1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE MARKETING NO PONTO DE VENDAS Por: Vítor Paulo Pedrosa Cordeiro Orientador Prof. Dr. Carlos Cereja Rio de Janeiro - RJ 2010 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE MARKETING NO PONTO DE VENDAS Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Marketing. Por: Vítor Paulo Pedrosa Cordeiro 3 AGRADECIMENTOS A todos que de alguma forma me ajudaram a alcançar mais esta vitória, o meu muito obrigado. 4 DEDICATÓRIA Dedico sinceramente a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para elaboração desse trabalho, e que contribuíram para eu manter meus objetivos vivos e procure atingi-los. 5 RESUMO O futuro de uma empresa ou organização depende de sua capacidade para satisfazer os requisitos de vendas com qualidade que o mercado solicita. A mesma deve produzir e entregar bens e serviços que satisfaçam à demanda e expectativas de clientes e usuários. É difícil imaginar que uma empresa cumpra eficientemente os requisitos esperados de seus bens e serviços não são produzidos e entregues por pessoas dotadas de um alto nível de qualidade. Tradicionalmente muitos especialistas tem se concentrado na qualidade de produtos e na qualidade de produção de uma empresa, entretanto, há que se valorizar a qualidade em vendas como uma maneira de fidelizar o cliente. Segundo Cobra (1997) “O conceito de venda, no passado, visualiza o lucro através da venda... Hoje, o foco é a necessidade do cliente, o meio é o marketing integrado e o fim é a obtenção do lucro com a satisfação do cliente”. 6 METODOLOGIA Tipo de Pesquisa Quanto aos fins tratou-se de uma pesquisa exploratória. Quanto aos meios tratou-se de uma pesquisa bibliográfica, uso de livros. Universo e Amostra O universo de pesquisa será baseado em livros de marketing focado em vendas e qualidade. Já a amostra é de caráter não probabilístico, por acessibilidade, pois o conteúdo abordado é de fácil acesso prático e teórico. Coleta de Dados Os dados foram coletados através de pesquisas em livros especializados, artigos publicados referentes ao assunto abordado e internet. 7 SUMÁRIO ITRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - O Marketing 10 CAPÍTULO II - O Marketing de Varejo 19 CAPÍTULO III – O Ponto de Vendas 25 COCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIAS 37 8 1. INTRODUÇÃO No atual mundo globalizado, o marketing está passando por um processo de mudanças, em que o consumidor assume a cada dia um papel significativo. Ele esta cada vez mais consciente de seus direitos, do seu poder de compra, e busca a cada momento satisfazer seus desejos e necessidades. O trade marketing no Brasil é uma ferramenta relativamente recente, tendo seu início marcado na metade da década de 90, e vem evoluindo desde então. O que antes funcionava como mera execução de planejamento das áreas de marketing e vendas, hoje se mostra um processo estratégico, com uma pergunta chave: como posso criar valor e relevância tanto para meus produtos, quanto para o varejista? Apesar das novas tecnologias, o Ponto de Vendas assume um papel cada vez mais decisivo no processo de aquisição de produtos e serviços. Esta realidade tem exigido das empresas maior competência no trato direto com seus consumidores. Tais como o treinamento de pessoal, capacitação, motivação e o uso de ferramentas como o merchandising e a promoção de vendas, tem sido cada vez mais exigido das organizações para a obtenção de resultados superiores. A comunicação dirigida no ponto de vendas age de forma decisiva e estimulante para o consumo, por tratar-se de um novo cenário, onde os consumidores estão cada vez mais informados, exigentes e ponderados em relação ao tempo gasto para realização das compras e ao que irão comprar. Dentro do marketing a ação que mais se aproxima do consumidor é a ação realizada diretamente no PDV (Ponto de Venda). Incalculáveis são as variáveis a ser estudadas e analisadas pelas empresas, buscando da melhor forma possível a informação sobre o desejo de compra do consumidor final. Afinal, as pesquisas mostram que cerca de 85% das compras são realizadas dentro das lojas, ou seja, diretamente do PDV. Desta maneira, o PDV se torna 9 uma forte mídia, ocupando lugar estratégico na formação e na manutenção de uma marca. No trabalho em abordagem, buscamos o analisar a importância do marketing no ponto de vendas e as principais táticas existentes, conforme a ótica de especialistas consagrados da área, e ainda, aquelas praticadas por empresas atuais. Para o alcance da meta ambicionada, utilizamos a metodologia das pesquisas bibliográficas em livros, artigos e publicações on-line. 10 CAPITULO I O MARKETING No conceito de Kotler (2000),1 o marketing é um processo social através do qual pessoas e grupos de pessoas adquirem o que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor. Quando se usa uma definição gerencial, o marketing é freqüentemente descrito como a arte de vender produtos. Pelo conceito de Kotler (2000), é possível perceber que o marketing é o meio com que as necessidades e desejos das pessoas serão atendidos. É por meio dele que se cria valor ao produto e ou serviço, os tornando objeto de desejo. Neste sentido se faz, necessário um maior conhecimento e compreensão do cliente, a fim de que o produto ou serviço se adapte a sua real necessidade, e seja vendido por si só; garantindo uma maior assertividade quanto à plena satisfação do consumidor. O marketing vai muito além de vender produtos, é o processo de planejar e executar ações que criem trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais. É o estudo minucioso, que avaliará e intensificará as reais necessidades de determinado segmento, mensurando a possibilidade de lucratividade do setor. Conquistando assim, novos clientes e mantendo a preferência dos atuais. De acordo ainda com Kotler (2003),2 a demanda de uma empresa é constituída de dois grupos, os novos clientes e os antigos. E em tempos de alta competitividade, onde o foco está no cliente, em atendê-lo, satisfazê-lo, surpreende-lo e fidelizá-lo, se tornou imprescindível, além de conquistar novos clientes, reter clientes lucrativos construindo relacionamentos duradouros com eles. Com isso, há um alto investimento por parte das empresas em manter seus clientes satisfeitos, oferecendo-lhes valor agregado, superando suas expectativas. 