UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS COM LINHA ESPECÍFICA EM COMÉRCIO EXTERIOR JÉSSICA FOLIS FERRO A IMPORTÂNCIA DO MARKETING NOS CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL/SC CRICIÚMA, JULHO DE 2010 JÉSSICA FOLIS FERRO A IMPORTÂNCIA DO MARKETING NOS CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL/SC Monografia apresentada para obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas, no curso de Administração de Empresas com linha específica em Comércio Exterior, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador: Prof. Esp. Miguel Angelo Mastella CRICIÚMA, JULHO DE 2010 JÉSSICA FOLIS FERRO A IMPORTÂNCIA DO MARKETING NOS CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL/SC Monografia aprovada pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel em Administração de Empresas, no Curso de Administração de Empresas com linha específica em Comércio Exterior, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Criciúma, 01 de Julho de 2010. BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Miguel Angelo Mastella - Especialista - (Unesc) - Orientador _______________________________________________ Prof. Ricardo Deibler Zambrano - Especialista - (Unesc) _______________________________________________ Profª. Elenice Padoin Juliane Engel - Especialista - (Unesc) Dedico com muito carinho este trabalho a todos que contribuíram de alguma forma para a realização do mesmo, em especial aos meus pais Vanderlei e Salete e meu namorado Alexandre por todo o apoio e compreensão que fizeram com que eu vencesse mais esta etapa da minha vida. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, pela vida. Aos meus pais, Vanderlei e Salete, por todo amor, carinho, compreensão e apoio que sempre me deram, pela educação que recebi e pelo exemplo de vida que sempre foram para mim. Ao meu namorado Alexandre, pelo amor, companheirismo e compreensão e também pela paciência que teve comigo nestes anos de estudo. Ao meu orientador Profº Miguel, pela sua dedicação, por transmitir seus conhecimentos e pela grande ajuda na realização deste trabalho. Aos dentistas, que se dispuseram a responder a pesquisa deste trabalho. “O sucesso empresarial não é determinado pelo fabricante, mas pelo consumidor.” Peter Drucker RESUMO FERRO, Jéssica Folis. A importância do marketing nos consultórios odontológicos do município de Cocal do Sul/SC. 2010. 76 p. Monografia do Curso de Administração com linha específica em Comércio Exterior, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, Criciúma. O marketing é muito mais do que uma simples venda ou propaganda e está presente em todas as organizações, mas umas se utilizam de mais ferramentas do que as outras afim de conquistar novos clientes e posteriormente fidelizá-los. O presente trabalho foi desenvolvido a fim de esclarecer alguns conceitos de marketing e suas variáveis e seu foco está voltado para os consultórios odontológicos do município de Cocal do Sul/SC, especificadamente, na importância do marketing nestas organizações prestadoras de serviços odontológicos. Para o alcance dos seus objetivos foi realizada uma pesquisa descritiva, através de questionário, com os dentistas com o intuito de identificar as ferramentas de marketing que eles utilizam, saber o que eles pensam a respeito do marketing e o que eles fazem para reter seus clientes. Através da pesquisa de campo pôde-se constatar que os profissionais da odontologia utilizam poucas ferramentas de marketing, apesar de acharem importante o uso destas ferramentas e também acharem que o uso das mesmas pode trazer um aumento de rentabilidade, seja de forma total ou parcial. De um modo geral constatou-se que o marketing é importante e faz a diferença nas organizações, ou seja, quando utilizado de maneira correta traz benefícios, ainda mais em se tratando de prestação de serviços, que pela sua intangibilidade deixa os consumidores cheios de dúvidas em relação à qualidade do serviço que estão prestes a adquirir. Sugere-se um estudo aprofundado a fim de descobrir o que impede que os dentistas explorem o uso do marketing em seus consultórios e também uma pesquisa com os consumidores para saber se estão satisfeitos com os serviços prestados por estes profissionais. Palavras-chave: Marketing. Serviços. Planejamento estratégico. Concorrência. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 01: Os 4 Ps do mix de marketing ................................................................ 21 Figura 1: Sexo dos Entrevistados............................................................................. 45 Figura 2: Faixa Etária dos Entrevistados .................................................................. 46 Figura 3: Especialidade dos Entrevistados............................................................... 47 Figura 4: Atividades Além do Consultório ................................................................ 48 Figura 5: Tempo de Profissão .................................................................................. 49 Figura 6: Administração do Consultório como um negócio ...................................... 49 Figura 7: Conhecimento em Administração ............................................................. 50 Figura 8: Utilização de Ferramentas de Marketing nos Consultórios Odontológicos51 Figura 9: Ferramentas de Marketing Utilizadas nos Consultórios Odontológicos .... 52 Figura 10: A Importância do Uso do Marketing na Odontologia ............................... 53 Figura 11: Avaliação dos Itens com Nota de 1 a 5 ................................................... 54 Figura 12: Divulgação de Melhorias ......................................................................... 55 Figura 13: Aumento da Rentabilidade Através do Marketing ................................... 56 Figura 14: Número de Pacientes Atendidos Mensalmente....................................... 57 Figura 15: Pacientes que Retornam aos Consultórios ............................................. 58 Figura 16: Meios Utilizados pelos Pacientes que Fazem com que os Mesmos Cheguem até os Consultórios ................................................................................... 59 Figura 17: Conhecimento do Perfil dos Pacientes.................................................... 60 Figura 18: Conhecimento da Opinião dos Pacientes à Respeito dos Serviços Prestados .................................................................................................................. 61 Figura 19: Informações e Opiniões dos Pacientes ................................................... 62 Figura 20: Como os dentistas acham que os pacientes avaliam seus serviços ....... 63 Figura 21: Ações para Manter Vínculo com o Paciente após o Atendimento........... 64 Figura 22: Atendimento da Equipe de Trabalho ....................................................... 65 Figura 23: Ações Realizadas para que sua Equipe de Trabalho Atenda Melhor ..... 66 Quadro 01 - Os 4 Ps do mix de marketing ............................................................... 21 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Sexo dos Entrevistados ............................................................................. 45 Tabela 2: Faixa Etária dos Entrevistados .................................................................. 45 Tabela 3: Especialidade dos Entrevistados ............................................................... 46 Tabela 4: Atividades Além do Consultório ................................................................. 47 Tabela 5: Tempo de Profissão .................................................................................. 48 Tabela 6: Administração do Consultório como um negócio ...................................... 49 Tabela 7: Conhecimento em Administração .............................................................. 50 Tabela 8: Utilização de Ferramentas de Marketing nos Consultórios Odontológicos 50 Tabela 9: Ferramentas de Marketing Utilizadas nos Consultórios Odontológicos..... 51 Tabela 10: A Importância do Uso do Marketing na Odontologia ............................... 52 Tabela 11: Avaliação dos Itens com Nota de 1 a 5 ................................................... 53 Tabela 12: Divulgação de Melhorias ......................................................................... 54 Tabela 13: Aumento da Rentabilidade Através do Marketing ................................... 55 Tabela 14: Número de Pacientes Atendidos Mensalmente ....................................... 56 Tabela 15: Pacientes que Retornam aos Consultórios ............................................. 57 Tabela 16: Meios Utilizados pelos Pacientes que Fazem com que os Mesmos Cheguem até os Consultórios ................................................................................... 58 Tabela 17: Conhecimento do Perfil dos Pacientes .................................................... 59 Tabela 18: Conhecimento da Opinião dos Pacientes à Respeito dos Serviços Prestados .................................................................................................................. 60 Tabela 19: Informações e Opiniões dos Pacientes ................................................... 61 Tabela 20: Como os dentistas acham que os pacientes avaliam seus serviços ....... 62 Tabela 21: Ações para Manter Vínculo com o Paciente após o Atendimento ........... 63 Tabela 22: Atendimento da Equipe de Trabalho ....................................................... 64 Tabela 23: Ações Realizadas para que sua Equipe de Trabalho Atenda Melhor...... 65 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 1.1 TEMA .................................................................................................................. 11 1.2 PROBLEMA ........................................................................................................ 11 1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 12 1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 12 1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 12 1.4 JUSTIFICATIVA.................................................................................................. 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 14 2.1 MARKETING ....................................................................................................... 14 2.2 HISTÓRICO DO MARKETING ........................................................................... 15 2.3 MERCADOS-ALVO E SEGMENTAÇÃO ............................................................ 16 2.4 NECESSIDADES, DESEJOS E DEMANDAS .................................................... 17 2.5 PRODUTOS E SERVIÇOS ................................................................................. 18 2.6 VALOR E SATISFAÇÃO E QUALIDADE........................................................... 18 2.7 TROCAS, TRANSAÇÕES E RELACIONAMENTOS ......................................... 19 2.8 MIX DE MARKETING: OS 4 PS ......................................................................... 20 2.8.1 Produto............................................................................................................ 21 2.8.2 Praça................................................................................................................ 26 2.8.3 Promoção ........................................................................................................ 27 2.8.4 Preço ............................................................................................................... 28 2.8.4.1 O Preço nos Serviços ................................................................................. 29 2.9 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING ....................................... 30 2.10 CONCORRÊNCIA ............................................................................................. 33 2.11 MARKETING DE RELACIONAMENTO............................................................ 34 2.12 ASPECTOS QUE INFLUENCIAM O PODER DE COMPRA ............................ 36 2.13 MARKETING DE SERVIÇOS ........................................................................... 38 2.13.1 Aspectos dos Serviços ................................................................................ 39 2.13.2 O comprador de Serviços ............................................................................ 42 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 43 3.1 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................................ 43 3.1.1 Pesquisa Bibliográfica ................................................................................... 43 3.1.2 Pesquisa Descritiva ou de Campo ................................................................ 43 3.2 ABORDAGEM DA PESQUISA ........................................................................... 44 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................... 44 3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS......................................................... 44 4 EXPERIÊNCIA DA PESQUISA ............................................................................. 45 5 ANÁLISE DA PESQUISA ...................................................................................... 67 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 69 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 71 APÊNDICE ................................................................................................................ 