IMPLANTE COLCEAR – INFORMAÇÕES Mecanismo da Audição 1) Os sons alcançam o OUVIDO EXTERNO... 2) Passam pelo CONDUTO AUDITIVO EXTERNO (canal do ouvido)... 3) E atingem o TÍMPANO, que vibra. 4) As vibrações do TÍMPANO chegam até três pequenos ossos do OUVIDO MÉDIO (martelo, bigorna e estribo), que vibram e amplificam o som como um sistema de alavancas... 5) As vibrações amplificadas são conduzidas aos líquidos do OUVIDO INTERNO (cóclea)... 6) Em seguida, atingem as CÉLULAS RECEPTORAS, que transformam as vibrações em impulsos elétricos. 7) Estes impulsos caminham através do NERVO AUDITIVO até o cérebro, que os percebe como sons. Implante Coclear O implante coclear, ou mais popularmente conhecido como ouvido biônico, é um aparelho eletrônico de alta complexidade tecnológica, que tem sido utilizado nos últimos anos para restaurar a função da audição nos pacientes portadores de surdez profunda que não se beneficiam do uso de próteses auditivas convencionais. Trata-se de um equipamento eletrônico computadorizado que substitui totalmente o ouvido de pessoas que tem surdez total ou quase total. Assim o implante é que estimula diretamente o nervo auditivo através de pequenos eletrodos que são colocados dentro da cóclea e o nervo leva estes sinais para o cérebro. É um aparelho muito sofisticado que foi uma das maiores conquistas da engenharia ligada à medicina. Já existe há alguns anos e hoje mais de 150.000 pessoas no mundo já o estão usando. No Brasil cerca de 2000 pessoas já utilizam este aparelho. Quais são as partes do que compõem o implante coclear? O implante coclear é composto por duas partes: uma unidade interna e outra externa. A unidade interna É implantada cirurgicamente dentro o ouvido do paciente. Esta unidade possui um feixe de eletrodos que será posicionado dentro da cóclea (órgão da audição com formato de caracol). Este feixe de eletrodos se conecta a um receptor (decodificador) que ficará localizado na região atrás da orelha, implantado por baixo da pele. Junto ao receptor fica a antena e o imã que servem para fixar a unidade externa e captar os sinais elétricos. A unidade externa A unidade externa é constituída por um processador de fala, uma antena transmissora e um microfone. A unidade externa é a parte do implante que fica aparente e pode ser de dois tipos: retroauricular ou tipo caixa. A antena transmissora possui um imã que serve para fixá-lo magneticamente junto a antena da unidade interna (que também possui um imã). O microfone capta o som do meio ambiente e o transmite ao processador de fala. O processador de fala seleciona e analisa os elementos sonoros, principalmente os elementos da fala, e os codifica em impulsos elétricos que serão transmitidos através de um a cabo até a antena transmissora. A partir da antena transmissora o sinal é transmitido através da pele por meio de radiofreqüência e chega até a unidade interna. Na unidade interna temos o receptor estimulador interno, que está sob a pele. O receptor estimulador contém um "chip" que converte os códigos em sinais eletrônicos e libera os impulsos elétricos para os eletrodos intracocleares estimulando diretamente as fibras no nervo auditivo.Esta estimulação é percebida pelo nosso cérebro como som. Desse modo, o paciente recupera parte da audição e pode voltar a se comunicar com as pessoas. Aparelhos Existem quatro marcas aprovadas no Brasil. As marcas são: Cochlear Corporation®, MedEl®, Advanced Bionics® e Neurelec. Cada aparelho tem suas características e possuem algumas diferenças no formato e no material empregado. Assemelham-se no fato de usarem um conjunto de eletrodos para estimular a cóclea. COCHLEAR CORPORATION Os aparelhos produzidos pela empresa australiana Cochlear Corporation® são comercializado no Brasil pela Politec® Importação e Comércio Ltda. Estes implantes possuem 22 canais internos de estimulação e permite a realização de telemetria neural ou NRT, capacitando a verificação individual de cada eletrodo e sua resposta frente ao estímulo realizado. Os modelos de implantes desta marca são: Nucleus® 24M, Nucleus® 24K, Nucleus® 24 contour, Nucleus® Freedom, Nucleus® Double Array, Nucleus® ABI(tronco cerebral). Nucleus Freedom® Este é o modelo mais avançado da Cochlear corporation e apresenta como vantagens o chip de plataforma aberta (microprocessador),que permite atualizações ao longo dos anos a medida que novas tecnologias forem criadas, e eletrodo Softip que foi projetado para proteger as partes delicadas da cóclea durante a cirurgia. MEDEL® Pulsar® CI100 O implante coclear PULSAR® CI100 é produzido pela empresa austríaca MED-EL®. Além