E, se aumentarmos, ainda mais,
esse percentual de investimentos, teremos, não só o PIB
somando mais do que esse crescimento esperado; o que
conseguiremos, na verdade, é um crescimento sustentável
para o país.
O que conseguimos também foi um aumento das
reservas do Brasil. A capacidade de financiamento da
economia nacional, questão relevante para o crescimento,
demonstra seus avanços. Em 2004, a vimos crescer dez
vezes mais com relação ao ano passado; chegou a 5,2 bilhões
de reais. Uma capacidade que se explica pelo ajuste externo
do país. Os investimentos em capital fixo também somaram
74,8 bilhões. O que presenciamos com estes dado é, então,
um cenário em que o Brasil conseguiu reverter o quadro de
necessidades de financiamento. Um cenário em que o país se
mostra fortalecido para a concorrência internacional.
Exportamos 65,2 bilhões, valor bem mais expressivo do
que os custos com que tivemos de arcar com as importações,
que ficaram nos 49,8 bilhões. O resultado dessa relação, entre
o que conseguimos exportar e o que tivemos de importar, fica
claro quando observamos a balança de bens e serviço que
registrou um representativo superávit para a economia, de
15,5 bilhões. Neste primeiro semestre, tivemos uma variação
de estoques de 11,2 bilhões.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. deputados, quando digo que
devemos
comemorar,
refiro-me
sim
aos
benefícios
econômicos, pois a única maneira de o Brasil retomar o
crescimento é com o aumento da oferta de empregos, que é o
que reflete diretamente na economia do país. Contudo, o que
desperta também certo contentamento, quando observo os
dados divulgados pelo IBGE, é uma melhora constatada na
distribuição das riquezas no Brasil. A poupança bruta, que
representa a renda que não é gasta em consumo, atingiu 90,6
bilhões em 2004, contra os 73,7 bilhões que se somava em
2003. É um aumento de 23,4 por cento na poupança do
brasileiro. Observemos que este é o maior índice somado,
desde o início do Plano Real.
O superávit na balança, então, representou benefícios
não só para a economia do Brasil, trouxe mudanças
significativas também para o cidadão brasileiro. Conseguiu
aumentar a renda disponível no país, em um nível que é
superior ao do consumo. Ou seja, o brasileiro hoje consegue
consumir o que necessita e ainda tem possibilidade de
poupar. O consumo das famílias brasileiras totalizou em 221,6
bilhões; já o consumo do governo chegou aos 64,7 bilhões. A
renda nacional bruta - que é o PIB somado ao que é enviado
ou recebido do resto do mundo – também demonstrou
avanços. Cresceu para 374,7 bilhões, no primeiro trimestre
deste ano. No respectivo período no ano passado, essa renda
nacional bruta não ultrapassava os 336,9 bilhões.
Contudo, apesar de todos esses indicadores que
suscitam esperança para uma mudança no cenário nacional,
se tomarmos como base de comparação os três primeiros
meses de 2004 e o quarto trimestre de 2003, o que fica
constatado é uma queda do PIB neste ano. Isso, porque no
último trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto, em
valores, foi de 405 bilhões.
O que quero ressaltar, então, é que houve crescimento
apenas nos investimentos em capital fixo, que antes era de
73,8 bilhões e que passou para 74,8 bilhões. Nos setores da
economia, da mesma forma, o crescimento real em 2004 só é
constatado na agropecuária, que em 2003 somava 30,8
bilhões e que neste ano passou a contribuir com o PIB com
expressivos 42,1 bilhões.
Sejamos, então, prudentes ao comemorar o cenário que
se aponta, fazendo primeiramente uma análise minuciosa nos
dados. Os resultados, contudo, não deixam de reforçar a
esperança nas possibilidades de crescimento da economia.
Todo esse cenário poderá ser ainda melhor, se soubermos
estimular os setores que ainda têm muito a contribuir e
consolidar uma base sustentável de crescimento para os
setores que já têm dado sua força. Aproveitemos esses
primeiros indícios de mudanças, então, pensando que muito
ainda temos a fazer.
Muito Obrigado.
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