REV. BRAS. MED. INTERNA 2015; 2(1):37-­‐47. REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA INTERNA www.rbmi.com.br Artigo de Revisão Infecções por bactérias formadoras de biofilme: breve revisão Infections caused by biofilm forming bacteria: a brief review Arlindo Schiesari Junior, Amanda Melim Bento, Ana Carolina Monezi Alvares de Abreu e Silva, Cláudia Mendonça Xavier, Rebeca Florence Portaro Blum Instituição Proponente: Divisão de Infectologia das Faculdades Integradas Padre Albino, Catanduva-SP. RESUMO Objetivo: revisar a literatura médica e analisar a formação do biofilme, sua regulação, seus mecanismos patogênicos e as implicações médicas relacionadas a ele, assim como abordar métodos diagnósticos e terapêuticos das infecções causadas por bactérias formadoras de biofilme. Método: foi realizado um estudo de revisão narrativa através de levantamento bibliográfico com os descritores "biofilm", "implant infections", "antibiotic resistance", "medical device infections" e "chronic infections" nas bases de dados Medline, Lilacs e Scielo. Conclusão: novas pesquisas nessa área e o desenvolvimento de novos medicamentos capazes de tratar infecções por bactérias formadoras de biofilme são importantes a fim de evitar cirurgias corretoras que podem ter um impacto psicológico e físico para o paciente. PALAVRAS-CHAVE: biofilme, bactérias, implante ABSTRACT Objective: to review the medical literature and analyze biofilm formation, its regulation, its patogenic mechanisms and medical implications related to it, as well as the diagnosis methods and therapy approaches of the infections caused by biofilm producers bacteria. Method: a study of narrative review was conducted through a literature review with the descriptors "biofilm", "implant infections", "antibiotic resistance", "medical device infections" and "chronic infections" in the Medline, Lilacs and Scielo data. Conclusion: new research on this area and the development of new medication capable of treating infections by biofilm producers bacteria are important to avoid correcting surgeries that might have a physical and psicological impact to the patient. KEYWORDS: biofilm, bacterias, medical implants Artigo recebido em: 06/01/2015 Aceito para publicação: 15/03/2015 Autor para correspondência: E-mail: [email protected] (Rebeca F P Blum) REV. BRAS. MED. INTERNA 2014; 2(1): 2 INTRODUÇÃO O termo biofilme refere-se a uma comunidade microbiana caracterizada por células que estão irreversivelmente aderidas a um substrato ou interligadas entre si, embebidas por uma matriz extracelular polimérica produzida por elas, e apresentam fenótipo alterado em relação à taxa de crescimento e transcrição genética. As células aderidas e envoltas por essa matriz são conhecidas como “microrganismos sésseis”, enquanto que aquelas que se encontram livres (fora dessa estrutura) são chamadas de “micro-organismos planctônicos”.1 Estima-se que aproximadamente 60% das infecções adquiridas em hospitais sejam causadas por biofilmes que se aderem aos dispositivos médicos.2 Essas comunidades de microrganismos têm a capacidade de se aderirem às superfícies inertes ou vivas.3 Apesar do biofilme ser, na maioria das vezes, formado por bactérias (Gram positivas e/ou Gram negativas), também pode conter fungos , algas e protozoários. Dentre as espécies bacterianas mais estudadas nessas estruturas encontram se: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa. O biofilme, que está em muitos casos aderido a instrumentos da área médica, como próteses, cateteres, stents,etc, tem alguns mecanismos patogênicos que justificam sua gravidade. Esses mecanismos são: (1) permitir a adesão irreversível d microorganismos às superfícies sólidas; (2) a eficiência metabólica da comunidade; (3) evitar a ação das defesas do hospedeiro, tal como a fagocitose; (4) agrupar uma alta densidade de organismos; (5) os microorganismos trocam genes que podem resultar em uma virulência maior e maior resitência antimicrobiana; (6) produção de uma grande concentração de toxinas; (7) a matriz extracelular protege contra agentes microbianos; (8) fragmentos de biofilme podem se destacar e se disseminar a outros locais4.Quando uma parte dos patógenos se destaca, alguns organismos que eram sésseis tornam- se planctônicos, aumentando a virulência dessa colônia. Esse estudo tem como objetivo discutir a formação do biofilme, sua regulação, seus mecanismos patogênicos e as implicações médicas relacionadas a ele. Aborda também métodos diagnósticos e terapêuticos das infecções causadas por bactérias formadoras de biofilme. MÉTODOS Trata-se de um estudo de revisão narrativa realizado através de levantamento bibliográfico com os descritores “biofilm”, “implant infections”, antibiotic resistance”, “medic device infections” e “chronic infections” nas bases de dados Medline, Lilacs e Scielo. Foram selecionados os artigos publicados entre 2006 e 2014, em língua inglesa, com ênfase em publicações dos últimos cinco anos. MECANISMOS DE FORMAÇÃO REGULAÇÃO DE BIOLFILMES