73 11 1 INTRODUÇÃO A cada ano se formam mais profissionais da área odontológica e consequentemente o número de consultórios odontológicos também aumenta, trazendo assim uma maior competitividade no setor. Isso força os profissionais desta área a estarem sempre focados em formas de buscarem clientes e fidelizar cada vez mais o relacionamento com os antigos. O marketing é uma das mais eficazes ferramentas utilizadas para este tipo de tarefa. E ao longo do tempo vem se firmando como quase que essencial nos setores que trabalham diretamente com o público. Principalmente no Brasil a área odontológica de um modo geral, por ter uma defasagem muito grande, utilizava poucos recursos de marketing para buscar e fidelizar clientes, já que a demanda era muito superior a oferta, e o acesso aos cursos desta área era quase inacessível a grande maioria das pessoas. Hoje em dia com a maior estrutura do sistema de ensino, esta profissão foi se multiplicando, e os profissionais desta área também tiveram que se adaptar as novas mudanças, e o marketing apareceu como grande aliado nesta hora. O presente trabalho procura dirimir melhor esta questão, trazendo nos primeiros capítulos a fundamentação necessária para justificar as afirmações subsequentes, e mostrar de forma mais específica em modo de pesquisa de campo a importância do marketing nos consultórios odontológicos sulcocalenses, as opiniões dos profissionais da área, em forma de pesquisa e análise dos resultados. 1.1 TEMA A importância do marketing nos consultórios odontológicos do Município de Cocal do Sul/SC. 1.2 PROBLEMA Os clientes vivem em busca dos melhores serviços, então cabe aos profissionais da odontologia saber atrair esses potenciais clientes e fidelizá-los. O uso de ferramentas adequadas de marketing pode ajudá-los nesta tarefa. Consequentemente pergunta-se: Qual a importância do marketing nos consultórios 12 odontológicos do Município de Cocal do Sul/SC? 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Analisar a importância do marketing nos consultórios odontológicos do Município de Cocal do Sul/SC. 1.3.2 Objetivos Específicos • Identificar as ferramentas de marketing utilizadas nos consultórios odontológicos do município de Cocal do Sul/SC; • Conhecer a opinião dos profissionais de odontologia a respeito da importância do marketing; • Avaliar o que os dentistas fazem para a retenção dos clientes. 1.4 JUSTIFICATIVA É importante que os consultórios odontológicos, assim como qualquer outra organização utilizem técnicas de marketing eficientes e adequadas, não somente para benefício dos próprios estabelecimentos, mas também para os clientes que estarão bem informados sobre os serviços prestados. O número de consultórios odontológicos cresce a cada ano, aumentando, assim, a concorrência. Os clientes têm inúmeras opções a escolher, devido a isso os profissionais de odontologia devem buscar um diferencial a fim de aumentar sua rentabilidade e fidelizar seus pacientes/clientes. Por isso torna-se oportuno falar do marketing neste momento, pois os clientes buscam não somente profissionais que cuidem da sua saúde, mas também um profissional que seja amigo e que se preocupe com o bem-estar do paciente. No município de Cocal do Sul/SC os profissionais de odontologia se utilizam de poucas técnicas de marketing, fazendo com que os clientes batam de porta em porta buscando profissionais e serviços que mais lhe agradem ou 13 buscando em outras cidades. Por isso é viável identificar as técnicas de marketing já existentes nos consultórios odontológicos do município e conhecer a opinião dos dentistas a respeito da importância do marketing. 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Por meio da fundamentação teórica busca-se muito mais do que simplesmente acrescentar conteúdo ao trabalho, mas sim confirmar através de renomados estudiosos e conhecedores do assunto, com mais vigor as afirmações e conceitos do presente estudo. 2.1 MARKETING Cada vez mais as organizações buscam ou criam estratégias para chamar a atenção dos clientes e posteriormente fidelizá-los, isso é uma das definições de marketing entre as várias existentes no mundo. (KOTLER, 2000). McCarthy (1997) traz um esclarecimento muito importante a respeito do marketing dizendo que sempre que se ouve falar em marketing logo vem à mente venda ou propaganda. Não que esses conceitos não façam parte do contexto, mas marketing é mais do que isso. O conceito de venda ou propaganda a respeito de marketing surge pelo fato de vivermos em um mundo repleto de comerciais de televisão, rádio, jornais, revistas, etc. O marketing não deve ser entendido apenas em divulgar um produto ou serviço para posteriormente vendê-lo, mas também como o sentido de satisfação das necessidades dos clientes. Uma vez identificadas as necessidades dos consumidores, as vendas ocorrerão com mais facilidade. Para Kotler (2000, p. 30) marketing é “O processo de planejar e executar a concepção, a determinação de preço (pricing), a promoção e a distribuição de idéias, bens e serviços para criar negociações que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Um bom plano de marketing requer uma boa administração desta ferramenta, pois a mesma é complexa e de extrema importância para as organizações. Quando uma organização satisfaz seus clientes satisfaz a si mesma. Não é uma tarefa fácil diante de consumidores cada vez mais exigentes. McCarthy (1997, p. 29) diz que: Marketing eficaz significa a entrega de bens e serviços que os consumidores desejam e necessitam. Significa obter produtos para eles no tempo certo, no local certo e no preço que estão dispostos a pagar. Não é uma tarefa fácil, principalmente se você refletir sobre a variedade de bens e serviços que uma economia altamente desenvolvida pode produzir e muitos tipos de bens e serviços que os consumidores desejam. 15 Segundo Rocha e Christensen (1999), marketing parte do princípio de dividir o mercado em idéias praticamente heterogêneas. Cada mercado deve dividir os fabricantes em grupos heterogêneos com produtos similares que atendam as necessidades de cada grupo e que respeitem as particularidades de cada indivíduo. Cria-se assim muito mais do que uma simples relação de compra e venda, mas um vínculo de confiança e fidelidade. Kotler & Armstrong (2003) vão além, eles citam também que a relação de transação entre cliente e empresa deve transpor a barreira de simples compra e venda. A empresa deve buscar nos seus clientes a resposta ou ‘feedback’ do grau de satisfação de suas necessidades. Identificar seus pontos positivos, e os pontos que não atendem as necessidades são considerados como defeitos e devem ser substituídos por pontos positivos. Drucker (1973 apud ROCHA e CHRISTENSEN, 1999, p.15) diz que “marketing é o processo pelo qual a economia é integrada à sociedade para servir às necessidades humanas”. 2.2 HISTÓRICO DO MARKETING Derivada do inglês, a palavra marketing vem de market, que em português se traduz como mercado. Entende-se então que uma empresa que pratica o marketing direciona todas as suas ações em função do mercado. (DIAS, 2003) As mudanças na comercialização, segundo Las Casas (2005), passaram por três fases: a era da produção, vendas e marketing. Na era da produção havia demanda maior que a oferta. Foi a época em que ocorreu a Revolução Industrial aumentando a produtividade. (LAS CASAS, 2005) A era das vendas, por volta de 1930, foi caracterizada pelo excesso de oferta. Devido ao grande acontecimento da Revolução Industrial, os fabricantes começaram a produzir casa vez mais e em série. Somente o que importava nessa época era vender a qualquer custo. (LAS CASAS, 2005) Após a Revolução Industrial em meados de 1950 a competição entre as empresas tornava-se cada vez mais acirrada. Já não bastava mais criar novos produtos e serviços com qualidade e a preços competitivos. Esta grande disputa 16 começou a dar a seus clientes o poder de escolha criando assim maior concorrência entre as empresas. Somente após as empresas notarem que o poder da compra estava nas mãos dos clientes foi que as começaram a utilizar de ferramentas que pudessem lhes dar uma melhor posição no mercado. Foi daí que as empresas começaram a observar as características e necessidades dos clientes e a comunicar os benefícios de seus produtos nos diversos canais de distribuição, que primeiramente eram direcionados à massa consumidora e somente após algum tempo começou a segmentar o mercado. (DIAS, 2003) Por volta de 1950, houve a percepção de que somente pensar em vender não era o suficiente. Houve a necessidade de manter contatos duradouros com os clientes, que por sua vez, passaram a ser mais valorizados. Surge então o marketing. (LAS CASAS, 2005) 2.3 MERCADOS-ALVO E SEGMENTAÇÃO É trabalho difícil para uma empresa satisfazer a todos os mercados ou até mesmo a todos os consumidores de um mesmo mercado. As pessoas possuem gostos e necessidades diferentes umas das outras. Devido a isso é importante que seja feita uma segmentação de mercado tomando como base as características demográficas, psicográficas e comportamentais dos consumidores. (KOTLER, 2000) Entende-se por características demográficas dados relacionados com a idade, sexo, renda familiar, natalidade, mortalidade, educação, entre outros. As psicográficas têm por sua base toda e qualquer variável relativa aos traços psicológicos de uma pessoa, como a personalidade, visão, modo de vida, seus atos e maneira de pensar. As comportamentais é um conjunto de fatores que influenciam as pessoas ao ato da compra e suas características individuais no modo de efetuar a mesma. (KOTLER, 2000) Kotler & Armstrong (2003, p. 8) definem mercado como “o conjunto de compradores atuais e potenciais de um produto”. McCarthy (1997) traz uma definição focada no mercado-alvo, dizendo que é um grupo de consumidores com características iguais ou similares que uma empresa busca desenvolver estratégias para atrair. 17 Com a dificuldade de agradar a todos os mercados é essencial que se defina um mercado-alvo, ou seja, um grupo específico de consumidores. Seguindo o raciocínio, Kotler (2000), afirma que as empresas segmentam o mercado de tal modo que possam desenvolver uma oferta que possua um benefício primário àquele mercado-alvo. Pode-se dizer então que mercado-alvo é a identificação de uma ou mais necessidades de um determinado grupo de consumidores segmentados por alguma característica em comum. Segundo Las Casas (2005), o direcionamento de um plano de marketing a todos os consumidores é praticamente inviável, pois devido as incontáveis classes, subdivisões, culturas e personalidades que regem as sociedades e que estão em constantes evoluções, não é possível atender a todas as necessidades. É impossível criar um plano de marketing generalizado. Por isso as empresas se utilizam de ferramentas que segmentam o mercado de tal maneira que possam criar produtos ou serviços que atendam ao máximo as necessidades de seu público-alvo, tornando-se assim, cada vez mais atrativas perante os consumidores. 2.4 NECESSIDADES, DESEJOS E DEMANDAS As necessidades humanas desde as mais básicas e simples para a sobrevivência do indivíduo até as mais complexas de convívio e sociedade não foram criadas pelo homem, são elementos básicos da condição humana. Porém, é através delas que os profissionais de marketing buscam os conceitos mais fundamentais na criação de suas estratégias. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003) Os desejos são o modo como cada pessoa expressa suas necessidades dentro de um contexto cultural e individual. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003) As necessidades humanas são poucas em relação aos desejos. Os desejos se formam na mente das pessoas de acordo com a sociedade em que vivem. (KOTLER, 1996). Kotler & Armstrong (2003), explicam que demanda é agregar a um produto o máximo possível de vantagens que supram as necessidades e desejos de cada mercado-alvo. 18 Estes conceitos esclarecem as acusações feitas por críticos de marketing, como por exemplo, a de que as pessoas são influenciadas a comprarem algo que não desejam apenas pelo marketing, o marketing apenas desperta o desejo de uma pessoa. (KOTLER, 1996) 2.5 PRODUTOS E SERVIÇOS Produto é o que as pessoas compram ou adquirem para satisfazer suas necessidades e seus desejos. Produto não se limita somente a bens tangíveis. Considera-se também como produto os serviços, idéias, lugares, informações, entre outras coisas que possam satisfazer as necessidades dos consumidores. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003) Cobra (1997, p. 205) acrescenta que, “Na realidade, o consumidor compra não o que o serviço ou produto é, mas a satisfação da necessidade ou de um desejo”. Além dos produtos físicos existem os serviços que eles prestam e esses serviços também são prestados por pessoas, empresas, idéias entre outros veículos. (KOTLER, 1996) Segundo McCarthy (1997), a partir do momento que uma empresa ofereça algo que satisfaça uma necessidade pode-se caracterizar como um produto. Muitas empresas se prendem na idéia que um produto tem que ser algo físico com `parafernalhas eletrônicas’, porcas e parafusos. Os clientes buscam no produto satisfazer ao máximo suas necessidades, e quanto maior for o número de necessidades ou desejos satisfeitos pelo produto maior será a satisfação do cliente em relação ao produto. 2.6 VALOR E SATISFAÇÃO E QUALIDADE O preço de um produto não está especificamente ligado ao seu custo. Geralmente os clientes julgam o valor de um produto em relação ao seu desempenho em satisfazer as necessidades. Quanto mais o produto atender aos seus desejos e superar suas expectativas iniciais, mais o cliente ficará satisfeito e 19 assim estará disposto a desembolsar um valor maior do que o custo do produto. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003) Conforme palavras de Cobra (1997, p.230): […] Cada indivíduo tem sua escala de valores para classificar a utilidade do bem e o preço que ele se dispõe a pagar pela sua posse. Assim, os produtos e serviços podem ser avaliados distintamente por diferentes pessoas, bem como o dinheiro pode ter significado diverso para o mesmo indivíduo em tempos diferentes. Dependendo da classe social, cultura e fatores externos que influenciam na opinião, modo de vida e características pessoais os clientes dão mais ou menos importância e/ou valor a certas características do produto. Resumindo, diferentes pessoas estão dispostas a pagar diferentes valores pelo mesmo produto. A correlação preço x qualidade está altamente ligada a isso. (KOTLER, 2000) Quando um cliente de classe social média sai para adquirir um veículo ele busca preço, qualidade e economia, pois ele deve ajustar seus gastos conforme sua renda de modo que ele adquira um produto com o máximo de qualidade e que atenda suas necessidades sem comprometer sua renda familiar. Já um cliente de classe alta ou rica, ao sair para adquirir um mesmo bem procura luxo, qualidade, mas com menos importância ao preço do mesmo, pois sua renda é muito maior do que seus custos de sobrevivência. Assim, o preço tem um peso muito menor na escolha do produto. (KOTLER, 2000) 2.7 TROCAS, TRANSAÇÕES E RELACIONAMENTOS Desde os primórdios a correlação entre dar e receber já gerava uma noção mínima de troca e transações, que criavam relacionamentos entre seus participantes. De todas as formas de negociação a troca é a base fundamental, pois ao ofertar um produto ou serviço a empresa está buscando algo em troca, em uma transação monetária clássica, dinheiro. Mas também existe a transação de permuta, onde ocorre somente a troca por bens sem a utilização de dinheiro. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003) Segundo Kotler (1996, p. 27) a troca é a definição básica do marketing e para que ela ocorra, devem ser cumpridas cinco condições básicas: 1. 2. 3. 4. Há pelo menos duas partes envolvidas. Cada parte tem algo que pode ser de valor para a outra. Cada parte tem capacidade de comunicação e entrega. Cada parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta. 20 5. Cada parte acredita estar em condições de lidar com a outra. Com estas condições, duas partes ou mais podem executar a troca, de modo a deixar ambas as partes em melhores condições do que se encontravam antes de realizar a mesma. (KOTLER, 1996) Já a transação é caracterizada pela troca de no mínimo duas coisas de valor. Nas transações é fundamental o registro por escrito para que não haja desentendimento entre as partes. Normalmente as transações são regidas por um sistema legal, para tentar reforçar a submissão por parte dos negociadores. (KOTLER, 1996) Em relação aos relacionamentos, kotler (1996, p.28) diz que: As empresas ágeis tentam construir, a longo prazo, confiança e relacionamentos “ganha-ganha” com clientes, distribuidores, revendedores e fornecedores valiosos. Isto é realizado com a promessa e entrega de alta qualidade, bons serviços e preço justo. Obtém-se resultados favoráveis construindo-se laços econômicos, técnicos e sociais fortes entre as partes envolvidas. Entende-se então que um bom relacionamento comercial entre as partes envolvidas em uma troca ou uma transação é fundamental para que sejam criadas relações sólidas e seguras (KOTLER, 1996) 2.8 MIX DE MARKETING: OS 4 PS Os 4 Ps foram criados com o objetivo principal de atender da melhor forma possível o mercado-alvo. Ao administrar os 4 Ps, ou seja, o produto, a praça, a promoção e o preço, as empresas ou organizações buscam alcançar o sucesso. Kotler & Armstrong (2003, p. 47) definem o mix de marketing como “Um conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo”. Devido à concorrência crescente e a diversas opções de produtos no mercado os clientes muitas vezes ficam desorientados em relação a que produtos devem escolher. Em meio a esta realidade, as empresas precisam criar um diferencial e mostrá-lo aos clientes, provando que adquirindo determinado produto, estará fazendo a melhor escolha. O quadro 01 mostra os 4 Ps e suas respectivas variáveis. 21 Quadro 01: Os 4 Ps do mix de marketing Fonte: Kotler & Armstrong (2003, p. 47). 2.8.1 Produto O produto é o principal objeto de uma troca, em um conceito mais amplo, se inclui também os serviços. O que precisa ser considerado é que ao adquirir um produto, o consumidor não busca somente as características físicas do mesmo, busca também benefícios intangíveis que determinado produto pode oferecer. (LAS CASAS, 2005) Las Casas (2005) traz algumas definições de produto conforme seus benefícios: - Produto básico: São todos os benefícios que um produto pode oferecer. Qualquer produto pode ser citado neste conceito, desde televisores até shows artísticos. (LAS CASAS, 2005) - Produto ampliado: São todos os benefícios extras que são adquiridos junto com o produto. Um vendedor pode adicionar um benefício extra ao produto para diferenciá-lo do concorrente. (LAS CASAS, 2005) - Produto esperado: São os benefícios que o consumidor espera receber do produto adquirido. O consumidor pode fazer uma análise do produto ampliado para poder determinar o que realmente quer a respeito dos benefícios que necessita. (LAS CASAS, 2005) 22 - Produto diferenciado: É o produto que se torna único, diferente dos demais em relação aos benefícios. Os compradores devem ser analisados pelos vendedores para que se possa determinar o que será importante incluir em um produto. (LAS CASAS, 2005) Um produto ou serviço deve conter um número de requisitos que atenda alguma necessidade ou desejo de seu mercado-alvo (clientes). Os requisitos básicos que um produto deve ter são: qualidade e padronização, no ponto em que se refere as características de desempenho e acabamento (COBRA, 1997). O autor quis dizer que os produtos devem ser customizados de acordo com cada mercado-alvo, porém, no que diz respeito à qualidade e desempenho os mesmos devem manter um mínimo de padrão dentro de subgrupos para que uns não se sintam menos valorizados que outros. Cobra (1997), também diz que os produtos devem ter tamanhos variáveis e modelos distintos que possam suprir as expectativas e necessidades de seus clientes. O produto é simplesmente a procura da satisfação das necessidades de cada consumidor. Busca-se em um produto formas de suprir as necessidades do consumidor e satisfazer seus desejos de forma que o produto torne-se mais atraente. (COSTA e CRESCITELI, 2007) Las Casas (2005) classifica os produtos em produtos de conveniência, de escolha, de especialidade e industriais, conforme descritos abaixo: - Produtos de Conveniência: São aqueles em que o consumidor procura não dispensar muito tempo na seleção entre os concorrentes. São produtos de acesso rápido, do dia-a-dia como por exemplo, goma de mascar, pães, sucos, etc. Estes tipos de produto não levam o consumidor a fazer pesquisas de preço, nem mesmo a se deslocarem de um estabelecimento a outro. A melhor forma de atingir os consumidores nesta modalidade de produto é colocá-lo em oferta no maior número de distribuidores possíveis para facilitar ao máximo o hábito de compra. (LAS CASAS, 2005) - Produtos de Escolha: Nesta modalidade de produto os fatores que influenciam o consumidor ao ato da compra são mais minuciosos. Este tipo de produto possui um valor unitário maior e as diferenças de preço justificam uma investigação de compra maior. Estes produtos de caráter utilitário recebem uma 23 maior influência de marca, fabricantes, propagandas, preços, etc. Roupas e eletroeletrônicos são exemplos destes produtos. Seus distribuidores devem se preocupar em criar formas que facilitem o trabalho dos consumidores criando um clima mais favorável, de forma que seja fácil fazer o levantamento dos produtos e seus preços. (LAS CASAS, 2005) - Produtos de Especialidade: Esta categoria usufrui de uma maior flexibilidade na sua comercialização. Por serem produtos exclusivos e diferenciados, estão direcionados a públicos-alvo específicos, sendo que os mesmos não necessitam de grande logística de distribuição. Estes produtos passam a idéia de que o deslocamento até eles vale à pena pelo fato de possuírem características que os torna únicos. (LAS CASAS, 2005) - Produtos Industriais: Muitas vezes classificados como matérias-primas, máquinas e equipamentos, os produtos industriais recebem todo um gerenciamento de marketing, apresentação e distribuição bastante diferenciados. Normalmente são mais ou menos padronizados para facilitar sua comercialização e estes devem obedecer a custos e padrões de qualidade que são impostos por seus consumidores. (LAS CASAS, 2005) Cada pessoa possui uma necessidade que pode ser igual ou similar a outra, porém cada pessoa tem sua própria característica física, cultural e ideológica e assim precisa que o produto seja no mínimo adaptável ou desenvolvido à sua necessidade específica. Cobra (1997) continua dizendo que o produto deve conter uma configuração bem apresentável, com uma marca, uma embalagem e um serviço. O aspecto externo do produto deve ser muito bem apresentável, pois é ele que apresentará a indicação que aquele produto irá atender determinada necessidade. Caso a embalagem contenha informações dispersas isso pode ocasionar uma confusão no entender do cliente resultando na perca da venda ou na aquisição equivocada do produto para outra necessidade, e assim, a insatisfação do cliente. O aspecto higiênico, sanitário e estético também são pontos chaves na apresentação do produto. Um produto deve conter além de seus diferenciais básicos um conjunto de componentes bem elaborado que possa facilitar a sua inserção no mercado de trabalho. Las Casas (2005) descreve os seguintes atributos dos produtos: 24 - Marcas: Um dos principais fatores de diferenciação do produto é a marca. Normalmente a marca nos traz uma enorme gama de conceitos sobre determinados produtos e em algumas ocasiões é fator determinante no ato da compra. Algumas marcas são capazes de criar verdadeiros laços de fidelidade com seus clientes, onde mesmo que seus concorrentes ofereçam produtos com qualidade superior e a preços menores, dificilmente conseguirão transpor esta barreira de fidelidade. Uma marca bem constituída com fortes laços de fidelidade com seus clientes pode se tornar com o tempo, um patrimônio de grande valor comercial. Grandes empresas investem muito para que suas marcas tornem-se conhecidas e sejam referências em sua área. Porém deve-se tomar muito cuidado durante este processo, pois algumas marcas se tornaram, de tal modo, tão conhecidas que incorporaram o próprio produto. Nestes casos a marca passa de identificação de seus fabricantes e de suas atribuições e qualidades para apenas nomes de objetos. Um exemplo clássico deste caso é a lâmina de barbear que é conhecida como gilete. (LAS CASAS, 2005) A marca pode ser representada não somente por frases ou nomes, muitas marcas são identificadas apenas por símbolos ou desenhos. Em uma marca, a sua parte que pode ser pronunciada, diz-se que é uma marca nominal. Símbolo, representação gráfica, união de duas ou mais letras em um formato único pode ser caracterizada como logotipo. (LAS CASAS, 2005) - Qualidade: É um fator fundamental no relacionamento entre cliente e empresa. É também determinante nas decisões estratégicas de marketing. Muitos fabricantes tem que decidir entre um produto de alta qualidade porém com um preço elevado e um de menor qualidade a um preço competitivo. Na relação cliente e fabricante, a qualidade do produto é determinante na realização de um marketing indireto. Um cliente satisfeito com o produto adquirido vai compartilhar de sua satisfação com pessoas que possam eventualmente perguntar sobre o mesmo. Porém o fabricante deve se preocupar principalmente com a relação custo/benefício do produto estreitando ao máximo as relações de preço justo e qualidade. (LAS CASAS, 2005) - Embalagem: Nos dias atuais, onde os selfservices a alto serviços tornam-se cada vez mais comuns, as embalagens evoluíram de uma simples proteção e armazenagem dos produtos para um estimulador, e às vezes até um 25 diferencial na hora da compra. As embalagens devem prover benefícios adicionais, como por exemplo, embalar extrato de tomate em copos de vidro que podem ser posteriormente reutilizados. Durante as diferentes fases que um produto passa até o seu destino final, ou seja, ao consumidor, a embalagem também acompanha estas transformações. Ao sair do local de fabricação o produto recebe embalagens reforçadas e com um maior número de unidades. Ao chegar no comércio varejista o mesmo recebe embalagem com um maior apelo comercial e com unidades menores. Deve-se observar o tipo de embalagem de acordo com o tipo de produto. Uma embalagem de vidro facilita que o cliente possa visualizar o produto no interior do frasco. Normalmente produtos eletroeletrônicos são exibidos em prateleiras ou expostos sem o uso de embalagens, como por exemplo, geladeiras, televisores, fornos microondas, etc. (LAS CASAS, 2005) - Serviços e Garantias: Existem serviços que devem ser incorporados junto a venda de certos produtos. Alguns produtos principalmente produtos importados apresentam dificuldades nos serviços, principalmente no pós venda. Isso dificultava em muito, a venda desses produtos, pois a manutenção ou encomenda de reparos para o mesmo eram muito difíceis principalmente no início da abertura comercial. A administração da prestação de serviços deve ser mantida sempre com um certo nível de rigorosidade para que se possa manter a mesma qualidade de quando o produto foi vendido assim evitando uma eventual frustração do cliente. A prestação de serviços, se bem planejada, ainda pode render ganhos extras a empresa, pois após o término da garantia o produto ainda necessitará de manutenções. (LAS CASAS, 2005) Já a garantia é usada por muitas empresas para criar credibilidade em seus produtos. Principalmente com produtos de valor elevado os clientes são mais rigorosos na escolha dos produtos, por isso descontos e promoções nem sempre são fatores determinantes. Neste ponto é que as garantias podem estimular a compra, tornando-a mais segura, pois as empresas se responsabilizam por eventuais problemas em que o produto possa apresentar durante o período de garantia, reembolsando, fazendo a troca ou prestando assistência necessária para a solução do problema. Existem certos casos em que a garantia já se tornou uma parte integrante de certos produtos. O consumidor já adquire o produto esperando a 26 garantia do mesmo. Mercadorias como carros já são tradicionalmente providos de garantia, normalmente um ano. (LAS CASAS, 2005) 2.8.2 Praça Um produto mal posicionado no mercado pode perder sua força no interesse do consumidor. Não basta um produto ser bonito, conter um preço adequado, com qualidade se os canais de distribuição que o levam até o consumidor não são eficientes. Um bom produto com mau planejamento de distribuição, estocagem, acessibilidade e nas épocas impróprias de oferta tornam todo um planejamento de marketing deficiente. A principal vantagem de um sistema de distribuição eficiente é proporcionar uma melhor utilidade de lugar e tempo. O fabricante deve eleger seus distribuidores de forma que os mesmos possam oferecer seu produto não somente no lugar certo, mas também, na época certa. Além do que os distribuidores devem estar atentos às questões típicas de cada local, tais como cultura, concorrência, tendências, evoluções, dentre outras, e devem repassá-las ao seu fornecedor. A distribuição deve se preocupar também com a demanda de cada região e controlar o volume de pedidos com a quantidade armazenada para que não falte produto quando um cliente fizer seu pedido, mas também não crie um estoque muito grande, de tal modo que o produto venha a ficar defasado. (LAS CASAS, 2005) Além dos pontos citados a empresa deve se preocupar ainda com qual a melhor forma de levar o seu produto aos eventuais consumidores, se é por venda direta sem intermediários, usando lojas próprias, vendedores próprios direto ao consumidor, ou se é por venda indireta através de representantes não vinculados à empresa, distribuidores independentes ou ainda se a empresa vai dispor das duas formas de distribuição, a chamada forma mista. Existem casos em que a empresa ainda pode utilizar outras formas, como por exemplo, a franquia. (COSTA, CRESCITELLI, 2007) Segundo kotler & Armstrong (2003, p. 48), “Praça envolve as atividades da empresa que tornam o produto disponível aos consumidores-alvo”. 