INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE BAURU – IESB PREVE HABILITAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS PRISCILA ZANFERRARO DA CRUZ THOMAS JOÃO ZUNTINI A MUDANÇA NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE ÀS INOVAÇÕES TECNOLOGICAS BAURU – 2012 PRISCILA ZANFERRARO DA CRUZ THOMAS JOÃO ZUNTINI A MUDANÇA NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE ÀS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao curso de Administração de Empresas do Instituto de Ensino Superior de Bauru (IESB-PREVE), como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de bacharel. . Orientador: Esp. Edson A. Spósito. BAURU – 2012 ZANFERRARO, Priscila; ZUNTINI, Thomas A mudança no comportamento do consumidor frente às inovações tecnológicas/ Priscila Zanferraro; Thomas João Zuntini. -- Bauru: Instituto de Ensino Superior de Bauru, 2012. 102f. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação de Administração – Instituto de Ensino Superior de Bauru – 2012. Orientador: Esp. Edson A. Spósito 1. 1. Comportamento do Consumidor I – Autores. 2. Inovações Tecnológicas 3.Marketing Digital II - Título 3 PRISCILA ZANFERRARO DA CRUZ THOMAS JOÃO ZUNTINI A MUDANÇA NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE ÀS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao curso de Administração de Empresas do Instituto de Ensino Superior de Bauru (IESB-PREVE), como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de bacharel. Banca Examinadora: ______________________________________ Presidente: Esp. Edson A. Spósito Instituição: Instituto de Ensino Superior de Bauru ______________________________________ Titular: Maurício Instituição: Instituto de Ensino Superior de Bauru ______________________________________ Titular: Mestre Ramsés da Silva Bastos Instituição: Instituto de Ensino Superior de Bauru Bauru, 27 de Junho de 2012. 4 Agradecimentos Inicialmente a Deus, pois sem Ele nada disso seria possível. À nossa família, em especial às nossas mães, por ter nos proporcionado educação e base com a qual enfrentamos todas as adversidades e a dedicação e o amor com o qual nos empenhamos na realização dessa conquista. Ao nosso orientador, professor especialista Edson Spósito, pela excelente orientação. Aos amigos, pela compreensão e colaboração nos momentos mais difíceis da nossa jornada. E a nós mesmos (risos), pela cumplicidade, companheirismo e paciência mútua, nas decisões necessárias para a conclusão e êxito deste projeto. 5 “As pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são aquelas que o mudam”. Comercial “Pense diferente” da Apple, 1997. 6 ZANFERRARO, Priscila; ZUNTINI, Thomas João,. A mudança no comportamento do consumidor frente às inovações tecnológicas. 2012. 98f. Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Administração de Empresas. Instituto de Ensino Superior de Bauru, Bauru, 2012. RESUMO Este estudo objetiva realizar uma análise do comportamento do consumidor da atualidade e como esses indivíduos se comportam frente às inovações tecnológicas, utilizando uma pesquisa de grande abrangência, aliada a uma metodologia didática, verifica-se que as inovações trouxeram à tona uma nova forma de comportamento e consequentemente de consumo. Os consumidores do passado são os mesmos do presente, a pesquisa busca apresentar as mudanças, de como cada perfil se comportam frente os avanços e as necessidades de consumo de cada um. Corelacionamos a pesquisa às gerações baby boomers, x,y e z, com uma breve descrição dos perfis apresentados por diversos outros autores estruturado no estudo sob o contexto da Era da Informação, nossa realidade atual. Palavras chave: tecnologia, inovação, comportamento do consumidor, gerações de consumo. 7 ZANFERRARO, Priscila; ZUNTINI, Thomas João,. The change on consumer’s behavior in face of technology innovations. 2012. 98f. Work of graduation Course in Business Administration. Insituto de Ensino Superior de Bauru. 2012. ABSTRACT This review aims to perform an analysis of consumer behavior of nowadays and how these individuals behave in face of technological innovations, using a wideranging research, combined with a didactic methodology confirms that innovations brought a new form of behavior and consequently of consumers. The new consumers as the same as older, this research seeks to present the changes, how each profile stack up against the advances and the needs of each consumer. Relate generations’ baby boomers, X, Y and Z, with a brief description of the presented profiles by several authors structuring the study in the context of the Information Age, our current reality. Keywords: technology, innovation, consumer behavior, generation of consumers. 8 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: As cinco forças competitivas de Porter.............................................. FIGURA 2: Modelo de cinco estágios dos processos de compra do consumidor......................................................................................... FIGURA 3: Fatores influência no processo de decisão de compra..................... FIGURA 4: Pirâmide da hierarquia das necessidades de Maslow....................... FIGURA 5: Relação do marketing com os quatro principais determinantes da exclusividade do caráter do consumidor high tech............................ 9 LISTA DE QUADROS QUADRO 1: Fases do desenvolvimento infantil...................................................... QUADRO 2: Fatores Higiênicos segundo Herzberg................................................ QUADRO 3: Fatores Motivadores segundo Herzberg............................................. QUADRO 4: Diferenças entre o sexo feminino e masculino.................................... QUADRO 5: Classificação dos consumidores de Tecnologia, parte 1.................... QUADRO 6: Classificação dos consumidores de Tecnologia, parte 2.................... QUADRO 7: Classificação dos consumidores de Tecnologia, parte 3.................... QUADRO 8: Classificação dos consumidores de tecnologia................................... QUADRO 9: Itens tecnológicos listados na pesquisa, porcentagem acurada......... 10 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1: Porcentagem por faixa etária, pesquisa geral................................. GRÁFICO 2: Faixa etária de 10 a 15 anos, variáveis: Contato com tecnologia e Para que serve a tecnologia........................................................... GRÁFICO 3: Faixa etária de 10 a 15 anos – Veículo de Comunicação............... GRÁFICO 4: Faixa etária de 16 a 20 anos, variáveis: Contato com tecnologia e Veículo de comunicação................................................................. GRÁFICO 5: Faixa etária de 16 a 20 anos – A tecnologia serve para................. GRÁFICO 6: Faixa etária de 21 a 30 anos, variáveis: Contato com tecnologia e Veículo de Comunicação................................................................ GRÁFICO 7: Faixa etária de 21 a 30 anos – A tecnologia serve para................. GRÁFICO 8: Faixa etária de 31 a 40 anos, variáveis: Contato com tecnologia e Veículo de Comunicação................................................................ GRÁFICO 9: Faixa etária de 31 a 40 anos – A tecnologia serve para................. GRÁFICO 10: Faixa etária acima de 40 anos, variáveis: Contato com a tecnologia e Tecnologia serve para................................................ GRÁFICO 11: Faixa etária acima de 40 anos – Veículo de comunicação............. GRÁFICO 12: Comparação entre os gêneros masculino e feminino – A tecnologia serve para...................................................................... GRÁFICO 13: Faixa salarial de 1 a 3 salários – Contato com a tecnologia........... GRÁFICO 14: Faixa salarial de 3 a 7 salários – Contato com a tecnologia........... GRÁFICO 15: Faixa salarial acima de 7 salários – Contato com a tecnologia...... GRÁFICO 16: Como se comporta frente às inovações tecnológicas?................... GRÁFICO 17: Como fica sabendo das inovações tecnológicas?.......................... GRÁFICO 18: Na sua opinião a tecnologia serve para:......................................... 11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 14 2. JUSTIFICATIVA............................................................................................................ 15 3. OBJETIVOS ................................................................................................................. 17 3.1. Objetivos gerais ........................................................................................................ 17 3.2. Objetivos específicos ................................................................................................ 17 4. PROBLEMA E HIPÓTESE ........................................................................................... 17 5. METODOLOGIA E INSTRUMENTOS .......................................................................... 19 6. REVISÃO CONCEITUAL .............................................................................................. 21 6.1. Tecnologia ................................................................................................................ 21 6.1.1. Inovação ................................................................................................................ 21 6.1.2. Vantagens Competitivas ........................................................................................ 23 6.2. Conceito de marketing .............................................................................................. 28 6.2.1. 6.3. O Marketing digital ................................................................................................. 32 As diferentes teorias do comportamento do consumidor ........................................... 34 6.3.1. Teoria da Racionalidade Econômica...................................................................... 35 6.3.2. Teoria Comportamental ......................................................................................... 36 6.3.3. Teoria Psicanalítica ............................................................................................... 36 6.3.4. Teorias Sociais e Antropológicas ........................................................................... 37 6.3.5. Teoria Cognitivista ................................................................................................. 37 6.4. Aspectos subculturais do Comportamento do Consumidor ....................................... 38 6.4.1. Subculturas por Faixa Etária .................................................................................. 38 6.4.2. Geração Baby Boomers......................................................................................... 39 6.4.3. Geração X ............................................................................................................. 40 6.4.4. Geração Y ............................................................................................................. 40 6.4.5. Geração Z ............................................................................................................. 41 6.5. Reconhecendo as Necessidades de Consumo ......................................................... 42 6.6. Fatores que influenciam o comportamento do consumidor........................................ 44 6.6.1. Fatores Culturais ................................................................................................... 46 6.6.1.1. Culturas.............................................................................................................. 47 6.6.1.2. Subculturas ........................................................................................................ 47 6.6.1.3. Classe Social ..................................................................................................... 48 6.6.2. 6.6.2.1. Fatores sociais ...................................................................................................... 49 Grupos de Referência ........................................................................................ 49 12 6.6.2.2. Família ............................................................................................................... 50 6.6.2.3. Papéis e posições sociais .................................................................................. 51 6.6.3. Fatores Pessoais ................................................................................................... 51 6.6.3.1. Idade e estágios do ciclo de vida ....................................................................... 51 6.6.3.2. Ocupação........................................................................................................... 53 6.6.3.3. Condições econômicas ...................................................................................... 53 6.6.3.4. Estilo de vida ...................................................................................................... 53 6.6.3.5. Personalidade .................................................................................................... 53 6.6.4. Fatores Psicológicos.............................................................................................. 55 6.6.4.1. Motivação........................................................................................................... 55 6.6.4.2. Aprendizagem .................................................................................................... 58 6.6.4.3. Crenças e atitudes ............................................................................................. 59 6.6.4.4. Gênero ............................................................................................................... 59 6.7. 7. O consumidor de Tecnologia..................................................................................... 61 PESQUISA QUANTITATIVA......................................................................................... 71 7.1. Caracterização do universo da pesquisa ................................................................... 71 7.2. Apresentação e interpretação dos resultados da pesquisa........................................ 71 8. CONCLUSÃO .................................................................. Error! Bookmark not defined. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 93 13 1. INTRODUÇÃO Com o avanço tecnológico e mudanças socioeconômicas o comportamento do consumidor está mudando, e uma vez que essas mudanças tem se tornado constantes faz-se necessário entender melhor as necessidades do cliente. Para que as empresas sobrevivam deve-se haver a consciência da importância de se adotar novas estratégias de gestão para fazer frente aos novos tempos. Com a competitividade cada vez mais acirrada, e o acesso à informação cada vez mais facilitado, as empresas devem atentar às novas necessidades e exigências dos consumidores, para que sejam capazes de traduzir seus esforços, em busca da satisfação do cliente. Estruturas mais flexíveis, tecnologias integradoras e mudança na cadeia de valor têm sido ferramentas para incrementar o desempenho operacional, ganhando assim maior capacidade de adaptação e rapidez de resposta. Segundo Schiffman e Kanuk, 2000: “Como empresas e futuros profissionais de marketing, é importante para nós reconhecer porque e como os indivíduos tomam suas decisões de consumo de tal modo que possamos melhorar nossas estratégias de marketing. Se os profissionais de marketing entendem o comportamento do consumidor, eles se tornam capazes de predizer a probabilidade dos consumidores reagirem a vários sinais informacionais e ambientais e, portanto, podem planejar suas estratégias de marketing coerentemente. Sem dúvida as empresas que entendem o comportamento do consumidor têm grande vantagem competitiva no mercado.” Nesse contexto, para que as organizações permaneçam no ambiente empresarial de forma competitiva, estratégica e lucrativa, é essencial que as mesmas conheçam o seu consumidor, de forma a entender suas necessidades, mapeando seu comportamento. 14 O conceito de ‘neoconsumidor’ vem sendo delineado nos últimos dez anos por conta das mudanças nos hábitos de consumo e das formas de relacionamento entre o varejo e os consumidores motivados pela adoção de tecnologias digitais como internet e celular: Basicamente trata-se de um consumidor digital, multicanal e global, ou seja, que tem perspectivas internacionais para seu consumo. Para ter acesso a informações e novidades, o neoconsumidor vai às plataformas digitais, como internet e celular, onde há uma geração colaborativa de conteúdo que se tornou importante moeda social, com o valor – ainda não calculado, mas efetivo – do compartilhamento de experiências de compra e utilização de produtos e serviços, difundidos livremente entre as diversas comunidades e usuários de internet no mundo. Isso tem profundo impacto sobre os negócios das empresas, que passam a ser pressionadas a oferecer melhores preços e serviços, reduzem suas margens e têm mais necessidade de se diferenciar Analisa-se os aspectos que mudaram no comportamento do consumidor frente aos avanços tecnológicos, na diferentes gerações. Caracterizando-os pelo levantamento bibliográfico como procedimento inicial, seleção da literatura de interesse, discussão do pensamento encontrado a respeito do tema como fundamentação teórica e verificação dos fatos em confronto com a teoria, bem como a confrontação das respectivas definições. 