HEPATITE E : UMA NOVA DOENÇA ? Adriano Moraes Recife, maio de 2015 Hepatite E: características da infecção Vírus da Hepatite E Aggarwal R Virus Research 161 (2011) 15– 22; Khuroo MS Virus Research 161 (2011) 3– 14 Hepatite E: características da infecção Transmissão fecal-oral Vírus da Hepatite E Aggarwal R Virus Research 161 (2011) 15– 22; Khuroo MS Virus Research 161 (2011) 3– 14 Hepatite E: características da infecção Transmissão fecal-oral Hepatite aguda evolução autolimitada Vírus da Hepatite E Aggarwal R Virus Research 161 (2011) 15– 22; Khuroo MS Virus Research 161 (2011) 3– 14 Hepatite E: características da infecção Transmissão fecal-oral Hepatite aguda evolução autolimitada Vírus da Hepatite E Altas taxas de mortalidade quando a infecção ocorre durante a gravidez (↑ 2° e 3° trimestres) Aggarwal R Virus Research 161 (2011) 15– 22; Khuroo MS Virus Research 161 (2011) 3– 14 Hepatite E: características da infecção Transmissão fecal-oral Hepatite aguda evolução autolimitada Vírus da Hepatite E Altas taxas de mortalidade quando a infecção ocorre durante a gravidez (↑ 2° e 3° trimestres) Regiões endêmicas envolvido em grandes surtos Aggarwal R Virus Research 161 (2011) 15– 22; Khuroo MS Virus Research 161 (2011) 3– 14 Hepatite E: características da infecção Transmissão fecal-oral Hepatite aguda evolução autolimitada Vírus da Hepatite E Regiões endêmicas envolvido em grandes surtos Altas taxas de mortalidade quando a infecção ocorre durante a gravidez (↑ 2° e 3° trimestres) Em países desenvolvidos a infecção era identificada principalmente em pessoas com histórico de viagens para regiões endêmicas Aggarwal R Virus Research 161 (2011) 15– 22; Khuroo MS Virus Research 161 (2011) 3– 14 Hepatite E: características da infecção Transmissão fecal-oral Hepatite aguda evolução autolimitada Vírus da Hepatite E Regiões endêmicas envolvido em grandes surtos 4 genótipos conhecidos 1 e 2: casos humanos 3 e 4: alguns mamíferos especialmente suínos Altas taxas de mortalidade quando a infecção ocorre durante a gravidez (↑ 2° e 3° trimestres) Em países desenvolvidos a infecção era identificada principalmente em pessoas com histórico de viagens para regiões endêmicas Aggarwal R Virus Research 161 (2011) 15– 22; Khuroo MS Virus Research 161 (2011) 3– 14 A outra face da infecção pelo HEV Vírus da Hepatite E Kamar et al., Semin Liver Dis 2013;33:62–70; Dalton et al., Curr Opin Infect Dis 2013, 26:471–478 A outra face da infecção pelo HEV Transmissão de animais (porcos, veados, javalis) para humanos (Zoonose) Vírus da Hepatite E Kamar et al., Semin Liver Dis 2013;33:62–70; Dalton et al., Curr Opin Infect Dis 2013, 26:471–478 A outra face da infecção pelo HEV Transmissão de animais (porcos, veados, javalis) para humanos (Zoonose) N° de casos autóctones crescente em países desenvolvidos (Genótipos 3 e 4) Vírus da Hepatite E Kamar et al., Semin Liver Dis 2013;33:62–70; Dalton et al., Curr Opin Infect Dis 2013, 26:471–478 A outra face da infecção pelo HEV Transmissão de animais (porcos, veados, javalis) para humanos (Zoonose) N° de casos autóctones crescente em países desenvolvidos (Genótipos 3 e 4) Evolução para cronicidade em pacientes imunocomprometidos Vírus da Hepatite E Kamar et al., Semin Liver Dis 2013;33:62–70; Dalton et al., Curr Opin Infect Dis 2013, 26:471–478 O VÍRUS E • Considerável problema de saúde pública; especialmente em países subdesenvolvidos, com precárias condições higiênicosanitárias; • 3-4 milhões de casos de HVE aguda/ano, causando 70.000 mortes por ano; (WHO REPORT, Julho 2012); • Gênero Hepevirus; Família Hepeviridae; • 4 genótipos: 1a-1e, 2a-2b, 3a-3j, 4a- 4g; Aggarwal and Jameel, Hepatology, 2011 O VÍRUS E • Genótipo 1 • Restrito aos humanos; • Endêmico em países subdesenvolvidos; • Ásia e norte da África • Genótipo 2 • Restrito aos humanos; • México e África • Genótipo 3 • Humanos e suínos; • América do Norte, América do Sul, Europa e Japão; • Genótipo 4 • Humanos e suínos; • Ásia, Japão, China e Taiwan Distribuição atual da infecção pelos diferentes genótipos do HEV no mundo Pérez-Gracia et al. , Infection, Genetics and Evolution 2014, 22: 40–59 Epidemiologia da infecção pelo HEV no Brasil Rio de Janeiro Mato Grosso Pará Paraná Paraná Echevarría et al., Journal of Medical Virology 2013, 85:1037–1045 Epidemiologia da infecção pelo HEV