IMPACTOS DA BUROCRACIA NO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO PAÍS. Autoria: Alixandre Abel Alvarenga1 Resumo Este trabalho tem por escopo analisar as principais conseqüências da estrutura burocrática da administração pública brasileira, apresentando seu impacto no desenvolvimento econômico do país, bem como seus transtornos para empresariado brasileiro, que no meio de tantas dificuldades, muitas vezes optam por trabalhar na informalidade. O estudo utilizou-se de artigos acadêmicos e de relatórios disponibilizados por instituições de pesquisas socioeconômicas, verificando as dificuldades para formalização de uma empresa no Brasil. Ainda, procurou identificar como esse cenário burocrático pode criar um ambiente propício à corrupção, que esvazia os cofres públicos e aumenta a desconfiança dos cidadãos no Governo. Palavras-chaves: Burocracia. Reforma. Regulação. Informalidade. Corrupção. Abstract This work has for target to analyze the main consequences of the bureaucratic structure of the Brazilian public administration, presenting its impact in the economic development of the country, as well as its upheavals for entrepreneur Brazilian, that in the way of as many difficulties, many times opt to working in the informality. The study it was used of academic articles and reports available for institutions of socio-economics research, verifying the difficulties for formality of a company in Brazil. Still, it looked for to identify as this bureaucratic scene can create a propitious environment to the corruption, that empties the public coffers and increases the diffidence of the citizens in the Government. Keywords: Bureaucracy. Reform. Regulation. Informality. Corruption. 1 Bacharel em Administração pela Universidade Católica de Brasília - UCB. Pos graduado em Gestão Pública – Linha de Pesquisa em Administração Pública. Servidor Público, lotado na Secretaria de Estado de Fazenda do Distrito Federal. 1 Introdução Há um consenso de que a administração pública brasileira é uma instituição com problemas, que precisam ser resolvidos se o país pretende tornar-se economicamente desenvolvido. Apesar de um grande número de reformas administrativas iniciadas, o que se observa, porém, que poucas tiveram avanços consideráveis. Uma das possíveis explicações para esse atraso é exatamente a falta de uma boa compreensão dos impactos da burocracia no desenvolvimento econômico do país. Por muito tempo não houve relevância entre os gestores de políticas públicas a necessidade de conhecer qual o efeito que determinada política provoca quando implementada e os agentes sociais afetados. Os programas eram concebidos sem a preocupação com os seus destinatários finais, ou seja, os usuários dos serviços públicos. O objetivo não era atender melhor, pois não se avaliava suas necessidades nem procurava achar saídas viáveis para seus problemas. Não se pensava nas pessoas e sim nos processos, nas exigências, nas necessidades dos próprios órgãos públicos. Em conseqüência, nota-se uma paralisia do poder público, ligado a uma legislação ultrapassada e ineficiente. No Brasil, apesar do grande número de empreendedores com bons projetos, a forte burocracia vem desestimulando a produção, prejudicando bastante as pequenas e médias empresas, que são elementos importantíssimos para o crescimento da economia do país. Sensibilizado com essa situação, o trabalho pretende analisar os impactos da burocracia no desenvolvimento econômico do país. Com apoio de levantamentos estatísticos e artigos científicos sobre o assunto, pretende-se discutir sobre a manifestação desse fenômeno na administração pública brasileira, que tanto prejudica o cidadão de bem de exercer suas atividades legalmente. O estudo, ainda, procurou referenciar como esse cenário burocrático pode ser propício à disseminação da corrupção, que tanto esvazia os cofres públicos. Breve histórico sobre a Burocracia Segundo Motta (2000) burocracia é uma estrutura social na qual a direção das atividades coletivas fica a cargo de um aparelho impessoal, hierarquicamente organizado, que deve agir segundo critérios e métodos racionais. 