1 KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary Princípios de Marketing 9ª Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003 2 11 Segundo assevera Cobra (1997),3 “O Conceito de venda, no passado, visualiza o lucro através da venda, e esta utilizava como meio, uma integração entre venda e promoção, e o foco era o produto. Hoje, o foco é a necessidade do cliente, o meio é o marketing integrado e o fim é a obtenção do lucro com a satisfação do cliente.” (COBRA, 1997 p. 34) Assim, nos deparamos com outra realidade, em que o marketing vem evoluindo rápida e significativamente, saindo de uma função meramente administrativa, para um departamento tático, estratégico, que influi diretamente na receita da empresa, bem como na satisfação e fidelidade de seu público. Conforme a American Marketing Association,4 marketing é o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais. Podemos observar, que a partir das afirmativas dos autores supracitados, o marketing atual preocupa-se em trazer benefícios não somente a organização a que se destina, mas também aos clientes, buscando uma maior compreensão deste, a fim de construir produtos e serviços que os atendam e até que supere suas expectativas e construir relacionamentos sólidos e duradouros com os mesmos. No entendimento de McKenna (1992),5 as empresas tentarão alcançar uma posição superior construindo relação sólida com seus clientes. Relações estas, alicerçadas na confiança, receptividade e qualidade. Em um mercado com tamanha similaridade entre os produtos ofertados, o relacionamento se constitui em grande diferencial competitivo, seja da pequena ou grande empresa. Os clientes estão cada vez mais informados, detentores do poder de barganha, sabem muito bem o que desejam e conhecem a concorrência. Assim, podemos constatar que o marketing moderno é uma batalha pela fidelidade do cliente, 3 COBRA, Marcos. Marketing Básico. São Paulo: Atlas, 1997 www.marketingpower.com – Acesso outubro 2009 5 MCKENNA, Regis. Marketing de Relacionamento: Estratégias bem sucedidas para a era do cliente. Rio de Janeiro: Campus,1992 4 12 garantindo sua plena satisfação, integrando os mesmos ao processo de comercialização. Seja ouvindo-os, seja customizando o produto - serviço, fazendo com que eles sentiam - se únicos, especiais, o que garantirá a preferência pela marca, e uma maior permanência do produto em um mercado altamente competitivo e similar. 1.1 HISTÓRIA DO MARKETING Apesar de encontrarmos suas raízes ao longo da história da humanidade, na própria gênese do comércio o marketing é um campo de estudo novo se comparado com os demais campos do saber. O estudo do mercado surgiu da necessidade dos industriais de administrar a nova realidade, oriunda da Revolução Industrial que causou uma transformação de um mercado de vendedores para um mercado de compradores. Neste estágio o marketing ainda é inseparável da economia e da administração clássica, pois inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade, para a maximização dos lucros. Os consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente inexistente. A história de diversas civilizações nos mostra que comprar e vender são práticas intensamente utilizadas há muito tempo. Para vender, estas Antigas civilizações lançavam mão de todas as formas por elas conhecidas como: Cartazes, Artifícios Sonoros, Exposições de seus produtos em locais de grande movimento (praças), Degustação etc. Embora muitas empresas utilizem a Promoção de Vendas e o Merchandising com a mesma visão e finalidade dos antigos mercadores, essas técnicas saíram do empirismo e do improviso e passaram a ser estudadas dentro do contexto geral do Marketing. Antes mesmo do advento do dinheiro, o homem já praticava merchandising. Pode-se dizer que o merchandising nasceu simultaneamente com o varejo. Isso, quando o comércio era feito na base da troca de utilidades. Nosso ancestral das cavernas foi o primeiro individuo a fazer merchandising, expondo suas mercadorias para a venda. Em 1870 na Europa, 13 eram comuns os vendedores ambulantes com seus carrinhos de mão oferecerem mercadorias expostas em montinhos desordenados, enfeitados com cartazes de preços. Muito de merchandising se praticou até que pudéssemos chegar à realidade deste século. O merchandising confunde-se com a criação do varejo, do auto-serviço. Isto porque em 1930, Michel Cullen abriu, em Long Island, em Nova York, o primeiro supermercado do mundo. O primeiro supermercado brasileiro nasceu como cooperativa da Tecelagem Parayba, em janeiro de 1953, em São José dos Campos, no Estado de São Paulo. 1.2 COMPOSTOS DE MARKETING – OS 4 Ps Conforme assevera Kotler (2000) o composto de marketing ou mix de marketing é o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado alvo. A variável especifica de cada P são denominadas - Produto - Preço - Praça - Promoção, que serão analisados separadamente de acordo com a visão do autor acima citado. • Produto - é algo ofertado ao cliente, de maneira diferente e melhor que os seus concorrentes, garantindo a preferência do mercado alvo. Pode-se descrever produto como a variedade, qualidade, design, marca, embalagem, tamanhos, serviços, etc, a fim de satisfazer seus desejos e necessidades. • Preço - se diferencia dos demais Ps do mix, por ser o único que gera receita, os outros geram custos. O Preço é o valor monetário a ser pago por determinado produto ou serviço. Descrevem por preço, preço nominal, os descontos, concessões, prazo para pagamento, condições de crédito. • Praça - considera-se praça a forma de disponibilizar o produto ao mercado. Seja através dos canais, cobertura, variedade, pontos-de-venda, estoque, transporte. • Promoção - são as ferramentas de comunicação que transmitem a mensagem ao público alvo, para informá-lo, persuadi-lo ou lembrá-lo da disponibilidade e benefícios do produto. 14 As citadas ferramentas se dividem em cinco categorias: Propaganda, Promoção de vendas, Relações Públicas, Força de vendas e Marketing direto. Fonte: Cobra (1997) Cobra (1997) é categórico ao afirmar que o composto mercadológico em forma de 4 Ps. tem cada elemento interdependente que pode ser excluído. Contudo, a prática revela uma inter-relação constante entre os 4 Ps. O produto ou serviço deve satisfazer às necessidades e aos desejos dos consumidores. O ponto significa levar o produto da forma mais acessível e rápida possível ao mercado consumidor. O preço deve ser ajustado às condições de custo de fabricação e de mercado. E a promoção deve comunicar o produto ou serviço ao mercado, estimulando e realizando a venda, isto é, a transferência de posse. 