E A formação de biofilmes é complexa e ocorre ao longo do tempo como qualquer comunidade biológica. Para fins didáticos, foi dividida em etapas que basicamente consistem na fixação das bactérias em um material de um determinado meio, na agregação dessas bactérias, uma às outras e seu crescimento. A formação ocorre em cinco etapas: a primeira, induzida por sinais como concentração de nutrientes, ferro, mudanças de temperatura e pH, entre outros fatores, é a fase de fixação; a segunda seria a fase de ligação irreversível das bactérias ao material colonizado e sua multiplicação por meio da emissão de mediadores químicos que funcionam como um tipo de comunicação entre essas células; na fase três, o agregado celular cresce em camadas e atinge cerca de 10µm, caracterizando a fase de maturação. Nas fases seguintes, quatro e cinco, as camadas atingem espessura de mais de 100µm e, a partir daí passam a se descolar do biofilme adquirindo uma forma planctônica (fase de dispersão). Outros estudos, trazem essa divisão em duas, ou quatro etapas, que incluem também todas as fases descritas, mas embutidas umas às outras7,8. A respeito da REV. BRAS. MED. INTERNA 2015; 2(1):37-­‐47. fixação em materiais, estudos mostram que em superfícies ásperas essa fase ocorre com maior facilidade já que há redução das forças de cisalhamento e aumento da superfície de contato. Além disso, materiais hidrofóbicos como teflon e outros plásticos são mais susceptíveis à formação de biofilmes4. Essas interações iniciais são inespecíficas e contam com proteínas próprias para a fixação6,7. A fase de adesão intercelular depende da formação de adesinas microbianas, tal como a PIA (adesina intracelular polissacarídea) produzida por Staphylococcusepidermidis. A síntese desses polissacarídeos é mediada pelos genes icaA, icaD, icaB, icaC e genes regulatórios içaR. Mutações em icaADBC resultam em redução da capacidade de formar o biofilme em S. epidermidits, conforme dados dos estudos 6,7 e 8. Quanto à estrutura, em resumo, o biofilme maduro é formado por uma arquitetura tridimensional composta por três camadas e micro-colônias aderidas ao substrato, rodeadas por exopolissacarídeo (EPS). A matriz do biofilme contém EPS, proteínas e DNA. Entre as micro-colônias e o aglomerado de bactérias são formados canais de água que protegem as bactérias celulares do acúmulo de metabólitos tóxicos e proporcionam uma fonte de nutrientes4. Todo esse processo de formação do filme depende da interação com o hospedeiro e é controlado pelo “quorum sensing”. Tratase de um mecanismo de comunicação interbacteriano relacionado à densidade populacional associada à alterações na expressão de proteínas4,7. Nesse meio de comunicação estão presentes feromônios, fatores genéticos que estimulam a produção de exopolissacarídeos (EPS) para a captação de nutrientes e bactérias planctônicas, mediadores químicos, peptídeos como o RNAIII que induz o crescimento do biofilme, N-acylhomoserinelactone (AHL) de Gram negativos, que coordenam o crescimento e o comportamento durante a invasão e a colonização de organismos superiores entre outros fatores4,5,6,7 e 8. A maioria dos biofilmes em implantes são formados por Staphylococcus aureus (30%) seguido por biofilmes polimicrobianos (27%), Staphylococcus coagulase-negativos (22%) e bacilos Gram negativos (10%)9. BIOFILME COMO NICHO PROTETOR PARA GERAÇÃO DE RESISTÊNCIA BACTERIANA O próprio biofilme em si é uma das estratégias conhecidas pela qual as bactérias toleram a exposição aos antimicrobianos6. Existem múltiplos mecanismos pelos quais os biofilmes promovem proteção das bactérias aos agentes antimicrobianos, tais como: - O agente não consegue penetrar profundamente no biofilme, pois as células bacterianas ficam enclausuradas em uma substancia polimérica extracelular. - Apresentam células persistentes, conhecidas como “persisters” que ficam em estado de limitação nutricional e em baixo crescimento o que as torna muito pouco suscetíveis aos antibióticos10.As células persistentes são uma pequena fração da população bacteriana que fica inativa e que, portanto, fica protegida dos radicais livres de oxigênio, produzido na ação da maioria dos antibióticos. Essas células também funcionam como um reservatório de bactérias que podem adquirir resistência por mutação ou transferência de genes de forma horizontal, formando uma geração de mutantes antibiótico-resistentes6. - O biofilme facilita a diferenciação celular e especialização bacteriana9. Os biofilmes são um ambiente ideal para a transferência de genes, principalmente por contar com grande quantidade de elementos genéticos móveis que podem intercambiar de uma bactéria à outra, por troca de plasmídeos, conjugação ou transposons. A proximidade física das células dentro da colônia favorece esse mecanismo. Como exemplo, temos as diferentes espécies de Pseudomonas, onde a taxa de conjugação se mostrou ser muito maior nos organismos agregados em biofilmes do que naqueles nas condições planctônicas8. - O sistema de “quorum