2. JUSTIFICATIVA Cavallini (2008) diz que mesmo que sua empresa ou produto não tenha ligação direta com tecnologia, eles podem sofrer influência ou até mesmo ter seu mercado virado de ponta cabeça por causa de alguma novidade ou evolução tecnológica. Sendo assim, torna-se imprescindível existir a capacidade da empresa de executar estratégias baseadas em tecnologia. Entretanto, não basta apenas, a organização possuir milhares de aparatos tecnológicos, se estes não possuírem o 15 fator gestão, pois aí estão incluídos os quatro processos administrativos: o planejamento, a organização, o controle e a direção. É necessário alinhar novas oportunidades e novas tecnologias com os recursos existentes na organização, buscar novas competências, quando necessário, mas, principalmente, fazer uso de um modelo de planejamento estratégico para atingir os níveis de crescimento e lucratividade pretendidos. Fleury e Fleury (1997) ressaltam que, “nunca a tecnologia foi tão importante como nos tempos atuais: mesmo assim ficou mais difícil estabelecer vantagem competitiva a partir de tecnologias apenas”. Paradoxalmente neste aspecto, Gonçalves Filho e Neto (2006) alegam que mesmo não sendo, por si só, o principal fator competitivo das organizações, as inovações tecnológicas empregadas impactam decisivamente na competitividade do negócio e modificam fortemente as relações de trabalho dentro das empresas. Assim cabe às organizações lidar com as novas tecnologias da melhor maneira possível, visando o aumento de sua competitividade e mantendo boas relações de trabalho com os seus colaboradores, de forma que eles possam fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso para alcançar o resultado organizacional. Partimos do pressuposto de que os avanços relativos à humanidade, bem como os avanços tecnológicos que acompanham a evolução, têm trazido à tona fatores que jamais imaginávamos que estariam no rol de discussão atual. E dentro desse cenário, podemos analisar o quanto o comportamento do consumidor têm mudado dadas as gerações. Sendo esse comportamento o foco principal deste trabalho. E como os fatores tecnológicos têm estado cada vez mais presentes no espaço organizacional, torna-se crucial a adaptação das organizações frente às mudanças comportamentais do consumidor. Sendo assim, a empresa, para obter vantagem competitiva é obrigada não investir apenas em tecnologia, e não apenas em gestão; mais também em ativo intangível, uma vez que esses intangíveis podem ser caracterizados por melhores práticas, por mais treinamento, por foco em trabalho de equipes e maior autoridade para tomada de decisões. Ao adicionar valor para o mercado, agrega valor aos clientes tanto internos como externos e integra definitivamente a tecnologia a estratégias e estas ao ambiente de negócios. 16 3. OBJETIVOS 3.1. Objetivos gerais Demonstrar a partir da leitura especializada e da pesquisa de opinião dos consumidores em potencial a mudança em seu comportamento frente às inovações tecnológicas. Confrontar teoria e prática no que diz respeito à tomada de decisão de consumo agora que as informações sobre os produtos e serviços estão mais acessíveis. 3.2. Objetivos específicos Elencar as novas necessidades e as mudanças que ocorrem com os consumidores nos novos tempos, através de pesquisa com as diferentes gerações atingidas pelas mídias globais. Conseguir diferenciar o que mudou para o consumidor Baby Boomer, Geração X, Geração Y, e ainda verificar as tendências do comportamento do consumidor Geração Z, que são consumidores em potencial para os próximos anos. 4. PROBLEMA E HIPÓTESE Segundo Solomon (2002) o Comportamento do Consumidor é o estudo dos processos envolvidos quando grupos ou indivíduos selecionam, compram, usam ou dispõem de produtos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos. As gerações comportam-se de maneira diferente, e cabe aos especialistas identificarem as especificidades no comportamento de cada geração para que melhor posicionem o produto ou serviço para o público alvo. Por isso conhecer o que querem os consumidores e como eles tomam suas decisões sobre a compra e a 17 utilização de produtos é fundamental para que as organizações tenham êxito em seu mercado (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001). Como afirmam Kotler e Keller (2006), é preciso monitorar permanentemente o comportamento de compra do consumidor. Mas que consumidor é este? O segmento com idade de Baby Boomer (nascidos entre 1946 e 1964) é fonte de várias mudanças fundamentais em termos culturais e econômicos e, do ponto de vista mercadológico, desde que nasceram, tornaram-se uma das maiores forças que moldam o ambiente de marketing. “Esses bebês representaram um alvo móvel e criaram novos mercados à medida que foi crescendo, saindo da infância para a pré-adolescência, adolescência, idade adulta e agora meia idade” (KOTLER, 1998, p.52), isso, porque à medida que esse grupo envelhece seus interesses mudam, assim como as prioridades do marketing. As necessidades e desejos dos Baby Boomers afetam demandas por habitação, alimentação, automóveis, vestuários e muitos outros produtos. Para Raines (2000) a geração X foi marcada pela segunda guerra mundial e pelo sentimento de patriotismo. Eles valorizam a família, são conservadores, materialistas, tem aversão à supervisão, gostam do ambiente informal da empresa, desconfiam das verdades absolutas, são positivistas, autoconfiantes, cumprem os objetivos e não os prazos, além de serem muito criativos. Mowen e Minor (2003) salientam que a geração X fazer parte de um novo fenômeno que foi batizado de “adolescência global”. Durante anos, as empresas multinacionais observaram que as pessoas que vivem em diferentes países e possuem histórico semelhantes de escolaridade e renda parecem agir de modo bastante semelhante. Assim, a geração X pode ter se tornado a primeira a compartilhar generalidades com um nível de proximidade maior. Nesta geração economizar para o futuro geralmente não faz parte dos objetivos. A geração Y ou geração do milênio como também é chamada, é formada pelos filhos dos baby boomers, nascidos a partir de 1980, que estão chegando a idade adulta. São mais heterogêneos em termos raciais e socioeconômicos do que os boomers (MOWEN e MINOR, 2003) 18 Lombardia (2008) descreve a geração Y como a geração dos resultados, nasceram na época das tecnologias, da internet e do excesso de segurança. São considerados esperançosos, decididos, coletivos, possuem um alto nível de formação, não costumar pedir autorização para agir e tem alto poder de consumo. Segundo Shinyashiki (2009) a geração Z engloba todos que nasceram após 1990, esta é a geração do Orkut, Twitter, Facebook, entre outras redes sociais. Os “Z” são totalmente integrados com as tecnologias, valorizam a comunicação virtual, fazem várias coisas ao mesmo tempo, tem uma visão ampla e precisam receber instruções para desenvolver suas tarefas. As diferentes gerações têm assumido um novo comportamento frente aos avanços do mundo contemporâneo, com tecnologias cada vez mais facilitadoras? O que tem mudado para elas na percepção de produtos e serviços? O que agrega valor à essas gerações nessa nova realidade onde o próprio valor passou a ser percebido através de novos recursos? 5. METODOLOGIA E INSTRUMENTOS O estudo em pauta será desenvolvido por meio de uma pesquisa de campo, utilizando-se do método questionário para coleta de dados quantitativos. Segundo Louis M Rea, Richard A. Parker (2000) o questionário é um dos procedimentos mais utilizados para obter informações. É uma técnica de custo razoável, apresenta as mesmas questões para todas as pessoas, garante o anonimato e pode conter questões para atender a finalidades específicas de uma pesquisa. Aplicada criteriosamente, esta técnica apresenta elevada confiabilidade. Podem ser desenvolvidos para medir atitudes, opiniões, comportamento, circunstâncias da vida do cidadão, e outras questões. Quanto à aplicação, os questionários fazem uso de materiais simples como lápis, papel, formulários, etc. Podem ser aplicados individualmente ou em grupos, por telefone, ou mesmo pelo 19 correio. Pode incluir questões abertas, fechadas, de múltipla escolha, de resposta numérica, ou do tipo sim ou não. As etapas necessárias para o desenvolvimento de um questionário são: Justificativa; Definição dos objetivos; Redação das questões e afirmações; Revisão; Definição do formato; Pré-teste; Revisão final. Segundo Luna (1998), para pesquisar, são necessários: A existência de uma pergunta que se deseja responder; A elaboração de um conjunto de passos que permitam obter informações para responder à pergunta; A indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida. O mesmo autor diz que a pesquisa quantitativa é caracterizada pelo uso intensivo de técnicas estatísticas, correlacionando as variáveis e verificando o impacto e a validade do estudo. Deve se preocupar em identificar variáveis que possuem impacto e que se não controladas podem produzir discordância. O tipo de pesquisa utilizada por esse estudo foi a pesquisa aplicada que se destina a investigar, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos, na modalidade pesquisa de campo cujo objetivo é observar os fatos tais como ocorrem, sem isolar e controlar variáveis e sim perceber e estudar as relações estabelecidas. A partir desses estudos discute-se sobre como o padrão de consumo tem mudado durante o passar dos anos, e como as gerações de consumo têm se colocado nesse cenário, bem como o impacto que as mesmas causam. Tendo em 20 vista a necessidade das organizações de se adaptarem, no sentido de continuarem competitivas. No tratamento dos dados proceder se á a uma interpretação dos resultados analisados, buscando-se ir além da aparência, ou seja, procura se á sua essência. Ao final desse estudo, serão apresentadas sugestões de ordem prática, com vistas a contribuir para a melhoria da capacidade de diversas organizações conseguirem enxergar mercados futuros, fazendo bom uso de novas tecnologias, investindo potencialmente no que diz respeito ao seu ativo intangível. Buscando a competitividade através de um diferencial competitivo. 6. REVISÃO CONCEITUAL Serão verificadas as tendências e mudanças no comportamento do consumidor que se vê às voltas com inovações tecnológicas, amplamente utilizadas pelo marketing para atrair a atenção e preferência dos clientes. Assim, faz-se importante apontar os elementos que constituem esse tema, elencando a visão de conceituados autores acerca do assunto. 6.1. Tecnologia 6.1.1. Inovação “O que nós de forma não científica, chamamos de progresso econômico, significa, essencialmente, colocar recursos produtivos em uso ainda não tentados na prática e retirá-los de utilizações para as quais servia, até o momento”. É desta forma que Schumpeter (1954) introduz o conceito de inovação. Ele ainda afirma que a noção de concorrência é associada diretamente à ideia de inovação, base do progresso econômico numa economia capitalista, cuja essência está implicitamente vinculada à acumulação e à valorização do capital, eu gera assimetrias entre os 21 agentes econômicos que constituem a própria razão da existência da atividade empresarial. É possível afirmar que as pré-condições básicas para a inovação estão apoiadas nos avanços tecnológicos, a dinâmica desse crescimento está associada a questões fundamentais de cada setor, à concorrência, e aos fatores de competitividade que como Nelson (2000) afirmou, definem as dimensões fundamentais do ambiente competitivo. Como demonstrado no estudo de Lima (1999) a taxa de inovação varia exponencialmente com a concentração de mercado, comprovando a afirmação de Schumpeter (1954) de que a influencia da estrutura de mercado sobre a propensão de inovar não é uma constante. Kaldor (1956) já afirmava que a competição tecnológica por meio da inovação passa a ser mais importante do que a competição de preço, por ser uma ferramenta mais poderosa para as empresas que procuram não só conquistar como manter vantagens competitivas. Alguns autores propuseram modelos de inovação para tentar organizar os conceitos e a aplicação da inovação nas atividades da organização. O modelo de Albernathy e Clark (1985) foi baseado nas razões pelas quais as organizações presentes no mercado podem superar o desempenho das empresas que estão entrando, se utilizando de conhecimentos tecnológicos e de mercado, que podem ou não ser preservados para gerar inovação. Já o modelo de Porter (1989), a Cadeia de Valor Agregado, focou a como o impacto das inovações atua sobre a competitividade, sobre a capacitação dos fornecedores, dos clientes e dos inovadores complementares ao invés de focar as inovações impactando as capacitações da própria empresa. O modelo denominado Cadeia do Lucro, proposto por Afuah (1998) afirma que a inovação é o elemento fundamental para a obtenção de lucro. Para que uma empresa obtenha produtos de baixo custo e diferenciados é necessário que suas competências e atributos se reforcem mutuamente e ambos deem sustentação ao conhecimento tecnológico e mercadológico. Para Drucker (1991), o conhecimento tecnológico é o conhecimento dos componentes, dos vínculos entre eles, dos 22 métodos dos processos e das técnicas utilizadas para gerar um produto ou serviço, enquanto o conhecimento mercadológico é o conhecimento dos canais de distribuição, dos usos do produto, das expectativas do consumidor, suas preferências, suas necessidades e seus desejos. O autor ainda afirma que inovação é o uso de novos conhecimentos tecnológicos e de mercado para oferecer um novo produto ou serviço aos consumidores. Porém, foi a disciplina econômica quem deu maior impulso ao conceito de inovação. Segundo Flichy (1995) existe um problema metodológico constante perseguindo as teorias econômicas que procuram estabelecer as relações entre pressão da demanda, oferta tecnológica e inovação. Elas elaboram modelos e cruzam determinadas variáveis, porem não abordam explicações para como o processo de inovação surge e se desenvolve. Segundo Feenberg (1999) a escolha de determinadas tecnologias e a recusa de outras não se baseiam em critérios puramente econômicos ou racionais, mas sim na compatibilidade entre variáveis como crenças e interesses dos diversos grupos e setores estratégicos que se encontram na atividade tecnológica. Existem, portanto, diversas abordagens para o conceito de inovação, que se voltam tanto para as organizações quanto para os consumidores. Em todas elas é possível perceber que as inovações tecnológicas geram transformações profundas nos mercados, alteram o comportamento do consumidor e a postura estratégica das organizações. 6.1.2. Vantagens Competitivas As empresas visam o estabelecimento de uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência na industria, segundo Porter (1989). Para isso elas devem considerar dois aspectos para a escolha da estratégia: A atratividade da indústria, que depende de fatores externos à organização. 23 A posição competitiva pretendida, que pode ser integralmente modelada pela empresa e depende apenas de sua habilidade em criar e sustentar vantagens competitivas. Para Bharadwaj et. al., (1993) a empresa possui vantagem competitiva quando ela consegue implantar uma estratégia eu crie valor e que não esteja sendo usada simultaneamente por nenhum concorrente, nem por concorrentes potenciais. Barney (1991) diz que a vantagem competitiva é sustentável quando nenhuns de seus concorrentes, inclusive os potenciais, são capazes de duplicar os benefícios da estratégia. Já Rumelt (1984) diz que a vantagem é sustentável se ela continuar a existir depois que esforços desenvolvidos pelos concorrentes para duplicar as vantagens tiverem cessado. Percebe-se, então, que a sustentabilidade da vantagem competitiva não depende do tempo, e sim da falta de habilidade dos concorrentes atuais e potenciais em duplicar a estratégia que a gera. Barney (1991) diz que a homogeneidade dos recursos existe quando as empresas que compõe um mercado possuem os mesmos recursos, em igual quantidade e intensidade, e partindo desta ideia, afirma que as vantagens competitivas se tornam sustentáveis quando os recursos não forem distribuídos homogeneamente entre as empresas. A mobilidade de recursos refere-se à facilidade com que as empresas podem ter acesso a qualquer recurso que seja necessário para desenvolver as estratégias pretendidas. Alderson (1956) reconheceu que as empresas devem se esforçar para obter características exclusivas, a fim de se destacarem dos seus concorrentes, de acordo com a percepção dos consumidores. As vantagens diferenciais deveriam ser atingidas através da redução dos preços, de apelos de propagandas e de melhorias e inovações nos produtos. Hall (1980) afirmou que as empresas bem sucedidas devem conseguir os custos mais baixos possíveis ou um posicionamento que seja o mais diferenciado possível. Coyne (1986) contribuiu para consolidar os conceitos afirmando que existem três condições que devem ser satisfeitas para que as vantagens competitivas sejam significativas em uma estratégia: Os consumidores devem perceber uma diferença consistente no atributo inerente ao produto como sendo um critério para tomada de decisão de compra de modo que o produto atraia a atenção e a lealdade de uma quantidade considerável de consumidores. 