do Pulsar® CI 100, a MED-EL® também possui outros dois modelos, o Sonata® TI100 e o Combi® 40+. Esta marca possui três tipos de microprocessadores: Opus 1, Opus 2 e o Tempo+. ADVANCED BIONICS® HiRes® 90K O Implante coclear HiRes® 90K é produzido pela empresa norte americana Advanced Bionics®.Possui um sistema de com 16 eletrodos e permite a realização de telemetria intra operatória. Possui 2 modelos de microprocessadores, o modelo retroauricular Auria® e o modelo tipo "caixa" Platinum®. NEURELEC Os implantes cocleares produzidos pela empresa francesa Neurelec S.A. (MXM), são comercializados no Brasil pelo Centro Auditivo Widex Brasitom Ltda. O implante coclear Digisonic® SP possui 20 eletrodos/canais de estimulação e permite a realização de telemetria de impedâncias, a pesquisa dos potenciais de tronco cerebral evocados eletricamente (EABR) e a pesquisa dos limiares do reflexo estapediano evocados eletricamente (ESRT). Atualmente, a Neurelec possui dois processadores de fala referentes à 4ª geração do dispositivo, compatíveis com o Digisonic® SP: o Digi®SP´K (desenvolvido para crianças de até 3 anos de idade) e o Saphyr® SP (modelo retroauricular). Pacientes que se beneficiam O Implante Coclear está indicado nos casos de surdez severa a profunda BILATERAL em pacientes que já tentaram utilizar aparelhos auditivos convencionais e não conseguiram resultados mínimos. Como resultado mínimo nós entendemos como discriminação de sentenças em campo em formato aberto com a melhor protetização bilateral possível menor que 40%. Ou seja, mesmo utilizando aparelhos auditivos convencionais potentes em ambos os ouvidos, o paciente entende menos de 40% das frases que são ditas. Apresentam bons resultados: - Pacientes que ficaram surdos na idade adulta - Pacientes que ficaram surdos na infância após 3 anos de idade. - Pacientes que nasceram surdos e foram implantados até 3 anos de idade. Apresentam resultados intermediários: -Pacientes que ficaram surdos na idade adulta e já têm mais de 10 anos de surdez. -Pacientes que ficaram surdos na infância e perderam a capacidade de se expressar pela linguagem oral. -Pacientes que nasceram surdos e têm entre 3 e 5 anos de idade. -Pacientes que nasceram surdos, têm mais de 5 anos de idade e possuem linguagem orofacial fluente. Apresentam piores resultados: - Pacientes maiores de 5 anos que nasceram surdos e que não possuem linguagem orofacial fluente. - Pacientes portadores de mal formação de cóclea ou cóclea ossificada pela meningite. - Pacientes portadores de outras doenças neurológicas ou síndromes genéticas associadas. É importante lembrarmos que “cada caso é um caso” e existem muitos outros fatores que determinam o resultado. Somente após a avaliação completa pela equipe de implante coclear é que será possível determinar as chances de sucesso em cada paciente. Etapas para a realização O Implante Coclear é um processo complexo que exige a atuação conjunta de uma equipe multidisciplinar (vários profissionais de especialidades diferentes) para que se alcance o sucesso do tratamento. A equipe é composta por um médico otorrinolaringologista, um fonoaudiólogo e um psicólogo (todos os membros da equipe têm que ter especialização em implante coclear). A avaliação do paciente candidato ao implante coclear é um processo complexo e pode ser demorado, pois existem etapas que devem ser obrigatoriamente seguidas e cumpridas em todos os pacientes, para que seja conseguido o melhor resultado possível em benefício do paciente. Avaliação médica Inicialmente o paciente deve ser avaliado pelo otorrinolaringologista para o diagnóstico da causa, tipo e a gravidade da surdez. O médico avalia se a causa que levou a surdez permite que seja realizado o implante coclear. Também é importante que seja estudada a existência de outras doenças, pois o paciente deve ser avaliado como um todo e não apenas a audição. Finalmente o médico avalia se existem riscos ao procedimento cirúrgico e qual a melhor forma de minimizá-los para que tudo transcorra da forma mais segura possível. Avaliação fonoaudiologica: A próxima etapa é a avaliação pela fonoaudióloga, que realizará uma série de testes auditivos e de linguagem, assim como exercícios que prepararão o paciente para receber o implante coclear. A avaliação da fonoaudióloga pode ser demorada e depende muito de cada caso e da motivação do paciente, esta avaliação é composta por: - Avaliação do grau de surdez: temos que ter certeza que a surdez é mesmo profunda. - Avaliação da adaptação do paciente com a prótese auditiva convencional: temos que ter certeza que uma prótese convencional já