sensing” (QS) de comunicação intercelular também é responsável pela formação de resistência antimicrobiana. Uma fração significante de fatores de virulência é controlada por esse sistema, que consiste na produção de pequenas moléculas sinalizadoras, chamadas REV. BRAS. MED. INTERNA 2014; 2(1): 4 de auto-indutoras (AIs) e cuja concentração o crescimento da biomassa (maturação). aumenta com o crescimento. Ao atingirem Alguns componentes da matriz,como por uma concentração crítica, essas moléculas exemplo o DNA extracelular e alginato,são sinalizadoras podem se ligar e ativar quelantes de antibióticos. Além disso, a receptores dentro das células bacterianas, matriz do biofilme tem limitações na difusão alterando a transcrição de genes para ativar que provém um efeito protetor de curto prazo comportamentos benéficos ou não, de acordo contra componentes antimicrobianos, mas não com as condições particulares encontradas. apresenta efeito a longo prazo. Interferir no sistema QS faz com que a O mecanismo de tolerância fisiológica bactéria se torne mais sensível aos é determinado pelo status metabólico da antibióticos, estratégia que tem sido cada vez bactéria. Nos biofilmes, o gradiente de mais pesquisada para combater os biofilmes. atividade metabólica e a taxa de crescimento - O biofilme apresenta um padrão natural de da camada interna diminuem pelas limitações destacamento programado, de modo que aos nutrientes e oxigênio. Por conta disso, os células ligadas ao biofilme se destacam e são biofilmes consistem de duas subpopulações: convertidas na forma planctônica, num uma em crescimento aeróbico e outra em mecanismo reversível, e que permite a crescimento anaeróbico, “dormente”. Antibicolonização de novos ambientes6. Os óticos como aminoglicosídeos, fluoroquiantibióticos conseguem erradicar os sintomas nonas e betalactâmicos não funcionam bem provocados pelas bactérias planctônicas que em condições de hipóxia, e agem somente na se destacam do biofilme, mas não conseguem camada externa, na porção em crescimento matar os biofilmes como um todo. É por essa aeróbico. Já os antibióticos de parede – como razão que as infecções por biofilme cursam a colistina – são também efetivos em baixas com recorrência dos sintomas, mesmo depois concentrações de oxigênio e, portanto são de ciclos de antibioticoterapia, até que a capazes de agir no interior do biofilme. população séssil seja cirurgicamente Entretanto, uma combinação de aminogliretirada10. cosídeos, fluoroquinolonas e polimixinas não A tolerância do biofilme aos apresenta potencial completo para erradicar as antimicrobianos é multifatorial e envolve uma bactérias, uma vez que uma pequena fração mistura de mecanismos físicos, fisiológicos e da bactéria sempre sobrevive, devido ao de tolerância adaptativa que permite a fenômeno de persistência. A bactéria sobrevivência das subpopulações e faz com as persistente se protege do sistema imune e células suportem um longo tempo de consegue reestabelecer a infecção. A 11 exposição aos antibióticos . O dispersão do biofilme cessa esse mecanismo, desenvolvimento de tolerância não é evidência mostrada pelos agregados de P. imediato. Os biofilmes recém-formados são aerugionosa mecanicamente destruídos cujas muito mais suscetíveis aos antibióticos no células dispersas são facilmente atingidas pela primeiro dia de formação do que três a cinco tobramicina12. dias depois. A concentração inibitória mínima A tolerância adaptativa dos biofilmes de antimicrobianos necessária para inibir e se refere à indução de mecanismos de extinguir os patógenos do biofilme é, pelo resistência que deixam a população bacteriana menos, 100 vezes maior que aquela necessária temporariamente refratária à ação dos para causar os mesmos efeitos nos antimicrobianos. É um mecanismo adquirido microrganismos planctônicos. Ou seja, e depende da presença do agente antimicrosomente uma a concentração extremamente biano. Isso não requer mudanças genéticas, elevada de antimicrobianos dentro do mas é mediado por conexões e reversível biofilme poderia combater com eficácia essa quando a exposição ao antibiótico cessa. A colônia. tolerância adaptativa pode ser específica ou Os mecanismos físicos no desenvolnão, dependendo do tipo ou classe do vimento da tolerância dependem da matriz antibiótico. Um exemplo de tolerância (quantidade de material) e da estrutura específica é a indução da transcrição da tridimensional do biofilme, que aumenta com betalactamase na resposta à presença de REV. BRAS. MED. INTERNA 2015; 2(1):37-­‐47. antibiótico betalactâmico. A betalactamase é secretada dentro do biofilme e dificulta a penetração de moléculas através das camadas. Nos biofilmes de P. aeruginosa resistente a beta lactâmicos,a expressão de altos níveis de beta lactamase nos biofilmes mudou os parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos dos beta-lactâmicos de uma destruição tempo-dependente para uma destruição concentração-dependente. O “upregulation” de bombas de efluxo é um exemplo de mecanismo