REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Corrup?: Quem faz mais? ® Que a corrupção em nosso país é institucionalizada, ninguém contesta mais. A notoriedade fala por si. A dúvida é saber se este flagelo ocorre mais no Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário. Buscando uma maior reflexão, nos ateremos ao Poder Executivo, porém persiste o problema: onde ela é mais presente? A nível da União, Estados ou Municípios? Os últimos acontecimentos revelam uma verdadeira concorrência para ver quem a pratica com mais intensidade. A roubalheira do erário na União apresenta-se maior e mais gritante, visto ser perpetrada por grandes políticos e demais servidores públicos. Não escapa órgão algum. Se há oportunidade, a propina está presente na forma de vantagens, comissões, tráfico de influência, etc, sempre com o objetivo de fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Observa-se o mesmo nos Estados, porém com valores pecuniários menores. Em algumas repartições a “lei do café”, com uma celeridade impressionante, abre as portas da administração pública. Acelera-se decisões, pagamentos de débitos, diligências e outras “coisas mais”, que todos sabemos e muitos participam. Nos Municípios, a ordem é praticar o peculato. O que a União e os Estados mandam de recursos, é tirado, “um pouco”, para o administrador e a “sobra” vai para os administrados. Exemplo maior disso, são os municípios nordestinos, que enriqueceram diversos “representantes do povo” com está prática corriqueira. Mas afinal, onde se faz presente com mais ênfase a corrupção? Pergunta de difícil resposta.. Devemos compreender que a corrupção está arraigada na cultura brasileira e é sempre ativa e passiva. É normal dar um “cafezinho” para o guarda de trânsito liberar um motorista de uma infração. Achar ou não alguém para a justiça é questão pecuniária a ser “acertada”. A autuação de infração fiscal passa até pela conveniência política. Aprovar ou não determinada lei, depende também de lobbys financeiros que os interessados fazem aos legisladores. Meios e maneiras de se debelar a corrupção existem, só que dependem fundamentalmente da participação popular, a quem parece não interessar seu fim. Será que conseguimos viver sem o famoso “jeitinho brasileiro”? E se a “lei da vantagem” ficasse em desuso, sobreviveríamos? Pouco provável, pois culturalmente ainda não estamos preparados para extirpar a corrupção do nosso dia-a-dia. Odiamos a corrupção, temos nojo dela e se não acabarmos com ela, continuaremos a ser um país de terceiro mundo. Nosso povo continuará com fome, sem empregos e cada vez mais pobre. Acabar com isso só depende de um velho ícone da economia, a “lei da oferta e da procura”. Se não oferecermos a propina eles não ganham. Se exigirem, denunciamos para a imprensa, aliás, única instituição confiável neste momento. Então cidadão, faça a sua parte: diga não a corrupção nacional.