2 A burocracia na administração pública apareceu na tentativa de rebuscar o Estado de Direito em confronto com o estado patrimonialista que agia à revelia da lei, sacrificava o interesse da coletividade pela satisfação da demanda daqueles que detinham o poder. Assim, surgiu o Estado da burocracia que buscava afastar, o uso do patrimônio público em favor do interesse particular. Pode-se dizer que o objetivo haveria de ser alcançado: evitar que a vontade do administrador público pudesse imperar sobre benefício próprio. Nesse contexto, a sociedade moderna passa a ser submetida a uma grande organização burocrática que é o Estado, responsável pela administração de um número cada vez maior de setores da vida social. A burocracia torna um instrumento de controle e regulamentação que se espalhou na maioria absoluta dos países, inclusive no Brasil. No entanto, a expansão do fenômeno da globalização e a união dos mercados internacionais tiveram como conseqüência a necessidade de reformar o Estado para aumentar sua eficiência e reduzir seu tamanho, e ao mesmo tempo torná-lo mais responsável perante a sociedade. Assim, o Estado burocrático passou a ser sinônimo de ineficiência do poder público, sendo um entrave ao crescimento da economia. Em decorrência, surgem na Europa e Estados Unidos, na década de 80, as reformas administrativas cujos temas eram: aumento da eficiência, corte nos gastos e atuação mais flexível do aparato do Estado. Tenta-se introduzir a lógica da produtividade e os modelos gerenciais do setor privado na administração pública. Podemos dizer, que a reforma do Estado, que se tornou tema central nos anos 90 em todo o mundo, é uma resposta ao processo de globalização em curso que reduziu a autonomia do Estado para formular e implementar políticas de crescimento econômico. Hoje, a ênfase recai sobre medidas para eliminar barreiras ao comércio, ao investimento e ao empreendedorismo. Esse novo cenário insere a necessidade de desburocratização da máquina pública, para a adoção de políticas voltadas para qualidade institucional, promovendo dessa forma, o apoio necessário para desempenho e produtividade das empresas nacionais. A Burocracia no Brasil No Brasil, os esforços para reduzir a sobrecarga burocrática ainda são tímidos e não abrangem a administração pública como um todo. As políticas adotadas revelam pouca 3 sensibilidade e flexibilidade quanto à necessidade de se aperfeiçoar a máquina pública para dar suporte para a economia brasileira enfrentar os desafios do mundo globalizado em termos de competitividade. Apesar da grande pressão do setor empresarial e da sociedade civil para que os governos produzam resultados imediatos e sustentáveis nessa área, há grandes dificuldades no que se refere ao ritmo de suas reformas. A reorganização institucional e a implementação de medidas de simplificação levam tempo e geram resistência na burocracia defensiva da cultura administrativa. Há poucas informações históricas sobre o sucesso de iniciativas de políticas de simplificação administrativa para redução da sobrecarga burocrática. Faltam mecanismos para monitorar os impactos da burocracia e de implementar programas para redução da sobrecarga administrativa, para a qualidade dos serviços prestados. Tratamos aqui, sobrecarga administrativa, como os encargos burocráticos na forma de solicitação de alvarás, preenchimento de formulários, solicitação de informações, cumprimento de notificações e todas as outras exigências impostas pelo governo que oneram constantemente o setor empresarial. As tentativas de reformas no Brasil No Brasil, a batalha a favor de reparos no regime burocrático do Estado Brasileiro tem sido recorrente nos últimos 40 anos, tendo como marco a introdução do Decreto-Lei 200/1967, uma das mais importantes reestruturações do aparelho administrativo do Estado, dispondo sobre as normas da organização pública. Com a introdução deste decreto, previa-se a desburocratização da máquina pública através da descentralização administrativa. Em continuidade a esse processo, na década de 80, chegou-se a criar o Ministério da Desburocratização, com a finalidade de propor alternativas para diminuir o excesso de papéis, carimbos, assinaturas, que atormentam a vida do cidadão, através da intensificação do uso da tecnologia da informação, como forma de agilizar os serviços prestados ao cidadão. Em 1995, visando a redução da intervenção e do tamanho do Estado, para resgatar sua autonomia financeira e sua capacidade de implementar políticas públicas, o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE) lançou as bases do projeto governamental brasileiro de reestruturação do aparato estatal, em