1.2.1 Os 4 As de Marketing Conforme a ótica de Richers (2002),6 alicerçado em estudos desenvolvidos relatam a importância de analisar, adaptar, ativar e avaliar a relação da empresa com meio ambiente (mercado). Na seqüência, abordamos cada uma dessas variáveis 6 RICHERS, Raimar. Marketing uma visão brasileira. São Paulo: Negócio Editora, 2000. 15 • Análise - primeira fase onde é possível analisar o mercado, identificando as forças vigentes existente no mesmo. Tem como objetivo identificar, o que, como, onde, quando, porque e quem compra, com a finalidade de estimar a demanda de mercado e o potencial de consumo. • Adaptação - é um conjunto de características que adaptam o produto as exigências do mercado, levando em consideração os resultados encontrados a partir da análise realizada anteriormente. • Ativação - prima pela excelência quanto à logística, distribuição, força de venda, publicidade, relações públicas, merchandising, etc. • Avaliação-procura avaliar as forças, ameaças, oportunidades e problemas, a partir dos resultados de cada esforço de marketing, de maneira isolada ou em conjunto. 1.2.2 O 4 Cs de marketing Uma organização para obter sucesso, de acordo com Cobra (1997),7 precisa ser administrada com o foco no cliente. A ênfase deve ser dada ao custo para o consumidor dos produtos ofertados para atender suas necessidades e desejo, comunicando os benefícios ao seu público-alvo e proporcionando a ele toda conveniência possível em termos de facilidade de compra e de entrega além de uma variada gama de serviços. Na afirmativa de Kotler (2003), os 4 Cs são o ponto de vista do comprador, enquanto os 4 Ps. São o ponto de vista do vendedor para projeção de estratégias de marketing. Partindo dessa afirmativa, abaixo, descrevemos o ponto de vista do cliente (comprador) como 4 Cs (cliente, custo, conveniência e comunicação), conforme a visão do autor. • Clientes - vão ao mercado em busca de algo que atendam seus desejos e necessidades, são compradores de valor (agregado) ou de solução para seu problema. 7 COBRA, Marcos. Marketing Básico. São Paulo: Atlas, 1997 16 • Custo - os clientes estão interessados em mais do que somente o preço, mas no custo total da obtenção do bem, suas benfeitorias, uso e desuso do produto. • Conveniência - é a disponibilidade mais conveniente do produto ao cliente, garantindo-lhe segurança e conforto. Esta conveniência pode ser observada, seja na proximidade do local de venda a sua casa, disponibilidade de entrega a domicilio, estacionamento etc. • Comunicação - os clientes atuais estão mais interessados em comunicação de mão dupla do que em promoções. Eles deverão estar bem informados quanto ao produto, suas benfeitorias, vantagens competitivas, diferenciais encontrados no estabelecimento (empresa), ouvi-lo a fim de construir um relacionamento com o mesmo e por conseqüência fidelidade. 1.2.3 Segmentação Um segmento de mercado no entendimento de Kotler (2000) incide em um grande grupo que é identificado a partir de suas preferências, poder de compra, localização geográfica, atitudes de compra e hábitos de compra similares. É uma abordagem que fica entre o marketing de massa e o marketing individual. Podemos ressaltar assim, que segmentação de mercado é a divisão de públicos - alvos em pequenos mercados, de acordo com a similaridade de compra, cultura, hábitos em geral; formando grupos homogêneos, o que proporcionará aos profissionais de marketing, oferecer a estes consumidores específicos mais benefícios, buscando uma maior assertividade quanto ao desenvolvimento de produtos e serviços que satisfação o cliente. Conforme ainda Kotler (2000), para serem úteis os segmentos de mercados devem ser: mensuráveis, substanciais, acessíveis, diferenciáveis e acionáveis. O autor defende ainda, que a segmentação pode ser efetuada em diferentes níveis, possibilitando as empresas praticarem ou não a segmentação de mercado, ou ainda, praticar algo que fique de maneira intermediaria as duas praticas. 17 Alicerçados em Koteler (2003), podemos chegar à conclusiva, de que com a segmentação de mercado, as empresas poderão conhecer o perfil de seus públicos-alvos com maior riqueza de detalhes, o que permitira uma atuação diferenciada e única, com o intuito de alcançar a excelência e maior precisão quanto à demanda exigida por este grupo, garantindo uma maior permanência no mercado e a fidelidade do cliente. 1.2.4 Ciclo de Vida O ciclo de vida no saber de Parente (2000),8 é a trajetória que o produto percorrerá no mercado. Dimensionando o potencial de crescimento do produto e a evolução das vendas do produto por determinado tempo. Os estágios que determinam cada fase do ciclo de vida são: introdução, crescimento, maturidade e declínio. • Introdução - primeira fase do ciclo de vida, período de inserção do produto no mercado, onde se tem um custo mais alto, atraindo um grupo de consumidores que valoriza o prestígio de possuir determinado bem. Está fase caracteriza-se também pela baixa lucratividade, devido a custos mercadológicos, de lançamento e poucos concorrentes. • Crescimento - fase tida como adolescente, onde o produto vira estrela. É nessa fase que as vendas começam a aumentar rapidamente. Compradores iniciais continuam comprando e compradores resistentes iniciam suas compras. Há uma expansão no que tange a mercado e concorrentes, e onde os lucros começam a ser percebidos. As empresas mantêm os gastos com promoções ou aumentam ligeiramente o preço. • Maturidade - é nesta fase o produto atinge seu limite máximo de vendas, tendo sido aceito pela maioria dos clientes. Portanto conclui-se que nessa fase, o produto tem estabilidade no mercado, sendo bem conhecido, ofertando a maior variedade de produtos, e uma intensa competição, no que se refere a preço. Observa-se então uma queda na lucratividade. 8 PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: Gestão e Estratégia – São Paulo: Atlas, 2000 18 • Declínio - nesta fase a uma queda nas vendas, momento de difícil tomada de decisão para os profissionais de marketing. Os consumidores estão voltados para os novos produtos que estão entrando no mercado. Os lucros são pequenos ou inexistentes. A uma diminuição dos esforços promocionais e do preço, atingindo então, como público alvo os consumidores de menor poder aquisitivo. Por outro lado, não é aconselhável retirar produtos em declínio que mantenham uma demanda expressiva. Segundo Cobra (1997), embora o ciclo de vida tenha uma ordem natural, como todos os seres humanos, nascem, crescem, amadurecem e envelhecem, chegando até a morte, existem produtos que atingem a maturidade e permanecem nesse estágio sem necessariamente entrarem em fase de declínio. Pelo acima esmiuçado, vamos perceber que o ciclo de vida do produto é um grande norteador e essencial ao profissional de marketing, visto que, as estratégias devem ter como foco, proporcionar ao produto, maior permanência no mercado. 