PRODUTOS NATURAIS OU FARMÁCIA VERDE? MITOS E FACTOS

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A RTIGOS
PRODUTOS NATURAIS OU FARMÁCIA VERDE? MITOS E FACTOS
Maria Eduarda Araújo
&4%H'HSDUWDPHQWRGH4XtPLFDH%LRTXtPLFD)DFXOGDGHGH&LrQFLDV8QLYHUVLGDGHGH/LVERD
HGXDUDXMR#IFXOSW
Natural products or green pharmacy? Myths and facts – Natural products are mainly products of
vegetable origin used for the treatment of multiple disorders. Because they are not obtained in the laboratory people
believes that its use will only have advantages without any negative consequences. But is this correct? This text aims
to destroy some myths on this subject using simple examples.
OVSURGXWRVQDWXUDLVVmRSURGXWRVSULQFLSDOPHQWHGHRULJHPYHJHWDOXVDGRVSDUDRWUDWDPHQWRGHP~OWLSODVDIHFo}HV
3HORIDFWRGHQmRVHUHPREWLGRVHPODERUDWyULRH[LVWHDFUHQoDGHTXHRVHXXVRVyWHUiYDQWDJHQVVHPFRQVHTXrQFLDV
negativas. Mas será que esta crença está correcta? Neste texto procura-se, com diversos exemplos, apresentar alguns
factos e desmontar alguns mitos relativamente a este tema.
O QUE SÃO OS PRODUTOS NATURAIS?
&RPR R QRPH LQGLFD 3URGXWRV 1DWXUDLV VmR VXEVWkQFLDV
extraídas de plantas, fungos, animais ou ainda microrganisPRV8PDVXEVWkQFLDREWLGDSRUVtQWHVHTXtPLFDGHVGHTXH
VHMD TXLPLFDPHQWH LGrQWLFD jTXHOD REWLGD SRU H[WUDFomR
HPERUD R FLGDGmR FRPXP D FRQVLGHUH XP SURGXWR DUWL¾cial, para o investigador em química é um Produto Natural.
No entanto, com o desenvolvimento da biotecnologia e o
aparecimento e utilização de organismos geneticamente
PRGL¾FDGRVRFRQFHLWRGH²QDWXUDO³WRUQRXVHPDLVGLItFLO
GHGH¾QLU6HUi²QDWXUDO³XPDPROpFXODSURGX]LGDSRUXP
microrganismo resultante da engenharia genética, o qual foi
FULDGRDUWL¾FLDOPHQWH"6HHVVDVXEVWkQFLDIRUSURGX]LGDSRU
RUJDQLVPRVPRGL¾FDGRVSRGHUiVHUFRQVLGHUDGD²QDWXUDO³"
Certamente que não. O desenvolvimento da bioquímica, da
ELRORJLDHGDELRWHFQRORJLDIH]VXUJLUTXHVW}HVUHODWLYDPHQWH
DDVVXQWRVTXHVHFRQVLGHUDYDPMiHQFHUUDGRV>@
Há milhares de anos que o Homem conhece os Produtos
1DWXUDLVHRVXWLOL]DSDUDRVPDLVGLYHUVRV¾QV(OHVUDUDmente eram usados puros, sendo mais comum a utilização
de extractos, de origem vegetal ou animal, de composição
complexa, formados por misturas de vários compostos e
portanto difíceis de conhecer na totalidade.
O QUE SIGNIFICA A EXPRESSÃO “FARMÁCIA VERDE”?
(VWHWHUPRpSRXFRXWLOL]DGRHPSRUWXJXrVPDVPXLWRXVDGRHPLQJOrVHSURYpPGHXPOLYURGDDXWRULDGRERWkQLFR
-DPHV$ 'XNH >@ (VWH DXWRU FRP H[WHQVR WUDEDOKR QR
campo dos produtos naturais medicinais é o autor de uma
base de dados on-line de acesso livre onde estão listados
vários milhares de plantas medicinais e a respectiva comSRVLomR>@
A utilização das plantas medicinais não é uma moda da
sociedade actual. Baseia-se no conhecimento empírico que
DVYiULDVSRSXODo}HVSRUWRGRRPXQGRDRORQJRGHPLOpQLRVIRUDPDFXPXODQGRHWUDQVPLWLQGRjVJHUDo}HVVHJXLQWHVDRGHVFREULUHXWLOL]DURVUHFXUVRVGLVSRQtYHLVRXVHMD
as plantas que existiam nos seus habitats, para curar ou
PLQRUDUDVHQIHUPLGDGHVTXHDVD¿LJLDP$SUySULD2UJDQL]DomR0XQGLDOGH6D~GH206UHFRQKHFHDLPSRUWkQFLD
H R PpULWR GHVWH FRQKHFLPHQWR HWQRERWkQLFR H SRVVXL QD
sua página da Internet quatro extensos volumes que coEUHPPRQRJUD¾DVVREUHSODQWDVPHGLFLQDLVWRGDVHODV
WDPEpPGHDFHVVROLYUH>@
ALGUNS MITOS
Mito 1: Tudo o que é natural é bom!