não seria suficiente para atender a necessidade do paciente. - Avaliação de linguagem emissiva (fala, uso de língua de sinais e escrita - em pacientes já alfabetizados) e receptiva (realização efetiva de leitura orofacial, uso de língua de sinais e escrita). Quando algum destes aspectos não é satisfatoriamente atendido o paciente pode ser encaminhado para reabilitação fonoaudiológica por período determinado, e posterior retorno para avaliação. Neste período poderá ser necessário: - Treinamento em leitura orofacial para crianças maiores e adultos: Este treinamento é essencial na fase pré implante e muda muito o resultado final quando bem realizado. - Treinamento auditivo (melhorando muitas vezes o desempenho do paciente com prótese convencional, ou o resultado final com implante). - Terapia de estimulação de linguagem Avaliação psicológica É muito importante que sejam avaliados os aspectos psicológicos do paciente e das pessoas que convivem com ele no dia a dia. É importante que o psicólogo avalie se o paciente está preparado para ser submetido a uma cirurgia, se aceita o fato de viver com uma prótese implantada dentro da cabeça, se os familiares estão motivados e apóiam esta decisão (nós consideramos o apoio e a participação da família fundamentais). Devemos avaliar também o grau de expectativa do paciente e se ele tem consciência dos resultados que podem ser atingidos. O paciente tem que estar ciente de tudo o que está acontecendo e a equipe deve expor tudo de uma forma clara e sincera, pois nós acreditamos que uma relação de confiança mútua entre o paciente e a equipe seja fundamental. Exames realizados - Audiometria tonal e vocal - Impedanciometria - BERA - Emissões otoacústicas - Tomografia computadorizada de ossos temporais com cortes finos de 1mm. - Ressonância magnética de ouvido interno tipo “FIESTA” com reconstrução da cóclea e medida da permeabilidade coclear. Procedimento Cirúrgico A colocação da unidade interna é realizada através de uma cirurgia que tem duração aproximada de 2 horas. É realizado sob anestesia geral, ou seja, o paciente estará entubado e inconsciente e não sentirá nada durante todo procedimento. 1) O corte (incisão): A cirurgia é realizada toda atrás da orelha e um pequeno corte na pele de aproximadamente 4 cm. 2) Colocação dos eletrodos: É realizado uma abertura na cóclea (órgão da audição com formato de caracol) e os eletrodos são inseridos dentro da cóclea perfazendo uma volta completa em seu interior. 3) Fixação do processador interno: o processador interno é colocado cabeludo atrás da orelha (o paciente sentirá uma pequena elevação no local). embaixo do couro 4) No final da cirurgia fecha-se a pele com pontos e um curativo compressivo é colocado no local. Possíveis riscos da cirurgia: Primeiramente existem os riscos que existem em todas as cirurgias com anestesia geral, mas com o desenvolvimento da medicina, hoje em dia são muito mais raras se realizados em bons hospitais. Os riscos próprios do procedimento são pouco freqüentes, mas podem ocorrer. Abaixo listamos em ordem de freqüência: - Insucesso na colocação do implante coclear: pode ocorrer se houver alterações anatômicas no ouvido do paciente, seja por um defeito congênito (de nascença) ou por seqüelas de infecção ou fraturas. - Infecção e necrose da pele: é devido ao fato de se colocar uma prótese sob a pele, se ocorrer pode ser tratada se diagnosticada rapidamente. - Tontura: Pode ocorrer porque o órgão que faz agente escutar também é responsável pelo equilíbrio, mas é uma complicação transitória que melhora rapidamente em poucas semanas. - Paralisia facial: é a complicação mais temida. Pode ocorrer porque o nervo que faz a mímica da face passa muito próximo do local da cirurgia. Para evitar esta complicação é utilizado um aparelho chamado monitor de nervo facial que diminui o risco desta complicação. Esta complicação apesar de possível é muito rara e geralmente melhora após algumas semanas de tratamento. - Meningite e fístula liquórica: Foram complicações que ocorreram no início dos implantes cocleares. Hoje em são complicações extremamente raras. Rotina pós-operatória Na maioria dos casos o paciente recebe alta no dia seguinte da cirurgia. O curativo com faixa por 48 horas e os pontos serão retirados em 2 semanas. A ativação do implante coclear ocorre 30 a 40 dias após o procedimento. Depois inicia-se o processo de programação e adaptação do paciente ao implante coclear com consultas com a fonoaudióloga. Essas avaliações no início serão mensais e depois bimestrais e semestrais. Cuidados que devem ser tomados no pós operatório Não