adaptativo não específico, que pode ser desencadeado pela presença dos antibióticos ou pela resposta bacteriana ao estresse oxidativo. Trata-se de um mecanismo para eliminação de componentes tóxicos que se acumulam nos biofilmes, e foi evidenciado em várias espécies de bactérias, afetando a tolerância à antibióticos como o macrolídeo azitromicina. A bactéria planctônica que sofre mutações e se torna resistente aos antibióticos pode formar biofilmes depois da aquisição dessas mutações, mas o próprio modo de crescimento dos biofilmes pode promover a ocorrência de mutações. A exposição aos antibióticos desencadeia um estresse oxidativo que leva ao aumento da expressão do fator RpoS sigma na fase estacionaria do biofilme, relacionado ao aumento das mutações. No sítio de infecção, as células inflamatórias que circundam o biofilme liberam espécies reativas de oxigênio mutagênicas que também estimulam a mutabilidade, levando ao aparecimento de resistência antimicrobiana. A resistência genética também pode ser transmitida pela transferência horizontal de genes, que é mais efetiva nos biofilmes do que nas bactérias planctônicas. Esse mecanismo parece ter um papel no desenvolvimento da resistência aos antibióticos,principalmente se o plasmídio determinante da resistência está presente na fase inicial da formação do biofilme.Nos biofilmes maduros, a transferência horizontal de genes pode ser prejudicada por restrições espaciais e nutricionais. As drogas antibióticas que ainda expressam atividade contra as bactérias resistentes só são eficientes para as bactérias planctônicas, por isso a dificuldade no tratamento antimicrobiano organizadas em biofilmes12. BIOFILME EM TECIDOS MOLES das bactérias IMPLANTES E A formação de biofilme sobre implantes ortopédicos oferece um grande risco para o sucesso desse tipo de cirurgia, podendo necessitar substituição do implante e em casos graves, amputação e mortalidade. Em resumo, os maiores problemas desse tipo de infecção são que essas bactérias são altamente resistentes a antimicrobianos convencionais, podem atingir outros tecidos causando infecção crônica e, como são dificilmente eliminadas, a resposta inflamatória sobre esse local pode conduzir uma falha do implante. Infecções dos tecidos ósseos como osteomielite, artrite séptica e as infecções de próteses articulares, ainda representam as piores complicações da cirurgia ortopédica e traumatologia6. As principais vias de infecção são resultantes de bacteremia direta e por contígua, quando a infecção é transmitida a partir do tecido local9,10. Os agentes etiológicos mais comuns que causam osteomielite são Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus epidermidis e Escherichia coli. Biomateriais implantados podem atuar como um meio para a contaminação bacteriana e colonização culminando para o desenvolvimento de osteomielite. Se as condições são favoráveis, bactérias criam uma adesão inicial à superfície através de uma ligação permanente que desenvolve-se a partir da proteína de adesina e à receptores específicos e, formam então uma película de polissacarídeo. Esse mecanismo permite que a distância entre a célula bacteriana e a superfície do material se reduza consideravelmente. Por fim, essa adesão protege de uma reação não fagocítica aos patógenos, o que os leva a se multiplicar e colonizar livremente a superfície de implantes. Um número limitado de espécies estão envolvidas na formação do biofilme, mais amplamente conta-se com infecções por Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermits, isoladas ou em conjunto. A REV. BRAS. MED. INTERNA 2014; 2(1): 6 ADESÃO BACTERIANA À SUPERFÍCIE grande versatilidade do S. Aureus em causar DE IMPLANTES manifestações clinicas se dá pela alta capacidade de mutação e adaptação desse patógeno10. Muitas vezes pode ser encontrado Estudos realizados sugerm que implantes como um comensal e uma parte transitória ou contendo nanoestruturas de ZnO e TiO2 persistente da flora residente da pele e narinas podem reduzir a adesão de S. epidermidis e anteriores de uma grande percentagem (20aumentar o desempenho osteoblástico 50%) da população humana. S. aureus possui necessário para promover a eficácia dos diversas moléculas de adesão da superfície implantes6. Essa premissa parte do fato que celular, que facilitam a sua ligação a uma superfícies metálicas têm uma energia de matriz óssea. Algumas destas adesinas já superfície elevada e são carregadas foram estudadas e identificadas como fatores negativamente, além de serem hidrofílicos de virulência importantes implicados em como mostrado por ângulos de contato de várias fases da infecção, incluindo a água, enquanto que os polímeros têm baixa colonização precoce, invasão, localização do energia de superfície e são menos carregados 11,13 tecido e internalização celular . de energia eletrostática e hidrofóbica. Já o Staphylococcu sepidermidis é o Dependendo da hidrofobicidade de membro mais frequentemente isolado do bactérias e superfícies de materiais, as grupo