27 Na escolha do local onde o produto vai ser inserido deve-se observar além do público-alvo, as questões de atacado, varejo ou distribuidor, ao transporte e aos locais de armazenagem. (COBRA, 1997) Um produto que for inserido corretamente dentro de um grupo de potenciais clientes que por ventura não for observado questões de logística, terá grande desvantagem em comparação a outros similares que respeitem essas questões, terão grande desvantagem nas questões relacionadas a ‘feedback’, garantias, e em alguns casos, o transporte mal planejado pode encarecer o preço dos produtos. 2.8.3 Promoção A promoção é fator essencial na divulgação e conhecimento do produto. Uma má divulgação ou promoção pode gerar uma imagem negativa do mesmo. Kotler (2000) diz que a promoção pode ser usada em vários lugares da mesma maneira ou ser adaptada a diferentes regiões. Assim evita-se que anúncios, publicações, frases e cores se confrontem com culturas já existentes na região e assim causem impactos negativos ao produto. Ainda Kotler (2000) salienta que, muitas empresas conseguem, com pequenas alterações, adaptar seus produtos ou propagandas em várias partes do mundo, porém para determinadas classes de produtos é necessário que se façam adaptações específicas, respeitando as características culturais, climáticas e psicológicas de cada região. Quando uma empresa monta uma campanha de marketing ou uma promoção que seja vitoriosa, sempre que possível, ela costuma adaptar simplesmente trocando o idioma e corrigindo caso a promoção contenha algum ponto de barreira cultural. De acordo com Rocha e Christensen (1999), um dos fatores que está diretamente ligado à promoção de um produto é a ‘promoção de vendas’. Não se pode confundir com promoção de produto. Na promoção de vendas não se produz efeitos a longo prazo, o objetivo principal é a venda de um produto ou de um lote de produtos naquela hora. Na promoção de um produto o objetivo principal é promover o produto de modo que este seja conhecido buscando sempre criar um vínculo de confiança entre vendedor e comprador. A promoção pessoal de marketing, também 28 é amplamente utilizada pelas empresas, algumas delas, por exemplo, apostam altamente na promoção pessoal, o chamado ‘Boca-Boca’ e também o ‘Corpo a Corpo’. A lembrança positiva de um produto muitas vezes já se faz suficiente para que o consumidor retorne a comprar um determinado produto. 2.8.4 Preço Quando uma empresa decide estabelecer o preço de seus produtos ela deve estar ciente de que esta decisão influenciará em vários outros fatores. A determinação do preço está ligada a seleção do público-alvo, determinação dos métodos de promoção do produto, custos de produção, se o produto é algo inovador ou não, devem também observar os valores empregados pela concorrência, dentre outros aspectos. A não observância constante desses fatores pode causar muitos prejuízos à empresa e destruir toda uma estratégia de marketing, podendo até levar a empresa á falência. A principal relação na escolha do preço do produto está na demanda. Um produto que recebe uma grande demanda e sua oferta é escassa normalmente seus preços recebem um aumento, porém fatores como o público-alvo, tipo de consumidor a ser atingido influenciam em muito nesta decisão. O aumento na demanda de um produto com um preço inferior pode estar relacionado ao seu público-alvo, por exemplo, uma classe de poder aquisitivo menor. Ao elevar o preço do mesmo pode estar sujeito a mudar o produto desta faixa de consumo, podendo assim causar grandes prejuízos. (LAS CASAS, 2005) O preço é o ponto-chave para uma boa negociação, ou seja, é um fator determinante na hora da compra. É a premissa que faz com que muitos comprem ou não o produto. Mas existem casos e casos, onde o preço está relacionado não somente aos custos, mas também à marca e confiança do produto. Há aqueles consumidores que definem se um produto é bom ou não pelo preço, um produto que é mais caro para eles é o melhor. Algumas empresas definem suas estratégias de preço por inovação, dentre outros fatores, elevando os valores dos produtos lançados recentemente e baixando-os conforme o lançamento de novos afim de valorizar as inovações. A formação do preço de certos produtos está altamente ligada a necessidade ou desejo do consumidor. O desejo é um dos fatores que mais inflaciona o preço destes produtos. Por exemplo, o valor de um carro exclusivo não condiz muitas vezes com 29 o seu real custo de fabricação, porém o desejo de possuir um carro exclusivo inflaciona em muito o valor final do mesmo. Existe ainda a relação preço x qualidade, que é normalmente utilizada por empresas para inserir um novo produto no mercado. Algumas empresas usam qualidade alta x preço médio ou qualidade alta x preço baixo, para que possam ser inseridas no mercado e posteriormente usar de estratégias que possam lhes ser mais lucrativas, qualidade alta x preço alto ou qualidade média x preço alto. (COSTA, CRESCITELLI, 2007) Las Casas (2005, p. 188) diz que “O comprador, portanto, de modo geral, somente comprará algum produto ou serviço se o preço justificar o nível de satisfação que poderá derivar de sua compra”. Segundo Rocha e Christensen (1999, p. 108): O preço define as condições básicas pelas quais o vendedor e o comprador estão dispostos a realizar pela troca. Sob o ponto de vista da empresa, o preço pode ser visto como a compensação recebida pelos produtos e serviços que oferece ao mercado. Sob o ponto de vista do comprador, o preço expressa aquilo que ele está disposto a dar para obter o que a empresa lhe oferece. Na elaboração do preço de um produto deve-se observar os custos do produto, o preço dos concorrentes e outros fatores externos e percepções do valor pelo consumidor. Na elaboração dos custos deve-se determinar o piso de preço, o mínimo que se pode vender o produto sem acarretar prejuízos. Na percepção dos preços dos concorrentes deve-se observar uma média que não ultrapasse o valor máximo, porém não fique demasiadamente baixo em relação a todos os outros, pois pode, em alguns casos, desvalorizar a imagem do produto. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003) 2.8.4.1 O Preço nos Serviços Na mente dos consumidores o preço é o que determina se um serviço é bom ou de má qualidade. Dependendo do preço, um cliente pode se tornar mais ou menos exigente, ou seja, se um determinado serviço custa caro, gera a expectativa de que aquele serviço prestado seja de excelente qualidade, superando as expectativas do consumidor. Por isso os administradores devem tomar muito cuidado ao determinar o preço de um serviço para não afetar a reputação de seu negócio. (LAS CASAS, 2006) 30 O preço de um serviço varia de profissional para profissional, ou seja, não há um preço padrão como acontece com os bens tangíveis. Por isso, muitas vezes não tem como um cliente se basear em um orçamento inicial dado pelo prestador de serviços, pois novas descobertas, necessidades ou imprevistos podem surgir durante a prestação do serviço alterando seu orçamento inicial. (LAS CASAS, 2006). O preço de um mesmo serviço pode variar de cliente para cliente. Las Casas (2006) traz um exemplo de uma companhia aérea, onde o mesmo serviço é prestado a todos os consumidores, que no caso é o transporte aéreo, mas o preço da passagem se diferencia pelas condições do vôo como: tipo de assento, classe, época do vôo, entre outras. 2.9 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE MARKETING Planejamento Estratégico consiste basicamente em criar ferramentas que possibilitem a organização de se tornar competitiva frente ao mercado, tanto no momento atual quanto no futuro. Independente de ser uma empresa com fins lucrativos ou não, o planejamento estratégico é essencialmente necessário para o posicionamento correto desta organização em suas futuras negociações. Todo planejamento deve sempre ser executado visando principalmente a satisfação dos clientes, e todas as pessoas envolvidas no processo devem estar focadas no mesmo objetivo. Esta não é uma tarefa que deve ser sempre deixada para a última hora ou reservar pequenos períodos para a sua elaboração. É algo que deve ser minuciosamente pensado e estruturado principalmente pelo plano executivo da empresa. (HOOLEY, SAUNDERS, PIERCY, 2005) Para que esta estratégia possa ser bem sucedida ela deve ser muito bem feita e articulada, e alguns pontos são primordiais para o seu sucesso. O foco em satisfazer as necessidades do cliente e os recursos necessários para a sua implantação devem estar disponíveis, caso contrário ela está fadada ao fracasso. (HOOLEY, SAUNDERS, PIERCY, 2005) Após definir suas metas e seus objetivos futuros e imediatos a empresa deve planejar a atuação de cada setor, tanto o produtivo quanto o administrativo ou de marketing, através da definição da missão da empresa. (ETZEL, WALKER, STANTON, 2001) 31 Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 57) mostram que o planejamento estratégico de marketing é um processo de cinco passos: 1. 2. 3. 4. 5. Conduzir uma análise da situação. Desenvolver objetivos de marketing. Determinar o posicionamento e a vantagem diferencial. Selecionar os mercados-alvo e medir a demanda do mercado. Projetar um mix estratégico de marketing. Etzel, Walker e Stanton (2001) explicam que a análise da situação compreende ter a definição exata da situação do programa de marketing da empresa, como ele está se posicionando, seu desempenho e os seus possíveis desafios nos próximos anos. Revisar todas as antigas estratégias da empresa, definir qual delas permanecerá e qual delas necessitará de possíveis revisões, ou até mesmo criar novas estratégias. Este desenvolvimento de novas estratégias está altamente ligado a fatores externos da empresa inerentes a sua vontade, e a fatores internos fora do campo de marketing, como os recursos disponíveis para execução do planejamento. Esta parte da análise pode se tornar altamente frustrante e consumir grande tempo das pessoas envolvidas, pois os dados relativos, principalmente da concorrência, não estão frequentemente disponíveis, e mesmo os acessíveis não são totalmente confiáveis. Na tentativa de minimizar as vulnerabilidades da empresa e acentuar suas habilidades, muitas se utilizam da análise SWOT (um termo em inglês denominado: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças), um tipo de análise onde as empresas procuram no seu interior seus pontos fortes e fracos e analisam o mercado externo identificando as oportunidades e ameaças, e assim buscam acompanhar as mudanças do mercado. (HOOLEY, SAUNDERS, PIERCY, 2005) Após a implementação de um planejamento estratégico de marketing devem ser determinados os objetivos que por sua vez devem estar relacionados com os amplos objetivos e estratégias da empresa. Para cada setor se fará necessário atingir determinados pontos estipulados pela administração, para que possam todos juntos alcançar o objetivo traçado no planejamento estratégico. Estes pontos a serem atingidos podem ser considerados os objetivos a serem alcançados em cada setor. (ETZEL, WALKER, STANTON, 2001) A vantagem diferencial normalmente pode ser definida através de um dos pontos fortes da empresa ou de suas qualidades que a diferenciam da concorrência. A principal meta na vantagem diferencial é agregar valor junto ao produto aos olhos 32 do cliente: preço mais baixo, qualidade alta ou um serviço diferenciado. A idéia principal é usar algo que a concorrência dificilmente conseguirá copiar. (HOOLEY, SAUNDERS, PIERCY, 2005) Porter (1980 apud HOOLEY, SAUNDERS, PIERCY, 2005, P. 36) “Argumentou que uma vantagem competitiva pode ser criada de duas maneiras principais (porém não mutuamente exclusivas): mediante a liderança em custos ou a diferenciação”. No primeiro tipo de vantagem a busca pela liderança se traduz no menor preço por produto dentro do mercado de atuação. Este tipo de estratégia consiste na busca do menor custo por unidade, reduzindo assim o preço final e oferecendo produtos semelhantes aos da concorrência. A busca pela liderança usando o custo baixo como estratégia, necessita de participações altas no mercado e um acesso privilegiado às matérias-primas. Esse tipo de estratégia é altamente aplicada principalmente nos mercados de commodities, onde existe pouca ou nenhuma diferenciação no produto ofertado. Porém, esta estratégia deve ser muito bem pensada, pois em