lavar a cabeça por 3 dias. Após 3 dias pode lavar a cabeça mas deve-se tomar cuidado pra não deixar entrar água dentro do ouvido operado protegendo-o com um tampão até o retorno com o cirurgião. Dormir com o ouvido operado para o lado de cima por 14 dias. Não fazer esforço físico ou tomar sol por 30 dias. Não deixar de tomar corretamente a medicação prescrita pelo médico e não deixar de comparecer ao retorno pós operatório. Não existem restrições à alimentação. Se fizer uso de prótese auditiva no outro ouvido pode colocá-la logo no primeiro dia após a cirurgia. Cuidados com seu Implante Coclear O implante coclear é uma prótese e pode quebrar se sofrer um traumatismo sobre ela. O paciente implantado não deve praticar esportes violentos como lutas ou outras atividade com grande risco de bater a cabeça. É proibido: - Realizar exame de ressonância magnética ou chegar perto da sala de exame: o implante é composto de um metal que pode ser atraído violentamente pelo aparelho de ressonância magnética podendo levar a complicações graves. Existem alguns modelos que permitem realizar o exame em condições muito especiais, mas é obrigatório avisar o seu otorrino e o radiologista sempre que for solicitado um exame de ressonância magnética. - Manter o aparelho desligado o pouso e na decolagem de aeronaves: funciona como qualquer aparelho eletrônico e pode interferir nos aparelhos de controle da aeronave. Manter o implante desligado no pouso e na decolagem. - Uso de bisturi elétrico: é proibido o seu uso em pacientes com implante coclear, pois podem queimar a unidade interna. Avisar o médico toda vez que for ser submetido a uma cirurgia. Podem ser realizados sem problemas: - Ultra-sonografia diagnóstica. - Radiografia simples. - Tomografia computadorizada. - Luz ultra violeta de clínicas odontológicas. Podem alterar o funcionamento do implante coclear: - Sistema de detectores de metais: o implante coclear irá disparar toda vez que passar por estes dispositivos (geralmente estão presentes em portas de bancos e aeroportos). Por isso, é aconselhável andar sempre com o comprovante emitido pelo fabricante, comprovando que o paciente é mesmo implantado. - Radiação eletromagnética: monitores de computador, televisores, forno de microondas. A proximidade destes dispositivos podem alterar a qualidade sonora ou interferir no transmissão de dados entre as unidades interna e externa. - Sistema de vigilância de lojas: desligar o aparelho quando for passar através da porta de lojas que possuem sistema eletrônico de vigilância (são aqueles aparelhos que apitam quando alguém tenta sair com um produto sem passar pelo caixa). O implante coclear geralmente não dispara estes aparelhos, mas pode ocorrer distorção no som e desconforto para o usuário de implante. Benefícios O resultado do implante coclear depende de alguns fatores, como tempo e idade do início da surdez, e a etiologia (causa) da surdez. Os melhores resultados são observados nos pacientes que já escutavam e perderam a audição na idade adulta. Para os pacientes que nasceram com surdez os resultados são melhores quanto mais cedo é realizado o implante. É lógico que "cada caso é um caso", mas de um modo geral, nos casos de pacientes que perderam a audição depois de adultos ou que nasceram surdos e foram implantados até 3 anos de idade, é possivel que eles se comuniquem como uma pessoa com audição normal. Ou seja, escutar sons mesmo muito baixos, entender as pessoas de costas, e falar ao telefone são resultados que podem ser obtidos por muitos pacientes. Muitos pacientes apresentam resultados intermediários, não chegam a falar ao telefone, porém podem escutar sons e barulhos e melhoram muito a sua comunicação. Em alguns casos pode não haver melhora alguma e a cirurgia não é indicada. Saber como será o resultado do seu implante coclear só é possível através de uma avaliação detalhada por uma equipe especializada. Portanto, procure sempre um profissional com especialização em implante coclear para avaliar o seu caso. Perguntas Freqüentes 1) Qual paciente pode se beneficiar do implante coclear? A indicação de implante coclear é bastante trabalhosa e envolve um grande número de critérios. De um modo geral o implante está indicado para pacientes que tem surdez sensorial e bilateral e que não obtiveram resposta satisfatória com o uso de próteses auditivas convencionais. O tempo de surdez também é outro fator importante: quanto mais tempo o paciente fica privado de escutar, mais difícil será sua reabilitação. Para que uma pessoa saiba se ela é ou não candidata é preciso uma avaliação detalhada de um grupo especializado em diagnóstico e tratamento da surdez. 