BCH - BPP - GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AULA 8 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E REFORMA DO ESTADO: PARTE 1 – O CONTEXTO INTERNACIONAL Referência bibliográfica: BRESSER-PEREIRA, LUIZ CARLOS. (1998). GESTÃO DO SETOR PÚBLICO: ESTRATÉGIA E ESTRUTURA PARA UM NOVO ESTADO. IN IN BRESSER-PEREIRA, L.C. & SPINK, P. (ORG.), REFORMA DO ESTADO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL. 3ª EDIÇÃO, RIO DE JANEIRO, FGV GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Anos 90 – debate se deslocou para a reforma do Estado, particularmente para a reforma administrativa Plano Real foi um programa brasileiro com o objetivo de estabilização econômica 1994 - Medida Provisória nº 434 , instituiu a unidade real de valor (URV), determinou o lançamento de uma nova moeda, o Real: Desindexação da economia, Equilíbrio fiscal, Abertura econômica. Como redefinir um novo Estado em um mundo globalizado? Uma das principais reformas a que se dedica FHC é a reforma da administração pública GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Criação do Ministério da Administração da Reforma do Estado. Reforma fiscal, da previdência social e eliminação dos monopólios estatais. Administração pública moderna e eficiente, compatível com o capitalismo competitivo. Flexibilizar o estatuto da estabilidade do servidores públicos de modo a aproximar os mercados de trabalho público e privado. Reação negativa e depois apoio de governadores, prefeitos, empresários, imprensa e opinião pública. GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Necessidade apontada também por investidores estrangeiros e agências financeiras multilaterais. Emenda constitucional da Reforma remetida em 1995. Publicação do Plano Diretor da Reforma do Brasil transformar a administração pública burocrática em gerencial. Após a crise dos anos 80, ocorreu relativo controle da economia e redução das taxas de inflação; mas não se retomou o crescimento. A ideia de Estado mínimo se provou irrealista. Logo se percebeu que as falhas do Estado não eram piores do que as falhas do mercado. GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Considerou que havia uma crise fiscal do Estado e uma crise da forma burocrática de administração do Estado. A solução não era provocar o definhamento do Estado, mas reconstruílo, reformá-lo. A ideia é reduzir o Estado, limitar suas funções como produtor de bens e serviços e ampliar suas funções no financiamento de atividades que evolvam externalidades ou direitos humanos básicos e na promoção da competitividade internacional das indústrias locais. Aumentar a capacidade de governar, capacidade efetiva do governo transformar suas políticas em realidade. As primeiras medidas foram o ajuste fiscal e a privatização. GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Uma reforma administrativa que torne o serviço público mais coerente com o capitalismo contemporâneo, que permita aos governos corrigir falhas de mercado sem incorrer em falhas maiores. Pág. 24 e 25 O Estado e as organizações não estatais devem ser públicos. A proteção dos diretos públicos passa a ser dominante em todo o mundo. Era preciso refundar a república, a democracia devia ser aprimorada para se tornar mais participativa, a administração pública burocrática devia ser substituída por uma administração pública gerencial. Pág. 26 Países em desenvolvimento: direitos civis e sociais sem proteção; nepotismo e corrupção convivendo com a burocracia. GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA No Estado desenvolvimentista, o excedente da economia foi dividido entre os capitalistas e burocratas. Administração pública gerencial: orientada para o cidadão e para os resultados; descentralização; incentivo à criatividade e à inovação; utiliza o contrato de gestão como controle dos gestores públicos. Págs. 33, 34 e 35. GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A proposta de reforma do aparelho do Estado parte da existência de quatro setoresdentro do Estado: (1) o núcleo estratégico do Estado, (2) as atividades exclusivas de Estado, (3) os serviços não-exclusivos ou competitivos, e (4) a produção de bens e serviços para o mercado. No núcleo estratégico são definidas as leis e políticas públicas. É um setor relativamente pequeno, formado no Brasil, a nível federal, pelo Presidente da República, pelos ministros de Estado e a cúpula dos ministérios, responsáveis pela definição das políticas públicas, pelos tribunais federais encabeçados pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Ministério Público. A nível estadual e municipal existem correspondentes núcleos estratégicos. GOVERNO, BUROCRACIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA As atividades exclusivas de Estado são aquelas em que o “poder de Estado”, ou seja, o poder de legislar e tributar é exercido. Inclui a polícia, as forças armadas, os órgãos de fiscalização e de regulamentação, e os órgãos responsáveis pelas transferências de recursos, como o Sistema Unificado de Saúde, o sistema de auxílio-desemprego, etc. Os serviços não-exclusivos ou competitivos do Estado são aqueles que, embora não envolvendo poder de Estado, o Estado realiza e/ou subsidia porque os considera de alta relevância para os direitos humanos, ou porque envolvem economias externas, não podendo ser adequadamente recompensados no mercado através da cobrança dos serviços. Finalmente, a produção de bens e serviços para o mercado é realizada pelo Estado através das empresas de economia mista, que operam em setores de serviços públicos e/ou em setores considerados estratégicos.