certos tipos de mercado o preço baixo pode estar relacionado a falta de qualidade ou de assistência. Em uma segunda abordagem na tentativa de liderança do mercado, a diferenciação consiste em criar algo que use os pontos fortes da empresa, ou que crie exclusividade ao produto buscando assim a diferenciação do produto da concorrência, com base sempre em um critério valorizado pelo cliente. Posicionar um produto no mercado significa criar uma imagem do mesmo na mente dos consumidores, diferenciando-o dos concorrentes ou de outros produtos colocados no mercado pela própria empresa. (ETZEL, WALKER, STANTON, 2001) Ao decidir em que área a empresa vai atuar, ela deve definir qual o mercado que pretende atingir. A segmentação do mercado é importante para uma melhor visualização e confrontação das possibilidades com os pontos fortes da empresa. A escolha correta de um mercado-alvo pode decidir o destino de uma empresa, desde a sua produção até sua promoção. Uma empresa que se lança em um mercado que possui uma alta demanda e não tem uma produção estruturada para atendê-la está fadada ao fracasso. (KOTLER, 1996) Por último vem a criação de um mix de marketing que é o desenvolvimento do produto segundo o seu mercado, seguindo suas tendências e 33 atendendo suas necessidades. Isto implica em desenvolver um preço de acordo com o mercado-alvo a ser atingido e que atenda as expectativas junto ao produto, criar um plano de distribuição competente que possa posicionar o produto no lugar e tempo certo para a sua promoção e de forma que não ocasione sua falta, e por último criar uma promoção do produto que possa anunciá-lo de acordo com o planejamento, atingindo todos os potenciais consumidores do produto. Em regra, seguindo a linha dos 4 p’s descritos. (ETZEL, WALKER, STANTON, 2001) 2.10 CONCORRÊNCIA O estudo da concorrência não deve ser visto como algo prejudicial ou de má fé, pois existem casos em que a não observância dos concorrentes do mesmo setor pode levar a empresa a grandes erros estratégicos, principalmente em lançamentos de novos produtos. Com o grande avanço tecnológico após a Revolução Industrial as evoluções que não são observadas rapidamente podem tornar um produto que ainda nem foi lançado, obsoleto em comparação aos seus concorrentes. Existem outros fatores que também justificam esta prática, o lançamento de um produto em confronto com o concorrente de nível superior pode também causar perda de popularidade, pois pode ser ofuscado pelo concorrente. (LAS CASAS, 2005) Kotler (1996) mostra que existem quatro níveis em que a empresa pode identificar seus concorrentes, classificando-os em relação ao seu grau de substituição do produto: - Concorrência de marca: é quando a empresa toma como seu concorrente as que fornecem produtos e serviços similares, aos memos consumidores e a preços semelhantes. É o nível mais específico das classificações. Um exemplo são os fabricantes de automóveis para a classe média. (KOTLER, 1996) - Concorrência industrial: este tipo de classificação abre um leque maior na visão de concorrência. Os fabricantes ou empresas que vendem, distribuem, etc, vêem como concorrentes todos os que comercializam o mesmo produto ou classe de produto. Um exemplo são os fabricantes de automóveis de qualquer gênero. (KOTLER, 1996) 34 - Concorrência de forma: a empresa pode ainda ver como seus concorrentes, em um grau de generabilidade maior, todas aquelas que produzem produtos que satisfazem a mesma necessidade, ou que prestam o mesmo serviço. Por exemplo, fabricantes de produtos para transporte, ônibus, motocicletas, automóveis, etc. (KOTLER, 1996) - Concorrência genérica: podem ainda ser classificados como concorrentes todas as empresas que buscam a mesma parcela de consumidor. Um exemplo são as empresas de bens de produtos duráveis, como casas, automóveis, viagens ao exterior, etc. (KOTLER, 1996) Kotler (1996, p. 203), mostra, ainda, um exemplo de que o nosso maior concorrente pode ser algo de que nem suspeitamos: A Eastman Kodak, em seu negócio de filmes, tem ficado preocupada com a crescente concorrência da Fuji, fabricante japonesa de filmes. Porém, a Kodak enfrenta uma ameaça ainda maior, com a recente invenção das “câmeras sem filme”. Esta câmera, vendida pela Canon e Sony, capta sinais de vídeo e de fotos que podem ser mostrados em um receptor de TV, impressos por computador e, mesmo, apagados. Qual a maior ameaça para um negócio de filmes do que uma câmera sem filme? A análise dos concorrentes deve identificar sempre empresas que possam, de alguma forma, atender as necessidades das pessoas que se procura atingir. Todo o setor deve ser investigado para que se possa detectar tanto concorrentes diretos, quanto indiretos, os recursos disponíveis de cada, a necessidade de superar as barreiras de entrada, dentre outros fatores. (HOOLEY, SAUNDERS, PIERCY, 2005) 2.11 MARKETING DE RELACIONAMENTO Quando se fala em marketing de relacionamento logo vem à mente a idéia de que as organizações devem se esforçar para que haja uma fidelização de seus clientes, ou seja, a construção de um vínculo duradouro com o consumidor. Isso é o que realmente deve acontecer, partindo da idéia de que realizar um bom negócio com um cliente uma vez pode trazer bons lucros para uma organização, mas criar um vínculo de confiança e responsabilidade, fazendo com que o cliente volte à empresa a procura de mais produtos ou serviços é bem mais vantajoso. (ETZEL, WALKER, STANTON, 2001) 35 Marketing de relacionamento não é um contato rápido e curto. É um processo contínuo que deve sempre ser aperfeiçoado através da compreensão e colaboração existente entre fornecedores e clientes. (GORDON, 2001). A construção de um relacionamento começa na identificação do clientealvo. Uma vez identificado, a próxima missão é transformá-lo em um consumidor. Após isso, vem a tarefa de fidelizá-lo, mantendo um contato leal e duradouro entre ambos. De consumidor, que foi até a organização pela primeira vez e adquiriu um produto ou serviço oferecido pela mesma, com o processo de fidelização passa a ser cliente, realizando negócios constantemente. De cliente, pode se tornar um apoiador da organização recomendado-a a possíveis novos consumidores. Por último, o consumidor pode se tornar um parceiro, trabalhando junto com o fornecedor com o propósito de um bom retorno para os dois lados. (HOOLEY, SAUNDERS, PIERCY, 2005) Há consumidores que por motivos diversos como insatisfação e até mesmo por motivo de falência abandonam o contato com a organização, cabendo à mesma a tarefa de reativar esse contato se utilizando de estratégias de marketing. Essa tarefa muitas vezes é mais fácil do que conquistar clientes novos. (KOTLER, 1998) Afim de que haja uma provável retenção de clientes, cada vez mais as empresas estão buscando melhorar seu marketing de relacionamento, cujo principal foco é construir um contato de lealdade e ter o feedback esperado. (HOOLEY, SAUNDERS, PIERCY, 2005) A lealdade de um consumidor gera lucros para uma empresa, mas ao mesmo tempo gera gastos. Em relação aos investimentos que uma organização deve fazer para não ter prejuízos, há cinco níveis que precisam ser distinguidos. Há então o marketing básico, onde há somente a venda do produto; o marketing reativo onde o vendedor abre espaço para que o consumidor entre em contato após a venda; o marketing responsável, que é o pós-venda, onde o vendedor entra em contato com o consumidor para saber se o mesmo está satisfeito com o produto que adquiriu e até mesmo para saber se ficou satisfeito com o atendimento; o marketing proativo, onde de vez em quando o vendedor entra em contato com o consumidor para lhe informar sobre novos produtos e, por último, o marketing de parceria onde a 36 empresa se torna parceira do consumidor prestando-lhe toda a assistência da melhor maneira de uso do produto adquirido. (KOTLER, 1996) 2.12 ASPECTOS QUE INFLUENCIAM O PODER DE COMPRA O objetivo do marketing é satisfazer as necessidades dos consumidores, mas essa tarefa não é tão simples. Cada consumidor, mesmo que necessite de um mesmo produto que o outro, apresenta modos diferentes de pensar e agir. Cabe então aos profissionais de marketing a tarefa de estudar o comportamento de compra de seu mercado-alvo e os fatores que influenciam sua decisão na hora da compra. (KOTLER, 1996) Kotler (1996) mostra que são quatro os fatores que influenciam o poder de compra do consumidor: culturais, sociais, pessoais e psicológicos. - Fatores Culturais: A cultura é o fator que possui maior influência no comportamento do consumidor. É um conjunto de valores que são adquiridos desde criança através do convívio familiar e outras instituições. (KOTLER, 1996) A vida diária dos consumidores é baseada no meio cultural em que vivem, ou seja, a cultura é o que determina a maneira de pensar e agir e também a maneira como compram e usam os bens ou serviços que adquirem. (SAMARA, MORSCH, 2005) Kotler (1996) acrescenta aos valores culturais as subculturas que são grupos culturais menores que facilitam os vendedores na hora da identificação, define-se nas subculturas a nacionalidade, raça, religião e região. Há também as classes sociais que consistem em uma sociedade dividida em níveis hierárquicos e são indicadas pelo nível de riqueza, educação entre outras variáveis. Há diferenças significativas entre os consumidores das classes altas e baixas. As classes sociais mais altas buscam produtos que demonstrem status, enquanto as mais baixas dão um valor maior a família, buscam produtos que tornem suas vidas mais confortáveis. - Fatores Sociais: Kotler (1996, p 163) mostra que “O comportamento de um consumidor é também influenciado por fatores sociais como grupos de referência, família e papéis e posições sociais”. Grupo de referência é um grupo no qual um indivíduo se insere e que influencia no comportamento do mesmo. Estes grupos são classificados como 37 primários, onde há um convívio mais freqüente e intenso e secundários onde o convívio é menos intenso. (KOTLER, 1996) A família é o grupo que mais influencia no comportamento do consumidor devido a sua proximidade com o indivíduo, principalmente os pais, que transmitem diretamente seus valores e costumes a seus descendentes. (LAS CASAS, 2005) Kotler (1996) mostra que há dois conceitos de família. Um deles é a família de orientação, que é formada basicamente pelos pais. O outro é a família de procriação, que é aquela formada pela esposa e pelos filhos e é onde os profissionais de marketing ficam mais atentos, ou seja, tentam descobrir o poder de influência da esposa, do marido e dos filhos na hora da compra. Os papéis e posições sociais incluem todos os grupos que um indivíduo participa durante toda a sua vida e os papéis que desempenha em cada um. Por exemplo, um homem com seus pais é filho, com sua família é o marido, e na empresa em que atua é o diretor. Cada um desses papéis influencia de maneira diferente em seu poder de compra. (KOTLER, 1996) - Fatores Pessoais: Os fatores pessoais também influenciam no poder de compra. Entre esses fatores estão a idade e o estágio do ciclo de vida. Durante a vida as pessoas adquirem e consomem diversos produtos, e esse consumo tende a ir mudando de acordo com o crescimento do indivíduo, pois as necessidades mudam com o tempo. O estágio do ciclo de vida são as etapas da vida do consumidor, que também são muito observadas pelos profissionais de marketing e vão desde jovens trabalhadores até idosos aposentados. (KOTLER, 1996) Kotler (1996) cita também como fatores pessoais a ocupação, as condições econômicas e o estilo de vida do indivíduo. A ocupação se refere ao emprego ou cargo que o indivíduo ocupa, influenciando o indivíduo a adquirir um bem ou serviço de acordo com o cargo que exerce. Consequentemente isso gera condições econômicas diferentes que afetam significadamente o consumidor na hora de adquirir um produto. O estilo de vida é um conceito que varia muito de pessoa para pessoa, cada consumidor tem um estilo de vida próprio, há aqueles que são mais reservados e aqueles que gostam de estar sempre inovando e adquirindo coisas novas. - Fatores Psicológicos: Dentre os fatores psicológicos que já foram estudados por pesquisadores e podem ser compreendidos estão a motivação, 38 aprendizado, atitudes, percepção, a personalidade e auto conceito. (LAS CASAS, 2005) Segundo Las Casas (2005), a motivação é o que move o comportamento das pessoas e pode ser fisiológica ou psicológica. Por exemplo, quando um indivíduo sente fome, ele vai buscar saciá-la. Ele poderia fazer isso em qualquer lugar que servisse comida, mas prefere ir ao melhor restaurante da cidade. Neste caso saciar a fome é um fator fisiológico e ir ao melhor restaurante da cidade em busca de status é um fator psicológico. O aprendizado, para Kotler (1996), é originado através dos atos das pessoas, tornando-as assim, mais experientes. As atitudes conforme Samara e Morsch (2005), correspondem a maneira como um consumidor responde a determinado produto antes mesmo de adquiri-lo, pode ser de maneira positiva, comprando o produto ou serviço, ou negativa, evitando a compra e procurando novas alternativas. Os autores ainda falam à respeito da percepção, afirmando que cada consumidor possui percepção diferente devido à sua vida pessoal, sua cultura e costumes, entre outros fatores que influenciam na maneira de viver. É na percepção dos consumidores que os profissionais de marketing devem estar atentos na hora de expor um produto, desde a maneira como será exposto até as cores que serão usadas devem ser muito bem planejadas. A personalidade, para Kotler (1996, p. 168), são “As características psicológicas distintas de uma pessoa que levam a respostas consistentes e duradouras em seu ambiente.” Cada consumidor possui personalidade própria que influencia na hora da compra. O autoconceito se trata de uma definição muito usada pelos profissionais de marketing que diz respeito a imagem que a pessoa tem de si mesma, então os consumidores buscam os produtos que mais se assemelham a sua imagem. (SAMARA, MORSCH, 2005) 2.13 MARKETING DE SERVIÇOS Vive-se num mundo de serviços e eles são utilizados no dia-a-dia. Mas nem todos se sentem satisfeitos com os serviços que recebem. Alguns fornecedores conseguem agradar seus clientes, outros não. O setor de serviços está em 39 constante crescimento e é o setor responsável pelo crescimento do mercado de trabalho e maior geração de empregos. As organizações prestadoras de serviços variam desde grandes empresas como transportadoras e hotéis, até pequenos negócios como lavanderias ou ainda as faxineiras autônomas que muitas vezes prestam serviços atuando sem registro. A definição de serviço muitas vezes se torna confusa pela sua diversidade e pelo modo como um cliente adquire um serviço. Uma das definições é que serviço é um desempenho oferecido a alguém, ou seja, quem adquire um produto físico, na verdade adquire o desempenho daquele produto ou seu serviço. (LOVELOCK, WRIGHT, 2002) Há algumas semelhanças entre o marketing de serviços e marketing de bens. Os serviços, assim como os bens podem ser embalados. Um consultório odontológico, por exemplo, seu ambiente, sua aparência, a eficiência dos profissionais funcionam como a embalagem dos serviços de odontologia. Os serviços também podem ter promoções como os bens. Consultórios médicos, oficinas entre outros prestadores de serviços geralmente oferecem descontos aos seus clientes. (LAS CASAS, 2006) Las Casas (2006) nos mostra que a principal diferença entre o marketing de serviços e o marketing de bens está no grau de intangibilidade do produto. 