Respondendo às suas Perguntas Sobre Pesquisas do Cérebro O QUE A TECNOLOGIA FAZ AO CÉREBRO? A moderna tecnologia eletrônica transformou o modo como vivemos — e não inteiramente para melhor. Muitos especialistas se preocupam que a inexorável sedução de smartphones e computadores tenha reduzido o período de atenção, atrofiado a memória, minado a imaginação e até mesmo promovido doenças psiquiátricas e violência. A tecnologia digital realmente muda como nossos cérebros são “cabeados” — particularmente durante os anos criticamente formativos da infância e adolescência? Pesquisadores estão ativamente procurando por respostas. Um fenômeno de interesse são os aparelhos dirigidos a multitarefas. Checar e-mails enquanto escuta uma palestra, falar ao telefone enquanto dirige — como o cérebro julga e avalia demandas simultâneas? Aparentemente, trocando rapidamente a atenção sobre as tarefas. Os estudos imagéticos sugerem que realizar multitarefas significa desligar um circuito cerebral e ativar outro, enquanto a memória de curta duração mantém a linha de continuidade entre as ações. A habilidade diminui com a idade, mas em qualquer idade ela é menos eficiente do que fazer uma coisa de cada vez. Mesmo estudantes inteligentes tem um desempenho mais pobre se eles usam aparelhos eletrônicos para propósitos não acadêmicos em sala de aula. Surpreendentemente, multitarefeiros habituais são piores em ignorar distrações e ficam trocando de tarefas. Eles estão também vulneráveis à depressão e ansiedade, de acordo com alguns estudos. Outra preocupação tem sido o impacto negativo dos videogames, uma ocupação digital que envolve cerca de 90% das crianças e adolescentes. Pesquisas tem relacionado games violentos à agressividade de adolescentes, como também depressão e comportamentos de risco tais como a direção perigosa e o fumo. Um estudo descobriu redução de atividade em áreas do cérebro que mantém a emoção e a agressão sob controle. Do lado positivo, videogames pró-sociais que envolvem cooperação têm mostrado aumentar a empatia e a afabilidade. QUANDO O CÉREBRO ENCONTRA A MÁQUINA O efeito da tecnologia sobre o cérebro é muito dramático quando eles estão em contato direto. A grande estrela entre os aparelhos de interface cérebro-máquina (ICM ou BMI, em inglês) é o implante coclear, cujos pequeninos eletrodos estimulam as fibras do nervo auditivo, permitindo que pessoas profundamente surdas escutem bem o suficiente para compreender a linguagem. Uma retina artificial para ajudar pessoas com visão debilitada também já está disponível, e aparelhos ICM para dar membros robóticos a pessoas com paralisia estão na linhas de pesquisa. Para saber mais: Implante coclear: https://pt.wikipedia.org/wiki/Implante_coclear Nano retina: http://www.nano-retina.com/ Interface cérebro-máquina: http://tecnologia.hsw.uol.com.br/interface-cerebro-computador.htm Reproduzido com permissão da The Dana Alliance for Brain Initiatives, www.dana.org. Tradução para Português (Brasil) por Paulo Henrique Colonese.