de estafilococos coagulase-negativos bactérias aderem de forma diferente para (ECN) de infecções associadas aos implantes diferentes materiais. Um microrganismo pode e eles estão associados a infecções aderir a um substrato por meio do efeito nosocomiais ou adquiridas no hospital, e hidrofóbico se os sítios associados possuírem foram encontrados para ser mais resistente altas densidades de domínios apolares. Já aos antibióticos do que S. aureus6. A carga superficial das bactérias pode ser um patogênese de infecções por S. epidermidis outro fator físico importante para a adesão associados com implantes é caracterizado pela bacteriana. A carga atrai a carga oposta do sua capacidade de colonizar a superfície e meio e resulta na formação de uma dupla formar, um biofilme de múltiplas camadas de camada elétrica10. A maioria das partículas espessura, frequentemente referido como adquire uma carga elétrica superficial em lodo. A diferença entre essas espécies é que o suspensão aquosa, devido à ionização dos S. epidermitis não possui tantas enzimas de seus grupos de superfície. Bactérias em adesão e toxinas como oS. aureus, por outro suspensão aquosa são quase sempre lado foram identificados adesinas carregadas negativamente. E essa carga de relacionadas à fibronectina, fibrinogênio e superfície das bactérias varia de acordo com a colágeno para o S. epidermitis. espécie bacteriana e é influenciado pelo meio Outro exemplo de infecção por de crescimento, o pH e a força iônica do biofilme é a artrite séptica. Trata-se de uma tampão de suspensão e idade bacteriana. doença articular caracterizada pela OTITES E A FORMAÇÃO DE colonização bacteriana e destruição da BIOFILMES articulação. A manifestação é rápida e caracteriza-se como uma infecção grave com dor, febre, inchaço e até mesmo a perda da Adenóides têm sido associadas com a 8 função em uma ou mais articulações .Vários patogênese de doenças infecciosas agudas, fatores diferentes foram identificados para o recorrentes e crônicas do sistema respiratório desenvolvimento de artrite séptica. Esses superior. Podem causar obstrução mecânica fatores incluem a artrite reumatoide ou da nasofaringe, desempenham um papel osteoartrite, prótese articular, baixo nível importante na patogênese da otite média ou socioeconômico, abuso de drogas injetáveis, tornar-se um reservatório de bactérias alcoolismo, diabetes, injeção de corticóide patogênicas, especialmente bactérias 6 intra-articular anterior e úlceras . resistentes que podem causar infecções recorrentes e muito afetar tratamentos médicos8. Foram analisados os biofilmes em REV. BRAS. MED. INTERNA 2015; 2(1):37-­‐47. adenóides para os patógenos mais comuns do ouvido médio (S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis e S. aureus), empregando multiplex-PCR em paralelo para ajudar a esclarecer o relacionamento e dar crédito ao que tem sido previamente inferido a partir de dados de SEM na presença destes agentes patogênicos no interior da matriz do biofilme10. Noventa e seis por cento das amostras de adenóide tinha ouvido médio patógenos presentes, mostrando a colonização poli-microbiana. Oitenta por cento das amostras de fluido do ouvido médio apresentaram, pelo menos, um dos seguintes agentes patogénicos do ouvido médio: S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis, e S. aureus13. Os microrganismos encontrados na biopelícula adenoidea detectados por PCR são os mesmos dos agentes patogénicos comuns do ouvido médio. Estes resultados suportam a hipótese de que pode haver uma associação entre a formação de biofilme na adenoide e infecções respiratórias. (starters) são usados para amplificar por PCR sequências específicas de DNA. Notavelmente, as sequências de DNA ribossomal 16S que codificam o gene de rRNA 16S são utilizados porque o gene 16S rRNA é universal para procariotas e é amplamente utilizado como uma "impressão digital" filogenética para identificar organismos ao nível da espécie, gênero ou filo. Outros genes de interesse, como genes de virulência podem ser sondados para identificar a resistência aos antibióticos (iemecA para MRSA). Após a PCR, o fragmento amplificado resultante deve conter material suficiente para análise. A presença e, em alguns casos, a abundância relativa de sequências de genes amplificados, podem ser medidos usando uma série de técnicas incluindo a eletroforese em gel e espectrometria de massa de ionização de pulverização. Quantitativamente o PCR em tempo real pode ser utilizado para quantificar o DNA através da monitorização da amplificação14. No caso de procura de RNAm para demonstrar, não só a presença de uma espécie bacteriana, mas também a sua atividade, o RNAm é convertido em DNAc por transcriptase reversa antes da amplificação por PCR7. É útil para visualizar uma possível mistura de DNA bacteriano e do hospedeiro que tenham sido extraídos da amostra. Caso tenha ocorrido essa interação, pequenos primers procuraram sequências de bases correspondentes e, quando localizam e cruzam com eles, produzem