2) É verdade que o implante coclear pode atrair raios? Não. O implante coclear é uma prótese implantável, feita de titânio ou cerâmica e não atrai raios ou qualquer outra forma de energia. 3) A unidade interna tem baterias? A unidade interna dos implantes cocleares atuais funcionam através do uso de radio freqüência para abastecimento de energia. A mesma radio-freqüência que é usada para transmitir informações para a unidade interna, é usada para o funcionamento da mesma. 4) Como é o som que um paciente implantado escuta? A qualidade ou tipo de som que um paciente implantado escuta depende de vários fatores: o tempo de privação auditiva, a causa da surdez, a estratégia de estimulação usada, o número de eletrodos implantados. Desta maneira fica difícil dizer como é a sensação sonora de um paciente implantado. Cada um terá uma experiência individual. O objetivo final é dar um apoio a comunicação do paciente surdo. 5) Quais exames devo realizar para avaliação do Implante Coclear? Normalmente os exames solicitados são: avaliação audiológica (audiometria e/ou BERA), Tomografia Computadorizada de Ossos Temporais (com cortes de 1mm, axial e coronal, com janela para osso), Ressonância Magnética de Ossos Temporais (para avaliação de orelha interna e feixe-vestíbulo coclear, com expansão volumétrica da cóclea e medida de permeabilidade coclear, tipo FIESTA). Outros exames podem ser solicitados depois da primeira consulta. 6) É verdade que corro o risco de ficar com o rosto paralisado? A cirurgia do Implante Coclear é bastante delicada e para chegar ao local onde é colocado o conjunto de eletrodos, é necessário realizar uma abertura cirúrgica, que fica próxima ao nervo facial. Para evitar a paralisia facial, a equipe que realiza a cirurgia tem que ser bastante experiente. Além disso, o uso do Monitor de Nervo Facial torna a cirurgia mais segura. O Grupo de Implante Coclear do HC-FMUSP usa um dos mais modernos monitores de nervo facial que existe. 7) Tenho que cortar o cabelo para fazer a cirurgia? Para uma boa assepsia é preciso cortar um faixa de cabelo de aproximadamente 3 cm acima do lado onde será colocado o implante coclear. 8) Quanto tempo fico internado para fazer a cirurgia do Implante Coclear? Normalmente o paciente interna na véspera da cirurgia e vai de alta um dia após a cirurgia. 9) Qual a diferença entre o implante coclear e os aparelhos auditivos convencionais? Os aparelhos de audição só amplificam os sons. Isto é quando a pessoa escuta menos é como se você aumentasse o volume dos sons do ambiente. Agora, quando a pessoa não escuta nada não adianta aumentar o som. É como um indivíduo cego usar um óculos. Visto isso, é fácil entender por que nestes casos não adianta usar um aparelho de audição convencional. O aparelho de implante coclear não aumenta os sons. Ele é um estimulador elétrico. Na verdade, ele fará o papel de todo o ouvido. Este papel consiste na captação do som, transformação do mesmo em estímulo elétrico e estimulação do nervo auditivo diretamente. Não há necessidade de orelha, membrana do tímpano, ossos do ouvido e cóclea. Portanto é importante compreender que o implante coclear não devolve a audição normal à pessoa e que a qualidade do som percebido é diferente, mas a pessoa com uma reabilitação adequada feita depois da cirurgia vai aprendendo a compreender os novos sons. Se a pessoa já escutou antes provavelmente se lembra dos sons. Eles serão diferentes, porém ela poderá associá-los aos sons escutados e então relacionar. Imagine como se ela estivesse aprendendo uma nova língua totalmente diferente. 10) Tenho que usar prótese auditiva antes de ser candidato ao Implante Coclear? Na maioria dos casos a indicação do Implante Coclear está ligado ao uso da prótese auditiva: o paciente tem que usar a prótese auditiva para a equipe chegar a conclusão de que o ganho de audição que a prótese fornece não é suficiente para dar ao paciente um bom desempenho de comunicação. Portanto o ideal é que o paciente já chegue na primeira consulta usando a prótese. 11) Após a cirurgia de implante coclear eu poderei falar ao telefone? O paciente poderá falar ao telefone aproximando-o do microfone receptor do aparelho que fica acoplado à unidade externa junto à orelha. A capacidade de "entender" ao telefone varia muito de caso a caso e depende de vários fatores como tempo e causa da surdez. Entre nossos pacientes uma grande parte consegue conversar perfeitamente ao telefone. Outras Próteses Implantáveis BAHA Vibrant Carina Fonte Pesquisada: http://www.ouvidobionico.org.br/implante