Existe o mito de que o uso de tudo o que é de origem natuUDORXVHMDGRVPHWDEROLWRVVHFXQGiULRVSULQFLSDOPHQWHGH
RULJHPYHJHWDOVHUiVHPSUHEHQp¾FD
2UDEDVWDPGRLVH[HPSORVSDUDGHVWUXLUHVWHPLWR
1) 8P JOLFyVLGR D DPLJGDOLQD $ DPHQGRHLUDDPDUJD
Prunus dulcis var. amara V\Q Prunus amygdalus p
uma variedade da amendoeira. O fruto da amendoeiraDPDUJDDDPrQGRDDPDUJDDSUHVHQWDXPDVSHFWRVHPHOKDQWHDRGDDPrQGRDGRFHVyVHGLVWLQJXLQGRSHOR
sabor, que é muito acre. Ora, esta variedade possui na
sua constituição um glicósido cianogénico, a amigdaliQD)LJXUDTXHQRWXERGLJHVWLYROLEHUWDiFLGRFLDnídrico, o qual é altamente tóxico.
Apesar deste composto existir em pequena concentração
QRVIUXWRVVHIRULQJHULGDXPDTXDQWLGDGHVLJQL¾FDWLYDGH
DPrQGRDVDPDUJDVLVVRSRGHWRUQDUVHOHWDO(VWLPDVHTXHD
6RFLHGDGH3RUWXJXHVDGH4XtPLFD_7HO)D[_(PDLOVHGH#VSTSW
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LQJHVWmRGHDDPrQGRDVDPDUJDVFRPLGDVGHXPDVy
YH]VHMDPVX¾FLHQWHVSDUDFDXVDUDPRUWHGHXPDGXOWR
Figura 1 – Fórmula de estrutura da amigdalina
$ DPLJGDOLQD p XPD VXEVWkQFLD FRQKHFLGD GHVGH D$QWLJXLGDGH HPERUD Vy HP WHQKD VLGR LVRODGD SRU GRLV
TXtPLFRV IUDQFHVHV 3LHUUH-HDQ 5RELTXHW H
%RXWURQ&KDUODUG D SDUWLU GR PLROR GDV VHmentes da amendoeira-amarga. O conhecimento total da
HVWUXWXUD GD PROpFXOD Vy IRL FRQVHJXLGR SRU +DZRUWK H
:\ODPHP>@1RVDQRVVHWHQWDGRVpFXOR;;QRV
Estados Unidos da América, este composto ganhou a fama
de ser um medicamento universal contra todos os tipos de
FDQFUR2IDFWRGHVHUGH²RULJHPQDWXUDO²DMXGRXjGLVVHPLQDomRGHVWDLGHLDMXQWRGHFHUWRVVHFWRUHVGDSRSXODomR
dos EUA. Analisando a fórmula molecular deste composto
YHUL¾FDVH TXH HP PDVVD D DPLJGDOLQD FRQWpP VHLV SRU
cento de cianeto. Se todo o cianeto de uma dose única de
PJIRVVHOLEHUWDGRHVWDVHULDXPDTXDQWLGDGHOHWDO)Hlizmente, a enzima necessária para que tal acontecesse é a
beta-glucosidase, que não existe nos seres humanos. Quando a amigdalina é ministrada por via intravenosa, não sofre
TXDOTXHU DOWHUDomR PHWDEyOLFD VLJQL¾FDWLYD H p H[FUHWDGD
pela urina. No entanto, quando a administração é realizada
SRUYLDRUDODVLWXDomRSRGHMiQmRVHUDPHVPD$HQ]Lma beta-glucosidase está presente em vários alimentos comuns, inclusive em organismos probióticos comerciais que
contenham o Lactobacillus acidophilus, o %L¾GREDFWHULXP
lactis ou o Lactobacillus casei, utilizados na fermentação
GROHLWHHGDVEHELGDVGHVRMD$WR[LFLGDGHGDDPLJGDOLQD
portanto, depende inteiramente da disponibilidade, no tracto gastrointestinal, de beta-glucosidase. Sucede ainda que
a ingestão próxima de vitamina C acelera a libertação de
cianeto a partir da amigdalina, havendo relatos de envenenamento acidental por cianeto a partir da ingestão próxima
de amigdalina e vitamiQD&>@(PERUDSRVVDVHUH[FUHtado sem provocar danos, a ingestão de um composto com
este tipo de imprevisibilidade absoluta e havendo sempre a
possibilidade de toxicidade extrema, deve ser considerada
extremamente perigosa. Para além do mais, a sua actividaGHDQWLFDQFHUtJHQDpFRQWURYHUVDQXQFDWHQGR¾FDGREHP
estabelecida.