19 CAPITULO II O MARKETING DE VAREJO O que se entendo por marketing de varejo é a relação balconista consumidores e entre eles infinitos produtos de consumo que podem ser vendidos unitariamente ou em quantidades variadas. Numa visão mais aprofundada, também podemos afirmar que o varejista é o que realiza a ponte entre os fornecedores fabricantes, atacadistas, distribuidores e vende diretamente aos consumidores finais. O varejista no Brasil vivencia diariamente sua atividade comercial com certo domínio da relação fornecedor consumidor e por isso seu negócio sobrevive desde os anos 60. 2.1 A VISÃO Conforme entendimento de Kotler (2000), o varejo vem sofrendo transformações no que tange a seu formato. Hoje há varejista de loja, varejista sem loja e organizações de varejo. Assim como os produtos, o varejo passa por um estagio de ciclo de vida do varejo, que seria: um novo formato de varejo adentra no mercado, desfruta de um período de crescimento acelerado, por se tratar de uma novidade, e logo atinge a maturidade e então declina. Segundo Kotler (2000), "... o varejo inclui todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente aos consumidores finais, para uso pessoal e não comercial. Um varejista ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo". (KOTLER, 2000 p. 540) Para Kotler (2000), novos formatos de varejo surgem para suprirem a demanda especifica de consumidores quanto a níveis de serviços, que são denominados: auto-serviço, seleção, serviço limitado e serviço completo, que será explicado com maior detalhe logo adiante. 20 Entretanto, Parente (2000) é adepto da idéia de que o varejo engloba todas as atividades relacionadas ao processo de venda de produtos e ou serviços, para atender a necessidade do consumidor final. Em sua ótica, o varejo perseguia grandes volumes de vendas tendo como atrativo a qualidade e o designer dos produtos, em seguida buscou-se as vendas tendo como embasamento preços baixos, para finalmente se chegar à fase atual, que tem como foco o cliente. Portanto, o ato de comprar tornou-se algo agradável, prazeroso, e não um simples cumprimento de tarefa. Neste novo cenário varejista, compra-se primeiramente a simpatia, o entusiasmo, a presteza do vendedor, para posteriormente comprar-se o produto. Conforme Parente (2000), o fato ocorre em virtude de uma significativa mudança no comportamento do consumidor, que atualmente busca conforto, agilidade e satisfação ao efetuar uma compra. Diante disso o marketing de varejo depara-se com um grande desafio, que o impulsionará a buscar atualizações periódicas, tais como: treinamento de pessoal, tecnologia, localização, etc. Desta forma, chegamos à constatação de que o maior concorrente nesta nova realidade varejista, não é a loja da esquina, mas sim, os gerentes e funcionários da loja da esquina, o que agregar maior valor a seu atendimento, terá por conseqüente a efetivação da compra. Assim, se constitui primordial e estratégico o papel do marketing de varejo, que objetiva proporcionar aos clientes, prazer, magia e encanto ao entrar em determinado local, com intuito de satisfazer uma necessidade ou desejo, fazendo com que os mesmos tenham uma boa imagem da empresa com os bons momentos vivenciados no local, o que os fará retornar ao estabelecimento. É necessário além de encantar, ter compromisso com o sucesso do cliente, relacionamento, portanto, é isto. 21 Segundo McKenna (1992), "O marketing de relacionamento é essencial ao desenvolvimento da liderança no mercado, à rápida aceitação de novos produtos e serviços e à consecução da fidelidade do consumidor. A criação de relações sólidas e duradouras é tarefa árdua, de difícil manutenção. Uma relação pessoal é a única forma de manter á fidelidade do cliente." (McKENNA, 1992 p. 105) Para sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, na ótica de McKenna (1992), as empresas precisam estabelecer estratégias de maneira que permaneçam firmes diante as turbulências. Deve-se então, conhecer a estrutura do mercado, seus clientes, prospectos, concorrentes, investidores, fornecedores, promovendo um relacionamento próximo e duradouro com eles. Isso influenciara diretamente no sucesso ou fracasso da organização, pois clientes e outros direcionaram as mudanças que ocorrem no ambiente de mercado, através de boas relações. Portanto, para se fazer marketing no varejo e obter resultados, é preciso que todas as pessoas envolvidas no processo estejam comprometidas com a visão da organização e com a nova realidade do varejo, pois ao contrário, colocará em cheque todo trabalho desenvolvido para excelência das ações pré-estabelecidas. Conforme ainda McKenna (1992), outro aspecto que se deve ressaltar é o desenvolvimento tecnológico que permitiu ao varejo maior dinamismo, possibilitando a implantação de novas técnicas de controle de estoque, distribuição, logística e relacionamento com clientes. O que para um segmento tão imediatista agregou-se valor, pois se diferenciar onde não há diferencial, é fazer com que os clientes construam um relacionamento emocional com a marca. A importância do varejo como canal de distribuição desempenhando importante papel no composto de marketing é destacado por Cobra (1997). Do varejo dependem as decisões estratégicas de preço, comunicação e produto. A mudança de estratégias do varejo afetara diretamente o mix de marketing dos atacadistas e fabricantes. É preciso, portanto, haver uma consonância no que tange as estratégias dos fabricantes e atacadistas no ponto de venda, direcionadas ao consumidor, ao varejo. 22 Peter (2003),9 é categórico ao afirmar que os varejistas proporcionam benefícios tanto aos fornecedores (produtores e atacadistas) quanto aos compradores. Aos primeiros porque lhes oferecem um modo eficiente de colocar os produtos à disposição dos consumidores. E, devido à capacidade da tecnologia moderna de acumular informações, eles também podem proporcionar aos fornecedores dados úteis de pesquisa de mercado. A tecnologia vem agregar ainda mais valor ao varejo, visto que se trata de um setor altamente dinâmico e competitivo, que requer constantes e rápidas atualizações, proporcionando, portanto, um aumento da quantidade e da qualidade das informações disponíveis aos varejistas, tornando o relacionamento empresa - cliente ainda mais próximo, o que resultara em satisfação plena, fidelidade e vantagem competitiva. 