no Brasil Echevarría et al., Journal of Medical Virology 2013, 85:1037–1045 Possíveis vias de infecção pelo HEV Pérez-Gracia et al. , Infection, Genetics and Evolution 2014, 22: 40–59 A nova face da infecção pelo HEV Kamar et al., Clin. Microbiol. Ver. 2014, 27 (1): 116 VHE: UMA NOVA DOENÇA? MANIFESTAÇÕES EXTRA-HEPÁTICAS UM NOVO CENÁRIO VHE E TRANSPLANTE DE FÍGADO • ; * Casos de Hepatite Crônica Pós Transplante Hepático; * Evolução par Cirrose; * Necessidade de Re-transplante; * Presença do HEV-RNA em todos os casos. VHE E TRANSPLANTE DE FÍGADO Hannover Medical School; 464 Pacientes, avaliados entre Fev a Agosto de 2008 108 saudáveis, 129 cirróticos não transplantados e 226 transplantados ; VHE E TRANSPLANTE DE FÍGADO Wedemeyer, Liver Transplantation 2010 VHE E TRANSPLANTE DE FÍGADO VHE E TRANSPLANTE DE FÍGADO O desafio do diagnóstico da infecção pelo HEV Diagnóstico sorológico ▪ Kits ELISA disponíveis para a detecção de anticorpos anti-HEV IgG e IgM: grande variabilidade na sensibilidade resultando em variações na soroprevalencia; ▪ Anti-HEV IgM: elevada inespecificidade; ▪ Resposta ineficaz em paciente imunocomprometidos resultando na falha na detecção dos anticorpos; Wedemeyer et al., Gastroenterology 2012, 142: 1388-1397 O desafio do diagnóstico da infecção pelo HEV Diagnóstico molecular ↑ diversidade intergenotipica: 23,6 a 27,7% (genoma completo) Variabilidade genética das diferentes regiões do genoma viral Genótipo 4: 17% Genótipo 3: 19,3% Genótipo 1: 11,8% Principais características da infecção pelo HEV entre pacientes imunocompetentes e imunocomprometidos Kamar et al. , Lancet 2012, 379: 2477–88 Prevalência de anti-HEV IgG entre pacientes transplantados em diferentes países Zhou et al., Rev Med Virol. 2013 Sep;23(5):295-304. Prevalência de HEV RNA entre pacientes transplantados em diferentes países Zhou et al., Rev Med Virol. 2013 Sep;23(5):295-304. Pesquisa de marcadores sorológicos e moleculares da infecção pelo HEV em pacientes submetidos a transplante hepático Anti-HEV IgG Anti-HEV IgM HEV RNA ▪ 1 caso de positividade simultânea anti-HEV IgG e IgM; ▪ 1 caso de positividade simultânea anti-HEV IgG e HEV RNA; TRATAMENTO: • Interferon x Ribavirina monoterapia ? • Ribavirina (12-17mg/Kg/dia) por 3 a 6 meses podem tornar o HEV RNA indetectável já na 1ª semana pós tratamento, induzindo RVS; ( Chailon A; J Heart Lung Transplant 2011) • Ribavirina é potencialmente eficaz no tratamento do VHE, apesar de induzir anemia; ( Mallet V, Ann Inter Med, 2010) • Revisão de 24 estudos • Interferon Peguilado (8) 2/8 25% RVS • Ribavirina ( 105 ) 64% RVS • ( Peters Van Ton AM, J Viral Hepatol, 2015) TRATAMENTO N=59, pacientes tratados com VHE Ribavirina < 3 meses N=39 RVS 29(74,3%) Ribavirina > 3 meses N=20 78% RVS 25(6-42 meses) Recidivantes 10 Dose média de RBV 600mg (200-1200mg) RVS 17(85,0%) Recidivantes 3 Kamar et al, NEJM 2013 TRATAMENTO: PROFILAXIA Vacina licenciada na China em 2012 (fase III); HEV-239, o antígeno do HEV genótipo 1 recombinante; Também eficaz em prevenir infecções pelo genótipo 4; Eficácia de 94-100% ( após 3 doses) em prevenir casos agudos sintomáticos; • Segura em mulher grávidas; • Ainda precisa ser estabelecida sua eficácia entre hepatopatas crônicos ou pessoas em uso de imunossupressores; • Ainda precisa ser estabelecida a duração do tempo de proteção e sua imunogenicidade e quais os títulos de anti-HEV podem ser considerados protetores; • • • • (Wedemeyer, Journal of Hepatology, 2013 vol 58 1045-1046) Mensagens Finais • HEV doença subdiagnosticada em todo mundo; • Aparecimento de casos autóctones em países desenvolvidos; • Pode evoluir para cronicidade em grupos específicos : HIV, transplantados, hepatopatas crônicos além de apresentar manifestações extra-hepáticas; • Diagnóstico deve ser feito pela pesquisa indireta através do anti-HEV IgM e IgG, porém em imunocomprometidos , obrigatória HEV RNA por PCR, visto que a soroconversão pode nunca ocorrer; • Casos de VHE no pós transplante pode impactar na evolução da fibrose, inclusive evoluindo para cirrose de novo e perda do enxerto em alguns casos. Mensagens Finais • Primeira linha de abordagem terapêutica é a redução das drogas imunossupressoras, como o tacrolimus; • Segunda abordagem deve ser o uso da RBV, sendo a associação com IFN, usado nos casos de resgate. Obrigado !