2) Uma planta, a purgueira. A purgueira, ou pinhão-manVRFRPRpFRQKHFLGDQR%UDVLOGHQRPHFLHQWt¾FRJatropha curcas, é uma planta nativa da América do Sul
e da América Central, mas que se espalhou por toda a
]RQDWURSLFDOHVXEWURSLFDOGHÇIULFDHGDÇVLD1RSDV16
sado, o arquipélago de Cabo Verde foi um importante
SURGXWRUH[SRUWDGRU GDV VHPHQWHV GHVWD HVSpFLH SDUD
Portugal. Cresce bem em solos marginais e é muito
utilizada para fazer cercas vivas. Na medicina popular
dos países onde se cultiva é usada para o tratamento
GH GLYHUVDV DIHFo}HV VHQGROKH DWULEXtGDV DV VHJXLQWHV SURSULHGDGHV DERUWLYDV DQWLVpSWLFDV FLFDWUL]DQWHVGHSXUDWLYDVGLXUpWLFDVKHPRVWiWLFDVRXVHMDFRP
a capacidade de parar as hemorragias, lactagogas, ou
VHMD IDFLOLWD D SURGXomR GH OHLWH PDWHUQR QDUFyWLFDV
purgativas e vermífugas. Neste mesmo tipo de medicina é ainda recomendada para o tratamento do cancro e
como remédio para queimaduras, carbúnculo, dermatiWHVLQFRQWLQrQFLDUHXPDWLVPRGRUFLiWLFDHQWUHRXWUDV
Esta planta recebeu nos últimos anos uma atenção particular pois as sementes são ricas num óleo usado como
matéria-prima na produção de biodiesel. Contudo, esta
é uma planta perigosa que produz sementes com sabor
adocicado e potencialmente atractivas para as crianças,
PDVTXHVmRYHQHQRVDV5HSUHVHQWDLJXDOPHQWHXPULVFR
para os animais que, em geral, não as comem mas que,
numa situação de escassez, podem a isso ser levados.
A ingestão das sementes é irritante, aparecendo dores
abdominais agudas e náusea cerca de meia-hora depois.
Ocorre em seguida a diarreia, com manutenção da sensaomRGHQiXVHD1DVLQWR[LFDo}HVVHYHUDVSRGHRFRUUHUGHsidratação e gastroenterite hemorrágica. Pode em seguida
ocorrer depressão cardiovascular e colapso, sobretudo em
crianças. A ingestão de duas sementes tem uma acção purgante poderosa e foi descrito que a ingestão de quatro a
FLQFRVHPHQWHVSURYRFRXDPRUWH>@2VFRPSRQHQWHVWy[LFRVFRQKHFLGRVVmRDFXUFLQDXPD¾WRWR[LQDTXHVHHQcontra principalmente nas sementes, mas também no fruto
HQDVHLYDeXPDPROpFXODSURWHLFDJUDQGHHFRPSOH[D
GHHVWUXWXUDHDFomR¾VLROyJLFDFRPSDUiYHOjGDVWR[LQDV
de origem bacteriana e é semelhante ao rícino, a proteína tóxica das sementes do rícino; um óleo purgante, que
contém uma pequena quantidade de um ácido irritante, o
ácido curcanoleico; e forbóis, compostos diterpénicos que
SRGHPSURPRYHURDSDUHFLPHQWRGHWXPRUHV>@
/KVQ5GPºQſ\GTDGOOCNVCODÃOPºQHC\
(RTXHGL]HUGHVWHVHJXQGRPLWR"6HUiTXHRV²FKiV³TXH
WRPDPRV TXDQGR WHPRV XPD LQGLVSRVLomR GH HVW{PDJR
ou insónias, são totalmente inócuos ou também devem ser
olhados com atenção?
Um exemplo simples, o aloés, também conhecida por babosa, muito recomendado para tratar o cancro, e que é incluVLYHDGLFLRQDGRDLRJXUWHVSRVVXLYiULDVFRQWUDLQGLFDo}HV
TXHHVWmRGHVFULWDVQDPRQRJUD¾DGD2UJDQL]DomR0XQGLDO
GD6D~GH>@“Tal como acontece com outros laxantes estimulantes, produtos contendo aloés não devem ser utilizados em pacientes com estenose ou obstrução intestinal,
atonia, desidratação grave com depleção de electrólitos,
ou prisão de ventre crónica. O aloés não deve ser usado
durante a gravidez ou lactação, excepto sob supervisão
médica depois de avaliar os benefícios e riscos”.
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E até uma planta tão vulgar como a camomila suscita alJXPDVSUHFDXo}HV²$FDPRPLODpFRQWUDLQGLFDGDHPSDcientes com sensibilidade conhecida ou alergia a plantas
GDIDPtOLDGDV$VWHUDFHDH&RPSRVLWDHFRPRRiVWHURX
RVFULVkQWHPRV³>@
(UHODWLYDPHQWHjVLQWHUDFo}HVH[LVWHQWHVHQWUHRVSURGXWRV
naturais e outros medicamentos? Mesmo entre os doentes
TXHVHJXHPXPDWHUDSrXWLFDHVSHFLDOPHQWHQRVPDLVLGRVRVpFRUUHQWHDXWLOL]DomRGHVXSOHPHQWRVjEDVHGHSODQtas ou de extractos de plantas.