2.2.2 Marketing de Varejo no Brasil Assevera Parente (2000), que o varejo vem assumindo uma importante crescente no panorama empresarial do Brasil. Nos últimos anos, vem atravessando um grande processo de transformação e profissionalização, o que acelerou o ritmo de consolidação do setor. Com a chegada de multinacionais, alguns setores viram-se obrigados a adequar-se a nova realidade, buscando aprimoramento tecnológico e excelência no que tange a pessoal. Se por um lado o varejo brasileiro se desenvolve a passos largos, por outro lado é necessário, por parte dos profissionais do setor, constante atualização e a consciência de mercado. Podemos entender assim, que o varejista deve ter claro o que quer e precisa, deve conhecer seu produto, publico alvo, posicionamento em relação à concorrência, localização, etc. Precisa, sobretudo conhecer o cliente e suas razões de compras, para efetivamente manter um relacionamento pessoal com ele. Seja o pequeno varejo ao maior varejista. Isso representará maior valor agregado à empresa, diferencial, permanência no mercado com lucratividade. No Brasil, o comercio varejista no conceito de Cobra (1997), se classifica em natureza da linha de produtos vendidos; o numero de negócios 9 PETER, J. Paul e CHURCHILL, Gilbert A.3ª Ed. Saraiva, 2003 23 próprios ou controlados; a ênfase relativa ao preço; a natureza do negocio (definição do negocio) e o numero e a natureza das lojas vizinhas. Conservando-se sob o enfoque abordado por Cobra (1997), a grande maioria do comercio varejista em nosso país é composto por pequenas lojas, com reduzido negocio, dirigido geralmente por apenas um ou dois donos e onde a família trabalha. Sem duvidas, o varejo no Brasil esta em franca expansão, buscando um maior aprimoramento e excelência no trato com o cliente. O varejo no Brasil representa um papel importante, sobretudo por se tratar de um segmento que segundo a ABRAS (Associação brasileira de Supermercado) emprega três vezes mais do que no comercio atacadista, representando 6,2% do PIB brasileiro. 2.2.3 Tipos de varejo No concernente ao Brasil, na opinião de Parente (2000) os tipos mais importantes de varejista para distribuição são hipermercados, supermercados, lojas de conveniência, lojas de especialidades (açougues, varejões, padarias, entre outros), mercearias e outros formatos. De acordo com defesa de Kotler (2000), o varejo se divide em varejo de loja, varejo sem loja e organizações de varejo. Os varejistas podem se posicionar para oferecer um dos quatro níveis de serviços, o Auto Serviço; Seleção (os próprios clientes selecionam os produtos); Serviço Limitado (há uma maior variedade de mercadorias, e os clientes precisam de informações para escolha de determinado item); Serviço Completo (vendedores estão disponíveis para ajudar o cliente em todo processo de compra). O varejo sem loja pode ser dividido em quatro categorias principais: venda direta, marketing direto, venda automática, e serviços de compra. • Venda direta - é a venda realizada porta a porta, aonde o vendedor vai pessoalmente à casa do cliente oferecer o produto. • Varejo de marketing direto - incluem o telemarketing, compras eletrônicas. 24 • Varejo de venda automática - são máquinas com uma variedade de produtos disponíveis em escritórios, postos de gasolina, hotéis, restaurantes, etc. É um elevado serviço, muitas das vezes disponibilizados 24 horas. • Serviço de compra - atende a uma clientela específica, cujo comprador, geralmente funcionários de grandes organizações, se associa e tem direito de comprar de diversos varejistas que oferecem descontos. Os principais tipos de varejo corporativo conforme Kotler (2000) são as redes corporativas, voluntárias, cooperativas de varejo, cooperativas de consumidores, franquias e conglomerados de comercialização. As organizações corporativas de varejo têm maior poder de compra, maior reconhecimento da marca e funcionários mais treinados. 25 CAPITULO III O PONTO DE VENDAS 3.1 TÁTICAS DE PDV – PONTOS DE VENDAS 3.1.1 Ações de merchandising No conceito de Cobra (1997), merchandising é um conjunto de operações táticas efetuadas, no ponto de vendas, para se colocar no mercado o produto ou serviço certo, na quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com impacto visual adequado e na exposição correta. Por conseguinte, entendese por merchandising estratégias de marketing utilizadas em Ponto de Vendas, que tem por objetivo influenciar de forma direta na decisão de compra do consumidor. De acordo com Kotler (2000), como estimulo para motivar e efetivar a compra, que está diretamente relacionada a fatores sensoriais e emocionais, potencializando assim, o produto, marcas, serviços, garantindo a preferência do consumidor explora-se os cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato, paladar. O Merchandising leciona Kotler (2000), tem ampla protuberância no tocante à comercialização dos produtos e quanto ao resultado final desta, visto que, com a soma de ações promocionais e materiais de ponto de vendas, controla o último estágio da comunicação mercadológica, o instante da compra. O que influenciará e determinará a escolha. Sabemos que a excelência nas ações de merchandising, tem como objetivo chamar a atenção para o ponto de vendas, evidenciando o produto, tornando-o acessível ao cliente, disponibilizando informação, criando um ambiente favorável para compra. Neste sentido, podemos chegar à conclusão que merchandising é o produto adequado, com apresentação adequada, combinados com o momento e preços também apropriados. É absolutamente imperioso, portanto, o estudo do Ponto de Vendas, utilizado como 26 tática de marketing, a fim de alavancar as vendas, situar o produto e criar um relacionamento mais próximo e duradouro com os clientes. Segundo Blessa (2008),10 “... merchandising é qualquer técnica, ação ou material promocional usado no PDV que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviço”. Ela faz parte do conjunto e ações do marketing destinado a promover marcas e produtos. Também é responsável pela apresentação em lojas e supermercados, criando um espaço para uma melhor visibilidade. De acordo com Las Casas (1993),11 merchandising é uma operação de planejamento para se pôr no mercado o produto