24 Tal diferença deve ser o resultado direto de uma diferença entre o produtor e seus concorrentes. A diferença existente, tanto nos atributos quanto nas capacitações, deve ser duradora. Porter (1989) enfatiza a condição da vantagem competitiva ao discutir que as estratégias competitivas dependem do baixo custo e da diferenciação. Complementando esses conceitos, Day e Wensley (1988) propõem uma estrutura de análise que ajuda a empresa a conquistar vantagens competitivas por meio da identificação e do desenvolvimento de competências diferenciadas, buscando baixo custo ou diferenciação. Eles definem vantagem competitiva como sendo a união dos recursos: superioridade relativa de habilidades e superioridade do valor adicionado ao consumidor. Já a sustentabilidade da posição de vantagem exige que a empresa coloque barreiras que dificultem a imitação, obrigando-a a investir continuamente na melhoria das vantagens, ou seja, a empresa deve inovar sempre. Novos Entrantes Ameaça de Novos Entrantes Concorrentes na Indústria Poder de Negociação dos Fornecedores Fornecedores Entrantes Compradores Poder de Negociação dos Compradores Intensidade da Rivalidade Ameaça de serviços ou produtos substitutos Substitutos Figura1: As cinco forças competitivas de Porter (1984 p. 45.) 25 Prahalad e Hamel (1990), por outro lado, sustentam a ideia de que a empresa deve aprender a criar continuamente novas vantagens que lhe permita se manter na liderança. Os autores mostram ainda que a sustentabilidade depende de competências centrais e que a empresa deve transformar seus recursos e habilidades em competências que lhe permita adaptar-se rapidamente às oportunidades de mercado. Seguindo o mesmo raciocínio, Barney (1991), mostrou a existência de ligação entre os recursos da empresa e as vantagens competitivas, ele afirma que para a organização gerar vantagem competitiva seus recursos devem possuir quatro características essenciais: Ser valioso, permitindo que a empresa conquiste ou implemente estratégias que melhore sua eficiência e sua efetividade. Ser raro, possuído por uma parcela mínima de cocorrentes. Ser difícil de imitar. Se difícil de substituir. Peteraf (1993) complementou a teoria de Barney (1991) desenvolvendo um modelo que relaciona os recursos com o desempenho da empresa. Ela supõe a existência de quatro condições em seu modelo: Heterogeneidade de recursos, a partir da qual são gerados os rendimentos monopolistas. Os limites ex post à competição devem existir por serem necessários para proteger os rendimentos contra a competição. mesmos Os recursos devem apresentar mobilidade imperfeita para assegurar os sejam mantidos internamente à empresa, gerando rendimentos compartilhados. A existência de limites ex ante a competição deve gerar condições que, a priori, previnam que os custos superem os rendimentos. Na visão de Schumpeter (1982) a inovação tecnológica permite a empresa o aumento de sua capacidade produtiva. Entretanto de nada adianta inserir inovações de produtos e serviços na organização se as demais áreas não acompanharem esse avanço. Ela deve ser modernizada como um todo que se inter-relaciona e se completa, caso contrário, a inovação pode trazer resultados com efeito negativo, 26 reduzindo a competitividade e obrigando a empresa a fechar suas portas ou uniremse a grupos maiores, fusões que tem se tornado comum nos dias de hoje. Atualmente as empresas que quiserem se adaptar as novas realidades terão que se capacitar tecnologicamente, adotando, inclusive, novas tecnologias de gestão. A revisão de todos esses conceitos mostra que existem diversas interpretações que indicam diferentes formas pelas quais as organizações podem buscar vantagens competitivas e preservá-las ao longo do tempo. Cabe às empresas analisar o ambiente em que se encontra para adotar as estratégias que julgue mais apropriada. Várias empresas têm buscado nas inovações tecnológicas as vantagens necessárias para se manter firme no mercado e à frente das concorrentes. Esse acirramento da competitividade acelera o crescimento das inovações e modifica o comportamento do consumidor. 6.1.3. A era da informação Segundo Lastres et. al. (1999), trata não mais daquilo que comumente ouvimos falar, não é um domínio dos meios materiais e institucionais; mas cada vez mais sobre aquilo que é imaterial e intangível – seja das informações e do conhecimento, ou dos desejos e expectativas dos indivíduos. Um exemplo disso é o fato de termos um transito de ondas de rádio tão maiores quanto o transito caótico de grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda segundo os mesmos autores, faz-se necessário a configuração de novos modelos e instrumentos institucionais, novas políticas e um novo contexto que consiga responder as questões pertinentes à nova realidade do âmbito sóciotécnico-econômico. E no que tange a interatividade de consumo, Licco (2010) afirma que nós estamos nos fragmentando em relação às nossas preferências, exigindo detalhes que não constam no layout original, customizando chocolates com mais cacau, pedindo mais simplicidade para interagir com os mecanismos. Bem como recusamos marcas líderes, pelo simples fato de a embalagem não ser tão prática, pois essa geração da informação liga à call-centers e despeja a fúria pela indiferença dos 27 fabricantes ou porque a nossa promessa não foi entregue e isso se deve ao fato de que os indivíduos possuem tanta informação que só consomem o que os agrada. Sendov (1994), diz que é evidente o fato de que estamos em uma nova fase de desenvolvimento humano, que deve ser chamada Era da Informação; seres humanos sempre precisaram e consumiram informação, pois a informação de faz tão necessária no nosso dia a dia quanto os alimentos ou a água. Os autores corroboram entre si ao afirmarem que a era da informação está no atual contexto global e esse fator tem transformado a forma com que as pessoas lidam com a informação. Cada uma seu jeito e nesse novo contexto, a internet surge como uma poderosa ferramenta para facilitar e multiplicar a comunicação global entre indivíduos e instituições. E nesse sentido, Newman (1997), diz que com o advento do ciberespaço, não basta apenas saber que as coisas estão mudando, pois isso é obvio em muitos aspectos; mas entender o porquê e para quem as mudanças e os avanços em tecnologia e informação estão direcionados. Pois existem vários públicos que consomem vários tipos de produtos e serviços. A Era da Informação permite uma grande quantidade de indivíduos estarem inseridos em vários grupos, com expectativas e necessidades; também permite às empresas executarem uma divisão ou segmentação de seus consumidores, proporcionando assim uma melhoria continua de processos. 6.2. Conceito de marketing A fim de conseguirmos linkar as teorias a respeito do comportamento do consumidor, estão listados abaixo alguns conceitos de marketing na visão de autores especialistas: Cobra (1986) define marketing como “uma expressão anglo-saxônica derivada da palavra mercari, do latim, que significa comércio ou a arte de mercar, comercializar ou transacionar”. Já para Las Casas (2001) o marketing representa a área do conhecimento onde estão concentradas todas as atividades relacionadas às relações de troca orientada para a realização dos desejos e anseios dos consumidores. 28 Kotler (1998), afirma que “marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”. O autor diz que: Marketing é tão básico que não pode ser considerado uma função separada. É o negócio total do ponto de vista de seu resultado final, isto é, do ponto de vista do consumidor [...] O sucesso empresarial não é determinado pelo fabricante, mas pelo consumidor (KOTLER, 1998, p.22) Amstrong e Kotler (2003) definiram “a função do amrketing, mais do que qualquer outra nos negócios, é lidar com os clientes. Entender, criar, comunicar e proporcionar ao cliente valor e satisfação e satisfação constitui a essência do pensamento e da prática do marketing moderno”. Os autores explicam que: O conceito de marketing foi primeiramente aceito pelas empresas de bens de consumo, a concorrência era intensa em alguns de seus mercados e tentar satisfazer as necessidades dos consumidores, mas plenamente era uma forma de ganhar essa concorrência. A publicidade ampla do sucesso do conceito de marketing nessas empresas ajudou a levar a mensagem para outras empresas. (MCARTHY e PERREAULT, 1997, p.37). Para Churchil e Peter (2003, p.4), marketing “é o processo de planejar e executar a concepção e, estabelecimento de preços, promoções e distribuição de 29 ideias, bens e serviços, a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Las Casas (2001) enfoca que o marketing está relacionado à área do conhecimento que engloba todas as atividades ligadas às relações de troca, voltadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, e tudo isso tem como principal objetivo o alcance de determinados objetivos da organização, onde se deve considerar sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que estas relações causam no bem-estar da sociedade. Cobra (1992) coloca que o grande desafio do marketing na atualidade é dotar as empresas de diferenciais competitivos que possibilitem ampla expansão de seus negócios através de produtos globais e pela satisfação crescente das necessidades de consumidores ávidos de produtos e serviços cada vez mais personalizados. E essa transição do marketing centrado no produto para o marketing baseado nas pessoas está cada dia mais direcionada para produtos diferenciados que criem barreiras à entrada da concorrência. Portanto, o principio mais importante para vencer os competidores é a satisfação dos clientes e consumidores. É importante abordar as ideias de Kotler (1998) que indicam que o marketing não deve ser entendido no velho sentido que o de apenas estar ligado ao fato de efetuar uma venda, mas também na satisfação das necessidades dos consumidores. Uma vez que a venda ocorre somente depois que um produto é produzido, enquanto o marketing encontra-se já presente antes mesmo de a empresa ter determinado produto. Este então passa a representar a lição de casa que os administradores devem fazer para avaliar as necessidades e com isso determinar se há uma oportunidade lucrativa. Las Casas (2001, p.15) destaca que “um dos principais elementos da definição é o aspecto de orientação para o consumidor, pois dirigir toda a atividade mercadológica para satisfazer aos clientes de determinado mercado é a chave para o sucesso em qualquer empreendimento”. Isso vem de encontro com as ideias de Kotler (1998), que o marketing tem sido definido por diversos observadores como a arte de conquistar e manter clientes. 30 Com isso marketing é a ação para o mercado, ou seja, uma ferramenta para encantar, conquistar e manter clientes. Conforme abordam os autores acima a respeito das definições de marketing, tendo eles o definido como: o marketing visto como processo de concepção, outros autores o veem como um processo social e gerencial ou ainda como uma relação de troca, entre outras. Esses autores concordam em um ponto a respeito do contexto, quando abordam o marketing não como algo genérico, e sim, como uma ferramenta complexa, que se usada de forma correta poderá trazer incalculáveis benefícios para as pessoas e para as organizações. Ferrell e Hartline (2009) entendem que a tecnologia também é uma potencial ferramenta que se aliada ao marketing pode trazer à tona uma concepção totalmente nova a respeito da plataforma consumo. Segundo Ferrel e Hartline (2009): “Essas tecnologias mudaram a maneira como os consumidores e empregados vivem e como os profissionais de marketing operam para satisfazer às suas necessidades. Em alguns casos, as mudanças na tecnologia são tão profundas que tornam obsoletos os produtos de uma empresa, como aconteceu com os discos de vinil, as máquinas de escrever, as fitas cassete e os pagers”. Ainda segundo os autores, as mudanças relacionadas à tecnologia assume papel de primeiro e segundo plano. Em primeiro plano estão os avanços mais perceptíveis aos olhos do consumidor, como por exemplo, os telefones sem fios, os DVDs, fornos de micro-ondas, engenharia genética, que geram atividades novas destinas a satisfazerem necessidades, que antes talvez não fossem reconhecidas. 31 São exemplos de mudanças de segundo plano, àquelas que não foram ou são tão aparentes aos consumidores, como os avanços em tecnologia da informação, comunicação, etc. Dessa forma, segundo os autores, pode-se afirmar que o marketing e a tecnologia têm avançado, e todo esse avanço tem mudado a forma com que o consumidor se comporta. Afinal, os consumidores acompanham essa mudança ao longo do tempo para que estes consigam satisfazer suas necessidades de compra frente aos novos moldes de consumo. 6.2.1. O Marketing digital Kotler (2003, p.13) diz que “a chegada da internet já está criando uma verdadeira revolução no marketing”. Essa ferramenta é um condutor de ideias, um novo meio de trocar informações em uma escala sem precedentes. Segundo o autor trabalhar marketing na internet significa, fundamentalmente, agregar valor, cabendo às organizações definirem qual a melhor abordagem e isso depende basicamente dos seus produtos, serviços e áreas de abordagem. A utilização do universo eletrônico considerando, especificamente, a internet como meio de acesso, data do inicio da década de 1970, onde os cientistas compartilhavam mensagens e pesquisas, segundo Hagel e Armstrong (1998). Para Maemura (1998, p.1) essa nova economia digital está impactando diretamente nas relações econômicas e sociais onde os participantes estão sendo obrigados a repensar seus princípios, regras, percepções, táticas, controles e mercado. Produto, preço, praça e promoção são variáveis que continuam atuantes no ambiente on-line, porém, segundo Sharna e Sheth (2004) são necessárias algumas alterações, uma vez que, como comprova o estudo de Bhatt (2004), esse ambiente tem como base a interatividade entre as empresas e os consumidores. O marketing voltado para esse ambiente tem sido nomeado marketing-digital por diferentes autores. Sobre ele, Guedes (2007, p. 13) destaca que a notória difusão da internet viabiliza atividades que integrem empresa e usuário através de: 32 [...] ferramentas específicas [...] para promover a distribuição e/ ou comunicação, além de tornar mais fácil a realização de um marketing individual e a disponibilização quase que instantânea de informações atualizadas e adicionais sobre produtos e serviços, reduzindo custos. (GUEDES, 2007, p.13). Ainda sobre o marketing digital, Las Casas (2006, p. 335) afirma se tratar “de um conjunto de transações eletrônicas que visam à transferência de produtos e serviços do produtor para o consumidor”. Entre essas transações encontram-se o uso de e-mail, a troca eletrônica de dados (EDI), o uso da internet, a prestação de serviços online, entre outras atividades. O comércio eletrônico (e-commerce) tem se difundido entre as pessoas de todo o mundo. Trata-se da comunicação e transações de negócios através de redes e computadores, mais especificamente a compra e venda de produtos e serviços, e a transferência de fundos através de comunicações digitais. Ele pode incluir também todas as funções entre empresas e intra-empresas, tais como marketing, finanças, produção, vendas e negociação. Dessa maneira viabilizam o comércio eletrônico e se utilizam de ferramentas como correio eletrônico, EDI, transferência de arquivos, fax, videoconferências, ou interação com um computador remoto. O e-commerce inclui compra e venda através da internet, transferência eletrônica de fundos, cartões inteligentes, dinheiro digital, e outras maneiras de se fazer negócio usando as redes digitais (REEDY; SHULO; ZIMMERMAN, 2001, p.26). Os autores ainda complementam afirmando que os recursos de marketing digital são as ferramentas eletrônicas utilizadas para implementar as diretrizes de marketing no ambiente on-line. Esses recursos são orientados, basicamente, para a implementação de comunicação, processamento de informações ou transações comerciais. Esses recursos incluem ferramentas como: World Wide Web, sites interativos na internet, agentes de compras, representações de objetos em realidade virtual, shopping Center online, e muitos outros. 33 Complementando, Las Casas (2006) afirma que o marketing digital deve selecionar as ações que melhor atendam às necessidades dos usuários, utilizando as tecnologias como ferramentas básicas para melhorar a prestação de serviços, e ainda, o profissional deve ter em mente o seu papel de disseminador da informação, e utilizá-lo de forma coerente, adequando-se às mudanças e implementando modelos eficazes centrados no planejamento de produtos e serviços voltados ao usuário. 