2.13.1 Aspectos dos Serviços Segundo Kotler (1996) os serviços possuem quatro aspectos: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade. - Intangibilidade: É a principal característica que distingue os bens dos serviços. Desta forma eles não podem ser sentidos, testados e provados como os bens tangíveis. A intangibilidade dificulta, e muito, o marketing destes produtos. Esta dificuldade se caracteriza principalmente pela impossibilidade de estocagem, pela falta de um canal de patentes que reconheçam a posse de seus idealizadores, as dificuldades na elaboração de propagandas, mostruários, showrooms, entre outros meios de divulgação que possam atingir o mercado-alvo. (HOFFMAN, BATESON, 2003) Na tentativa de minimizar os impactos causados pela intangibilidade dos serviços os consumidores procuram evidências que possam dar mais certeza em 40 relação a qualidade do serviço. A localização, os funcionários, a impressão causada, a experiência, dentre outros fatores, contribuem para a formação de uma boa imagem do serviço a ser fornecido. Algumas empresas procuram transformar um serviço em algo tangível comparando-os em propagandas, jargões, símbolos e garantias que os tornem mais sólidos. (KOTLER, 1996) Segundo Padilha (2007), a reputação profissional é a principal característica que torna um serviço mais confiável, reduzindo assim aos olhos dos clientes os riscos na contratação. Kotler (1996) mostra que algumas ferramentas podem ser usadas para ajudar a tornar tangível uma estratégia, desde o local onde estão fixadas as instalações, os funcionários da empresa, os equipamentos, os materiais de comunicação, a simbologia usada na representação do serviço como marcas, por exemplo, e o preço. Todas estas ferramentas citadas devem estar em total sincronia para passarem uma mesma impressão sobre o produto. Por exemplo, se a empresa desejar dar a impressão que o serviço tem como principal atrativo a agilidade, todas estas ferramentas devem apresentar características ágeis como: locais de livre acesso, onde o cliente seja rapidamente atendido, as propagandas e frases usadas para promover o serviço devem conter palavras que expressem essa condição, a escolha das cores e a simbologia também devem apontar para o mesmo caminho. - Inseparabilidade: Consiste basicamente na relação de como ocorre o processo de produção de um serviço e de um bem tangível. Ao comprar uma mercadoria qualquer dificilmente o consumidor se preocupa com a forma que a mesma é produzida, pois não sabe o local específico, não conhece as pessoas envolvidas no processo produtivo, a idade, seus vícios, suas condições de trabalho, etc. O consumidor se preocupa com outros fatores como marca, qualidade, disponibilidade, acessibilidade, as garantias, o preço e a apresentação. (PADILHA, 2007) Porém nos serviços é inevitável a relação entre prestador e cliente, pois o serviço é algo construído a partir do acordo entre as partes e não pode ser disposto em prateleiras. Pelo fato de ser obrigatória a relação entre cliente e fornecedor esta negociação é de auto risco, pois em caso de insatisfação, dificilmente existe uma segunda chance. (PADILHA, 2007) 41 Segundo Kotler (1996) há casos específicos de serviço nos quais os compradores estão interessados exclusivamente em um fornecedor. Por exemplo, se contratar o show de Ivete Sangalo, não seria o mesmo se a cantora fosse substituída por outra de aspecto similar. Nos casos em que os compradores têm uma elevada preferência por um fornecedor os preços deste tendem a ser mais elevados em função de seu tempo escasso. Para Hoffman e Bateson (2003), inseparabilidade está representada basicamente na conexão física entre o provedor do serviço e o serviço prestado, no acompanhamento do cliente nas etapas de produção, o que dificilmente acontece quando se trata de um bem palpável e até no envolvimento de outros clientes na produção do serviço. Esta relação tão próxima causa um ‘incidente crítico’, o qual está diretamente relacionado a criação ou não de laços de fidelidade. - Variabilidade: Os serviços são altamente variáveis, pois são executados por pessoas diferentes. Um mesmo serviço executado por duas pessoas apresentará diferenças significativas. O local, o clima, a época, a temperatura dentre outros fatores influenciam no desenvolvimento dos serviços. (KOTLER, 1996) Hoffman e Bateson (2003) ainda apresentam a variabilidade com o conceito de heterogeneidade por acharem impossível a operação de serviços com 100% de uma mesma qualidade contínua. Num processo de manufatura os erros ao longo do mesmo podem ser observados e posteriormente corrigidos. Já nos serviços isto se torna impossível. A sistematização e treinamento são as principais armas contra a irregularidade na prestação de serviços. A sistematização consiste em criar métodos e rotinas que possam garantir a mesma qualidade e agilidade na prestação de serviços e o treinamento é a ferramenta chave que vai possibilitar que esta mesma qualidade seja garantida. (PADILHA, 2007) - Perecibilidade: O que mais caracteriza os serviços é o fato de que eles não podem ser estocados. Assim as prestadoras de serviços enfrentam grandes problemas para atender a demanda dos mesmos, principalmente em função dos chamados ‘horários de pico’, onde a procura por determinados serviços é maior. Por exemplo, as concessionárias de energia têm que possuir uma capacidade até cinco vezes maior para atender os horários de pico, situação diferente se o consumo fosse distribuído nas demais horas do dia. (KOTLER, 1996) 42 Algumas estratégias são usadas por prestadores de serviços na tentativa de equilibrar os horários de pico. Algumas empresas oferecem promoções e descontos para estimular horários de baixo consumo, outras oferecem serviços complementares tentando minimizar os efeitos da espera pelos serviços. Algumas companhias aéreas, por exemplo, dão hospedagem em hotéis de luxo com as despesas pagas aos passageiros de vôos que sofreram atraso ou trocam bilhetes econômicos por bilhetes de primeira classe a fim de compensar o tempo perdido. (KOTLER, 1996) Também chamado de inarmazenabilidade é representada pelo simples fato de que na prestação de serviço o trabalho só começa após o serviço ser contratado e isto ainda depende da disponibilidade do prestador. (PADILHA, 2003) Padilha (2003, p. 30) mostra um exemplo que gera uma reflexão a respeito da não estocagem de serviços: Quando o paciente de um dentista não comparece para uma seção do tratamento, o que acontece? O dentista pega aquela consulta não fornecida e guarda em uma caixa para ser utilizada em outro paciente, noutro dia? E quando um cliente precisa ser atendido exatamente naquele dia em que o dentista está participando de um importante seminário técnico de odontologia, o que acontece? A secretária “guarda” aquele paciente (gemendo de dor) para que o dentista possa atendê-lo na próxima segundafeira, que é o dia de menos movimento? 2.13.2 O comprador de Serviços O comprador de serviços possui algumas características. Uma delas é a incerteza, pois em se tratando de produto intangível, vem a insegurança a respeito de quem será o prestador dos serviços, como será prestado, se realmente é necessário adquirir determinado serviço, que tipo de serviço é recomendado para determinada situação e diversas outras dúvidas que vão surgindo de acordo com cada tipo de serviço e necessidade e que geram insegurança e conflito por parte dos consumidores. (LAS CASAS, 2006) Las Casas (2006, p. 40) diz que, “Para o consumidor, o que importa é a solução de seus problemas”. O consumidor possui necessidades que precisam ser supridas, caso contrário, irá procurar o prestador de serviços que melhor atenda às suas expectativas e se isso acontecer pode ocorrer o fracasso de um empreendimento. (LAS CASAS, 2006) 43 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia da pesquisa busca esclarecer os tipos de pesquisa existentes no presente projeto e como as mesmas serão realizadas. Barros e Lehfeld (1986, p. 1) dizem que: A metodologia, num nível aplicado, examina e avalia as técnicas de pesquisa bem como a geração ou verificação de novos métodos que conduzem à captação e processamento de informações com vistas à resolução de problemas de investigação. 3.1 TIPOS DE PESQUISA 3.1.1 Pesquisa Bibliográfica A pesquisa bibliográfica é realizada através de materiais já publicados, como livros e artigos. (GIL, 2002) Segundo Gil (2002), a pesquisa bibliográfica proporciona ao aluno uma familiaridade com o assunto estudado, sendo importante para que o assunto seja desenvolvido de maneira correta e clara. Gil (2002) comenta sobre a principal vantagem da pesquisa bibliográfica, que consiste em permitir ao pesquisador uma série de informações de forma mais ampla e abrangente do que se ele fosse pesquisar diretamente sobre determinado assunto. 3.1.2 Pesquisa Descritiva ou de Campo A pesquisa foi descritiva, pois permitiu ao pesquisador descrever, analisar e observar dados de uma determinada população através de métodos como entrevistas e questionários. Sampieri, Collado e Lucio (2006, p. 101) dizem que: Os estudos descritivos medem, avaliam ou coletam dados sobre diversos aspectos, dimensões ou componentes do fenômeno a ser pesquisado. Do ponto de vista científico, descrever é coletar dados (para os pesquisadores quantitativos, medir; para os qualitativos, coletar informações). 44 3.2 ABORDAGEM DA PESQUISA No presente estudo foi realizada uma abordagem qualitativa, no qual foi feita uma interpretação dos dados coletados. Sampieri, Collado e Lucio (2006, p.5), esclarecem dizendo que o método qualitativo “Utiliza coleta de dados sem medição numérica para descobrir ou aperfeiçoar questões de pesquisa e pode ou não provar hipóteses em seu processo de interpretação”. 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA Na maioria das vezes, ao realizarmos uma pesquisa, utilizamos uma amostra. (SAMPIERI, COLLADO E LUCIO, 2006) Ainda Sampieri, Collado e Lucio (2006) explicam que “Somente quando queremos realizar um censo devemos incluir no estudo todos os indivíduos do universo ou a população”. A população deste estudo foi composta por 14 consultórios odontológicos instalados no múnicípio de Cocal do Sul/SC, e a amostra foi composta por 14 profissionais da odontologia atuantes nestes consultórios. 3.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS A coleta de dados foi feita através de questionários, utilizando perguntas fechadas para que se obtivessem informações precisas e também espaços para respostas abertas para que o entrevistado se sentisse a vontade para expressar sua opinião a respeito do assunto em questão. O questionário é um dos instrumentos de coleta de dados mais utilizado, que consiste basicamente em um conjunto de questões sobre determinado assunto. (SAMPIERI, COLLADO E LUCIO, 2006) 45 4 EXPERIÊNCIA DA PESQUISA A seguir serão apresentados os dados obtidos com a pesquisa aplicada com os 14 dentistas atuantes em seus consultórios odontológicos no município de Cocal do Sul/SC. Os dados serão apresentados em forma de tabelas, gráficos e suas respectivas descrições logo abaixo de cada figura. Tabela 1: Sexo dos Entrevistados ITENS Masculino Feminino TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 9 5 14 PERCENTUAL (%) 64 36 100 36% 64% masculino feminino Figura 1: Sexo dos Entrevistados Fonte: Dados da pesquisa Na figura 1 pode ser observado que 64% dos profissionais entrevistados, sendo a maioria, são do sexo masculino, enquanto 36% são do sexo feminino. Tabela 2: Faixa Etária dos Entrevistados ITENS Até 30 anos de 31 à 40 anos de 41 à 50 anos TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 5 6 3 14 PERCENTUAL (%) 36 43 21 100 46 21% 36% 43% até 30 anos de 31 a 40 anos de 41 a 50 anos Figura 2: Faixa Etária dos Entrevistados Fonte: Dados da pesquisa O segundo questionamento foi relacionado à faixa etária. Através dos dados obtidos com a pesquisa pode-se observar que 36% dos entrevistados possuem idade até 30 anos, 43% constituem a maioria e possuem idade de 31 à 40 anos e o restante correspondem a 21% dos entrevistados com idade de 41 à 50 anos. Tabela 3: Especialidade dos Entrevistados ITENS Clínico Geral Odontopediatria Ortodontia Implantodontia Endodontia Periodontia TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 6 1 4 1 1 1 14 PERCENTUAL (%) 43 7 29 7 7 7 100 47 7% 7% 7% 43% Clínico Geral Odontopediatria 29% Ortodontia 7% Implantodontia Endodontia Periodontia Figura 3: Especialidade dos Entrevistados Fonte: Dados da pesquisa A terceira questão da pesquisa corresponde à