2GHVHMRGHUHFXSHUDUDVD~GHHREHPHVWDURDXPHQWRGR
custo de certos medicamentos e a crença arreigada de que
os produtos de origem natural são inócuos, leva a que estas
pessoas consumam regularmente este tipo de produtos. No
entanto, devido a essa mesma crença, a maior parte dos doentes não informa o seu médico dos suplementos que toma.
&RPRUHVXOWDGRRVSUR¾VVLRQDLVGHVD~GHQmRVmRDOHUWDGRVSDUDDSRVVLELOLGDGHGHSHULJRVDVLQWHUDFo}HVHQWUHRV
produtos naturais e os medicamentos tomados pelo doente.
No entanto, o perigo de interacção entre um produto natuUDOHXPGDGRPHGLFDPHQWRpEHPUHDO9HMDPRVDWtWXOR
de exemplo, dois casos de plantas medicinais e outros dois
de produtos alimentares dos quais são produzidos extractos
FRQFHQWUDGRV TXH VmR FRQVXPLGRV FRP ¾QV WHUDSrXWLFRV
>@
i) +LSHULFmRHUYDGH6-RmRRXPLOIXUDGD°RKLSHULFmR
pode ser preparado como infusão ou ingerido na forPDGHFRPSULPLGRVREWLGRVjEDVHGDSODQWDWULWXUDGD
RX DLQGD GH H[WUDFWRV GHVWD e XP GRV SURGXWRV PDLV
conhecidos e encontra-se entre os dez mais vendidos
QRV (8$ e WLSLFDPHQWH XWLOL]DGR SDUD R WUDWDPHQto da depressão, ansiedade, insónia e mesmo para as
FRQVWLSDo}HVIRUWHVHSDUDRKHUSHV$XWLOL]DomRGHVWD
SODQWDSRGHSURYRFDUUHDFo}HVDGYHUVDVSRLVSURYRFD
a activação do sistema enzimático hepático envolvido
QDGHJUDGDomRGHFHUFDGHGRVSULQFtSLRVDFWLYRV
usados nos medicamentos, diminuindo a sua biodispoQLELOLGDGHHSRUWDQWRH¾FiFLD+iFDVRVFRPSURYDGRV
de redução no organismo de etinilestradiol, um contraceptivo oral, e de imunossupressores, originando em
indivíduos que sofreram transplantes uma maior taxa
GHUHMHLomR(PGRHQWHVPHGLFDGRVFRPYDUIDULQDTXH
tomem hipericão a biodisponibilidade do fármaco diminui e consequentemente aumenta o risco de trombo-embolismo. Situação similar ocorre com a toma simulWkQHDGHKLSHULFmRHGHHVWDWLQDVHPTXHVHYHUL¾FDXP
aumento do risco de acidentes cardiovasculares. Em
doentes que tomam antidiabéticos e hipericão pode
ocorrer hipoglicemia;
ii) Ginseng – A raiz de ginseng é recomendada como estimulante do sistema imunitário, para aumentar o vigor,
DSRWrQFLDVH[XDOHDORQJHYLGDGH$SURYHQLrQFLDGR
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ginseng e o modo como é extraído dão origem a uma
grande variabilidade nos produtos comercializados. O
ginseng pode ter um efeito quer hipotensivo quer hiSHUWHQVLYR 4XDQGR DGPLQLVWUDGR HP FRQMXQWR FRP D
varfarina diminui o efeito desta. O ginseng de origem
siberiana interfere com o doseamento da digoxina no
VDQJXHOHYDQGRjSUHVFULomRLQFRUUHFWDGHVWHIiUPDFR
iii) Extractos de alho – As propriedades medicinais do alho
VmR FRQKHFLGDV GHVGH D$QWLJXLGDGH 7HP VLGR XVDGR
QR WUDWDPHQWR GH GRHQoDV LQIHFFLRVDV GHYLGR jV VXDV
propriedades antimicrobianas e estimuladoras do sistema imunitário. O princípio activo existente no alho, o
DMRHQRpXWLOL]DGRSDUDHYLWDUDDJUHJDomRGDVSODTXHtas em doentes com problemas cardiovasculares. Por
LVVRDXWLOL]DomRGHVXSOHPHQWRVGHDOKRHPGRHQWHVMi
medicados para estes problemas pode originar hemorragias e deve ser evitado. Pela mesma razão, a toma
destes suplementos deve ser descontinuada pelo menos
dez dias antes de uma cirurgia, principalmente em doentes que tomam aspirina ou varfarina;
iv) 6XPRFRQFHQWUDGRGHWRUDQMD°$WRUDQMDpXVDGDQDV
dietas de emagrecimento e para melhorar a saúde carGLRYDVFXODU2VVHXVSULQFLSDLVFRPSRQHQWHVGRLV¿Dvonóides, naringenina e bergotamina, são inibidores
das enzimas que degradam as ciclosporinas, estatinas,
estrogénios e outros fármacos, pelo que a acção desses medicamentos é potenciada pelo aumento da sua
biodisponibilidade. Como resultado, pode suceder hipotensão, miopatia e toxicidade para o fígado. No caso
de mulheres em situação de pós-menopausa que fazem
terapia hormonal de substituição, a ingestão de sumo
FRQFHQWUDGRGHWRUDQMDSRGHDXPHQWDURULVFRGHFDQFUR
da mama por inibição do metabolismo dos estrogénios.