6.3. As diferentes teorias do comportamento do consumidor Abordam-se neste item as teorias da psicologia que desenvolvem modelos explicativos acerca do comportamento do consumidor. É necessário para o profissional de marketing, entender as necessidades e desejos dos consumidores, para que ele consiga desenvolver uma aptidão mais ampla daquilo que o consumidor precisa. Kotler e Keller (2006) afiram que o domínio sobre as necessidades e expectativas dos consumidores leva o profissional de marketing a ter mais entendimento em relação ao que o consumidor pensa, diminuindo então a probabilidade de errar. Dessa maneira a psicologia traz uma alternativa no sentindo de compreender melhor os fatores cognitivos, ou seja, que estão ligados ao processo de aprendizado e conhecimento, fatores motivacionais e emocionais envolvidos no processo de aquisição de um produto, desde sua escolha até sua efetiva compra. Essas teorias dão suporte aos profissionais de marketing para desenvolverem estratégias para atingir as necessidades e expectativas dos consumidores, obtendo assim o sucesso. Segundo Solomon (2002), uma fórmula considerada hipoteticamente verdadeira sobre o comportamento do consumidor é de que as pessoas muitas vezes não compram produtos por sua funcionalidade, mas sim pelo que eles significam, ou seja, embora a função do produto seja de extrema importância, 34 existem muitos outros fatores que nos fazem optar por uma marca ou produto específico. Segundo Slater (apud BARBOSA, 2004), diferente das sociedades antigas onde a identidade e o consumo eram atribuídos pelo pertencimento a determinados grupos. Na atual sociedade, a identidade social é construída a partir das escolhas individuais das pessoas. Para Slater as necessidades dos consumidores são ilimitadas e insaciáveis. Campbell (apud BARBOSA, 2004) também afirma que o que caracteriza a sociedade de consumo moderna é a insaciabilidade dos consumidores. Afinal de contas, somos seres imediatistas, queremos tudo a todo tempo; e estamos dispostos a esperar pouco por isso. Assim que um desejo ou necessidade é satisfeito, outro já se encontra à espera. Atualmente o estudo do comportamento do consumidor é minuciosamente explorado e analisado, mas nem sempre o resultado desta pesquisa é conclusivo. Segundo Kotler e Keller (2006), é preciso monitorar permanentemente o comportamento do consumidor, pois a sociedade e os indivíduos mudam através do tempo, bem como suas decisões de compra e os fatores que os levam a consumir; este é um processo contínuo e por muitas vezes imprevisível. As teorias do comportamento do consumidor buscam respostas para compreender a geração de valores para o cliente, procurando identificar os fatores que resultam em suas escolhas. O estudo sobre o comportamento humano no momento da compra é relativamente antigo, sendo que muitas teorias e modelos sobre este tema foram desenvolvidas há mais de um século, sendo até hoje estudadas. Dessa forma as principais abordagens teóricas utilizadas nesse sentido estão evoluindo para dar conta de um consumidor cada vez mais exigente e submetido a um mundo extremamente globalizado. 6.3.1. Teoria da Racionalidade Econômica 35 Pinheiro (2005) afirma que a teoria da racionalidade econômica é a que descreve o consumidor em suas escolhas, pode-se citar como exemplo a relação custo benefício, tão popularmente conhecida no mundo atual, parâmetro pelo qual os consumidores analisam o produto ou serviço a ser consumido, tomando como base os benefícios, como: durabilidade e funcionalidade em relação ao preço. Ainda segundo o autor, a teoria da racionalidade econômica torna-se limitada, pois não permite um entendimento mais profundo acerca dos processos psicológicos que permeiam o comportamento de compra. Essa limitação vem da dificuldade de mensurar o quanto um produto consumido trás ou não satisfação. Como traduzir algo tão intangível como satisfação, felicidade ou prazer de uma forma tão racional? Apresenta assim uma certa limitação e acaba por não levar em consideração as diferenças individuais, sociais e culturais desse consumidor. 6.3.2. Teoria Comportamental Pinheiro (2005) descreve a influência do ambiente no momento da compra, analisando os estímulos gerados para produzir reações positivas ou negativas em relação aos produtos disponíveis, enfatizando o papel da aprendizagem e do ambiente, mediante os estímulos que maximizam a intenção de compra. O autor ressalta que, por estudar reações fisiológicas e comportamentais observáveis, essa teoria é importante fornecedora de métodos e técnicas de pesquisa ligadas ao comportamento do consumidor no ambiente de compra, o que ajuda a área de marketing na elaboração de estratégias de venda. Embora esta teoria seja importante, ela não nos fornece informações sobre a mente do individuo, por isso, utilizamos outras teorias para melhor compreender o comportamento do consumidor, estudando o que se passa em sua mente. 6.3.3. Teoria Psicanalítica Para Pinheiro (2005) essa teoria não é uma ciência. Ela busca a compreensão da dinâmica psicológica do consumo através da psicanálise, desenvolvida por Freud no final do século XIX e início do século XX. Para Freud, a 36 mente humana é dividida em consciente e inconsciente, e nosso comportamento expresso na consciência é uma expressão distorcida de nossos desejos realçados em nosso inconsciente. O individuo no momento da compra projeta no produto seus desejos, expectativas, angústias e conflitos, na tentativa de encontrar satisfação, mesmo que seja temporário ou parcial. Pinheiro (2005) afirma que o significado de uma compra está situado no plano do inconsciente, por isso, a psicanálise é utilizada na relação de imagem e conceito de produtos, com a intenção de satisfazer os desejos inconscientes do consumidor por felicidade, beleza, status, entre outros, com o objetivo de satisfazer seus impulsos conscientes. 6.3.4. Teorias Sociais e Antropológicas Tais teorias estudam o consumo como um processo social, analisando os padrões de consumo relacionados a condicionamentos históricos, sociais e culturais. Segundo Pinheiro (2005) é fundamental que o profissional de marketing perceba que o consumo não é meramente um ato racional e individual, também é um processo essencialmente social, o que proporciona uma compreensão mais profunda sobre a dinâmica social e cultural que rege os processos. O consumo é um processo cuja significação social está em proporcionar uma referência para a construção da identidade social dos indivíduos, posto que a posse dos produtos define a posição social do consumidor, tanto em relação aos seus pares quanto em relação à sociedade como um todo. (PINHEIRO, 2005, p.19) 6.3.5. Teoria Cognitivista A última teoria abordada nesse estudo vê o consumo como um processo de tomada de decisão, baseada no processamento de informações oriundas do individuo, da cultura e do meio ambiente. Pinheiro (2005) afirma que ao buscar o conhecimento do ser humano através da cognição, esta teoria integra o consumidor, o produto e o ambiente, concebendo o consumo como um processo de tomada de decisão. 37 Atualmente esta é a teoria mais utilizada pelos profissionais de marketing, por proporcionar uma compreensão mais detalhada dos diferentes comportamentos de compra. Segundo Pinheiro (2005), para os cognitivistas o consumo pode ser classificado pelo tipo do produto, motivação do consumidor, frequência de compra, busca e processamento da informação, percepção das alternativas por parte do consumidor e influências situacionais. Pensar o comportamento de consumo como um processo de tomada de decisão implica ver o consumidor como aquele que opta por diferentes produtos, tendo por pano de fundo a influência de fatores cognitivos tais como percepção, motivação, aprendizagem, memória, atitudes, valores e personalidade, assim como os socioculturais, isto é, influência de grupo, família, cultura e classe social, e ainda os situacionais, tais como influências localizadas no meio ambiente por ocasião de compra. (PINHEIRO, 2005, p.20) 6.4. Aspectos subculturais do Comportamento do Consumidor Segundo Schiffman e Kanuk (2000) a cultura tem forte influência sobre o comportamento do consumidor, afinal de contas os indivíduos têm como base os valores, costumes e tradições da sua sociedade. Os aspectos subculturais abrangem os indivíduos não por seus costumes, crenças e valores, tidos em uma grande sociedade. E sim, pelos mesmos fatores, dentro de grupos subculturais específicos dentro da mesma sociedade. Ou seja, as pessoas que fazem parte de uma subcultura, têm crenças e valores que os separam dos outros membros da mesma sociedade. Segundo o mesmo autor, subcultura é definida “como um grupo cultural distinto que existe como um segmento identificável dentro de uma sociedade maior e mais complexa”. 6.4.1. Subculturas por Faixa Etária Schiffman e Kanuk (2000) afirmam que os subgrupos etários devem ser vistos como uma subcultura separada; existem demandas distintas de determinados 38 produtos e serviços para cada subgrupo etário. Ou seja, os grupos subculturais chamados de geração Baby Boomer, X, Y e Z são qualificados e distinguidos dessa forma, pois apresentam estilos de vida distintos uns dos outros e têm necessidades diferentes uns dos outros. 6.4.2. Geração Baby Boomers São os chamados filhos da Segundo Guerra Mundial, considerados os pais da Geração X, e os avós da Geração Y, isso segundo Serrano (2010), que ainda afirma que o termo Segundo Guerra que faz alusão aos Baby Boomers se dá por conta de uma explosão populacional durante o período de 1946 a 1964. Oliveira (2009) afirma que os indivíduos dessa geração são considerados motivados, otimistas e viciados em trabalho. Nasceram no período de crescimento econômico, no final e após a Segunda Guerra Mundial, por isso idealizavam atuar na reconstrução de um novo mundo pós-guerra. Serrano (2010) complementa o perfil desses indivíduos com algumas características, como possuidores de um padrão de vida mais estável com renda consolidada, sofrem pouca influencia da marca na hora da compra, pois preferem qualidade e não quantidade, eles não veem o preço como um obstáculo, além de serem firmes e maduros em suas decisões. Hoje em dia os Baby Boomers são pessoas de idade entre 50 e 69 anos, tiveram à ida do homem à lua e a ditadura militar no Brasil como marco de sua geração. A televisão e relógio rolex foram os símbolos de consumo dessa geração. De acordo com Kanaame (1999), os Baby Boomers aplicavam suas habilidades escolares a fim de alçar carreiras que pudessem proporcionar posições elevadas nas organizações o que dava garantia de estabilidade e segurança quanto ao futuro. A questão da empregabilidade representava uma afirmação de identidade, porém, a qualidade de vida não era muito preservada, uma vez que a ansiedade gerada pela necessidade de se construir um mundo diferente acabava por intensificar o trabalho, já que esse era entendido como o ponto mais importante para o momento histórico. 39 6.4.3. Geração X O grupo de jovens entre 18 e 29 anos somam 46 milhões de habitantes, segundo Schiffman e Kanuk (2000). Além de gastarem 125 bilhões de dólares anualmente, são filhos de baby boomers e não gostam de rótulos no que diz respeito ao mercado. Não tem pressa de casar, constituir família e ganhar altos salários. Para eles, é mais proveitosos aproveitar a vida e ter um estilo de vida que proporcione liberdade e flexibilidade. Seus gostos por produtos vão de encontro à marcas boas, entretanto não sofisticadas. Portanto, os anúncios dirigidos a esse público precisam focalizar seu estilo de música, sua moda e sua linguagem. Ainda segundo os mesmos autores, a mídia dos baby boomers não funciona para os membros da Geração X. Eles preferem canais pagos à periódicos. Mp3 à CDs, etc. O que comprova isso são as informações dadas pelo autor a respeito da opção feita pelos Xs a respeito dos canais de TV. Enquanto somente 18% dos jovens de 18 a 29 anos estão assistindo as três principais redes de tevê dos Estados Unidos. O Canal Fox, recruta cerca de 38% desse mesmo público. Ou seja, aparentemente, uma abordagem mais direta funciona melhor para atingir esse segmento de mercado. Lombardia (2008) afirma que as inovações tecnológicas avançaram significativamente deixando grandes marcas na juventude da época, favorecendo a aceleração das atividades diárias, promovendo manifestações revolucionárias e qualificando estilos diferenciados nos modos de viver desses jovens. Ele explicita ainda que as pessoas dessa geração são conservadores, materialistas e possuem aversão a supervisão, além de desconfiarem das verdades absolutas, são positivistas, autoconfiantes, cumprem objetivos e não prazos e são muito criativos. 6.4.4. Geração Y 40 Para Serrano (2010), a geração Y, não é uma legião histérica de adolescentes, e sim uma “determinada” geração nascida entre 1980 e 2000. São os filhos da geração X e netos dos Baby Boomers. Strauss et al. (apud BARBOSA, 2004) intitula essa geração como Millenials, next e net, por serem a geração da mudança do milênio. Ou simplesmente Peter Pan, aquele que não quer crescer. O jovem em questão é multitarefa, consegue atender ao telefone, e ao mesmo tempo falar com um amigo pessoalmente, além de estar conectado com outros milhões de pessoas pelos chats, via internet. Aos profissionais de marketing, tentar fidelizar esse público é pura perda de tempo e dinheiro. Afinal, os Y não são fiéis às marcas, pois buscam constantemente inovação. Segundo Oliveira (2009) a resistência desta geração se formaliza no NÃO. Pois são questionadores, não concordam com uma justificativa se ela não for plausível. Os Y consideram os superiores um obstáculo a ser vencido. São possuidores de muita informação, não que isto seja uma particularidade apenas desta geração, entretanto, seu grande diferencial é o fato de estarem inseridos em um grande universo midiático, bem como nas redes sociais de relacionamentos, eles estão no Orkut, Twitter, Tumblr, Facebook, entre outros. Segundo o mesmo autor, a geração Y nasceu em uma época de mudança, onde aconteceram os maiores avanços tecnológicos. E por conta desse fator, se tornaram agentes de mudanças natos. Pois estão sempre atentos quanto ao que acontece, estão sempre conectados. Enfim, são adeptos de uma vida agitada; não gostam de ficarem parados, olhando para o nada. 6.4.5. Geração Z Uma nova geração surge no mercado e cada vez mais ascendente a Geração Z revela indivíduos preocupados com a conectividade entre as pessoas. Conforme Serrano (2010), esta geração ao contrário do que se pensa, não são os filhos da geração Y, mas a denominação de um grupo grande de pessoas que passam 24 horas por dia conectado. Eles estão no ar o tempo todo. A Geração Z não faz o tipo que fica na frente da televisão assistindo uma determinada 41 programação com a família reunida, como explicita a abertura da série “Os Simpsons”. Portanto a noção de grupo passe a ser virtual. Ainda segundo o mesmo autor, a geração Z, por consequente traz consigo os traços das gerações anteriores, aliado a uma forte responsabilidade social, preocupação com o planeta, com as causas ambientais e a sustentabilidade. Ele conseguirá unir todas características da Geração Y. A diferença entre ambas as gerações, é que a geração Y precisava se conectar a internet para entrar no seu mundo, e fazia isso através de modem. Já a geração Z, não precisa, ela nasce conectada, e há internet em todos os seus aparelhos portáteis. Seja eles, telefones, smartphones, notebooks, televisões 3D, etc. Wiesel (2010) concorda com Serrano (2010), quando afirma que a geração Z é crítica, dinâmica e tecnológica, tendem a transformar as intenções ecologicamente corretas de agora, em hábito, preferência e ações. Os Z, segundo Wiesel (2010), são pessoas que leem rótulos dos produtos, estão efetivamente preocupados com o meio ambiente, além de incluir no seu cotidiano desde cedo, na escola, a importância dos costumes sustentáveis. As empresas, segundo o mesmo autor, precisam se preparar para este tipo de consumidor. Um exemplo, do que chama atenção desta geração, é o novo “danoninho para plantar”; produto desenvolvido pela Danone traz em seu interior um sache com sementes de flores e hortaliças que podem ser plantadas no próprio potinho. Além disso, o consumidor por entrar no site da empresa e plantar uma árvore virtual, ajudando no reflorestamento da Mata Atlântica. Segundo Wiesel (2010), “preparar-se para essa nova fase é difundir informação e renovar os hábitos em benefício do planeta, e transformar a sustentabilidade tão exigida por esses novos clientes de discurso para ações concretas”. 