um grande número de ampliações idênticos. O ciclo repetido deste processo produz um grande número de sequências-alvo idênticas. O método de PCR para esse organismo particular será suficiente. A microbiologia médica requer a detecção muito rápida e a identificação de uma gama relativamente larga de bactérias e fungos, e um certo grau de quantificação, que permite que o clínico possa distinguir entre contaminação e infecção efetiva. Estes critérios foram indescritíveis, mas o recente desenvolvimento da tecnologia altamente múltiplo baseado em PCR quantitativa rápida Ibis, que conta com spray de ionização de elétrons e tempo de espectrometria de massa MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Os métodos moleculares para detecção e identificação de bactérias Métodos moleculares à base de ácidos nucléicos para a detecção e identificação de bactérias começam com a extração de DNA e / ou RNA a partir da amostra a ser analisada. Esta extração será mais eficiente, e vai proporcionar a quantificação mais precisa, se os ácidos nucléicos não forem degradados por conservantes químicos ou por enzimas de endonuclease. Assim, as amostras frescas ou congeladas produzem os melhores resultados e o processamento rápido é essencial. Outro passo fundamental é obter exteriormente os ácidos nucléicos das bactérias; Isto pode ser particularmente problemático em bactérias Gram-positivas, que têm uma parede espessa de peptidoglicano, que é difícil de lise9,14. O problema é agravado quando o biofilme está associado ao tecido, pois este pode sofrer perda contínua (lise) para que o processo de liberação de bactérias se torne efetivo. Uma vez que os ácidos nucleicos são extraídos e purificados, os ácidos nucleicos iniciadores REV. BRAS. MED. INTERNA 2014; 2(1): 8 de vôo, para fornecer índices altamente uma bateria de iniciadores de PCR apoiada precisos de base de nucleotídeos (em vez de com dados de sequenciamento que pode sequências de bases) de todos os produtos de fornecer um nível muito melhor de detecções amplificação7,14. bacterianas e identificação do que fornecida por culturas; no entanto, essa abordagem Métodos moleculares Broad focados baseia-se no a priori seleção de alvos e, portanto, sofre com o 'se você não olhar para Nos métodos de Broad focados, o ele você não vai encontrá-lo’ síndrome7. objetivo é separar todas as ampliações da grande quantidade de DNA misturado e, por O método molecular Bis um método de separação física que é baseado em variações da composição de bases e Quando a ameaça iminente de ataque consequentes variações no seu de peso e / ou com armas de bioterrorismo foi realizado, a carga e propriedades moleculares. No Defesa Projetos de Pesquisa Avançada primeiro método, tais bibliotecas de clones Agência do Departamento de Defesa dos produzidos a partir dos produtos de EUA iniciou uma busca urgente de novos amplificação, são separados por eletroforese métodos para a ampla detecção e em gel com gradiente. Este método foi identificação de bactérias. Em resposta a este amplamente utilizado em ecologia apelo, a equipe de David Ecker, no Ibis, microbiana, uma vez que era quantitativa e desenvolveu uma nova estratégia em que as produziu bandas de diferentes intensidades de ampliações produzidas pelo PCR serão cada conjunto de produtos de amplificação, ponderados por espectroscopia de massa e seu proporcionando, assim, uma estimativa do peso exato seria usado para calcular sua número de espécies de bactérias presentes na composição base7,14. amostra. O processo foi utilizado para estudar Para fornecer a identificação de todas as populações microbianas mistas presentes as bactérias, ambos conhecidos ou em feridas crônicas humanos, e rapidamente desconhecidos, tanto patógenos e nãopercebemos que as úlceras do pé diabético e patógenos, vários conjuntos de primers foram úlceras de pressão venosa continham muitas desenhados para detectar múltiplas classes de espécies bacterianas mais do que nunca foram genes, incluindo aqueles que são altamente detectados por culturas7. conservadas entre domínios inteiros (por exemplo, 16S e 23S rRNA) bem como como Método molecular de String focado sequência que são de filo ou classe específica, e outros que são específicos para grupos Todos os métodos de PCR usam taxonômicos menores.