certo no tempo e em quantidades certas, proporcionando um visual adequado e uma exposição correta. Do inglês, merchandising, significa ação na mercadoria, que engloba todos os conceitos mercadológicos (4 P´s) e não somente o produto em si. As ações de merchandising no PDV servem para dar vida para o produto, destacá-lo entre os demais e tornar a venda atraente. A exposição de cartazes, anúncios e embalagens do produto pela loja estimula e desperta o interesse do consumidor pelo produto, finalizando em uma compra. A importância do Ponto de Vendas como tática de Marketing, conforme opinião de Kotler (2000) é cada vez mais debatida entre profissionais de marketing. Este crescente interesse pelo assunto se dá pela nova demanda mercadológica, que projeta estes profissionais a buscarem um diferencial onde não há diferencial, a atender a um novo perfil de consumidor, que sabe muito bem o que quer, conhece as especificidades do que deseja, pesquisa detalhadamente o seu concorrente, e além do mais, não tem tempo. Segundo Kotler (2000) 10 BLESSA, Regina. O que é merchandising? http://www.boasideias.com.br/guiadomarketing Aceso em novembro 2009 11 LAS CASAS, A.L. Marketing – Conceito, Exercícios e Casos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1993 27 "Os profissionais de marketing possuem técnicas para estimular a demanda pelos produtos de uma empresa (...) gerentes de marketing procuram influenciar o nível, a velocidade e a composição da demanda para alcançar os objetivos da organização". (KOTLER, 2000 p. 27) O Ponto de Vendas é defendido por Parente (2000), como o local em que o produto será disponibilizado e comercializado, onde se realizará uma comunicação dirigida, pautada nos cinco sentidos, a fim de reter a atenção e estimular os consumidores a efetuarem a compra. Para isso serão utilizadas ferramentas de comunicação que englobem o visual, aroma, cores, localização, iluminação, sinalização, sonorização, novas tecnologias, entre outros, com intuito de encantar o cliente, hipnotizá-lo, convencendo-o a entrar, manter-se e consumir no devido estabelecimento. Segundo Parente (2000, P.293): "... as decisões sobre a apresentação dos produtos, planogramas, comunicação visual e sinalização devem despertar o interesse do consumidor e incentivá-lo a percorrer os vários estágios de compra". (PARENTE, 2000 p. 293) Como é possível perceber, existem variadas maneiras de se trabalhar o Ponto de Vendas, aonde a otimização de um trabalho em conjunto, unindo a capacidade de criação - display, embalagens - com a capacidade de execução positivarão as vendas (PARENTE, 2000). Para Mello (2008)12, há pouco tempo atrás, a grande exposição de informação para o consumidor através de jornal, outdoor, TV ou até mesmo a internet, fazia muito efeito na decisão de compra. Hoje com o tempo cada vez mais curto, o consumidor deixou de prestar atenção em venhas mídias, e o PDV se tornou cada vez mais importante, pois é exatamente lá onde ele decide o que vai comprar. De certa forma o PDV se tornou uma mídia e merece toda a atenção das empresas, no desenvolvimento de peças publicitárias e de material de propaganda. 12 MELLO, Bruno. Merchandising como ferramenta estratégica. www.mundodomarketing.com.br Acesso em: novembro 2009 28 De acordo com Cabrino (2008),13 todas essas mudanças de habito do consumidor final têm levado as empresas a aumentarem seus investimentos em Promoção e Merchandising no PDV. Pois é fundamental garantir que as ações de Marketing realizadas em jornal, TV, rádio, internet, outdoors, juntamente com preço competitivo, qualidade e boa distribuição, sejam concretizadas em vendas no PDV. 3.1.2 Atuação da equipe no Ponto de Vendas De acordo com a ótica de Parente (2000),14 o desempenho da equipe no ponto de vendas é de soberana importância, segundo aja visto que o ponto de vendas é o primeiro contato do cliente com o produto, esta equipe será a linha de frente da empresa, sendo uma valiosa ferramenta que os profissionais de marketing podem contar. Conservando a linha de pensamento de Parente (2000), o fato de a equipe ter um contato direto com o cliente, pode ser considerado o fundamental fornecedor de dados e informações relevantes para o banco de dados. O vendedor pode e deve se valer da comunicação verbal e não-verbal, de modo que o cliente se envolva com a organização, com os serviços ou produtos ofertados por ela. Um ambiente agradável, confortável e seguro, o bom atendimento, a promoção de um relacionamento duradouro, tornando-o fiel a organização, garante a satisfação do cliente. 3.1.3 O processo de Relacionamento no Ponto de Vendas Através de pesquisa efetuada pela Consultoria Popai Brasil, 70% dos consumidores decidem a compra no Ponto de Vendas. Mediante estes dados, as organizações passaram a investir acentuadamente na comunicação dirigida ao ponto de vendas. Desta forma, as organizações têm transformado o Ponto de Vendas em Ponto de Relacionamento, gerando uma experiência de consumo, 13 CABRINO, Thiago. Aexcelencia: O ponto de venda. www.htmlstaff.org. Acesso em 1novembro 2009 14 PARENTE, J. Varejo no Brasil: gestão e estratégia, São Paulo: Atlas, 2000. 29 aproximando o cliente da empresa, proporcionado ao mesmo, experiências que o surpreenda, o que é favorável quando se trata da era do cliente. Todavia, assevera Parente (2000), o Ponto de Vendas não deve ser visto apenas como local de vendas ou obtenção de mais clientes deve ser visto como local apto a captar a realidade do mercado, possibilitando as empresas uma mensuração e reação mais rápida quanto às mudanças, delimitando e planejando melhores ações de marketing. Deste modo, o Ponto de Vendas é considerado uma ferramenta tática, estratégica, podendo ser utilizado como meio de informação, motivação, persuasão, relacionamento e criação de valor. É no Ponto de Vendas que o cliente geralmente está aberto à recepção de estímulos, e como o ato de comprar está diretamente ligado a fatores emocionais e sensoriais, é de grande valia a utilização de técnicas que gerem estímulos positivos no cliente, motivando e potencializando sua decisão de compra, otimizando a imagem organizacional e, por conseguinte determinando lucros para organização. 