6.5. Reconhecendo as Necessidades de Consumo Kotler (1998) afirma que o marketing tem seu início com as necessidades e desejos humanos assumindo as mais diversas formas, porém as necessidades 42 surgem a partir da privação de alguma satisfação básica. Churchil e Peter (2005, p.4), ao abordarem o tema, se utilizam da palavra sobrevivência para se referir às necessidades do consumidor. É importante destacar que essas não são geradas pela sociedade ou organizações, mas sim pelo próprio indivíduo. Para Cobra e Ribeiro (2000) os consumidores não compram produtos ou serviços, eles procuram satisfazer suas necessidades. Kotler (1998) e Churchill e Peter (2005) concordam com Cobra e Ribeiro (2000) nesse ponto, e foi a partir daí que a escola Administrativa passou a estudar o comportamento do consumidor mais profundamente para ampliar sua compreensão. Essa nova abordagem direciona a organização a compreender o que leva o consumidor à determinada organização para adquirir um produto específico. Assim, com base nessas informações, segundo Cobra e Ribeiro (2000) é possível orientar o setor fabril a fim de atender as necessidades e expectativas dos consumidores. Para Kotler (1998), alguns consumidores possuem necessidades que desconhecem ou que não a reconhecem conscientemente, dificultando o processo de decisão. Isso dificulta a ação de marketing que visa atender a satisfação dessas necessidades. Contudo, se essa necessidade for ativada, acontecerá um processo de busca pela satisfação da necessidade constatada, conforme afirmam Cobra e Ribeiro (2000). Essa necessidade de compra pode decorrer de vários fatores, sejam eles temporais, situacionais, circunstanciais ou individuais. Essa busca ocorre dentro de cada individuo que leva em consideração outros fatores para o processo aquisitivo. Segundo os autores, são levados em conta os conhecimentos anteriores do consumidor em relação à aquisição de determinado produto, quais foram suas experiências em relação a uma marca específica ou experiências de terceiros; além de serem consideradas as atitudes de cada indivíduo, suas crenças, cultura e inclusive as características demográficas da região ou país onde vive. Ainda de acordo com os autores, sabendo desse processo decisório, o profissional de marketing deve mensurar os períodos onde o consumidor identifica as necessidades de aquisição bem como os meios midiáticos consultados para que 43 então este consiga desenvolver estratégias de preço, promoção e distribuição dos produtos de uma organização de forma mais eficaz. 6.6. Fatores que influenciam o comportamento do consumidor Vários fatores podem determinar o comportamento do consumidor fazendo com que a decisão de compra não siga as mesmas etapas de um processo considerado normal. Churchill e Peter (2005) lembram que, geralmente, o processo de decisão mais formal e demorado acontece somente quando existem uma ou mais das condições: A compra é importante para o consumidor; O preço do produto é muito alto; O produto tem características complexas ou novas; Existem muitas opções de marca. Ainda segundo os autores, a tomada de decisão pelo consumidor pode ocorrer de três maneiras: tomada de decisão rotineira envolvendo pouca atividade de pesquisa e ocorrendo frequentemente na compra de produtos simples, baratos e conhecidos; tomada de decisão limitada, envolvendo um nível moderado de pesquisa e compra atingindo consumidores que estão dispostos a despender, embora pouco, tempo para a busca de valor; ou ainda, tomada de decisão extensiva envolvendo uma considerável atividade de pesquisa utilizada para a compra de produtos complexos, caros ou muito significativos para os consumidores. Kotler (1998) enfatiza que esse processo de decisão por parte do consumidor apresenta um aspecto mais complexo e interligado, através de fases bem definidas, que se visualiza da seguinte forma: 44 Figura 2: Modelo de cinco estágios do processo de compra do consumidor. Fonte: Kotler, 1998, p.180. O reconhecimento do problema para Kotler (1998, p.180) inicia-se automaticamente quando um indivíduo reconhece uma situação problema ou uma necessidade a ser satisfeita, podendo ser utilizada a hierarquia das necessidades com a finalidade de agrupar as correlatas, visto que, a necessidade pode ser gerada por um estímulo interno ou externo: [...] No primeiro caso, uma das necessidades normais de uma pessoa – fome, sede, sexo - surge um nível de consciência e torna-se um impulso. No segundo caso uma necessidade é despertada por estímulo externo. (KOTLER, 1998. p, 180) A identificação das circunstâncias que despertam uma necessidade em específico é que deve ser fonte de pesquisa para os agentes de marketing, que 45 segundo Kotler (1998, p.180): “[...] Ao reunir informações de alguns consumidores, os profissionais de marketing podem identificar o estímulo mais frequente que desperta o interesse por uma categoria de produto”. Por este motivo o autor desenvolveu um modelo que demonstra os fatores que atuam no consumidor no momento decisão: Figura 3 - Fatores de influência no processo de decisão de compra. Fonte: Kotler, 1998, p.163) 6.6.1. Fatores Culturais Segundo Schiffman e Kanuk (2000) a cultura tem forte influência sobre o comportamento do consumidor, afinal de contas os indivíduos têm como base os valores, costumes e tradições da sua sociedade. 46 Para Kotler e Keller (2006), os fatores que exerce maior influência sobre os consumidores são: 6.6.1.1. Culturas Cultura é um termo que está relacionado com a realidade social do indivíduo, para Santos (1994), “cultura diz respeito às maneiras de conceber e organizar a vida social e seus aspectos materiais, o modo de produzir para garantir a sobrevivência e o modo de ver o mundo”. O autor ainda diz que ao se discutir sobre cultura, deve-se sempre ter em mente toda a complexidade da humanidade . Kotler (1998, p. 7) afirma que “a cultura é o determinante mais fundamental dos desejos e do comportamento de uma pessoa”. Já Schiffman e Kanuk (2000 p. 286) definem cultura como “a soma total das crenças, valores e costumes aprendidos que servem para direcionar o comportamento de consumo dos membros de determinada sociedade”. Dessa maneira, o individuo que integra uma sociedade, acaba incorporando um conjunto de valores, percepções, comportamentos e preferências que alteram e interferem em seus hábitos de consumo. Hall (apud Schiffman e Kanuk 2000, p. 286) diz que “A cultura não é um conceito exótico estudado por um grupo seleto de antropólogos nos Mares do sul, é um molde no qual todos nós estamos incluídos, e que controla nossa vida diária de muitos modos insuspeitos”. 6.6.1.2. Subculturas Segundo Schiffman e Kanuk (2000) Os aspectos subculturais abrangem os indivíduos não por seus costumes, crenças e valores, tidos em uma grande sociedade. E sim, pelos mesmos fatores, dentro de grupos subculturais específicos dentro da mesma sociedade. Ou seja, as pessoas que fazem parte de uma subcultura, têm crenças e valores que os separam dos outros membros da mesma sociedade. 47 Segundo os mesmos autores, subcultura é definida “como um grupo cultural distinto que existe como um segmento identificável dentro de uma sociedade maior e mais complexa”. Para Kotler (1998, p. 62) “cada cultura consiste em subculturas menores, as quais fornecem identificação mais específica e socialização para os seus membros”. Essas subculturas incluem: nacionalidade, religiões, grupos raciais e regiões geográficas. 6.6.1.3. Classe Social Schiffman e Kanuk (2000, p. 267) definem classe social como “a divisão dos membros de uma sociedade em uma hierarquia de status distintos, de modo que os membros e cada classe tenham relativamente o mesmo status e os membros de todas as outras classes tenham mais ou menos status”. De acordo com Kotler (1998, p. 163), “classes sociais são divisões relativamente homogêneas e duradouras de uma sociedade, que são ordenadas hierarquicamente e cujos membros compartilham valores, interesses e comportamentos similares”. Nesse sentido, tendo-se por base Churchil e Peter (2000), a distribuição da população brasileira em classes sociais, segundo o Critério Brasil, dá-se em função de um sistema de pontuação baseado na posse de bens de consumo duráveis, instrução do chefe da família, e outros fatores, como, por exemplo, a presença de empregados domésticos. Karsaklian (2000) define classe social como [...] grupos secundários, isto é,nos quais a comunicação entre os membros não é direta nem completa. Isto significa que, ao contrário das células sociais de tamanho reduzido (família e amigos) as influencias sobre a compra e o consumo são exercidas muito mais simbolicamente do que na troca interpessoal (KARSAKLIAN, 2000, p.108) 48 O autor ainda assinala que essas células são hierarquizadas, evolutivas, multidimensionais e relativamente homogêneas. Para Solomon (2002), os consumidores percebem diferenças em produtos e lojas, adequando-os à classe social em que estão inseridos, sendo que os consumidores da classe trabalhadora durante o processo de compra tendem a avaliar os produtos por seu grau de funcionalidade e são menos inclinados a experimentar novos produtos e estilos. Por outro lado, segundo o autor, os consumidores mais afluentes residentes no subúrbio se preocupam com a aparência e a imagem física. O autor ressalta que a procura por bens e serviços por parte dos consumidores depende tanto da possibilidade de comprar quanto da disposição para comprar, e que o tipo de estrutura de classe hierárquica é um fator determinante ao acesso das pessoas a produtos e serviços. Ao analisar a classe social de um individuo podes-se considerar uma série de informações, sendo ocupação e renda as duas mais importantes, seguidas de educação que está intimamente ligada elas. (SOLOMON, 2002). No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB) foi criado visando a definição de grandes classes que atendam às necessidades de segmentação e não pode satisfazer todos os usuários em todas as circunstâncias, além de não ser suficiente para uma boa classificação em casos de pesquisas qualitativas. Devido a isso a Associação recomenda aos participantes do mercado obter o máximo de informações sobre os consumidores, incluindo o comportamento de compra, preferências e interesses, hábitos de lazer, hobbies e até características de personalidade (ABEP, 2010). 6.6.2. Fatores sociais Nos aspectos sociais devemos levar em consideração as seguintes estruturas: 6.6.2.1. Grupos de Referência 49 Para Kotler (1998, p. 164) os grupos de afinidade denominados primários são constituídos pela família, pelos amigos, pelos vizinhos e pelos colegas de trabalho, levam essa denominação, pois é com esses grupos que o individuo tem uma interação maior. Já os grupos de afinidade secundários são constituídos pelas religiões, sindicatos e profissões, são relações que tendem a ser mais formais e demandam uma interação menor. Para Churchill e Peter (2000, p. 160) “os grupos de referência são aqueles grupos de pessoas que influenciam os pensamentos, os sentimentos e os comportamentos do consumidor”. De acordo com Schiffman e Kanuk (2000), os indivíduos também sofrem influência de grupos dos quais sequer fazem parte. Eles ainda afirmam que existem os chamados grupos de aspiração, ou seja, aqueles que a pessoa deseja fazer parte, e os grupos de negação, aqueles que geram repulsa no individuo. A fim de ressaltar de que forma os grupos de referencia influenciam o comportamento do consumidor Churchill e Peter (2000) esclarecem que na maioria dos casos os grupos de referencia não dizem diretamente ao consumidor o que fazer, mas são os próprios consumidores que ser deixam influenciar pela opinião do grupo. 6.6.2.2. Família Schiffman e Kanuk (2000) definem a variável família como uma instituição núcleo complexa que está em permanente evolução em muitas sociedades ou países do mundo, além de ser a principal influencia no comportamento de consumo dos seus membros. Para Kotler e Keller (2006) os membros da família constituem o grupo primário de referencias de maior influencia. Pode-se distinguir duas diferentes famílias na vida do comprador: a de “orientação”, que é formada pelos pais, e a de “procriação”, formada pela esposa e filhos. Porém, Solomon (2002) destaca que a organização familiar tradicional está em pleno declínio, e à medida que isso acontece, as pessoas estão dando uma ênfase ainda maior a irmãos, amigos íntimos e outros familiares para ter companhia e apoio social. Desse modo, torna-se fundamental descobrir os papéis de cada membro na compra de determinado bem ou serviço, e isso pode ser a chave do 50 sucesso para as empresas que querem permanecer competitivas no mercado. (KOTLER; KELLER, 2006) 6.6.2.3. Papéis e posições sociais Segundo Churchill e Peter (2000) as pessoas de diferentes classes sociais tendem a fazer escolhas diferentes em relação a suas roupas, decoração doméstica, uso do tempo de lazer, escolha dos meios de comunicação e padrões de gastos e poupanças. As pessoas participam de diversos diferentes grupos sociais durante toda a vida, e acabam assumindo posições sociais e papéis diferentes em cada um deles. Kotler (2008) diz que, nesse sentido, as pessoas escolhem produtos que comuniquem seu papel e status na sociedade. 6.6.3. Fatores Pessoais Os fatores Pessoais estão ligados a tudo aquilo que diz respeito às características particulares dos indivíduos, ou seja, seus momentos e vivências que acabam por interferir nos seus hábitos e decisões de consumo. Kotler (2008) apresenta elementos que constituem os fatores pessoais: 6.6.3.1. Idade e estágios do ciclo de vida Churchil e Peter (2000, p.162) dissertara sobre a existência dos ciclos de vida familiar, isto é, “conjunto de estágios pelos quais as famílias passam e que influenciam suas necessidades e a capacidade de satisfazê-las”. Nesse sentido,Kotler (1998, p. 168) salienta que “as necessidades e os desejos das pessoas se modificam ao longo de suas vidas”. Segundo Engel, Blackwell, Miniardi (2000) hoje em dia um nicho especial de consumidores são as crianças. Esses consumidores mirins têm dois papéis importantes: o de compradores e o de influenciadores. “...as crianças são submissas 51 à autoridade dos pais; (ou) tomam o poder e a família se organiza, conscientemente ou não, em função delas” (KARSAKLIAN, 2000, p.196). Trindade et. al. (2004) afirma que as crianças formam um grupo especialmente suscetível às influências externas, como por exemplo, o comportamento dos pais, a comunicação das empresas, e às mensagens publicitárias. Montigneaux (2003) refaz uma divisão cronológica do desenvolvimento infantil baseado nas teorias de Piaget e Winnicott para melhor compreensão de como a criança evolui. FAIXA ETÁRIA DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 0–3 anos - Pensamento e ação próximos; - Capacidade limitada de raciocínio; - Inteligência da ação; - Trata as informações de forma mais perceptiva e sensorial; - Inicio do acesso à representação simbólica dos objetos. 3–7 anos 7 – 11 anos - Ações são exteriorizadas; - É capaz de projetar no tempo e no espaço; - O desenvolvimento da função simbólica lhe permite representar mentalmente os objetos concretos; - Desenvolvimento da linguagem; - O raciocínio se apoia somente sobre a percepção das coisas; - Representação do mundo fortemente personalizada. - É capaz de realizar mentalmente os laços que unem ações e objetos concretos; DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO - Relação simbólica com a mãe; - Processo de separação/ individualização em relação a mãe (consciência da sua própria existência); - A criança diferencia o mundo interior (eu) do mundo exterior (não eu). SOCIALIZAÃO - Isola-se em si mesma; - Dificuldade de comunicação; - Primeiros passos em direção à autonomia pelo controle do corpo; - Os pais constituem o principal agente de socialização. -Construção de uma imagem mental da mãe; - Desenvolvimento da atividade fantasmagórica (sonho imaginário e realidade se misturam); - Desenvolvimento de sua personalidade e aquisição de identidade sexual. - Desenvolvimento da atividade social por imitação dos adultos; - Desenvolvimento das atividades lúdicas cada vez cooperativas; - A abertura social da criança continua dependente dos pais. - Construção e afirmação da personalidade; - Baixa progressiva do - Abre-se em relação aos outros e ao mundo; - Influencia dos 52 - Adquire os conceitos de lógica, aritmética, espaço temporal; - Domínio da escrita. egocentrismo; - Aquisição de valores morais; grupos de parceiros e descoberta dos nomes que regem o grupo. Quadro1: Fases do desenvolvimento infantil. Fonte: Adaptado de Montegneaux (2003, p. 3254). 6.6.3.2. Ocupação É a variável responsável por identificar o quanto à atividade profissional que o consumidor exerce interfere sobre sua decisão de compra. “Um presidente de empresa comprará ternos caros, passagens aéreas, títulos de clubes, um grnade veleiro”, exemplifica Kotler (1998, p.169). 6.6.3.3. Condições econômicas Outra variável que influência nos padrões de consumo dos indivíduos é a condição econômica, que de forma resumida é a renda disponível, poupança e patrimônio, condições de crédito, atitudes em relação às despesas versus poupança. Essas condições, tendo-se por base Kotler (1998), afetam diretamente a escolha dos indivíduos por um determinado produto. 6.6.3.4. Estilo de vida O padrão de vida é expresso em termos de atividades, interesses e opiniões. Kotler (1998) afirma que é possível que empresas se posicionem no mercado através de associações entre seus produtos e o estilo de vida dos consumidores reais e potenciais dos mesmos. 