/KVQ5ÎQURTQFWVQUFGUÈPVGUGUºQGſEC\GU
Como reacçmRjFUHQoDGDLQRFXLGDGHGRVSURGXWRVQDWXrais surge o mito oposto de que a acção dos mesmos não
passa de efeito placebo. No entanto, os factos contrariam
este mito, pois basta constatar que penicilinas, antibióticos
e esteróides, compostos químicos autorizados pelas autoridades que superintendem na saúde em Portugal, são de
origem natural ou obtidos por hemissíntese. Mas existem
muitos mais produtos naturais obtidos por extracção ou
por síntese de análogos, como se pode constatar pela lista
LQFRPSOHWDDSUHVHQWDGDQD7DEHOD(VWHVVmRSURGXWRV
SXURVGHVFULWRVQR3URQWXiULR7HUDSrXWLFR>@HFRPHUFLDlizados em Portugal.
Para além dos compostos puros, existem ainda numeroVDV HVSHFLDOLGDGHV IDUPDFrXWLFDV FRQVWLWXtGDV SRU H[WUDFWRV RX PLVWXUDV GHVFULWDV QR 3URQWXiULR7HUDSrXWLFR >@
HFRPHUFLDOL]DGDVHP3RUWXJDO1D7DEHODHQFRQWUDPVH
indicadas algumas dessas especialidades.
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Tabela 1°&RPSRVWRVGHRULJHPQDWXUDOFXMDFRPHUFLDOL]DomRpDXWRUL]DGDHP3RUWXJDO
Composto
Origem e indicação terapêutica
Acarbose
Extraída da Actinoplanes utahensispXPLQLELGRUGDDOIDJOXFRVLGDVHeXVDGDSDUDR
tratamento de doentes adultos com diabetes mellitusQmRLQVXOLQRGHSHQGHQWHVWLSR
ÇFLGRDVFyUELFR
3UHVHQWH HP QXPHURVRV IUXWRV$FWXDOPHQWH p SURGX]LGR SRU YLD VLQWpWLFD e XVDGR
SDUDWUDWDPHQWRGHGRHQoDVFDXVDGDVSHODGH¾FLrQFLDGHYLWDPLQD&
ÇFLGR D]HODLFR iFLGR QRQDGL- Existente no trigo, centeio, cevada e no fungo Malassezia furfur.eREWLGRLQGXVWULDOyLFR
PHQWHSRUFOLYDJHPR[LGDWLYDGRiFLGRROHLFReXVDGRQRWUDWDPHQWRGDDFQH
ÇFLGRVDOLFtOLFR
$QWLSLUpWLFRHDQWLLQ¿DPDWyULR
ÇFLGRXUVRGHVR[LFyOLFR
ÇFLGRELOLDUH[WUDtGRGDEtOLVGRXUVRSUHWRDVLiWLFReXWLOL]DGRSDUDDGLVVROXomRGH
cálculos biliares de colesterol da vesícula biliar.
Alginato de sódio
3ROLVVDFiULGRH[WUDtGRGHDOJDVFDVWDQKDVeXPSURWHFWRUJiVWULFRXWLOL]DGRQRWUDWDPHQWRGRVVLQWRPDVGHUH¿X[RJDVWURHVRIiJLFRWDLVFRPRUHJXUJLWDomRiFLGDD]LD
DUGRUHLQGLJHVWmRUHODFLRQDGDFRPRUH¿X[R
Atropina
Alcalóide extraído da Atropa beladona. Usado no tratamento da intoxicação digitálica
e para a dilatação da pupila nos exames em que é necessário observar o fundo do olho.
Cafeína
Alcalóide extraído do café ou do chá. Usada como estimulante e em produtos tópicos
de emagrecimento.
Calcitonina de salmão
Polipéptido que promove a mineralização dos ossos.
Codeína
eXPGRVDOFDOyLGHVGDSDSRLODGRySLR$FRGHtQDpXPDQDOJpVLFRRSLyLGHLQGLFDGR
para o alívio da dor moderada a intensa em adultos e crianças.
Colquicina
eXPDOFDOyLGHGRColchicum autumnale,RXDoDIUmRGRSUDGRXVDGRQDSUR¾OD[LDH
tratamento da gota.
&RQGURLWLQDVXOIDWR
O sulfato de condroitina é fabricado a partir de fontes animais, tais como a cartilagem
de bovino. O sulfato de condroitina é utilizado para a osteoartrite.