3.2 PROMOÇÕES DE PONTO DE VENDA Para Las Casas (1993),15 o papel da promoção de vendas é bastante diversificado. As empresas devem contar com essa ferramenta para completar as ações de Marketing. Portanto, ela serve de apoio para as demais ferramentas e deve estar dentro do padrão estabelecido no plano de marketing da empresa. Existem diversas formas de promoção como as Exposições e Feiras, Amostras, Prêmios e Vales Brindes, Cupons, Concursos e Jogos e também desfiles de moda, Shows e outros. Para Sebrae (2008),16 o objetivo das promoções é ampliar o volume de vendas de uma empresa. E geralmente é utilizada em situações como para introduzir um novo produto no mercado, ou quando se deseja ampliar a demanda 15 LAS CASAS, Alexandre L. Marketing. Conceitos, Exercícios e casos. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1993 16 SEBRAE. Promoção no Ponto de Vendas. http://www.sebrae.com.br/momento/quero-abrir-umnegocio/planeje-sua-empresa/vendas/616-politicas-de-vendas/BIA_616/integra_bia>. Acesso EM novembro 2009 30 de um produto. Também é utilizada para renovar ou identificar a imagem da marca do produto e provocar o interesse do consumidor por produtos com baixa rotação. 3.3 PDV’S VIRTUAIS Para Cabrino (2008), o e-business atua em três áreas - serviços oferecidos aos clientes, o comércio e a colaboração empresarial. As lojas virtuais não precisam ser chamativas, mas necessitam de uma ótima funcionalidade e que alcancem os desejos de cada um dos clientes. Isso acaba trazendo ações fortes e bem estruturadas, pois a rede é muito variada e contêm muitos usuários. 3.4 O SEGMENTO DE VAREJO Conforme entende Blessa (2003),17 entende-se merchandising como qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto-de-venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores. O merchandising e suas técnicas ganham cada vez mais espaço nos planos de comunicação das empresas. Isso se deve ao fato de que no varejo uma propaganda bem feita, com anúncios e comercias bem produzidos e posicionados não garantem efetivamente o resultado em vendas, por esta razão às empresas se voltaram para novas possibilidades de investimento em merchandising no ponto-de-venda. “... para garantir que todo seu esforço de meses em planejamento e divulgação não seja perdido naqueles segundos finais que o cliente leva para decidir se comprará seu produto ou o do concorrente” (BLESSA, 2003, p. 18) 17 BLESSA, R. Merchandising no ponto-de-venda. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2003. 31 Todavia, para Lupetti (2007),18 nenhuma técnica ou ferramenta de comunicação mercadológica é eficiente se tratada de forma isolada. É necessário que as empresas entendam que a comunicação mercadológica deve ser tratada com rigor estratégico e, como tal, o seu planejamento deve resultar na integração de todas as ferramentas e técnicas, tanto de marketing como de comunicação mercadológica. Além disso, Segundo Zenone (2005, p. 60), “... deve-se também ter a “preocupação de interrelacionar a comunicação interna com a externa, envolvendo todos os departamentos de uma empresa” (ZENONE, 2005, p.60). Em vista disso, ressalta-se que a comunicação mercadológica de uma empresa, mesmo privilegiando ações de merchandising no ponto-de-venda deverá ser planejada levando em consideração todos os campos de influência, todos os envolvidos. Em resumo, a comunicação mercadológica deverá ser pensada e tratada de forma holística, conforme se demonstra na figura abaixo. O merchandising no entender de Zenone (2005), como uma estratégia de comunicação mercadológica tem como objetivos de marketing: a) Vender mais e melhor; b) Incrementar o número de consumidores; c) Reduzir custos. Ou seja, para que um merchandising obtenha um bom resultados ele deverá ser capaz de aumentar as vendas em curto prazo, por meio da boa exposição da marca e produtos; ampliar o número de consumidores – um merchandising eficiente atrai todos de forma constante e reduzir os principais custos de um ponto-de-venda. Além disso, a criatividade, a abordagem e os materiais de apoio como cartazetes, bandeirolas, banners, displays, infláveis, etc deverão homogeneizar a comunicação da campanha promocional. 18 LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica. São Paulo: Thomson Learning, 2007 32 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO MERCHANDISING A INTEGRAÇÃO DA COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA. Fonte: Adaptado de ZENONE, 2005, p. 60. 3.4.1 Aspectos competitivos No entender de Dunne & Lusch (1999),19 o varejo consiste da atividade final e passos necessários para colocar a mercadoria feita nas mãos do consumidor ou para prover serviços para o consumidor. Esta definição sugere uma atividade básica, mas também dinâmica e sujeita a grande competição. Os mesmos autores complementam que os varejistas que controlam, melhor que a concorrência, os custos incorridos depois que a mercadoria é adquirida obtêm uma performance melhor. O processo de contínua mudança no varejo ocorre como resultado de mudanças originadas no ambiente externo e interno das empresas. No tocante ao ambiente exógeno este fenômeno pode ser entendido exemplificado pela análise das mudanças tecnológicas e que permitiram o surgimento e expansão do varejo eletrônico, outro aspecto significativo a ser considerado são as mudanças demográficas, entre elas, por exemplo, a maior participação das mulheres na força de trabalho e suas implicações sobre oportunidades e processos de compra. 19 ª DUNE P. e LUSCH R. F. Retailing 3 ed, EUA: Dryden press, 1999. 33 Dunne & Lusch (1999), relacionam uma série de variáveis ambientais externas a serem monitoradas pelo varejistas, entre elas o ambiente sócio econômico, o estado da tecnologia, o sistema ético e legal, o comportamento da competição, o comportamento dos consumidores e o comportamento do canal de distribuição. O conceito clássico utilizado para explicar as mudanças associadas às configurações operacionais das instituições varejistas é o de roda do varejo, que representa as fases do processo de transformação nas formas de operação das empresas do setor. Conforme Lewy e Weitz (2000),20 o ciclo começa com os varejistas atraindo clientes com ofertas de preços baixos e pouco serviço. Com o passar do tempo, esses varejistas querem expandir seu mercado e começam a estocar mercadorias mais caras, fornecer mais serviços e abrir lojas em locais mais acessíveis. Esse processo de trocas aumenta os custos do varejista e os preços de suas mercadorias, criando oportunidades para que novos varejistas de preços baixos entrem no mercado. Um caso muito citado, que exemplificaria esta teoria, seria o processo de expansão e queda das lojas de departamentos. Pode-se perceber dos aspectos anteriormente mencionados que a realidade do varejo é de contínua mudança e que a busca da criação de uma vantagem competitiva sobre as empresas concorrentes deve ser uma preocupação constante. O conceito de vantagem competitiva desenvolvido por Porter (1986),21 segundo o qual a busca de rentabilidade pelas empresas passa por estratégias básicas para a criação de um valor que a empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa seus concorrentes. No tocante as formas de criação desta vantagem tem-se duas estratégias puras, que são: a estratégia da diferenciação, segundo a qual uma empresa oferta produtos e serviços 20 21 LEVY M. e WEITZ B. A, Administração de varejo, São Paulo: Atlas, 2000. PORTER, M. Estratégia competitiva; técnicas para a análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. 