ANÁLISE DOS CUSTOS DO TRATAMENTO DA HEPATITE C EM PACIENTES COINFECTADOS HIV/HCV, TRATADOS PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Acadêmicos: Jeffersan KOTHE e Walter Rodrigo ZAPATA MONTANO Orientadora: Profª. MSc. Ana Paula Veber Resumo: A Hepatite crônica C causada pelo vírus da hepatite C (HCV) representa um dos grandes problemas de saúde pública. Cerca de 170 milhões de pessoas possuem diagnóstico de Hepatite C, sendo responsável por 60% das hepatopatias crônicas. No Brasil, estima-se que a infecção já atingiu mais de 2% da população (mais de 3,3 milhões de pessoas), dentre estes, de 17% a 36% de co-infecção com o Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV. Em cerca de 10 a 30 % dos casos de infecção pelo HCV não é possível definir qual o mecanismo de transmissão envolvido. O mecanismo mais eficiente para transmissão desse vírus é através do contato com sangue contaminado. O tratamento visa deter a progressão da doença hepática, por meio da inibição viral pela administração de dois medicamentos básicos (interferon peguilado e ribavirina). O presente estudo visa à análise dos custos envolvidos e deste modo, o impacto econômico do tratamento de pacientes co-infectados HCV/HIV no Estado de Santa Catarina, tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foi realizado um estudo descritivo exploratório de abordagem quantitativa, tomando-se por base o tratamento preconizado pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C viral e co-infecções do Ministério da Saúde, que descreve o manejo terapêutico para o tratamento. Os dados foram coletados considerando-se uma situação hipotética a formação de cinco (5) cenários (tipos de tratamento ao longo de um período “X” de tempo) a realidade do serviço de Itajaí no atendimento aos pacientes co-infectados. Considerando que a perspectiva de análise utilizada no estudo foi a do SUS, foram levantados aqueles custos diretamente envolvidos no cuidado prestado pelo sistema de saúde, gerados pela utilização de recursos no tratamento da hepatite C, incluindo serviços médicos e de enfermagem, dispensação e aplicação de medicamentos, exames laboratoriais e o próprio custo dos medicamentos. O custo dos medicamentos representou em todos os cenários um valor acima de 90% e o compartilhamento de doses entre os pacientes tende a reduzir o custo final do tratamento. Os atuais custos com o tratamento da doença são baixos porque uma grande parcela mantém-se assintomática por longo período e, proporcionalmente, poucos são tratados. Certamente estes custos tendem a aumentar nos próximos anos apesar da dificuldade de estimar a proporção dos portadores de hepatite C elegíveis para o tratamento antiviral. Portanto, é necessária uma política de medicamentos de médio e longo prazo que oriente a negociação com fornecedores, estimule a produção nacional e busque outras alternativas terapêuticas, sob risco de inviabilização do tratamento da população a médio prazo.