&kQIRUD(XFDOLSWRO0HQWRO
0RQRWHUSHQRVXVDGRVQRWUDWDPHQWRGHGRHQoDVLQ¿DPDWyULDVGDVYLDVUHVSLUDWyULDV
WRVVHVLWXDo}HVJULSDLVHFDWDUURVDJXGRVRXFUyQLFRVEURQTXLWH
Digoxina
eXPJOLFyVLGRFDUGHQyOLGRH[WUDtGRGDDigitalis lanataeXVDGRQRWUDWDPHQWRGD
DUULWPLDHLQVX¾FLrQFLDFDUGtDFD
Glucosamina
eXPDKH[RVDPLQDSURGX]LGDFRPHUFLDOPHQWHSHODKLGUyOLVHGRH[RHVTXHOHWRGHDOJXQVFUXVWiFHRVeXVDGDQRWUDWDPHQWRGDDUWURVH
Melatonina
+RUPRQDSURGX]LGDSHODJOkQGXODSLQHDOeXVDGDSDUDRWUDWDPHQWRHPPRQRWHUDSLDH
a curto prazo da insónia primária caracterizada por sono de má qualidade, em doentes
FRPLGDGHLJXDORXVXSHULRUDDQRV2SURGXWRFRPHUFLDOL]DGRpGHRULJHPVLQWpWLFD
0RU¾QD
([WUDtGDGDSDSRLODGRySLReXVDGDSDUDDGRULQWHQVDVHGDomRSUpRSHUDWyULDHDGMXYDQWHGDDQHVWHVLDGRUDVVRFLDGDDRHQIDUWHGRPLRFiUGLRWUDWDPHQWRDGMXYDQWHGR
edema pulmonar agudo.
7HR¾OLQD
$OFDOyLGHDEXQGDQWHQRVJUmRVGHFDFDXeXVDGDQDSUHYHQomRGDVFULVHVHQRWUDWDmento do ataque agudo de asma.
3DFOLWD[HO7D[ROŠ
eXWLOL]DGRQRWUDWDPHQWRGRFDQFURGRRYiULRHGRFDQFURGDPDPDDYDQoDGR
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Tabela 2°3URGXWRVGHRULJHPQDWXUDOFXMDFRPHUFLDOL]DomRpDXWRUL]DGDHP3RUWXJDO
Designação do princípio activo
Indicação terapêutica
Tipo de produto
Constituição química
%HODGRQD )HQROIWDOHtQD H RXWUDV
Obstipação
DVVRFLDo}HV
Extracto
A beladona contém o alcalóide atropina
%LR¿DYRQyLGHV
Circulação
–
Diosmina e hesperidina
Bromelaína
6XEVWkQFLDFDSD]GHGHVWUXLU
DVSURWHtQDVTXHLQWHUYrPQD Extracto
LQ¿DPDomRHQDFRDJXODomR
Enzima proteolítica extraída
do caule do ananás
Cassia angustifoliaIUXWRIspagulaPXFLODJHPPlantago ova- Laxante
ta VHPHQWHV
Partes de plantas
&iVFDUDVHQHEROGRDQLV
verde
Laxante
6HQH GHULYDGRV DQWUDTXLQyQLFRV FiVFDUD &KHWHUyVLGRV
Extractos e partes
GH DQWURQDV EROGR DOFDOyLGHV
de plantas
EHQ]RTXLQROtQLFRVDQLVYHUGH
DQHWROIHQLOSURSDQyLGH
Extracto de camomila
)HULGDV VXSHU¾FLDLV GHUPDtite das fraldas, queimaduras
GHJUDXLQFOXLQGRVRODUHV
Higiene oral e da orofaringe Extracto
e gengivites. Hemorróidas.
Síndrome varicoso – teraSrXWLFDDGMXYDQWH
Fibras vegetais
0RQRWHUSHQRV ¿DYRQyLGHV
mucilagens
eVWHUHV HWtOLFRV GH iFLGRV JRUGRV Diminuição dos níveis de co–
SROLLQVDWXUDGRVyPHJD
lesterol no sangue
ÇFLGRV JRUGRV SROLLQVDWXUDdos
(UJRWDPLQDSDUDFHWDPROEHOD7UDWDPHQWRGDHQ[DTXHFD
GRQDFDIHtQD
Compostos puros
Ergotamina e beladona; alcaloides; cafeína, xantina
(ULVLPRRI¾FLQDOLVV\QSisymEULXPRI¾FLQDOH, erva dos cantoUHV
Extracto seco
aquoso
Glucosinolatos, vitamina C,
PXFLODJHPWDQLQRV¿DYRnóides
7UDWDPHQWRVLQWRPiWLFRGD
afonia, rouquidão e tosses
irritativas
7UDWDPHQWR GRV VLQWRPDV
DVVRFLDGRV j LQVX¾FLrQFLD
YHQRVD GL¾FXOGDGHV GH FLUAesculus hippocastanum FDVWD- FXODomR GRV PHPEURV LQIHExtracto
QKHLURGDtQGLD