6.6.3.5. Personalidade A personalidade é uma característica distinta de cada ser humano, e influencia diretamente seu comportamento de compra. “A personalidade de um 53 individuo é composta de uma multiplicidade de componentes que incluem valores, atitudes, crenças, motivos, intenções preferências, opiniões, interesses, preconceitos e normas culturais”, afirma Richers (1984). De acordo com Kotler (1998), a personalidade é uma variável importante para a análise do comportamento do consumidor. Contudo, é necessário classificar tipos de personalidade e estabelecer correlações fortes entre certos tipos de personalidade e escolhas de produto ou marca. Em seu estudo, Jung (1974) identificou características que determinam tipos de personalidades, conhecidas como “personalidades jungianas”. São elas: Sentimento – Pensamento o Racional ao tomar decisões; o Avalia fortemente considerações econômicas – muito sensível ao preço; o Irá fazer um considerável esforço para obter informações para tomar decisões; o Evita riscos; o O materialismo reflete motivo pessoal ou particular; Sentimento – Emoção o Ponto de vista empírico; o Toma decisões seguindo uma orientação “subjetiva”; o Tem possibilidade de considerar a opinião de terceiros quando toma decisões; o O materialismo reflete como os objetos irão impactar outras pessoas; Intuição – Pensamento o Tem ou teria uma visão ampla da situação pessoal; o Pesa as ações mentalmente; o Pronto para assumir risco ou ser especulativo nas decisões; Intuição – Emoção o Imagina uma ampla faixa de opções antes de tomar decisões; 54 o Altamente “orientado para pessoas” – tem possibilidade de considerar a opinião dos outros; o Toma as decisões seguindo uma orientação subjetiva; o É o menos sensível a preço; o Busca o risco, quer aventura e novidade. 6.6.4. Fatores Psicológicos 6.6.4.1. Motivação O fator motivação como ferramenta das organizações, no sentido de impulsionarem os consumidores a satisfazerem suas necessidades por meios de ações mercadológicas têm alavancado cada vez mais essa ação e consequentemente a capacidade competitiva das organizações. Para Schiffman e Kanuk (2000): “Motivação pode ser descrita como a força motriz interna dos indivíduos que os impele à ação. Esta força é produzida por um estado de tensão, que existe em função de uma necessidade não satisfeita” Salienta o mesmo autor que a única forma de aliviar essa tensão é satisfazendo uma necessidade imediata ou não; de forma consciente ou não. Kotler e Keller (2006, p. 183-184), consideram três teorias a respeito da motivação: Teoria da motivação de Freud: Em tese, Freud diz que é inconsciente o processo que molda o comportamento das pessoas, o que gera essa mudança são forças psicológicas, o que explica o resultado de 55 estudo nesse sentido que chega a hipóteses estruturadas e bizarras a respeito do consumidor: que prefere não comprar ameixas secas, pois elas são enrugas e lembram pessoas velhas; bem como os homens que chupam charutos numa versão adulta de chupar os dedos, entre outros exemplos. Teoria da motivação de Maslow: Uma clássica abordagem das necessidades do ser humano, traduzidas em uma hierarquia e elencadas por ordem de prioridade: segundo Maslow o ser humano tem suas necessidades supridas na seguinte ordem: necessidades fisiológicas; necessidades de segurança, necessidades sociais, de autoestima e de auto realização. Figura 4: Pirâmide da Hierarquia das necessidades de Maslow. Fonte: Kotler e Keller, 2006, p. 183. Teoria da motivação de Herzberg: desenvolveu a teoria dos dois fatores: insatisfatórios (aqueles que causam a insatisfação) e satisfatórios (aqueles que causam a satisfação). São suas as implicações que tais teorias: primeiro, devem-se evitar os fatores que causam insatisfação; depois, identificar os fatores que causam a satisfação. FATORES HIGIÊNICOS DETERMINANTES Supervisão Disposição ou boa vontade de ensinar ou delegar 56 responsabilidades aos subordinados. Normas e procedimentos que encerram os valores e Políticas empresariais crenças da companhia. Ambientes físicos e psicológicos que envolvem as Condições Ambientais pessoas e os grupos de trabalho. Transações Pessoais e de Trabalho com os pares, os Relações Interpessoais Status subordinados e os superiores. Forma pela qual a nossa posição está sendo vista pelos demais. Remuneração O valor da contrapartida da prestação de serviço. Vida Pessoal Aspectos do trabalho que influenciam a vida pessoal Quadro 2: Fatores higiênicos segundo Herzberg. Fonte: Marras, 2000, p. 36. FATORES MOTIVADORES DETERMINANTES Realização O término com sucesso de um trabalho ou tarefa. Reconhecimento para a O recebimento de um reconhecimento público, ou não, realização por um trabalho bem feito ou um resultado atingido. O trabalho em si Responsabilidade Desenvolvimento Pessoal Tarefas consideradas agradáveis e que provocam satisfação Proveniente da realização do próprio trabalho ou do trabalho dos outros. Possibilidade de aumento de status, perfil cognitivo ou mesmo de posição social. Possibilidade de Uma alavancagem dentro da estrutura organizacional, Crescimento em termos de cargo ou responsabilidade. Quadro 3: Fatores higiênicos segundo Herzberg. Fonte Marras, 2000, p. 36. 57 6.6.4.2. Percepção A percepção é um processo pelo qual o individuo consegue selecionar, organizar e interpretar estímulos, para que este tenha uma visão coerente do mundo. Pode, portanto, existirem dois amigos olhando para a mesma temática e ambos interpretarem de formas diferentes o que foi abordado, porque a percepção está ligada a um processo altamente individual, conforme Schiffman e Kanuk (2000). Kotler (1998), afirma existir três processos de percepção: o Atenção seletiva: com maior índice de probabilidade pelo qual as pessoas percebem uma necessidade, assim como é a mais provável à estímulos previstos e estímulos cujos desvios sejam maiores em relação a um estimulo normal. o Distorção seletiva: tendência de os indivíduos interpretarem as informações conforme suas intenções pessoais, reforçando suas pré-concepções ao invés de contraria-las. o Retenção seletiva: as pessoas tendem a reter as informações que reforcem suas atitudes e crenças. 6.6.4.3. Aprendizagem Segundo Kotler (1998) “aprendizagem são todas as mudanças ocasionadas no comportamento de um indivíduo em função de suas experiências”. Esta teoria ensina que pode-se desenvolver a curva de demanda de um produto associando-o a fortes impulsos, usando sugestões inovadoras e fornecendo reforço positivo. Richers (1984) salienta que “o homem é capaz de aprender e alterar os seus comportamentos através de uma ampla utilização de suas experiências passadas”. O autor ainda apresenta duas explicações psicológicas para a natureza do aprendizado: a cognitiva (por meio da qual o individuo se conscientiza de um estimulo) e a afetiva (que ocorre quando alguém começa a apreciar o estímulo após tornar-se consciente dele). 58 6.6.4.4. Crenças e atitudes O homem, enquanto individuo, é dotado de razão e personalidade única. Dessa maneira, segundo Kotler (1998, p.176), “crença é um pensamento descritivo que uma pessoa sustenta sobre algo”. Quanto às atitudes, afirma que estas colocam as pessoas numa estrutura mental de gostar ou desgostar de um objeto. Ainda, como afirma Solomon (2002. p. 165) “uma atitude é duradoura porque tende a persistir. Das diversas variáveis que podem determinar o comportamento dos consumidores, uma máxima, descrita por Karsaklian, 2000, diz que o individuo é dotado de desejos que o impulsionam a adquirir produtos ou serviços, então nada mais coerente do que analisar e estudar o comportamento do consumidor e o que o leva a comprar. “Ser consumidor é ser humano. Ser consumidor é alimentar-se, vestir-se, divertir-se... é viver” (KARSAKLIAN, 2000. P.11) 6.6.4.5. Gênero Popcorn e Marigold (2000) afirmam que “as mulheres têm maior atividade econômica do que nunca, e sabemos que as mulheres não podem ser abordadas com as mesmas estratégias tradicionais que funcionam com os homens”. A estrutura familiar sofreu severas alterações ao longo das últimas décadas o aumento do número de mulheres no mercado de trabalho e a multiplicidade de papéis assumidos por elas modificaram suas necessidades de consumo. Os autores fizeram uma análise do comportamento feminino em relação ao consumo e às marcas, levantando questões a cerca de empresas ou marcas que não direcionam seus esforços mercadológicos para esse público, e o eminente fracasso que as espera. Enfatizam ainda que não basta às empresas criarem eventos para mulheres, mas, que as corporações devem se preocupar em inovar e juntá-las por meio de situações que transformem suas vidas, deixando espaço para que vivam novas experiências. 59 “[...] diferente dos homens, as mulheres percebem o mundo por meio do próprio gênero. É uma questão de genética”. (POPCORN, ET. AL., 2000, p. 31). Os autores ainda definem as mulheres dizendo que “elas não compram marcas, elas aderem a elas”. Schiffman e Kanuk (2000) enfatizam que os profissionais de marketing estão cada vez mais interessados na mulher que trabalha fora de casa, que é um segmento diferenciado das que não trabalham. “As mulheres que trabalham gastam menos tempo indo às compras do que as mulheres que não trabalham [...] essa economia de tempo elas conseguem comprando com menos frequência e sendo leais à marca e à loja” (SCHIFFMAN E KANUK, 2000, p. 238). As mulheres são seres bem informados, com uma rede de relacionamentos abrangente, “gostam de dividir experiências e de se empenharem em fazer deste mundo um lugar melhor” (POPCORN; MARIGOLD, 2000, p.47). Quanto ao público masculino, Sheth, ET. AL., (2003. p, 243) afirma que nas sociedades e famílias modernas, “os homens estão sendo forçados a assumir o papel de comprador, e muitos ainda são novatos nessa tarefa, aprendendo as habilidades necessárias”. Segundo Kotler e Armstrong (2003, p. 124), Os papéis de compra mudam com a evolução do estilo de vida do consumidor, [...] uma vez que hoje 70% das mulheres trabalham fora e os maridos cooperam mais nas compras familiares. Por exemplo: atualmente as mulheres compram 45% dos carros disponíveis no mercado e os homens são responsáveis por aproximadamente 40% do dinheiro gasto com alimentos. Almeida (2009) nota que o homem demonstra não sentir prazer ao fazer compras. Preferem fazer compras virtuais enquanto as mulheres gostam de visitar as lojas para escolher minuciosamente seus produtos: 60 HOMENS MULHERES Gostam de objetividade Conhecem bem os preços Não gostam de perguntar muito Gastam menos tempo olhando Podem comprar na primeira loja que entram Fazem mais compras virtuais Gostam de pesquisar Conhecem bem o varejo Administram melhor a aquisição Fazem menos compras virtuais Quadro 4: Diferenças entre o sexo feminino e masculino. Fonte: Almeida, 2009, p.72. 6.7. O consumidor de Tecnologia Magalhães (2007) relata que a utilização atual da internet é movida por benefícios utilitários: comunicação, busca de informação, conveniência e fatores econômicos, e por benefícios hedônicos; como uma alusão ao prazer da utilização da internet que propicia divertimento, relaxamento, convivência com amigos e participação de comunidades. Parassuraman e Colby (2002) afirmam que há certa exclusividade no que se refere ao comportamento do consumidor de produtos de alta tecnologia dos demais. No que tange o conceito de adoção de produtos e serviços de alta tecnologia, Rogers (2003) define como fatores importantes para a avaliação do grau de decisão as seguintes variáveis para as características percebidas de uma inovação: Vantagem Relativa: é o grau em que um indivíduo percebe uma inovação como sendo melhor do que aquela que a precedeu; Compatibilidade: é o grau em que um indivíduo percebe uma inovação como sendo consistente com os valores existentes, experiências passadas e necessidades próprias; Complexidade: é o grau no qual o indivíduo percebe uma inovação como relativamente difícil de usar e entender; 61 Experimentabilidade: é o grau no qual um indivíduo pode experimentar uma inovação de um modo limitado. A experimentação é a maneira de um consumidor dar significado a uma inovação, descobrir como ela funciona e dissipar incertezas a seu respeito; Observalidade: grau no qual os resultados de uma inovação podem ser observados por outros. Ampliando a visão de Rogers (2003), Parassuraman e Colby (2002, p.17) acreditam existir quatro princípios que determinam o caráter exclusivo do perfil de consumidores de alta tecnologia, são eles: Princípio 1: a adoção de tecnologia é um processo distinto. Os profissionais de marketing especializados em tecnologia só alcançam sucesso se seus produtos são aceitos. O comportamento do consumidor para produtos ou serviços baseados em tecnologia difere daquele para aceitação de um produto convencional. Quando uma empresa lança um produto tecnológico que substitui uma parcela do trabalho humano, emerge um conjunto de crenças específicas dos clientes que inclui um nível de otimismo a respeito da tecnologia, uma tendência para inovar, um certo desconforto e uma insegurança inerente; Princípio 2: as inovações tecnológicas exigem estratégias de marketing diferenciadas. Assumindo que o processo de adoção de um produto é diferente quando há tecnologia envolvida, o mesmo deve acontecer com o projeto, o preço, a comunicação, a distribuição e a assistência técnica. Uma vez que o produto esteja no mercado, o fabricante deve dirigir esforços para ajudar os novos usuários a operá-lo; Princípio 3: garantir a satisfação do cliente é um desafio maior para produtos e serviços baseados em tecnologia. Após adotar o produto ou serviço, os consumidores precisam lidar com uma abordagem desconhecida e, com freqüência, mais complexa para a satisfação de suas necessidades, ou seja, necessitam de treinamento e suporte técnico. Mais do que isso, os indivíduos variam consideravelmente em relação ao nível de auxílio exigido e à receptividade ao suporte oferecido; Princípio 4: os mercados de tecnologia são regidos pela lei da massa crítica em que, frequentemente, o resultado é o tipo “o vencedor fica com tudo”. Em 62 um mercado movido pela tecnologia, não é raro uma empresa alcançar uma posição dominante que, uma vez atingida, é difícil de ser desafiada até a chegada de uma tecnologia inteiramente nova. Os primeiros a oferecerem uma nova tecnologia podem obter relativo sucesso, mas, no final, uma única empresa se sobressai diante dos concorrentes, ou os relega a uma posição de nicho. Empresas que atingiram o domínio desta forma são a Ford Motors, com uma produção em massa do modelo T; a Microsoft com o sistema operacional padronizado Windows; e a AT&T, que manteve o monopólio das telecomunicações até os anos 80. A empresa vencedora será aquela que fizer o melhor trabalho de resposta à crenças, ao processo de decisão de compra, e aos requisitos instrucionais singulares que permeiam um produto ou serviço baseado em tecnologia (PARASSURAMAN e COLBY, 2002, p.17) Parassuraman e Colby (2002) tratam cada um desses princípios como uma prática de marketing, que parte do esforço aplicado em busca da compreensão de comportamento do consumidor high tech. Este esforço foi traduzido pelos autores no diagrama exposto na figura 1. 63 Figura 5: Relação do marketing de serviços com os quatro princípios determinantes da exclusividade do caráter do consumidor high tech .Fonte: Adaptado de Parassuraman e Colby, 2002, p. 41. No decorrer dos estudos sobre o comportamento do consumidor de tecnologia, alguns autores buscaram estabelecer uma classificação, onde os consumidores são segmentados por seus hábitos dentro do consumo de tecnologia. Uma tentativa de classificação ocorreu em uma pesquisa realizada pela companhia Data Forrester Research Inc., citada por Judge (1998) em seu artigo, onde os consumidores de tecnologia são classificados em otimistas e pessimistas, considerando as atitudes relativas à carreira, à família e aos momentos de lazer. 64 OTIMISTAS MAIS AFLUENTES Carreira Família Lazer SUSTENTADORES DA VICIADOS EM MOUSE ACELERADOS NOVA ERA Gostam do entretenimento São os consumidores Também gastam muito, do mundo online e estão que mais gastam e os mas são focados em dispostos a gastar para primeiros a adotar tecnologia para uso adquirir o que há de mais novas tecnologias para doméstico como um moderno em uso pessoal microcomputador para a entretenimento família tecnológico. Quadro 5: Classificação dos consumidores de tecnologia. Fonte: adaptado de JUDGE, 1998 OTIMISTAS MENOS AFLUENTES Carreira TECNOBATALHADORES Utilizam desde a tecnologia dos telefones celulares até a de serviços online, principalmente para alcançarem vantagens em suas carreiras. Família Lazer ESPERANÇOSOS DIGITAIS Famílias com orçamentos limitados, mas ainda assim interessadas em novas tecnologias. Bons candidatos para computadores mais APRECIADORES DE GADGETS Também gostam de entretenimento online, mas dispões de poucos recursos para gastar. populares Quadro 6: Classificação dos consumidores de tecnologia. Fonte: adaptado de JUDGE, 1998 65 PESSIMISTAS MAIS AFLUENTES Carreira Família APERTAADORES DE MÃOS Consumidores mais velhos geralmente gerentes, que não tocam em seus computadores no trabalho, deixando essa tarefa para assistentes mais jovens Lazer TRADICIONALISTAS Dispostos a utilizar VICIADOS EM MÍDIA tecnologia, porém lentos Buscam entretenimento e por não se atualizarem. não se encontram no Não estão convencidos de mundo online, preferem que as atualizações e TVs e outras mídias de outros aprimoramentos comunicação. valham a pena PESSIMISTAS MAIS AFLUENTES CIDADÃOS MARGINALIZADOS: Não estão interessados em tecnologia Quadro 7: Classificação dos consumidores de tecnologia. Fonte: adaptado de JUDGE, 1998 Observa-se que nem sempre o otimismo é motivo suficiente para o consumo de tecnologia. Fatores como recursos disponíveis e renda são determinantes para a efetiva atitude em direção à adoção da tecnologia. Inseridos em uma proposta semelhante, Parasuraman e Colby (2002) também tentaram classificar os indivíduos segundo seus hábitos de consumo dentro do universo tecnológico. O Quadro 2 apresenta os cinco níveis de consumidores de tecnologia estabelecido pelos autores. 