resposta à crise generalizada do Estado em níveis 4 políticos, fiscais, administrativos, previdenciários, orçamentários e em sua própria relação com a sociedade. Todas essas forças contrárias à burocracia, tinham como objetivos a reforma e modernização do Estado, para melhorar a interação entre o cidadão e a máquina administrativa, criando mecanismos para facilitar a distribuição da riqueza na estrutura da social do país. Apesar do grande destaque dado a essas ações, nota-se que os esforços foram insuficientes para quebrar o paradigma da burocracia nas organizações públicas brasileiras. As regulações administrativas Nos dias de hoje, ouvimos falar freqüentemente em regulação pelo estado. A palavra regulação deriva do termo inglês regulation que significa controle e direcionamento exercidos pelo Estado, sobre a sociedade, não somente por intermédio das leis como de quaisquer outras disposições formais a que se deva observar (OCDE, 2007). As regulações administrativas quando ultrapassadas ou mal concebidas obstruem a inovação, inibem novos entrantes, e criam barreiras desnecessárias ao comércio, ao investimento e a eficiência econômica. O relatório da OCDE (2007) relata que no mundo globalizado a competitividade empresarial pode ser fortemente afetada pela ineficiência do ambiente regulatório e administrativo nacional. Em conseqüência, quando estas sobrecargas de regulação administrativa são vistas como excessivas, as taxas de observância podem cair e o nível geral de respeito pela lei estará ameaçado, colocando em risco a efetividade da regulação como ferramenta para consecução de objetivos de política pública. Arraes & Teles (2000) em sua pesquisa sobre o desenvolvimento econômico, afirma que além das variáveis clássicas sobre a acumulação de capital e o crescimento econômico, está associada uma outra variável considerada incisiva: a qualidade político-institucional dos países, representadas pelas diferenças burocráticas. Sob essa ótica, uma política de crescimento econômico sustentável está condicionada a constituição de mecanismos que garantam a manutenção e continuidade da qualidade institucional, traçada pela eficiência do governo. Segundo os autores, o setor governamental consistirá em um fator essencial para gerar um crescimento equilibrado e sustentável. No entanto, o que observamos no Brasil é que há 5 pouco empenho dos dirigentes na consecução de metas políticas para melhorar a qualidade da regulação. O Estado através de suas ações de controle cria uma série de obrigações para que uma empresa possa funcionar. Esses encargos burocráticos, como visto, fazem com que muitas empresas optem pela informalidade. A informalidade além de causar prejuízos aos cofres públicos é prejudicial àqueles que trabalham legalmente, pois torna a competividade desleal, à medida que esta não tem o ônus dos encargos impostos pelo Estado. O crescimento da informalidade No Brasil, a pesada burocracia é uma das principais causas do crescimento do setor informal na economia do país, pois impede que pequenos produtores entrem no sistema econômico mediante canais legais. Aqui tratamos da informalidade, como todas as pessoas físicas ou jurídicas que exercem suas atividades sem o devido registro nas autoridades competentes, não cumprindo suas obrigações junto ao Estado. Pesquisa do IBGE revelou que 98% das empresas brasileiras não-agrícolas em 2003 eram informais. Essa economia informal gerou, no mesmo ano, R$ 17,6 bilhões de receita e ocupou um quarto dos trabalhadores urbanos do país. Isso representa 10 milhões de empresas que deixam de arrecadar impostos aumentando a evasão fiscal, provocando perdas para os cofres públicos. A tabela 1 demonstra a evolução das empresas informais e o número de pessoas empregadas neste setor: Número de empresas não-agrícolas com até 5 empregados do setor informal e de pessoas ocupadas em empresas do setor informal - Brasil Número de empresas Empresas do setor informal Pessoas empregadas 1997 2003 Crescimento (%) 9.477.973 10.335.962 9,1 12.870.421 13.860.868 7,7 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalhos e Rendimento, Pesquisa Economia Informal Urbana Tabela 1. Vivenciamos com os elevados prazos para a abertura de empresas e excessivas formalidades, muitas vezes inúteis, que elevam os custos de transação para o exercício da 6 atividade econômica, gerando perdas de riquezas. O relatório da OCDE (2007) ressalta que a burocracia é especialmente onerosa para pequenas empresas e pode atuar como um desincentivo à abertura de novos negócios. Moraes (2005) aponta o relatório apresentado pelo Banco Mundial, em meados de 2005, que demonstrou que o país ocupa a 98ª posição em matéria de facilidade para se criar uma empresa. Esse mesmo relatório indica que para lidar com licenças, o país está na 115ª posição. Para tocar um negócio, considerados todos os seus aspectos, em 119ª lugar. Segundo o Relatório Fazendo Negócios 2007: Como Reformar, do Banco Mundial e da Internation Finance Corporation, no Brasil leva-se até 152 dias para abrir uma empresa, mais que o dobro do tempo usado nos demais países latino-americanos, que levam uma média 73,3 dias. Essa diferença ainda é maior se comparada com o tempo de países desenvolvidos que levam em torno de 16,6 dias. Quanto as etapas que envolvem o processo de abertura, aqui temos 17 etapas, contra uma média de 10,2 na América Latina e 6,2 nos países desenvolvidos. (BRASIL, 2007). Esse mesmo relatório aponta que até mesmo para se pagar tributos o empresariado brasileiro sofre: aqui são necessários em média 2.600 horas de dedicação anual para quitar suas obrigações, frente a 430,5 nos outros países da América Latina e 202,9 nas economias desenvolvidas. A tabela 2 resume esse comparativo: 7 Comparativo do Relatório do Banco Mundial e da Internation Finance Corporation em relação a Países da América Latina e Países Desenvolvidos Item Avaliado Brasil Países Latinos (em dias) (em dias) Diferença Países Desenvolvidos (%) (dias) Diferença (%) Tempo médio para abertura de uma empresa 152 73,3 207,4 16,6 915,7 Nº médio de etapas do processo de abertura 17 10,2 166,7 6,2 274,2 Tempo médio gasto para o cumprimento das obrigações Item Avaliado Brasil (em horas) Tempo gasto Países Latinos (em horas) 2.600 430,5 Diferença Países Desenvolvidos (%) (em horas) 603,9 Diferença (%) 202,9 1281,4 Adaptado: Comparativo do Relatório do Banco Mundial e da Internation Finance Corporation Tabela 2. Todas estas complicações para uma empresa atuar na legalidade, aumenta o grau de clandestinidade. A onerosidade que a burocracia cria para a abertura de empresas vem levando seus titulares a optarem pela informalidade, deixando de arrecadar impostos, diminuindo a arrecadação. Essa situação além de atuar como um entrave para o desenvolvimento, reflete negativamente na imagem do país perante o cenário mundial, dificultando a captação de investimentos externos e consequente engessamento da economia nacional. Segundo estudo realizado pelo World Economic, fórum sobre as 12 economias da América Latina e do Caribe, buscando informações sobre a eficiência regulatória, a ética pública e a eficácia de procedimentos para resolver disputas, o Brasil aparece na lanterna no ranking entre países latinos, à frente apenas da Venezuela. O relatório aponta que a burocracia é o fator que mais afasta investimentos em infra-estrutura no país. (Brasil, 2007) Como amplamente evidenciado pelas teorias de crescimento econômico, há uma relação entre a fragilidade institucional e o desenvolvimento econômico. Desse modo, a eficiência do setor governamental consistirá em um fator essencial para gerar um crescimento equilibrado. 8 Da burocracia à corrupção As dificuldades para se resolver problemas junto a administração pública, fazem com que as pessoas recorram a uma “indústria de facilidades”, responsável pelo surgimento de um grave fenômeno: a corrupção. Na administração pública, a corrupção pode ser definida, como o uso ilegal do poder público por parte de seus governantes, funcionários públicos e/ou agentes privados, com o objetivo de transferir renda pública para determinados indivíduos ou grupos de indivíduos de forma ilegal. A corrupção associa-se a um fenômeno do poder, em que agentes públicos influentes, no desempenho de suas funções, realizam ou dificultam a condução dos serviços, por meio de ação ou omissão de suas atividades, com o recebimento ou promessa de obter vantagens em benefício próprio. (ARAUJO, 2005) Segundo Carneiro (2007) do excesso de burocracia cria-se um ambiente propício para a corrupção, pois da dificuldade cria-se uma maneira de vender “facilidade”. Toda estrutura burocrática da máquina pública faz com que o cidadão na busca de facilidades para resolver seus problemas, se aproxime demasiadamente do agente público, criando