ULRUHVSHUQDVFRPRVHMDPD
sensação de pernas pesadas,
doridas e inchadas ou com
SUXULGRFRPLFKmR
(VFLQDPLVWXUDGHVDSRQLQDV
$FomR KHSDWRSURWHFWRUD DFtua ao nível do fígado e das
vias biliares, harmonizando o
VHXIXQFLRQDPHQWR(VWLPX- Extracto
la o fígado a produzir bílis e
IDFLOLWDR¿X[RGDEtOLVGDYHsícula para o intestino
'LRVPLQDHRXWURV¿DYRQyLGHV
Galium molugo
FRQWLQXD
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
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FRQWLQXDomR
Designação do princípio activo
Indicação terapêutica
Tipo de produto
Constituição química
*LQVHQJPanax Ginseng
Aumenta as capacidades físicas e intelectuais em situDo}HV GH IDGLJD IUDTXH]D H
*LQVHQyVLGRV PLVWXUD GH VDexaustão ou durante a convaExtracto das raízes SRQLQDVSROLVVDFiULGRVHSROHVFHQoD$MXGDRRUJDQLVPR
liacetilenos
DUHVLVWLUDVLWXDo}HVGHstress
e reforça as suas defesas contra doenças
Gingko
7UDWDPHQWR GD GHPrQFLD OLExtracto
geira a moderada
Hipericão
Propriedades antidepressivas
Extracto alcoólico +LSHULFLQDKLSHUIRULQD¿DYRseco
nóides e ácidos fenólicos
Plantago ovata e Plantago afra
Laxante
Cascas das semenMucilagens
tes
Serenoa repens
7UDWDPHQWRGDKLSHUWUR¾DEHÇFLGRVJRUGRVVDWXUDGRVHLQnigna da próstata. Diurético e Extracto das bagas saturados, álcoois de cadeia
anti-séptico urinário
ORQJDH¾WRHVWHUyLV
9DOHULDQD9DOHULDQDRI¾FLQDOLV
Óleos essenciais, sesquiterpeQRV SHQWDFtFOLFRV iFLGRV YDAlívio da tensão nervosa liExtracto seco da
lerénico e acetoxivalerénico,
JHLUDHSDUDDGL¾FXOGDGHHP
raiz
YDOHUHQDO LULGyLGHV ELFtFOLFRV
adormecer
PRQRWHUSpQLFRVYDOHSRWULDWRV
Utilizada no tratamento de
9LQFD Catharanthus roseus ou leucemias agudas, linfomas e
Extracto
YLQFDGH0DGDJiVFDU
DOJXQVWXPRUHVVyOLGRVFDQFURVGDPDPDHGRSXOPmR
CONCLUSÃO
&RPRFRQFOXVmRJHUDOSRGHD¾UPDUVHTXHDPHVPDGHVLJQDomRGH²SURGXWRQDWXUDO³pDSOLFDGDDFRPSRVWRVSXURV
RVPHWDEROLWRVVHFXQGiULRVRXDH[WUDFWRVFXMDFRPSRVLção química é variável e muitas vezes pouco conhecida. A
toxicidade destes produtos é muito variável sendo alguns
praticamente inócuos e outros bastante tóxicos. Nalguns
FDVRVDGRVHOHWDOHDGRVHWHUDSrXWLFDVmRSUy[LPDVSHOR
que devem ser ministrados com cautela e sempre por quem
conheça os seus efeitos. Há também que ter muita atenção
DSRVVtYHLVLQWHUDFo}HVFRPRXWURVSULQFtSLRVDFWLYRVTXHU
VHMDPWDPEpPGHRULJHPQDWXUDORXPHGLFDPHQWRVGHVtQWHVH1RHQWDQWRRVFKDPDGRV²SURGXWRVQDWXUDLV³VmRXP
repositório enorme de compostos químicos, a maior parte
deles com estruturas complicadas e nalguns casos mesmo
impossíveis de reproduzir em laboratório.
Gingkólidos
$OFDOyLGHV YLQEODVWLQD YLQcristina e vindesina.
encontrem futuros medicamentos para as numerosas doenças que afectam o Homem.