66 Classificação Exploradores Características / Comportamento São as primeiras pessoas a chegar, altamente motivados e sem medo. Desejam os benefícios da nova era, são mais práticos a Pioneiros respeito das dificuldades e dos perigos. Precisam ser convencidos dos benefícios dessa nova Céticos fronteira. Estão convencidos dos benefícios, mas são muito Paranóicos preocupados com riscos de viver sob este novo conceito. Retardatário Podem nunca vir, a menos que seja forçado a isso. Quadro 8. Classificação dos consumidores de Tecnologia. Fonte: Adaptado de Parassuraman e Colby, 2002. Conforme obervamos, os exploradores são os consumidores de tecnologia, considerados como os primeiros a usarem esses produtos, eles são pioneiros, são além de serem motivados e sem medo de errar. Isso nos mostra que cada indivíduo possui uma forma própria de adoção aos produtos tecnológicos. Os consumidores da era atual, como os exploradores, estão em contato hoje com produtos, que não existiam há 40 anos. Kotler e Keller (2007), afirmam que alguns dos trabalhos mais empolgantes estão sendo realizados nas áreas de biotecnologia, computação, microeletrônicos, telecomunicações, entre outros, e conforme os autores há pesquisas que podem tornar possíveis a fabricação de produtos como pequenos carros voadores, televisores com imagens tridimensionais e colônias espaciais. E são essas inovações que fomentam o mercado tecnológico, bem como a necessidade de satisfação dos consumidores desse mercado. A DM9DDB (2011), uma das maiores e mais relevantes agências de marketing do País, apresenta um documentário com um estudo inédito em que uma nova classificação do consumidor em ambiente digital é feita. São os chamados digigráficos. E esses perfis pouco ou nada têm a ver com sexo, idade e classe social, mas sim com três critérios básicos: Quanto e como as pessoas utilizam os recursos e equipamentos de tecnologia em sua vida. 67 Quais são as intenções que elas têm ao consumidor os diversos produtos digitais. E principalmente, quando os recursos digitais servem para moldar sua própria identidade. O estudo da DM9 (2011) dividiu o consumidor de tecnologia em 5 perfis diferentes, denominados perfis digigráficos, eles são: Imersos Pessoas que estão inseridas na esfera do Indivíduo, aquela em que está sua identidade, seu ego, sua personalidade, e dentre todos os perfis digigráficos, os imersos são os que têm a esfera do eu mais expandida. Tiveram parte de sua identidade definida a partir da tecnologia. Com ela, conseguiram “se encontrar”, definir melhor seus interesses e estabelecer melhores vínculos com o mundo, além de ampliar suas potencialidades e definir seus interesses; sem a internet e as páginas sociais, por exemplo, o mundo dos “imersos” seria muito mais restrito. Para se comunicar com os imersos é necessário não só entender quem eles são no mundo real, mas também qual é e quais são as suas identidades no mundo virtual; saber se comunicar e dar valor a essas identidades são a chave de sucesso para que as marcas consigam se conectar com os imersos. Ferramentados Estão inseridos na esfera das Instituições, onde estão inseridos a família, escola, empresas, governo, imprensa. Os ferramentados são o grupo que mais entendem sobre o papel da tecnologia como ferramenta para tornar essas relações possíveis, melhores e mais horizontalizadas. Recorrem à tecnologia para agilizar as tarefas, mas não a idolatram. A tecnologia os ajuda nas tarefas cotidianas, facilitam suas vidas. Mas não dependem delas nem são definidos por elas. Esse grupo é um exemplo de como as pessoas redefiniram a maneira como se relacionam com os diferentes níveis hierárquicos dentro de uma sociedade. Fascinados 68 Se encontram na esfera dos outros, compreende as pessoas com quem você mantém seus relacionamentos afetivos, sociais e profissionais e essas formas de se relacionar foi altamente impactada pelas altas formas de comunicação e pelas redes. Os fascinados tiram grande proveito disso, pois nessa esfera há intensa troca entre as pessoas em tempo integral, risco de interações superficiais e um registro do passado que não se apaga, além da valorização do pioneirismo da informação. Querem parecer modernos e tecnológicos. Para eles, computadores, dispositivos como tablets, iphones e hábitos da Era Digital são ícones da modernidade – e consumir essas novidades os ajuda a atestar que são antenados. Eles são um excelente exemplo de como o relacionamento com os outros foi bastante modificado. Emparelhados Também estão inseridos na esfera do Indivíduo, eles tiveram essa esfera bastante impactada, pois para eles a expansão dessa esfera se dá através da sua relação com as máquinas, que potencializam as capacidades humanas. Para os emparelhados a tecnologia é fundamental para pôr em prática os projetos da vida, bem como a forma com que eles enxergam a tecnologia, ou seja, uma grande companheira para fazer o dia a dia acontecer. Sem ela, a vida fica extremamente complicada. Para este grupo, as máquinas são como uma extensão do seu corpo, sem elas é como se estivessem nus. Evoluídos Estão inseridos na esfera do Mundo, contexto e espaço em que vivem todas as pessoas, este é o perfil que menos sofre com o redimensionamento de dois aspectos fundamentais para o nosso entendimento do mundo: o tempo e o espaço. Enquanto os outros perfis tentam se adaptar aos novos conceitos de tempo e espaço os evoluídos já nasceram com o mundo funcionando desse novo jeito. O universo das máquinas e da tecnologia é seu habitat. Esses são as crianças e os adolescentes que já nasceram adaptados e estão crescendo no mundo digital. Não conheceram o mundo pré-digital. 69 O mesmo estudo ainda traz novas definições para conceitos que tem sofrido modificações acerca dos avanços nas relações causados pela tecnologia, assim eles definem: Tempo O tempo foi ampliado e encurtado simultaneamente, ou seja, cabe muita coisa em um mesmo tempo, afinal de contas o tempo ficou elástico, fez o momento aumentar, não é mais linear ou cíclico como há algumas décadas, e em um momento cabem diversas tarefas simultâneas, sobrepostas, embaralhadas, começo, meio e fim se confundem. Espaço Não depende mais do mundo físico, haja visto que as noções de longe e perto estão mais relativas do que nunca. A divisão entre o real e o virtual não faz mais sentido, principalmente para os evoluídos; eles entendem que tudo hoje digital ou não é parte daquilo que compõe a hiper-realidade, ampliada pelo virtual. Antes: o que sempre foi o onde estou agora, ou seja, um pedaço de mundo que está próximo de mim, e, todo mundo sabia que nada poderia ocupar dois espaços ao mesmo tempo. Mas hoje, com as ferramentas digitais, podemos estar e interferir aonde não estamos e ir muito além de onde está o nosso corpo físico, sem nem sair de casa. Segundo o documentário da DM9 (2011) as noções de longe e perto estão mais relativas do que nunca; pois quem está na frente de um computador pode estar mais longe de um copo d’água, do que de alguém em outro continente. O mundo está aqui, na tela do meu computador e eu estou lá, tão distante enquanto haja conexão. Algo absolutamente normal para os evoluídos, mas extremamente fascinante para os outros perfis digigráficos. 70 7. PESQUISA QUANTITATIVA A fim de verificar o comportamento do consumidor de tecnologia de nossa região, foi feita uma pesquisa de campo que contemplou uma amostra de 600 pessoas, com idade entre 10 e 70 anos e de diferentes classes sociais. 7.1. Caracterização do universo da pesquisa Na escola estadual Carlos Chagas, situada no município de Bauru, no bairro São Paulo, no dia 16 de Maio de 2012 foi aplicado questionário em 150 crianças, com idade entre 10 e 15 anos, das mais variadas faixas de renda. No dia 18 de Maio de 2012, no Instituto de Ensino Superior de Bauru, situado no centro do município, o questionário foi aplicado em 200 pessoas com idade entre 18 e 40 anos, das mais variadas classes sociais. Foram enviados no dia 14 de Maio de 2012, questionários através do email para 600 contatos, dos quais 250 retornaram com suas respostas. Tais questionários abrangiam pessoas das mais diferentes idades, classes sociais e níveis de renda. 7.2. Apresentação e interpretação dos resultados da pesquisa Confirmando o estudo de Engel, Blackwell e Miniard (2010) a pesquisa mostra que as crianças formam um nicho especial de consumidores, inclusive no mercado tecnológico. Dos 600 pesquisados, 37% estão na faixa de 10 a 15 anos. 71 FAIXA ETÁRIA De 10 a 15 anos De 15 a 20 anos De 20 a 25 anos De 25 a 30 anos De 30 a 40 anos Acima de 40 anos 10% 11% 37% 13% 15% 14% Gráfico 1: Porcentagem por faixa etária. A pesquisa demonstra também que mais de 50% das crianças questionadas têm contato com boa parte dos itens tecnológicos listados. Uma lista de produtos e serviços que envolvem entretenimento, acesso a informação e aprendizado, e que vão desde atividades como navegar na internet através de aparelhos diversos, participar de páginas sociais, até assistir aulas online ou utilizar um caixa eletrônico. Parassuraman e Colby (2002) identificaram em seu estudo um grupo de consumidores, mais afluentes no universo tecnológico, que denominaram “viciados em mouse”, com características de: amantes do entretenimento e do mundo online estão dispostos a gastar para adquirir o que há de mais moderno em entretenimento tecnológico. Na pesquisa, as crianças de 10 a 15 anos demonstram esse perfil, mais de 70 % delas tem contato com pelo menos 40% dos itens tecnológicos listados e 51% delas utiliza esses itens para entretenimento e sustentam assim, a afirmação de Engel, Blacwell e Miniard (2010) de que elas podem tomar o poder de decisão fazendo com que a família se organize, conscientemente ou não, em função delas. Segundo o documentário da DM9 (2011) os “fascinados” são aqueles que querem parecer modernos e tecnológicos, um comportamento típico facilmente encontrado em crianças nessa faixa etária. Para eles os dispositivos de alta tecnologia como iphone, tablet e blu-ray são ícones da modernidade. 72 Faixa Etária de 10 a 15 anos - Contato com tecnologia 0 a 20% 20 a 40% 40 a 60% 2% 16% 60 a 80% 80 a 100% 1% 28% 53% Faixa Etária de 10 a 15 anos - Para que serve a tecnologia Entretenimento Trabalho/ Estudo Status Não Serve 3% 14% 32% 51% Gráfico 2: Faixa Etária de 10 a 15 anos, variáveis: Contato com a tecnologia e Para que serve a tecnologia. Verificou-se ainda que 47% dessas crianças utilizam a internet como veículo de comunicação, onde descobrem e ficam conhecendo os lançamentos no que tange tecnologia, 42% se utilizam da TV e 10% recorrem a amigos para estarem antenados dos lançamentos tecnológicos. Essas crianças, como afirma Karsaklian (2000) são suscetíveis às influências externas. Fazem parte da geração Z,e são, como afirma Serrano (2010) um grupo de pessoas que passa 24 horas por dia conectados, e não fazem mais o tipo que ficam o dia todo na frente da TV, a noção de coletividade para eles, passa a ser virtual, 73 como comprova a pesquisa, onde apenas 42% deles ainda se utiliza da TV para se interar das novidades. Faixa Etária de 10 a 15 anos - Veículo de comunicação Tv Jornal Internet Amigos Outro 0% 10% 42% 47% 1% Gráfico 3: Faixa Etária de 10 a 15 anos – Veículo de Comunicação Strauss ET. AL. (1991) define o jovem da geração Y como multitarefa, e estão conectados com o mundo através da internet. Na pesquisa 14% do total de entrevistados são dessa geração e grande parte deles já trabalha além de ainda estudar. Nessa faixa etária verificou-se que 40% deles tem contato com até 40% dos produtos listados, 36% tem contato com até 60% dos produtos e 12% com até 80% dos itens. Oliveira (2010) diz que essa geração é questionadora e possuidora de muita informação, e seu principal diferencial é o fato de estarem inseridos em um grande universo midiático como comprova a pesquisa, onde 100% desses jovens tem perfis em redes sociais na internet. 74 Faixa Etária de 16 a 20 anos - Contato com tecnologia 0 a 20% 20 a 40% 40 a 60% 60 a 80% 80 a 100% 0% 12% 12% 36% 40% Faixa Etária de 16 a 20 anos - Veículo de Comunicação Tv Jornal 10% Internet 17% Amigos 1% 72% Gráfico : Faixa Etária de 16 a 20 anos – Contato com a tecnologia e Veículo de Comunicação. No estudo de Colby (2002) existe um grupo de consumidores que estão na classe dos otimistas e foram denominados “acelerados”, têm o perfil de gastar muito com tecnologia e são os primeiros a adotar as inovações para sua vida pessoal. Na pesquisa esse perfil é facilmente identificado na faixa etária dos 16 aos 20 anos, já que 57% deles dizem utilizar a tecnologia para entretenimento. Essa faixa etária também pode ser inserida no grupo dos “imersos” que segundo o recente documentário da DM9 (2011), são aqueles consumidores cuja 75 tecnologia deu sentido às suas personalidades e identidades. Afinal, segundo Oliveira (2010) essa geração nasceu em uma época onde aconteceram os maiores avanços tecnológicos. Strauss ET. AL. (1991) afirma ainda que os profissionais de marketing não devem tentar fidelizar esse público, pois eles não são fiéis às marcas e buscam constantemente inovações. Portanto como afirma Las Casas (2006) e como percebe-se na pesquisa o marketing voltado para esse mercado deve selecionar as ações que melhor atendem às necessidades dos usuários, utilizando a tecnologia a fim de melhorar seus serviços. Com a pesquisa nota-se o quanto essa afirmação é verdadeira, afinal aproximadamente 90% deles tem contato direto com pelo menos 40% dos itens tecnológicos listados. Faixa Etária entre 16 e 20 anos - A Tecnologia serve para: Entretenimento Trabalho/ Estudo Status Não Serve 0% 19% 24% 57% Gráfico 5: Faixa Etária de 16 a 20 anos – A tecnologia serve para Na faixa etária de 21 a 30 anos, foram pesquisadas 165 pessoas, das quais 85% delas tem contato com mais de 40% dos itens listados. Essa faixa etária ainda se encontra entre a geração Y, e o resultado condiz com as determinações de Strauss ET. AL. (1991) para esse grupo. Entre eles 39% tem contato com até 80% 76 dos mesmos itens. Isso mostra que a tecnologia está presente na vida dessas pessoas que tiveram sua identidade moldada por ela como afirma Serrano (2010). Percebe-se, porém que quanto maior a idade, maior o entendimento e o domínio dessa ferramenta, ou seja, maior a inserção de tecnologia e consequentemente contato no dia a dia, seja no trabalho, na faculdade, num happy hour ou em casa. Churchil e Peter (2000) dissertam a respeito disso, afirmando que o ciclo de vida do indivíduo molda suas necessidades e desejos com o passar dos anos e com as novas experiências. Na pesquisa 90% desses jovens tem acesso à internet, seja em casa ou em equipamentos portáteis, e metade delas utiliza o comercio eletrônico para efetuar compras. 77 Faixa Etária de 21 a 30 anos - Contato com tecnologia 0 a 20% 20 a 40% 40 a 60% 4% 60 a 80% 80 a 100% 1% 15% 41% 39% Faixa Etária de 21 a 30 anos - Veículo de Comunicação Tv Jornal Internet Amigos 4% 11% 2% 83% Gráfico 6: Faixa Etária de 21 a 30 anos, variáveis: Contato com a tecnologia e Veículo de Comunicação. Parassuraman e Colby (2002) definem os “pioneiros” como sendo os consumidores que desejam os benefícios dessa era tecnológica, e não estão interessados nos perigos que ela pode trazer. Essas especificações são notadas nessa faixa etária, pois 35% deles ainda utilizam a tecnologia para entretenimento, conectividade, atividades que lhes causam prazer. E 41% concordam em utilizar os benefícios da tecnologia no trabalho. 78 Portanto é possível encaixá-los entre os “emparelhados”, perfil digigráfico apresentado pela DM9 (2011), que utilizam a tecnologia para pôr em prática os projetos de vida, a veem como uma grande companheira que os ajudam a fazer o dia acontecer. Para este grupo, as máquinas são uma extensão do seu próprio corpo. O entretenimento ainda é verificado como o maior fator de utilização de itens tecnológicos, 42% dos questionados dessa faixa etária responderam que a utilizam para este fim. Em comparação com a faixa etária anterior houve um crescimento significativo na porcentagem que utiliza a tecnologia para trabalho e estudo, somando 39%. Faixa Etária de 21 a 30 anos - A tecnologia serve para: Entretenimento Trabalho/ Estudo Status Não Serve 0% 24% 35% 41% Gráfico 7: Faixa Etária de 21 a 30 anos – A tecnologia serve para: Lombardia (2008) afirma que as evoluções tecnológicas deixaram grandes marcas na juventude da geração X, que precisaram se adaptar às mudanças causadas por esse avanço. Eles tentam utilizar as novas ferramentas disponíveis para melhor se posicionar no mercado de trabalho. A pesquisa comprova essas ideias, pois na faixa etária dos 31 a 40 anos, 86% deles tem contato com mais de 50% dos itens. Isso explica também o fato de que 91% dos pesquisados dessa faixa etária utilizam a internet para se manter bem informados. 