especialização odontológica dos profissionais. Através dos dados obtidos com a pesquisa podemos constatar 6 tipos de especialidade sendo que a especialidade de clínico geral é a que aparece com maior frequência, 43% dos profissionais entrevistados são clínicos gerais, as especialidades de odontopediatria, implantodontia, endodontia e periodontia são as que aparecem com menor frequência, apenas com 7% cada uma e a ortodontia vêm intermediária com 29%. Tabela 4: Atividades Além do Consultório ITENS Sim Não TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 4 10 14 PERCENTUAL (%) 29 71 100 48 29% 71% Sim Não Figura 4: Atividades Além do Consultório Fonte: Dados da pesquisa Os dados da pesquisa também permitem analisar que apenas 29% dos entrevistados possuem outras atividades além do consultório e o restante, 71%, ocupam seu tempo somente nas atividades internas do consultório. Tabela 5: Tempo de Profissão ITENS Menos de 1 ano de 1 à 3 anos de 4 à 6 anos de 6 à 10 anos mais de 10 anos TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 0 2 3 3 6 14 PERCENTUAL (%) 0 14 21 21 44 100 49 0% 14% 44% 21% Menos de 1 ano 21% de 1 a 3 anos de 4 a 6 anos de 6 a 10 anos mais de 10 anos Figura 5: Tempo de Profissão Fonte: Dados da pesquisa Conforme a pesquisa, nenhum dos entrevistados atua na área odontológica a menos de 1 ano, 14 % atuam na área de 1 a 3 anos, 21% de 4 a 6 anos, outros 21% atuam de 6 a 10 anos e 44% constituindo a maioria dos entrevistados atuam a mais de 10 anos. Tabela 6: Administração do Consultório como um negócio ITENS Integralmente Parcialmente Não TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 8 6 0 PERCENTUAL (%) 57 43 0 14 100 0% 43% 57% Integralmente Parcialmente Não Figura 6: Administração do Consultório como um negócio Fonte: Dados da pesquisa 50 Este tópico da pesquisa questionou os entrevistados se eles administram seu consultório como um negócio. O resultado foi que 57% dos entrevistados administram integralmente seu consultório como um negócio e 43% administram parcialmente. Tabela 7: Conhecimento em Administração ITENS QUANTIDADE PERCENTUAL (%) Sim Parcialmente Desconheço o assunto completamente 1 7 0 7 50 0 Utilizo meu feeling 6 43 TOTAL Fonte: Dados da pesquisa 14 100 Sim 7% 43% Parcialmente 50% Desconheço o assunto completamente Utilizo meu feeling 0% Figura 7: Conhecimento em Administração Fonte: Dados da pesquisa Esta questão teve como objetivo identificar se os entrevistados possuem algum conhecimento em administração. Das respostas obtidas, 7% disseram conhecer o assunto, 50% conhecem o assunto parcialmente e 43% responderam que utilizam seu feeling. Tabela 8: Utilização de Ferramentas de Marketing nos Consultórios Odontológicos ITENS QUANTIDADE PERCENTUAL (%) Sim 13 93 Não 1 7 14 100 TOTAL Fonte: Dados da pesquisa 51 7% Sim 93% Não Figura 8: Utilização de Ferramentas de Marketing nos Consultórios Odontológicos Fonte: Dados da pesquisa Os entrevistados foram questionados quanto à utilização de ferramentas de marketing no consultório. A análise dos dados mostra que a maioria dos entrevistados, composta por 93%, utilizam ferramentas de marketing em seu consultório e apenas 7% não utilizam ferramenta alguma. Tabela 9: Ferramentas de Marketing Utilizadas nos Consultórios Odontológicos ITENS Cartazes Cartões de visita Anúncios em jornais Marketing pessoal Anúncios em revistas Anúncio na lista telefônica Placas Publicação de artigos TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 1 10 3 1 1 10 1 1 28 PERCENTUAL (%) 4 35 10 4 4 35 4 4 100 52 Cartazes Anúncios em revistas Cartões de visita 10% 4%4% 4% 4% 4% Anúncio na lista telefônica Anúncios em jornais 35% 35% Placas Marketing pessoal Publicação de artigos Figura 9: Ferramentas de Marketing Utilizadas nos Consultórios Odontológicos Fonte: Dados da pesquisa Ainda na mesma pergunta relacionada à utilização de ferramentas de marketing nos consultórios odontológicos foi questionado quais ferramentas de marketing os profissionais utilizam em seus consultórios. Foram citados cartazes, anúncios em revistas, placas, marketing pessoal e publicações de artigos, ambos com 4% de frequência, foram citados também anúncios em jornais que ficou com 10% e os mais citados com 35% cada um foram os cartões de visita e anúncio na lista telefônica. Tabela 10: A Importância do Uso do Marketing na Odontologia QUANTIDADE PERCENTUAL (%) Completamente Ocasionalmente sim ITENS 7 7 50 50 Totalmente desnecessário 0 0 TOTAL Fonte: Dados da pesquisa 14 100 53 0% 50% 50% Completamente Ocasionalmente sim Totalmente desnecessário Figura 10: A Importância do Uso do Marketing na Odontologia Fonte: Dados da pesquisa Independente de os entrevistados utilizarem ou não ferramentas de marketing, os mesmos foram questionados a respeito da importância do uso do marketing na odontologia. Constatou-se que nenhum dos entrevistados considera o marketing totalmente desnecessário, 50% acha que o uso do marketing é completamente importante e outros 50% acha que o uso de ferramentas de marketing somente é necessário em algumas ocasiões. Tabela 11: Avaliação dos Itens com Nota de 1 a 5 ITENS Instalações Localização Atendimento telefônico Atendimento pessoal O seu atendimento Pós-consulta Fonte: Dados da pesquisa MÉDIA 3,9 4,0 4,3 4,5 4,7 3,8 54 3,8 3,9 Instalações Localização Atendimento telefônico Atendimento pessoal O seu atendimento Pós-consulta 4,0 4,7 4,3 4,5 Figura 11: Avaliação dos Itens com Nota de 1 a 5 Fonte: Dados da pesquisa Nesta parte da pesquisa foi disponibilizada uma tabela para que os entrevistados pontuassem de 1 a 5 os itens disponibilizados, sendo que 5 significa excelente, 4 significa bom, 3 significa razoável, 2 significa ruim e a nota 1 representa péssimo. Para uma melhor compreensão foi calculada uma média das pontuações como pode ser observada na tabela e na figura 11. Em relação as instalações a nota média foi 3,9; a localização ficou com média 4,0; o atendimento telefônico ficou com 4,3; o atendimento pessoal 4,5; o próprio atendimento 4,7 e o pós-consulta ficou com média 3,8. A pesquisa mostra que os itens em que os profissionais estão mais satisfeitos são o atendimento pessoal e o seu próprio atendimento e os itens que os deixam mais descontentes são as instalações e o pós-consulta. Tabela 12: Divulgação de Melhorias ITENS Através da mídia Através da exposição de certificados nos consultórios Através do boca-a-boca Nada específico TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 7 5 12 0 PERCENTUAL (%) 29 21 50 0 24 100 55 Através da mídia 0% 29% 50% 21% Através da exposição de certificados nos consultórios Através do boca-a-boca Nada específico Figura 12: Divulgação de Melhorias Fonte: Dados da pesquisa Com a análise dos dados obtidos através da pesquisa em relação a divulgação de investimento em especializações e novas tecnologias, tem-se que 29% dos entrevistados divulgam seus investimentos através da mídia, 21% somente expõem seus certificados no consultório e a maioria, constituída por 50%, divulgam através do boca-a-boca. Tabela 13: Aumento da Rentabilidade Através do Marketing ITENS QUANTIDADE 6 6 2 PERCENTUAL (%) 43 43 14 Discordo 0 0 TOTAL Fonte: Dados da pesquisa 14 100 Totalmente Parcialmente Pouco 56 14% 0% 43% 43% Totalmente Parcialmente Pouco Discordo Figura 13: Aumento da Rentabilidade Através do Marketing Fonte: Dados da pesquisa Nesta pergunta foi questionado quanto à rentabilidade que o marketing pode proporcionar ao profissional. 43% dos entrevistados assinalaram a opção que diz que o marketing pode trazer total rentabilidade, outros 43% acham que o marketing aumenta a rentabilidade de forma parcial e 14% acham que uso do marketing traz pouca rentabilidade. Tabela 14: Número de Pacientes Atendidos Mensalmente ITENS QUANTIDADE 6 5 PERCENTUAL (%) 43 36 mais de 200 3 21 TOTAL Fonte: Dados da pesquisa 14 100 Não sei exatamente entre 100 e 200 57 21% 43% 36% Não sei exatamente Entre 100 e 200 Mais de 200 Figura 14: Número de Pacientes Atendidos Mensalmente Fonte: Dados da pesquisa Este tópico da pesquisa abordou a questão da quantidade de pacientes atendidos mensalmente pelos dentistas. Nota-se que 36% dos dentistas atendem entre 100 e 200 pacientes por mês, 21% disseram atender mais de 200 pacientes mensalmente e 43% disseram não saber exatamente a quantidade de pacientes. Tabela 15: Pacientes que Retornam aos Consultórios ITENS 10% 20% 50% 70% Mais de 80% Não sei exatamente TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 0 0 1 4 7 2 14 PERCENTUAL (%) 0 0 7 29 50 14 100 58 14% 0% 7% 29% 10% 20% 50% 50% 70% mais de 80% não sei exatamente Figura 15: Pacientes que Retornam aos Consultórios Fonte: Dados da pesquisa Completando a questão anterior os dentistas foram questionados de quantos pacientes retornam aos consultórios depois de serem atendidos. 7% dos profissionais responderam que 50% dos pacientes retornam para uma próxima consulta, 29% responderam ter um retorno de 70%, 50% disseram que mais de 80% dos pacientes retornam e 14% não sabem exatamente quantos pacientes retornam ao consultório. Tabela 16: Meios Utilizados pelos Pacientes que Fazem com que os Mesmos Cheguem até os Consultórios ITENS Por indicação de outros pacientes Através da mídia Por indicação dos planos de saúde com os quais trabalha Espontaneamente TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 14 4 PERCENTUAL (%) 56 16 0 7 25 0 28 100 59 Por indicação de outros pacientes 28% Através da mídia 0% 16% 56% Por indicação dos planos de saúde com os quais trabalha Espontaneamente Figura 16: Meios Utilizados pelos Pacientes que Fazem com que os Mesmos Cheguem até os Consultórios Fonte: Dados da pesquisa Quanto aos meios utilizados pelos pacientes para chegarem até os consultórios, a maioria dos profissionais sendo de 56% disseram que os pacientes chegam até seu consultório por indicação de outros pacientes, 16% disseram que seus pacientes chegam até eles através da mídia e 28% responderam que seus pacientes chegam até seu consultório de forma espontânea. Tabela 17: Conhecimento do Perfil dos Pacientes ITENS Totalmente Parcialmente Pouco QUANTIDADE 2 10 2 PERCENTUAL (%) 14 72 14 Desconheço 0 0 TOTAL Fonte: Dados da pesquisa 14 100 60 14% 0% 14% Totalmente 72% Parcialmente Pouco Desconheço Figura 17: Conhecimento do Perfil dos Pacientes Fonte: Dados da pesquisa Foi elaborada uma pergunta a fim de saber se os dentistas conhecem o perfil de seus pacientes. Constatou-se que 14% conhecem totalmente o perfil dos pacientes, outros 14% conhecem pouco e a maioria, 72%, conhecem parcialmente o perfil de seus pacientes. Tabela 18: Conhecimento da Opinião dos Pacientes à Respeito dos Serviços Prestados ITENS Totalmente Parcialmente Pouco Desconheço TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 0 13 1 0 14 PERCENTUAL (%) 0 93 7 0 100 61 7% 0% Totalmente 93% Parcialmente Pouco Desconheço Figura 18: Conhecimento da Opinião dos Pacientes à Respeito dos Serviços Prestados Fonte: Dados da pesquisa Foi questionado também se os dentistas conhecem a opinião dos pacientes a respeito dos serviços prestados. 7% dos dentistas responderam que conhecem pouco a opinião dos pacientes e 93% responderam não conhecer totalmente, mas de forma parcial o que os pacientes pensam a respeito dos seus serviços. Tabela 19: Informações e Opiniões dos Pacientes ITENS Telemarketing pós consulta Pesquisa de satisfação Pesquisas informais durante a consulta Somente através da anamnese TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 0 0 13 4 17 PERCENTUAL (%) 0 0 76 24 100 62 0% 24% Telemarketing pós consulta Pesquisa de satisfação 76% Perguntas informais durante a consulta Somente através da anamnese Figura 19: Informações e Opiniões dos Pacientes Fonte: Dados da pesquisa A respeito de como os profissionais fazem para obter informações e opiniões dos pacientes, a maioria, sendo de 76%, se utilizam de perguntas informais durante a consulta e 24% obtém informações através da anmese. Tabela 20: Como os dentistas acham que os pacientes avaliam seus serviços ITENS Excelente Satisfatório Bom Regular Péssimo TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 4 2 8 0 0 PERCENTUAL (%) 29 14 57 0 0 14 100 63 0% 29% 57% 14% Excelente Satisfatório Bom Regular Péssimo Figura 20: Como os dentistas acham que os pacientes avaliam seus serviços Fonte: Dados da pesquisa Em relação a como os dentistas acreditam que seus pacientes avaliam seus serviços, conforme pode ser observado na figura 20, 29% dos entrevistados acreditam que seus pacientes consideram seus serviços excelentes, 14% acreditam que seus serviços são avaliados como satisfatório e 57%, representando a maioria, acreditam que seus pacientes dão um conceito de bom a seus serviços. Tabela 21: Ações para Manter Vínculo com o Paciente após o Atendimento ITENS QUANTIDADE 5 5 3 PERCENTUAL (%) 29 29 18 Distribuição de brindes 4 24 TOTAL Fonte: Dados da pesquisa 17 100 Nada Ações de RP ( cartões, mala direta, eventos e afins) Telemarketing 64 Nada 24% 29% Ações de RP (cartões, mala direta, eventos e afins) 18% Telemarketing 29% Distribuição de brindes Figura 21: Ações para Manter Vínculo com o Paciente após o Atendimento Fonte: Dados da pesquisa Os dentistas também foram questionados sobre o que eles fazem para manter vínculo com o paciente após o atendimento. 29% dos dentistas responderam que não realizam ação alguma para manter vínculo com o paciente, outros 29% utilizam cartões, mala direta, eventos e afins, 18% se utilizam do telemarketing e 24% dos profissionais distribuem brindes a seus pacientes. Tabela 22: Atendimento da Equipe de Trabalho ITENS Excelente Satisfatório Bom Regular Péssimo TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE 4 4 5 0 0 PERCENTUAL (%) 31 31 38 0 0 13 100 65 0% 31% 38% Excelente Satisfatório 31% Bom Regular Péssimo Figura 22: Atendimento da Equipe de Trabalho Fonte: Dados da pesquisa Esta etapa da pesquisa foi relacionada à equipe de trabalho dos profissionais da odontologia, onde os dentistas foram questionados em relação a como avaliam o atendimento de sua equipe de trabalho. 