REFERÊNCIAS
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>@ -$ 'XNH ²7KH JUHHQ SKDUPDF\³ 6WµV 0DUWLQ 3DSHUEDFNV1HZ<RUN
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>@ -%URPOH\ Ann. Pharmacother. 39
Actualmente, são de origem natural as moléculas que permitem lutar contra o cancro, como é o caso do taxol e dos
DOFDOyLGHVGDYLQFDRXFRQWUDDGRUFRPRDPRU¾QDHRXtros opiáceos. A bioactividade dos inúmeros compostos de
origem natural não é ainda completamente conhecida, pelo
TXHpGHSUHYHUTXHQHVVHYDVWRFRQMXQWRGHPROpFXODVVH
20
>@ -0DUWtQH]+HUUHUD36LGGKXUDMX*)UDQFLV*'iYLOD
2UWt.%HFNHUFood Chem. 96 °
>@ 0+LURWD06XWWDMLW+6XJXUL<(QGR.6KXGR9
:RQJFKDL ( +HFNHU + )XMLNL Cancer Res. 48 Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
A RTIGOS
>@ :+2 PRQRJUDSKV RQ VHOHFWHG PHGLFLQDO SODQWV YROXPH :RUOG +HDOWK 2UJDQL]DWLRQ *HQHEUD :HE KWWSDSSVZKRLQWPHGLFLQHGRFVSGIVH
VHSGIDFHGLGRHP
>@ $7DFKMLDQ90DULD$-DKDQJLUJ. Am. Coll. Cardiol. 55
>@ :+2 PRQRJUDSKV RQ VHOHFWHG PHGLFLQDO SODQWV YROXPH
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>@ 3URQWXiULR7HUDSrXWLFR,1)$50('°$XWRULGDGH1DFLRQDOGR0HGLFDPHQWRH3URGXWRVGH6D~GH,30LQLVWpULRGD6D~GH/LVERD
>@ $$,]]R*&DUOR)%RUUHOL((UQVWInt. J. Cardiol. 98
ACTUALIDADES CIENTÍFICAS
CONTRIBUTO DA LUZ NA CAPTURA DE DIÓXIDO DE CARBONO
,QYHVWLJDGRUHVHP,WiOLDGHVHQYROYHUDPXPFRQMXQWRGHFRPSRVWRVTXHSRGHPVHULQWHUFRQYHUWLGRVUHYHUVLYHOPHQWH
por acção da luz em duas formas isoméricas, uma cristalina e outra amorfa. Na forma cristalina o material é altamente
poroso e tem uma selectividade muito elevada para o dióxido de carbono, podendo ter potencial utilização nas tecnologias para captura deste composto.
Os azobenzenos são uma das famílias de compostos mais extensamente estudadas como comutadores moleculares foWRFUyPLFRVGHYLGRSRUXPODGRjIDFLOLGDGHGHIXQFLRQDOL]DomRGDXQLGDGHHVWUXWXUDOEDVHHSRURXWURSHORSURFHVVR
limpo, rápido e reversível da sua fotoisomerização entre os isómeros E e Z$VDSOLFDo}HVDFWXDLVHSRWHQFLDLVTXHWrP
VLGRHVWXGDGDVQRkPELWRGDIRWRLVRPHUL]DomRGHD]REHQ]HQRVFREUHPQRPHDGDPHQWHDViUHDVGDRSWRHOHFWUyQLFD
das nanomáquinas, da conversão de energia solar e do design de fármacos. No entanto, a aplicação prática desta proSULHGDGHWHPFRQVWLWXtGRXPJUDQGHGHVD¾RQRPHDGDPHQWHQRHVWDGRVyOLGR
5HFHQWHPHQWH$OEHUWR&UHGLGD8QLYHUVLGDGHGH%RORQKD,WiOLDHVHXVFROHJDVVLQWHWL]DUDPXPFRQMXQWRGHWHWUkPHros de azobenzeno, compostos por quatro unidades do isómero E-azobenzeno covalentemente ligados a um átomo de
FDUERQRWHWUDpGULFRSURGX]LQGRXPDHVWUXWXUDFULVWDOLQDFXMDSRURVLGDGHS{GHVHUDMXVWDGDDOWHUDQGRRVVXEVWLWXLQWHV
da molécula. Os poros no cristal foram capazes de capturar dióxido de carbono de misturas de nitrogénio com uma
UHODomRGHVHOHFWLYLGDGHDWp3RUDFomRGDUDGLDomRXOWUDYLROHWDSURPRYHUDPDIRWRLVRPHUL]DomREĹZ no estado
VyOLGRWHQGRYHUL¾FDGRDGHVWUXLomRGDUHGHFULVWDOLQD2PDWHULDODVVXPLXXPDIRUPDDPRUIDWRUQDQGRVHQXPOtTXLGR
YLVFRVRHOLEHUWDQGRRJiVDSULVLRQDGR$UHYHUVLELOLGDGHGRSURFHVVRIRLLQGX]LGDH¾FLHQWHPHQWHDWUDYpVGDLUUDGLDomR
com luz visível ou por aquecimento, permitindo que o material pudesse capturar novamente o dióxido de carbono.
Os autores concluíram que, além das potencialidades nas tecnologias separativas para captura de dióxido de carbono,
os compostos estudados possuem também potencialidades, nomeadamente, na área da catálise, comutação fotónica,
KRORJUD¾DHIRWROLWRJUD¾D
DGDSWDGRGH “1RYHOFRPSRXQGVPDNHOLJKWZRUNRIWUDSSLQJFDUERQGLR[LGH³KWWSZZZUVFRUJFKHPLVWU\ZRUOGQRYHOD]REHQ]HQHFRPSRXQGVOLJKWZRUNWUDSSLQJFDUERQGLR[LGH0%DURQFLQL6Gµ$JRVWLQR
*%HUJDPLQL3&HURQL$&RPRWWL36R]]DQL,%DVVDQHWWL)*UHSLRQL70+HUQDQGH]66LOYL09HQWXUL$
Credi. Nat. Chem.'2,1&+(0
Paulo Mendes
SMJP#XHYRUDSW
Q UÍMICA 138 - J UL -S ET 15
21
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