79 Assim como foi possível encaixar os indivíduos da faixa etária anterior no perifl dos “pioneiros” descrito por Parassuraman e Colby (2002), também é com os indivíduos entre 31 e 40 anos, pois desejam os benefícios proporcionados pela tecnologia para atingir sucesso em suas carreiras. Faixa Etária de 31 a 40 anos - Contato com tecnologia 0 a 20% 20 a 40% 40 a 60% 60 a 80% 80 a 100% 0% 6% 16% 43% 35% Faixa Etária de 31 a 40 anos - Veículo de Comunicação Tv Jornal Internet 11% 11% Amigos 3% 75% Gráfico 8: Faixa etária de 31 a 40 anos, variáveis: Contato com a tecnologia e Veículo de Comunicação. Segundo Schiffman e Kanuk (2001), os indivíduos da geração X voltam seus esforços para atingir o sucesso profissional, por isso, nota-se na pesquisa que 44% dos indivíduos desse grupo, utilizam a tecnologia para trabalhar. Nessa óptica pode80 se encaixá-los no digigráfico dos “ferramentados”, que segundo o documentário da DM9 (2011) idolatram a tecnologia, mas a utilizam para agilizar as tarefas cotidianas, entretanto, não são dependentes dela e nem definidos por ela. Nota-se porém que há uma parcela de 22% de indivíduos que utilizam a tecnologia como status, assim como, os ‘fascinados” descritos pelo mesmo estudo como aqueles que querem parecer modernos e tecnológicos. Faixa Etária de 31 a 40 anos - A tecnologia serve para: Entretenimento Trabalho/ Estudo Status Não Serve 0% 22% 30% 48% Gráfico 9: Faixa etária de 31 a 40 anos – A tecnolgia serve para: A última faixa etária listada na pesquisa abrange pessoas com mais de 40 anos. Percebe-se que são a fatia com maior contato com os itens tecnológicos listados, onde apenas 6% deles tem contato abaixo dos 20% de itens. Contradizendo a afirmação de Kanname (1999) de que a geração Baby Boomers é resistente à mudanças. Seguindo a afirmação de Kanname (1999), os baby boomers estariam inseridos entre os “retardatários” no estudo de Parassuraman e Colby (2002), porém os autores já previam o que poderia acontecer com esses indivíduos ao descrevelos como: “podem nunca vir a utilizar, a menos que sejam forçados a isso” (PARASSURAMAN E COLBY, 2002, p. 112). 81 Confirmando a previsão dos autores, a pesquisa demonstra que 92% dos pesquisados dessa faixa etária foram forçados a utilizar a tecnologia e aderiram à ela. Por isso nota-se entre eles uma maior distribuição entre os motivos que os levam à esse uso. Faixa Etária acima de 40 anos Contato com tecnologia 0 a 20% 20 a 40% 40 a 60% 60 a 80% 80 a 100% 2% 6% 22% 47% 23% Faixa Etária de 31 a 40 anos - A tecnologia serve para: Entretenimento Trabalho/ Estudo Status Não Serve 0% 22% 30% 48% Gráfico 10: Faixa etária acima de 40 anos, variáveis: Contato com a tecnologia e A tecnologia serve para: 82 Com essa mudança no perfil de consumo dessa geração podemos encaixála no perfil digigráfico dos “ferramentados” proposto pelo estudo da DM9 (2011), pois pode-se enxergar neles a percepção sobre o papel da tecnologia como ferramenta para melhorar as relações, além da melhoria nas tarefas cotidianas. Para os adultos acima de 40 anos nota-se ainda um elevado percentual de pessoas que se utilizam da tecnologia para trabalho. É percebido um aumento no numero de pessoas que a utilizam para entretenimento e uma diminuição nas que acreditam que a tecnologia serve apenas para status. Faixa Etária acima de 40 anos - A tecnologia serve para: Entretenimento Trabalho/ Estudo Status Não Serve 0% 10% 35% 55% Gráfico 11: Faixa etária acima de 40 anos – Veículo de Comunicação. Ao analisar o fator sexo, percebeu-se uma divisão similar entre mulheres e homens quanto a utilidade da tecnologia. Entre os homens, 43% disseram que serve para entretenimento, 39% para trabalho, 16% para status e 2% disseram que não serve para nada. E entre as mulheres, 44% responderam entretenimento, 36% trabalho, 20% status e não houve respostas do item não serve para nada. Essa paridade nos perfis confirma a ideia de Kotler e Amstrong (2003) de que os papéis de compra estão se invertendo, pois nos dias hoje a mulher também 83 trabalha fora, e tem responsabilidade com o trabalho, dividindo com o homem a tarefa de ir às compras. Gênero Masculino- A tecnologia serve para: Genêro Feminino - A tecnologia serve para: Entretenimento Trabalho/ Estudo Entretenimento Trabalho/ Estudo Status Não Serve Status Não Serve 0% 2% 16% 20% 44% 43% 39% 36% Gráfico 12: Comparação da variável: A tecnologia serve para, entre os genêros feminino e masculino A faixa salarial foi dividida em três, sendo faixa salarial de um a três salários para abranger aquelas famílias que ganham de R$ 622,00 a R$ 1.866,00; faixa salarial de três a sete salários para abranger famílias que ganham de R$ 1.866,00 a R$ 4.354,00; e faixa salarial acima de sete, para abranger famílias que tem uma renda mensal acima de R$ 4.354,00. Nota-se que na primeira faixa aproximadamente 80% dos questionados tem baixo contato com itens tecnológicos, não chegam a somar 50% dos itens e ficam restritos aos itens mais populares, como celular, DVD e computador em casa. Fato que concorda com a afirmação de Solomon (2002) de que a procura por bens e serviços depende da possibilidade e da disposição para a compra. A faixa etária mais baixa demonstra, como ressalta o autor, preferência por itens como: casa, eletrônicos, eletrodomésticos e móveis. Os 50% dos pesquisados que tem contato com itens populares, como celular, DVD, acesso à internet e página pessoal, são como afirma Pinheiro (2005) 84 aqueles que buscam o custo benefício de um produto, além de procurar satisfazer suas necessidades, como descreve Kotler (1998). Faixa Salarial de 1 a 3 salários Contato com a tecnologia 0 a 20% 20 a 40% 40 a 60% 4% 23% 60 a 80% 80 a 100% 1% 23% 49% Gráfico 13: Faixa salarial de 1 a 3 salários – Contato com a tecnologia Na segunda faixa salarial nota-se um aumento no contato com itens mais tecnológicos e, diferente da primeira, uma parcela maior de pesquisados tem contato com mais de 40% dos itens. Confirma-se, portanto, o estudo de Solomon (2002). 85 Faixa Salarial de 3 a 7 salários Contato com a tecnologia 0 a 20% 20 a 40% 40 a 60% 60 a 80% 80 a 100% 2% 9% 25% 31% 33% Gráfico 14: Faixa salarial de 3 a 7 salários – Contato com a tecnologia Slater (apud BARBOSA, 2004) diz que as necessidades dos consumidores são ilimitadas e insaciáveis, e, notadamente na última faixa salarial, que abrange pesquisados que possuem uma renda familiar mensal acima de 7 salários, aproximadamente 87% das pessoas tem contato com mais de 60% dos itens. Essa faixa salarial pertence a uma classe econômica mais elevada, que está inserida em um contexto cultural diferente, que segundo Santos (1994) relaciona e organiza a vida social e os aspectos materiais de modo a se encaixar no padrão da maioria. Fato reafirmado por Kotler (1998) de que os grupos de afinidade primários, vizinhos, colegas de trabalho, de escola, amigos, são aqueles que exercem maior influência sobre os pensamentos e sentimentos do consumidor. 86 Faixa Salarial superior a 7 salários Contato com a tecnologia 0 a 20% 20 a 40% 40 a 60% 60 a 80% 80 a 100% 3% 6% 51% 13% 27% Gráfico 15: Faixa salarial acima de 7 salários – Contato com a tecnologia As inovações tecnológicas fazem parte do progresso econômico, segundo Schumpeter (1954), a pesquisa demonstra que o consumidor tem interesse, mesmo que discreto, por esses avanços. 31% dos pesquisados responderam ter muito interesse nas inovações tecnológicas, o que, como afirma Kotler (2003), está criando uma revolução no marketing. Pinheiro (2005) enfatizou o papel do ambiente na escolha dos consumidores. Esse nicho encontrado pela pesquisa possui grande contato com o ambiente online, ficando amplamente exposto às atualizações, o que explica o percentual atingido. Porém nota-se que ainda existe uma pequena parcela que segundo Parassuraman e Colby (2002) são retardatários, pois sequer se interessam pela novidades. 87 COMPORTAMENTO FRENTE AOS LANÇAMENTOS Muito Interessado Interessado Desinteressado 8% 31% 61% Gráfico 16: Como você se comportafrente aos lançamentos tecnológicos? A internet provou ser o canal de comunicação mais utilizado pela amostra pesquisada. 65% deles disseram ficar sabendo das inovações tecnológicas através dessa ferramenta. É notado, portanto, a busca de informação descrita por Magalhães (2007), proporcionada pela utilização da internet. Meio esse, que segundo Guedes (2007), disponibiliza quase que instantaneamente informações atualizadas e adicionais sobre os produtos. 88 COMO FICA SABENDO DAS INOVAÇÕES Tv Jornal Internet Amigos Outro 0% 8% 25% 2% 65% Gráfico 17:Como você fica sabendo das inovações tecnológicas? A fim de desenvolver estratégias de marketing voltadas para o produto ou serviço, é necessário saber qual a utilidade da tecnologia na opinião dos consumidores. E esse item foi abordado na pesquisa. Notou-se que 44% dos pesquisados utilizam a tecnologia para entretenimento, 37% acreditam que ela serve para trabalho, 18% a utilizam para demonstrar status e apenas 1% acreditam que ela não serve para nada. Feenberg (1999) afirma que essa divisão se deve ao fato de que a utilização de produtos tecnológicos, não se baseia unicamente por critérios econômicos ou racionais e sim em crenças e interesses diversos. A faixa de 37% que utiliza a tecnologia para trabalho demonstra, como afirmam Schiffman e Kanuk (2001), que muitas pessoas se utilizam desses itens para conseguir uma melhor colocação no mercado de trabalho. A teoria das necessidades de Maslow, disposta em Kotler e Keller (2006), descreve a “realização pessoal” como um conjunto com as principais necessidades a serem consideradas pelo consumidor. O fator entretenimento se encaixa nessas necessidades e explica, portanto, o fato de que quase 50% dos pesquisados disse utilizar a internet para esse fim. 89 TECNOLOGIA SERVE PARA Entretenimento Trabalho Status Não Serve 1% 18% 44% 37% Gráfico 18: Na sua opnião a tecnologia serve para? A pesquisa mostrou que os itens mais populares entre as pessoas são: celular, DVD, computador em casa, página pessoal, internet em casa, utilizar a internet para resolver problemas diversos, navegar pela internet através de aparelhos distintos, identificador de chamada, caixa eletrônico, TV por assinatura, internet móvel e compras pela internet entre R$ 25,00 e R$ 250. Celular DVD Computador em Casa Página pessoal na internet Internet em casa Utilizar a internet para resolver problemas diversos Acesso à Internet por aparelhos diversos Identificador de chamadas Caixa Eletrônico Geração Geração Geração Baby Z Y X Boomers 96% 99% 100% 97% 88% 93% 94% 92% 74% 95% 98% 94% 75% 93% 86% 56% 60% 91% 93% 89% 53% 90% 88% 83% 65% 36% 26% 71% 82% 85% 69% 85% 88% Geral 97% 91% 83% 79% 75% 72% 53% 88% 70% 67% 57% 57% 90 Tv por assinatura Internet móvel Compras pela internet entre R$25,00 e R$250,00 Utilizar dispositivo móvel de localização Ler livros digitais (e-books) Mensagem de voz pela internet Compras pela internet menores que R$25,00 Serviço bancário pela internet Compras pela internet superior a R$250,00 Assistir promagramas de TV interativos Assistir aula online Secretária Eletrônica Tablet Blu-Ray Escutar audiobooks e broadcast Fax Serviço Bancário telefônico Video conferência Palm top 41% 30% 17% 15% 20% 26% 12% 6% 11% 28% 14% 6% 12% 12% 9% 6% 2% 4% 0% 62% 62% 68% 59% 48% 47% 68% 69% 55% 35% 35% 39% 33% 27% 25% 24% 24% 17% 12% 70% 60% 71% 56% 46% 45% 72% 72% 58% 25% 28% 48% 37% 21% 17% 15% 16% 9% 2% 56% 48% 63% 50% 47% 34% 61% 69% 64% 25% 23% 48% 22% 19% 25% 14% 27% 11% 6% 55% 49% 45% 43% 41% 40% 40% 38% 38% 37% 31% 29% 28% 27% 25% 24% 23% 21% 16% Quadro 9: Itens Tecnológicos listados na pesquisa, porcentagem acurada. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Fato é, que a era digital mudou muita coisa no mundo e nas pessoas e todo mundo encarou essas mudanças do mesmo jeito, afinal essa “digitalização” não é mais beneficio apenas de um grupo seleto de pessoas, mas faz parte da unanimidade, é acessível e está livre ao público e isso inclui muita gente: homens, mulheres, criança e idosos, diversas faixas etárias e diferentes tipos de renda. O comportamento do consumidor mudou frente os avanços do mundo digital, pois a tecnologia deixou tudo mais otimizado e a forma de consumo também, a inovação fez com que os mesmos consumidores mudassem sua forma de ver uns aos outros, o mundo, os produtos e as tecnologias neles inseridos. 91 Há algum tempo essa mudança obedece a uma linha cronológica de acontecimentos e avanços em diversas áreas de estudo que culminou justamente no período em que se vive hoje: A Era da Informação e do Conhecimento. As informações que geram conhecimento, com o avanço do mundo digital ficaram mais intensificadas e entraram nas nossas vidas de forma muito sutil, afinal, estamos no carro escutando o rádio, fazendo comida e assistindo TV, comendo alguma coisa na frente do computador e lendo emails. Esse avanço nos permite a habilidade de ser multitarefas, pois a informação é algo tão natural que não conseguimos mais desvencilharmos dos conteúdos que diariamente, nos arrebatam como uma enxurrada. A Era da Informação e do Conhecimento, os avanços tecnológicos e a otimização do tempo são uma simples mudança a curto prazo, que envolve apenas uma sociedade; mas é uma mudança na condição humana, e isso só tende a mudar as formas de comportamento que hoje existem. Verifica-se a mudança no comportamento do consumidor da Era atual, em vários aspectos, pois com o advento da internet, tem-se uma capacidade de discernir tudo com muito mais rapidez. Seja uma notícia, um novo acontecimento na ordem mundial, seja nos lançamentos, nas novas ferramentas de comunicação, nas inovações de um determinado produto ou serviço. Com o acesso à informação as pessoas estão mais exigentes, segmentam aquilo que gostariam de consumir, não aceitam mais qualquer produto. Ele deve obedecer a um crivo pré-estabelecido, que foi proporcionado pela informação ao novo, velho consumidor de sempre. Seja na cor, na embalagem, na textura, no atendimento recebido no ponto de venda, na marca, no valor, no valor agregado. Tudo deve ser adequado e estar dentro de um padrão. O comportamento é algo que estará sempre em movimento e mudança. É necessário, portanto, uma adaptação contínua no que tange a produtos e serviços. Pois da mesma forma que consumidores desta Era se comportam de uma forma determinada, daqui a alguns anos pode ser que essa cadeia mude e tudo se transforme novamente. 92 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABERNATHY, W. K.; CLARK, K. B. 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Data de Nascimento Renda Familiar: Ocupção: Sexo: Fem ( ) Masc ( ) 1 a 3 salários ( ) 3 a 7 salários ( ) Assalariado setor privado ( ) Autônomo ( ) Superior a 7 salários ( ) Assalariado setor público ( ) Outro ( Estudante ( ) ) Grau de instrução: Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( *Assinale Sim ou Não para os produtos ou serviços que tem ou costuma utilizar TV por assinatura Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Secretária eletrônica Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Telefone celular Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Identificador de chamadas Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Aparelho de Fax Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Palm top Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Tablet Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Aparelho de DVD Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Aparelho de Blue Ray Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Computador em casa Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Internet em casa Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Internet móvel Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Caixa eletrônico (bancário) Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Transação bancária por telefone Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Transação bancária pela internet Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Compra pela internet meno que R$25,00 Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Compra pela internet enrte R$25,00 e R$250,00 Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Compra pela internet superior a R$250,00 Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Página pessoal na internet Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Programa de TV interativo Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Video conferência por telefone Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Mensagem de voz pela internet Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Navegar na internet através de aparelho diversos Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Assistir aula online Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Escutar audiobook, broadcast Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Ler livros digitais Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Utilizar internet para resolver problemas diversos Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( Equipamento móvel de localização Sim ( ) Não ( ) Não sei o que é ( ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) *Como se comoporta frente ao lançamento de um novo produto tecnológico Muito interessado ( ) Interessado ( ) Desinteressado ( ) *Como fica sabendo dos lançamentos? TV ( ) Jornal ( ) Internet ( ) Amigos ( ) Outro ( ) 97 *Participa de site de fóruns sobre produtos tecnológicos? Sim ( ) Não ( ) *A tecnologia serve para: Entretenimento ( ) Trabalho ( ) Status ( ) Não serve ( ) 98