( Cada conjunto de primers com seqüências de bases que )iniciadores foram concebidos para hibridar correspondem a uma região-alvo no DNA com uma região conservada de um gene que procariotas ou eucariotas, e estes primers flanqueia uma região variável. Assim, cada sempre produzirão amplicons quando espécie que é amplificada por cada par de "encontrar" essa sequência particular. Assim, iniciadores vai produzir um fragmento em técnicas de PCR, você encontra ou não o amplificado que é diferente de diagnóstico ou que está procurando. Por exemplo, se parcialmente de diagnóstico para a espécie. iniciadores específicos para S. aureus são Esta abordagem é extremamente flexível, usados para sondar uma amostra a partir de permitindo a criação de diferentes conjuntos uma prótese infectada, este patógeno será de iniciadores para uma variedade de detectado quando presente, mas não irá aplicações tais como a detecção ampla de detectar até mesmo um número muito grande todas as bactérias, para a vigilância muito de células de S. epidermidis, na mesma mais específica de estirpes de influenza. amostra14. Se você conhece uma área médica O resultado é que o sistema de muito bem, e sei que as bactérias e fungos detecção de biosensor universal Ibis pode normalmente causam infecções nesta identificar as ampliações produzidas por um população de pacientes, você pode montar conjunto de primers cuidadosamente REV. BRAS. MED. INTERNA 2015; 2(1):37-­‐47. projetados, com um alto grau de precisão que se afirma como um percentual nos dados 'lidos' e com uma sensibilidade que detecta todos os organismos presentes. Até 41% da população total de microrganismos na amostra. O sistema também detecta e identifica os fungos e vírus, e detecta a presença de genes bacterianos que controlam a resistência a antibióticos13,14. Conjuntos de primers podem ser projetados para focar os patógenos geralmente vistos em uma situação médica especial, como infecções ortopédicas, de modo que a sensibilidade e precisão podem ser melhoradas nas partes da 'árvore da vida' bacteriana, na qual o maioria dos "suspeitos de costume" está localizada. O tempo necessário para a extração do DNA é curto, exceto em casos excepcionais, e o processo de amplificação por PCR é rápido e automático, de modo que o sistema Ibis pode detectar e identificar todas as bactérias presentes em uma amostra em 6h, e as células do biofilme são detectados com a mesma sensibilidade que as células planctônicas7. quantificação do número de microrganismos no fluido da sonificação permite distinguir uma prótese infectada de uma contaminada e adequar a conduta após cirurgia15. TRATAMENTO Biofilmes são capazes de sobreviver na presença de altas concentrações de agentes microbianos. Porém, novos antimicrobianos estão sendo produzidos com o objetivo de substituir essas substâncias que são capazes de propiciar aos microorganismos resistência. Para a maioria dos microorganismos a terapia farmacológica consiste em rifampicina combinada com ciprofloxacino ou norfloxacino, ou ainda vancomicina nos casos de Staphylococos aureus resistentes à meticilina. Para estreptococos e enterococos resistentes à penicilina G está indicada a associação com ceftriaxona e ampicilina, respectivamente. Clindamicina é o recomendada para infecções por anaeróbios e a associação de amoxicilina com clavulanato está indicada para infecções mistas que não contenham MRSA22. Daptomicina (um lipopeptídeo) e a linezolida (oxazolidinona) são drogas aprovadas para oferecer novas opções para o tratamento de infecções causadas por bactérias Gram positivas resistentes e possivelmente para infecções de biofilme causadas pelo S. epidermites. A daptomicina mostrou-se a melhor opção para o combate dessa infecção no lugar da monoterapia com rifampcina no estudo de Bruna Leite11. Quando a infecção está relacionada com fraturas e instrumentos fixadores, o objetivo do tratamento é a consolidação óssea e evitar o desenvolvimento de osteomielite crônica. Para se obter sucesso no tratamento é necessário procedimentos cirúrgicos adequados associados com antibioticoterapia de seis a doze semanas10. O tratamento cirúrgico é fundamental e consiste no desbridamento e na remoção do implante infectado. Se após o procedimento e a antibioticoterapia o paciente ainda apresentar áreas de necrose ou com abundancia de material purulento, um novo desbridamento deve ser feito. Se as margens de um ferimento estiverem necrosadas, um enxerto é indicado para a área. O desbri- SONIFICAÇÃO A sonificação é um método físico que envolve a aplicação de ultrassom para quebram interações intermoleculares. A cultura do liquido em contato com o biofilme quebrado, em tese, pode gerar melhor acuidade na pesquisa do fator etiológico da infecção. A sonificação de próteses removidas pode ser feita por meio da utilização de 400 mL de solução Ringer lactato e submetida à vortificação, usando um Vortex-Genie e, em seguida, submetida a sonificação numa frequência de 40± 2kHz por 5 minutos, seguido de agitação em vórtice durante 30 segundos adicionais. O método de sonicação preserva a variabilidade microbiana e após tal procedimento é realizada a identificação dos microrganismos para adequar um tratamento específico. Pode ocorrer de a cultura da sonificação ser positiva e do tecido negativa, mostrando que a cultura da sonificação é mais sensível que a do tecido e especula-se que isso se deva ao fato de as bactérias planctônicas presentes no tecido serem mais suscetíveis a agentes anti-infectíveis que a bactéria no biofilme. Além disso, a REV. BRAS. MED. INTERNA 2014; 2(1): 10 damento de biofilme imaturos são mais Como resultado, a DNase mostrou-se capaz sensíveis ao tratamento. de se dispersar biofilmes de S. aureus. Novas substâncias