34 percebidos como de qualidade superior relativamente aos concorrentes ou a estratégia de custos baixos, neste caso o diferencial percebido está associado aos preços inferiores percebidos pelos consumidores. Como se pode perceber no movimento de transformação das instituições de varejo, estas duas estratégias podem aparecem de forma integrada sendo que por vezes imprimem uma pressão competitiva de tal magnitude que as instituições que não conseguem incorporar esta mudança, acabam por desaparecer. Este problema realça a importância da busca da eficiência das empresas varejistas, pois ela atuaria como um sinalizador importante para o direcionamento das estratégias e dos formatos das lojas. Dada a importância do varejo de auto-serviço e sua relevância na atualidade, será enfocado como o panorama competitivo gerou mudanças no tocante ao aspecto eficiência das empresas atuantes neste segmento. 3.4.2 A questão da eficiência Uma das formas muito utilizadas para medir a eficiência é comparar-se os resultados alcançados com os recursos disponíveis, a chamada eficiência interna. Conforme assevera Belloni (2000),22 o critério de eficiência na produção está associado aos conceitos de racionalidade econômica e de produtividade material e revela a capacidade da organização de produzir um máximo de resultados com um mínimo de recursos. Assim, a produtividade de uma organização é um conceito que está associado às quantidades dos recursos empregados para realizar suas atividades e às quantidades de resultados gerados por essas atividades. 22 BELLONI, José Ângelo. Uma Metodologia de avaliação da eficiência produtiva de Universidade Federais Brasileiras. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianápolis: UFSC, 2000. 35 Charnes, Cooper e Rhodes (1978),23 propuseram um modelo de avaliação da eficiência, que ficou conhecido como modelo CCR, dos sobrenomes dos autores, e deu origem a um complexo de modelos e técnicas de construção de fronteiras de produção e medidas de eficiência relativa conhecido como análise por envoltória de dados. A análise por envoltória de dados para determinação de eficiência relativa, não requer o prévio estabelecimento de uma forma funcional e nem a definição de pesos para os vários insumos e produtos, cujas importâncias relativas não podem ser definidas. Isso possibilita que cada unidade analisada seja valorada com o que tem de melhor, constituindo-se em uma alternativa aos métodos tradicionais de avaliação de desempenho. 23 CHARNES, A.; COOPER, W. W.; RHODES, E. Measuring the efficiency of decision making units. European Journal of Operational Research, 1978. 36 CONCLUSÃO As ações realizadas no PDV estão cada vez mais freqüentes e inovadoras. Em quase todos os supermercados podemos observar algum tipo de ação. Porém as devem estar muito bem estruturadas para a realização dessas ações. Disponibilizar 0800 para as equipes de promoção, manter promoters de reservas, para eventualidades, fornecer treinamento e material suficiente, são indispensáveis para uma excelente ação de promoção/merchandising. Os gestores de marketing devem analisar relatórios e acompanhar de perto os resultados obtidos para assim poderem alterar ou incrementar suas ações. Levando-se em conta o que foi observado, o merchandising é uma importante técnica de comunicação, mas para dar resultado deverá ser planejado com rigor estratégico. Todas as suas técnicas deverão ser trabalhadas de forma a causar impacto no ato de decisão de compra do consumidor, ou seja, no ponto-de-venda. É no ponto-de-venda que todo o esforço de comunicação faz sentido ou não. Desse modo, o merchandising não é uma técnica de comunicação mercadológica isolada e como tal a sua eficiência será determinada pela integração de todas as outras técnicas. 37 BIBLIOGRAFIAS BELLONI, José Ângelo. Uma Metodologia de avaliação da eficiência produtiva de Universidade Federais Brasileiras. Tese (Doutorado) – Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção, do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianápolis: UFSC, 2000. BLESSA, REGINA. Merchandising no ponto-de-venda. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. ______________. O que é merchandising? http://www.boasideias.com.br/guiadomarketing - Aceso em novembro 2009 CABRINO, Thiago. Aexcelencia: O ponto de venda. www.htmlstaff.org. Acesso em 1novembro 2009 CHARNES, A.; COOPER, W. W.; RHODES, E. Measuring the efficiency of decision making units. European Journal of Operational Research, 1978. COBRA, Marcos. Marketing Básico. São Paulo: Atlas, 1997 DUNE P. e LUSCH R. F. Retailing 3ª ed, EUA: Dryden press, 1999. KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary Princípios de Marketing 9ª Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003 LAS CASAS, A.L. Marketing – Conceito, Exercícios e Casos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1993 LEVY M. e WEITZ B. A, Administração de varejo, São Paulo: Atlas, 2000. LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica. São Paulo: Thomson Learning, 2007 MCKENNA, Regis. Marketing de Relacionamento: Estratégias bem sucedidas para a era do cliente. Rio de Janeiro: Campus,1992 MELLO, Bruno. Merchandising como ferramenta www.mundodomarketing.com.br - Acesso em: novembro 2009 estratégica. PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: Gestão e Estratégia – São Paulo: Atlas, 2000 PETER, J. Paul e CHURCHILL, Gilbert A.3ª Ed. Saraiva, 2003 38 PORTER, M. Estratégia competitiva; técnicas para a análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. RICHERS, Raimar. Marketing uma visão brasileira. São Paulo: Negócio Editora, 2000. SEBRAE. Promoção no Ponto de Vendas. http://www.sebrae.com.br/momento/quero-abrir-um-negocio novembro 2009. - Acesso em