riscos de desvios de conduta, ou seja, a corrupção. (Carneiro, 2007) Nota-se que o Brasil tem uma das taxas mais altas de corrupção do mundo. Prova dessa afirmação é a classificação do Brasil no ranking de percepção da corrupção, onde o mesmo ocupa a 72ª posição, entre 180 países avaliados, com índice mais elevado que países como Barbados, Colômbia e El Salvador. Esse índice é o pior nível em dez anos, segundo relatório anual de governança produzido pelo Banco Mundial. De acordo com o levantamento, o país está em nível inferior ao que se encontrava quando a entidade multinacional começou a fazer esse estudo, em 1996. (Bird, 2007) Acemoglu e Verdier (2000), citado por Arraes e Teles (2000) propõem uma teoria que liga intervenção governamental à corrupção. Segundo eles, dado que a corrupção subverte os propósitos de intervenção governamental, quanto maior a regulação do Estado, maior será o espaço para corrupção. Dessa forma, o tamanho da burocracia envolvida, pode influenciar no número de pessoas corrompidas. Mauro (1995), também citado por Arraes e Teles (2000), escreveu um artigo sobre a corrupção, sugerindo a criação de um índice de corrupção para países baseado indicadores de eficiência institucional. Seus trabalhos indicam que corrupção reduz os investimentos, baixando 9 assim as taxas de crescimento econômico dos países. O autor afirma que a associação entre a corrupção e queda de investimentos faz sentido, de tal modo que a situação inversa, proporcionada pela qualidade institucional, atrairá investimentos e o crescimento econômico. Essa qualidade institucional é determinada pela eficiência do governo, corrupção e burocracia. Para a administração pública, a corrupção é uma das maiores ameaças à boa governança e ao desenvolvimento do país. Além de afetar, de modo geral, o desenvolvimento econômico, a corrupção também acarreta danos às empresas que valorizam práticas justas em suas transações comerciais. Tal cenário além de provocar descrença da população, traz sérias conseqüências para o desenvolvimento do país frente ao mundo globalizado, principalmente no que diz respeito a competitividade das empresas nacionais frente ao mercado internacional. Conclusão As entidades públicas devem estar preocupadas com agilidade e rapidez na prestação dos serviços que dela são exigidos, a fim de atender as demandas da sociedade. Nesse contexto, as distorções provocadas pelo excesso de burocracia merecem uma atenção especial. Esse fenômeno tem um impacto muito forte para o empresariado brasileiro, sendo extremamente nocivo para o desenvolvimento econômico do país. A forte burocracia também reflete no aumento da corrupção. A inércia do poder público acaba criando brechas para que pessoas mal intencionadas aproveitem da fragilidade institucional. Quanto maior a dificuldade, maior é o espaço para a corrupção. É evidente que os problemas econômicos do Brasil não se esgotam na lentidão da máquina pública. Mas, não há como discordar que esse fenômeno tem um impacto negativo na economia. Há largas evidências da diminuição dos níveis de investimento em determinados países em situações de elevada burocracia e corrupção. A luz dessa discussão importa apreciar que a reforma da máquina pública brasileira é parte de um processo amplo de mudanças que deve conduzir à adoção de um novo modelo de gestão administrativa que preze pela qualidade dos serviços prestados. Necessita-se urgentemente discutir estratégias para simplificar e modernizar o aparelho do Estado, de modo que se alcance maior interação com os usuários dos serviços públicos. Os dados apontados no trabalho demonstram que é de suma importância promover uma efetiva e radical desburocratização da administração pública brasileira. Deve-se priorizar 10 medidas para simplificar as atividades empresariais, abolindo as exigências desnecessárias, de modo que as empresas nacionais possam cumprir suas obrigações e ainda continue competitivas no mercado internacional. BIBLIOGRAFIA ARAÚJO, Gustavo Viola. O combate à corrupção no Brasil: desafios e perspectivas. Controladoria Geral da União. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em <HTTP://www.cgu.gov.br/1_concursomonografias/arquivos2_gustavo_viola_de_araujo.pdf>. Acesso em 15 jan. 2008. ARRAES, Ronaldo A.; TELES, Vladimir Kuhl. Qualidade institucional e crescimento econômico. 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