químicas tem sido Abordagens de bioengenharia também tem identificadas como inibidores do gene da sido aplicadas para tentar controlar o biofilme expressão da virulência de patógenos Gram com o revestimento de superfícies com positivos como o Streptococcus pyogenes e o substâncias bacteriostáticas e bactericidas S. aureus. Um composto benzimidalózico (antibióticos, prata, furanonas), porém essa mostrou um amplo espectro de inibição do técnica pode gerar uma resistência ao biofilme para diversas bactérias Gram antibiótico utilizado e até induzir a formação positivas e negativas, como a P. aeruginosa e de biofilme. As propriedades de superfície o S. aureus. A P.aeruginosa produz um dos biomateriais, dispositivos médicos podem composto orgânico ácido cis-2-decenóico ser alterados por aplicação de revestimento ou capaz de dispersar biofilmes estabelecidos e modificação de superfície para criar as inibir o desenvolvimento do biofilme por características de anti-aderência desejadas, várias bactérias, como a por E. coli, K. sem alterar as propriedades dos materiais pneumoniae, P. mirabilis, S. pyogenes, B. (composição química e reatividade dos subtilis, S. aureus e C. albicans . Da mesma materiais). A rugosidade da superfície dos forma, as bactérias produzem d-amino ácidos, biomateriais influencia fortemente o grau de que inibiram a formação de biofilme por S. aderência bacteriana a superfícies. O aureus e P. aeruginosa. A N-acetilcisteína é polimento do material gera características de um agente mucolítico que poderia interferir superfície em nanoescala sobre as superfícies com a formação de polissacárido em de titânio com um padrão característico mais biofilmes e inibir a formação de biofilmes de adequado para a ancoragem de células de S. S. epidermidis. Cátions metálicos, tais como aureus esféricas. O organosselênio pode 2+ 2+ Ca e Mg desempenham um papel na catalisar a formação de radicais superóxido a adesão microbiana e a formação de biofilme. prevenir a colonização bacteriana em Como resultado, os quelantes que podem superfícies de biomateriais. Os revestimentos remover estes cátions e também podem inibir anti-adesão impedem a formação de biofilmes a formação de biofilme. O número de em fases iniciais, o que deve ser mais moléculas que podem interferir com a desejável em contextos clínicos. No entanto, a formação de biofilme e, portanto, servir como eficácia in vivo de sucesso é ainda ilusória vantagem para o desenvolvimento de agentes com muitos dos revestimentos. Devido à anti-biofilme está a crescendo rapidamente . complexidade da interação entre o No entanto, os mecanismos de ação de muitas revestimento de superfícies com as bactérias e dessas moléculas pequenas ainda não estão proteínas do hospedeiro, o mecanismo de claros o que dificulta o desenvolvimento. revestimentos anti-adesão é também difícil de Mais estudos in vivo e de farmacocinética são identificar .Em resumo, as abordagens de necessários para otimizar estas ligações para bioengenharia poderiam impedir a formação satisfazer os critérios necessários para a de biofilmes que é mais desejável do que o aplicação médica. Há também enzimas que tratamento da infecção. Apesar das atacam a matriz polissacarídea interrompendo deficiências de muitas das abordagens, ou degradando a matriz polimérica melhorar as propriedades anti-biofilme do extracelular dos biofilmes. Bacterias Gram biomaterial continua a ser a estratégia mais negativas, como a Actinomyces eficaz e promissora para prevenir a morbidade comitans produzem a dispersina B que e mortalidade associada a infecções poderia dispersar biofilmes por outras biofilme17. bactérias. Kaplan et al. descobriu que dispersina B poderia interromper a produção CONCLUSÃO da matriz extracelular e dispersar o biofilme. O DNA genômico extracelular é libertado Dessa forma, vê-se que o pela bactéria como um componente reconhecimento da existência do biofilme é importante da matriz extracelular do biofilme. importante na área médica, assim como seu REV. BRAS. MED. INTERNA 2015; 2(1):37-­‐47. mecanismo de formação e manutenção. A partir dessa realidade, novos métodos diagnósticos puderam ser desenvolvidos o que permite tratamentos mais específicos e certeiros. A importância de novas pesquisas nessa área e o desenvolvimento de novos medicamentos capazes de tratar bactérias formadoras de biofilme, se dão no aspecto de evitar cirurgias corretoras que podem ter um impacto psicológico e físico para o paciente. Assim reside no futuro da microbiologia entender de forma mais abrangente essa patologia bacteriana que tantas afecções podem causar no ser humano. adhesion process and techniques used in studying bacterial-material interactions. Rev. Biomatter 2012;2:4 176-194. 9- Trampuz A, ZimmerliW. Diagnosis and treatment of infections associated with fracturefixation devices. Injury, Volume 37, Issue 2, Supplement, May 2006, Pages S59-S66. 10- Aparna M, Yadav S. Biofilms: Microbes and Disease. 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