31% dos entrevistados responderam que considera o atendimento de sua equipe de trabalho excelente, outros 31% considera satisfatório e 38% acha que sua equipe de trabalho realiza um bom trabalho. Tabela 23: Ações Realizadas para que sua Equipe de Trabalho Atenda Melhor ITENS Ofereço treinamentos constantes sobre atendimento ao público Realizo reuniões constantes para direcionar as práticas de atendimento Contrato exclusivamente pessoas adequadas ao perfil de atendimento Ofereço benefícios que as façam trabalhar com motivação Trabalho sozinho TOTAL Fonte: Dados da pesquisa QUANTIDADE PERCENTUAL (%) 0 0 4 24 8 46 4 1 17 24 6 100 66 Ofereço treinamentos constantes sobre atendimento ao público 6% 0% 24% 24% 46% Realizo reuniões constantes para direcionar as práticas de atendimento Cotrato exclusivamente pessoas adequadas ao perfil de atendimento Ofereço benefícios que as façam trabalhar com motivação Trabalho sozinho Figura 23: Ações Realizadas para que sua Equipe de Trabalho Atenda Melhor Fonte: Dados da pesquisa A última abordagem da pesquisa se referiu a quais ações são realizadas pelos dentistas para que sua equipe de trabalho atenda melhor. 6% trabalham sozinhos, 24% dos dentistas responderam que realizam reuniões constantes para direcionar as práticas de atendimento, outros 24% responderam que oferecem benefícios qua as façam trabalhar com motivação a maioria, 46%, preferem contratar exclusivamente pessoas adequadas ao perfil de atendimento. 67 5 ANÁLISE DA PESQUISA Fazendo uma análise mais detalhada dos dados obtidos através da pesquisa, pode-se traçar um perfil dos profissionais de odontologia do município de Cocal do Sul/SC. A maioria é do sexo masculino, com idade entre 31 a 40 anos, formados clínicos gerais, ocupam seu tempo somente nas atividades internas do consultório e atuam nessa área há mais de 10 anos. A maioria dos dentistas administra seu consultório odontológico como um negócio integralmente, ou seja, são responsáveis por cuidar da administração completa de seu consultório, mesmo que de uma forma mais simplificada. Os profissionais da odontologia, em sua maioria, não possuem total conhecimento na área administrativa, sendo que conhecem o assunto de forma parcial. Dos 14 dentistas pesquisados, somente 1 assinalou a opção de não utilizar ferramenta de marketing alguma. Das ferramentas de marketing citadas nas respostas, as mais utilizadas pelos dentistas, ou seja, as que apareceram com maior freqüência foram os cartões de visita e anúncio em listas telefônicas. Em relação à importância do marketing na odontologia, metade dos dentistas considera completamente importante e a outra metade considera importante somente em algumas ocasiões. A pesquisa mostra que os itens em que os profissionais estão mais satisfeitos são o atendimento pessoal e o seu próprio atendimento e os itens que os deixam mais descontentes são as instalações e o pós-consulta. Para divulgar seus investimentos em especializações e novas tecnologias, o método mais utilizado pelos dentistas é o marketing boca-a-boca. Grande parte dos dentistas acredita que o marketing pode aumentar sua rentabilidade totalmente, enquanto outra parte significativa acredita que o marketing não influencia totalmente no aumento da lucratividade, ou seja, influencia de forma parcial. A maioria dos dentistas não soube especificar o número de pacientes atendidos mensalmente, mas puderam especificar que mais de 80% retornam ao consultório após um primeiro atendimento. Os dentistas também puderam identificar que maioria dos pacientes chega aos consultórios por indicação de outros pacientes e a minoria se utiliza da mídia. 68 A maioria dos dentistas conhece parcialmente o perfil de seus pacientes e a opinião dos mesmos a respeito dos serviços prestados, mas acreditam que seus pacientes possuem um conceito bom referente aos seus serviços. O método mais utilizado pelos dentistas para obter informações e opiniões dos pacientes é fazer perguntas informais durante a consulta, a fim de criar um vínculo de amizade e fidelidade com os mesmos. Para manter o vínculo com os pacientes após o atendimento, os dentistas se utilizam de métodos como o envio de cartões em datas comemorativas, mala direta, telemarketing, com menor freqüência, e distribuição de brindes. Há uma pequena quantidade de profissionais que não realizam ação alguma. De um modo geral, os profissionais estão satisfeitos com o atendimento de sua equipe de trabalho, sendo que a maioria prefere contratar somente pessoas adequadas ao perfil de atendimento. 69 5 CONCLUSÃO Através deste estudo pôde-se identificar as ferramentas de marketig utilizadas nos consultórios odontológicos do município de Cocal do Sul/SC e concluise que, apesar de os profissionais da área odontológica considerarem importante, são poucas as ferramentas utilizadas dentre as inúmeras opções para chamar a atenção dos consumidores. Observou-se que profissionais acima de 40 anos que possuem mais tempo de profissão, utilizam menos pelo fato de já considerar uma clientela formada e confiar na sua experiência. Alguns dentistas dentre os pesquisados acham que o marketing é importante somente em algumas ocasiões, como por exemplo, quando querem divulgar uma nova especialização. A busca por serviços odontológicos é incessante, por isso cabe a cada profissional diferenciar seu atendimento e divulgar suas melhorias de forma a atrair cada vez mais clientes, ainda mais pelo fato de que a maioria dos profissionais que responderam a pesquisa não possui outras atividades além do consultório. Deste modo possuem mais tempo e disponibilidade para pensar e criar métodos de divulgação adequados e criativos e, também, realizar um atendimento pós-consulta com maior freqüência. Para a retenção dos clientes é importante que os dentistas obtenham informações e opiniões de seus pacientes, mais ainda, é importante saber o que estes pensam a respeito dos seus serviços e atendimento, pois além de criar um vínculo de amizade entre o dentista e o paciente, permite ao profissional saber como atender determinado paciente e como fazer possíveis melhorias para agradá-lo. O método mais citado pelos dentistas para a obtenção de informações/opiniões dos pacientes foi a realização de perguntas informais durante a consulta, método esse que é de grande eficiência, mas está sendo pouco explorado, pois a grande maioria dos entrevistados não conhecem totalmente o perfil e a opinião de seus pacientes. Outro fator importante para reter os clientes é o bom atendimento, tanto do profissional quanto da equipe de trabalho. De um modo geral, os dentistas procuram contratar somente pessoas adequadas ao perfil de atendimento para que os serviços sejam sempre prestados com eficiência e qualidade, fazendo com que os pacientes retornem aos consultórios para novas consultas, e falem bem do atendimento que receberam para outras pessoas. 70 Como para qualquer organização, o marketing é extremamente importante para os consultórios odontológicos, pois há muitos profissionais se formando e com isso aumenta a concorrência. Com a grande oferta de serviços odontológicos, os clientes se tornam cada vez mais exigentes, buscando o melhor serviço prestado, o melhor ambiente, o melhor atendimento e os melhores preços, dentre outros fatores. Sugere-se um estudo mais detalhado a fim de diagnosticar os fatores que impedem os profissionais da odontologia do município de Cocal do Sul/SC a utilizarem uma maior variedade de ferramentas de marketing em seus consultórios além das já existentes, as quais não trazem diferenciação perante a concorrência. Sugere-se também uma pesquisa com os clientes dos consultórios odontológicos com o propósito de identificar se estão satisfeitos com os serviços odontológicos recebidos, tanto dos dentistas quanto da equipe de trabalho, quais suas preferências e suas necessidades. 71 REFERÊNCIAS BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de metodologia Um guia para a iniciação científica. São Paulo: McGraw-Hill, 1986. 132 p. COBRA, Marcos. Marketing básico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. 552 p. COSTA, Antonio Roque; CRESCITELLI, Edson. Marketing promocional para mercados competitivos: planejamento, implementação, controle. São Paulo: Atlas, 2007. 371 p. DIAS, Sergio Roberto. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2003. 539 p. ETZEL, Michael J.; WALKER, Bruce J.; STANTON, William J. Marketing. Rio de Janeiro: Makron Books, 2001. 737 p. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 175 p. GORDON, Ian. Marketing de relacionamento: estratégias, técnicas e tecnologias para conquistar clientes e mantê-los para sempre. 4. ed. São Paulo: Futura, 2001. 349 p. HOFFMAN, K. Douglas; BATENSON, John E. G. Princípios de marketing de serviços: conceitos, estratégias e casos. 2. ed. São Paulo: Afiliada, 2003. 628 p. HOOLEY, Graham J.; SAUNDERS, John A.; PIERCY, Nigel F. Estratégia de marketing e posicionamento competitivo. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. 423 p. KOTLER, Philip. Administração de marketing análise, planejamento, implementação e controle. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996. 676 p. KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Afiliada, 2000. 764 p. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Introdução ao marketing. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. 371 p. ______. Princípios de marketing. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. 593 p. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 324 p. ______. Marketing de serviços. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 251 p. LOVELOCK, Christopher; WRIGHT, Lauren. Serviços Marketing e gestão. São Paulo: Saraiva, 2002. 416 p. 72 LOVELOCK, Christopher; WRIGHT, Lauren. Marketing de serviços: pessoas, tecnologia e resultados. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. 412 p. MCCARTHY, Eugene Jerome; PERREAULT JÚNIOR, William D. Marketing essencial: uma abordagem gerencial e global. São Paulo: Atlas, 1997. 397 p. PADILHA, Ênio. Negociar e vender serviços de engenharia e arquitetura. 1. ed. Santa Catarina: Printed in Brazil, 2007. 171 p. ROCHA, Angela da; CHRISTENSEN, Carl. Marketing: teoria e prática no Brasil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 284 p. SAMARA, Beatriz Santos; MORSCH, Marco Aurélio. Comportamento do consumidor: conceitos e casos. São Paulo: Prentice Hall, 2005. 267 p. SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, Pilar Baptista. Metodologia de pesquisa. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006. 583 p. 73 APÊNDICE 74 FORMULÁRIO DE PESQUISA COM DENTISTAS DO MUNICÍPIO DE COCAL DO SUL/SC Esta pesquisa possui como objetivo avaliar a importância da utilização do marketing por profissionais da área odontológica. Os dados obtidos serão mantidos em sigilo e utilizados para fornecer informações complementares ao Trabalho de Conclusão de Curso da acadêmica Jéssica Folis Ferro. Caracterização dos entrevistados: • Sexo: ( ) Feminimo ( ) Masculino • Idade: ______________________________________________ • Especialidade: _______________________________________ • Além do consultório tem outras atividades? ( ) Sim ( ) Não • Há quanto tempo você atua na área odontológica? ( ) Menos de ano ( ) de 1 a 3 anos ( ) de 4 a 6 anos ( ) de 6 a 10 anos ( ) mais de 10 anos ___________________________________________________________________ 1. Você administra seu consultório como um negócio? ( ) Integralmente ( ) Parcialmente ( ) Não 2. Você possui algum conhecimento de administração? ( ) Sim ( ) Parcialmente ( ) Desconheço o assunto completamente ( ) utilizo meu feeling 3. Você utiliza alguma ferramenta de marketing no consultório? ( ) Sim ( ) Não Qual?________________________________________________________ 4. Considera que seja importante usar o marketing em se tratando de odontologia? ( ) Completamente ( ) Ocasionalmente sim ( ) Totalmente desnecessário 5. Pontuando de 1 a 5, como você avalia: Itens Instalações Localização Atendimento telefônico Atendimento pessoal O seu atendimento Pós-consulta Pontuação 75 6. Como você divulga seus investimentos em especialização e novas tecnologias? ( ) Através da mídia ( ) Através da exposição de certificados no consultório ( ) Através do boca-a-boca ( ) Nada específico 7. Acredita que o marketing pode trazer maior rentabilidade? ( ) Totalmente ( ) Parcialmente ( ) Pouco ( ) Discordo 8. Quantos pacientes você atende mensalmente? ( ) Não sei exatamente ( ) Entre 100 e 200 ( ) Mais de 200 - Destes, quantos retornam? ( ) 10 % ( ) 20 % ( ) 50 % ( ) 70 % ( ) mais de 80 % ( ) Não sei exatamente 9. ( ( ( ( Como os pacientes chegam até você? ) por indicação de outros pacientes ) através da mídia ) por indicação dos planos de saúde com os quais trabalha ) espontaneamente 10. Você considera que conhece o perfil de seus pacientes: ( ) Totalmente ( ) Parcialmente ( ) Pouco ( ) Não identifico 11. Conhece a opinião de seus pacientes a respeito dos seus serviços ( ) Totalmente ( ) Parcialmente ( ) Pouco ( ) Não identifico 12. O que você faz para obter mais informações/opiniões sobre o seu cliente/paciente? ( ) telemarketing pós consulta ( ) pesquisa de satisfação ( ) perguntas informais durante a consulta ( ) somente através da anamnese 13. Como você acredita que eles avaliam seus serviços? ( ) Excelente ( ) Satisfatório ( ) Bom ( ) Regular ( ) Péssimo 14. Após o atendimento o que você faz para manter seu vínculo com o paciente? ( ) Nada ( ) Ações de RP ( cartões, mala direta, eventos e afins ) 76 ( ( ) Telemarketing ) Distribuição de brindes 15. E quanto ao atendimento de sua equipe de trabalho, você considera: ( ) Excelente ( ) Satisfatório ( ) Bom ( ) Regular ( ) Péssimo 16. O que você faz para que sua equipe atenda melhor? ( ) Ofereço treinamentos constantes sobre atendimento ao público ( ) Realizo reuniões constantes para direcionar as práticas de atendimento ( ) Contrato exclusivamente pessoas adequadas ao perfil de atendimento ( ) Ofereço benefícios que as façam trabalhar com motivação ( ) Outros. Quais? R:__________________________________________ Obrigada pela sua colaboração.