ANDERSON RODRIGO VIEIRA A PROPAGANDA COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO: UMA ANÁLISE EM UMA RÁDIO AM DA CIDADE DE BRUSQUE/SC Itajaí (SC) 2006 ANDERSON RODRIGO VIEIRA A PROPAGANDA COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO: UMA ANÁLISE EM UMA RÁDIO AM DA CIDADE DE BRUSQUE/SC Monografia apresentada como requisito para obtenção do título de especialista do Curso de Pós-Graduação Lato-Senso em Propaganda e Marketing, Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Msc. Ricardo Boeing da Silveira Itajaí (SC) 2006 ANDERSON RODRIGO VIEIRA A PROPAGANDA COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO: UMA ANÁLISE EM UMA RÁDIO AM DA CIDADE DE BRUSQUE/SC Esta monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de especialista em Propaganda e Marketing e aprovada em sua forma final pelo orientador do Curso de Pós-graduação LatoSensu em Propaganda e Marketing, da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura, da Universidade do Vale do Itajaí. Itajaí (SC), 04 de agosto de 2006. ___________________________________ Prof. Msc. Ricardo Boeing da Silveira Orientador Dedico essa monografia a todos que acreditam em um mundo sem injustiças. AGRADECIMENTOS - A Deus, por escrever certo por linhas tortas, sempre. - A minha namorada Débora, pelas várias injeções de ânimo. - A minha família, pelo incentivo constante. - Ao professor Ricardo Boeing, pela paciência que teve para sanar minhas dúvidas em qualquer horário. - À emissora de rádio, que abriu as portas para que eu pudesse desenvolver a pesquisa. - A todas as empresas pesquisadas, pela disponibilidade de me atender. Tudo é possível ao que crê (Marcos 9;23). RESUMO A propaganda pode ser uma estratégia de comunicação muito eficaz se bem utilizada. Este trabalho teve como objetivo geral analisar as vendas proporcionadas pela propaganda via rádio X no segundo semestre de 2005. Além disso, a pesquisa pretendia selecionar os clientes da rádio X que utilizaram a propaganda neste veículo de comunicação como único meio de promoção no segundo semestre de 2005, segmentar as empresas anunciantes e identificar junto aos anunciantes o percentual de crescimento ou estagnação de vendas nos períodos pré, durante e pós propaganda na emissora. A metodologia utilizada para tal foi a utilização de uma pesquisa exploratória, com a aplicação de um roteiro de pesquisa semi-estruturado. Evidenciou-se que a emissora tem um grande contingente de clientes que anunciam exclusivamente na rádio e que observaram um crescimento em seu faturamento. Percebeu-se também a variedade de segmentos de organizações que anunciam na emissora. Concluiu-se que o marketing é fundamental para as organizações atuais e que a propaganda surge como uma peça neste processo, através do qual as organizações o utilizam para promover seu produto ou serviço através da divulgação. No decorrer da pesquisa, apareceram algumas limitações que também são comentadas neste estudo. Além disso, foram dadas algumas sugestões para a realização de trabalhos futuros. Palavras-chave: rádio, marketing, propaganda. ABSTRACT The propaganda can be an efficient communication strategy if it is well used. This monograph had as general objective to analyze the proportional sales by the propaganda via radio X in the second semester of 2005. Besides, the research intended to select the clients of the radio X that used the propaganda in that kind of mass media as a unique means of promotion in the second semester of 2005, to segment the announcing companies and identify with the announcers the percentage of the growth or stagnation of the sales in the pre, during and post period of the propaganda on the radio station. The methodology used was the utilization of an exploratory research with the application of a semi-structured research route. It was evident that the radio station has a great contingent of clients that announce exclusively on the radio and that observed a growth in their revenue. It was also noticed the variety of the segments of the organizations that announce on the radio station. It was concluded that it was notorious that marketing is essential to the current organizations and that the propaganda appears like part of this process, where the organizations make use of it to promote their products or services through popularization. In the research process appeared some limitations that are also mentioned in this study. Besides, it was given some suggestions to the realization of future works. Key words: radio, marketing, propaganda. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Segmento...............................................................................................................32 Gráfico 2 – Período anunciado.................................................................................................34 Gráfico 3 – Tempo de permanência da propaganda.................................................................35 Gráfico 4 – Só anuncia na rádio X............................................................................................36 Gráfico 5 – Destino de verbas publicitárias..............................................................................36 Gráfico 6 – Crescimento de faturamento..................................................................................37 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12 1.1 Justificativa........................................................................................................................12 1.2 Objetivos............................................................................................................................14 1.2.1 Objetivo geral..................................................................................................................14 1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................................14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................15 2.1 Marketing..........................................................................................................................15 2.2 Composto mercadológico.................................................................................................17 2.2.1 Promoção.........................................................................................................................17 2.2.1.1 Comunicação.................................................................................................................19 2.2.1.2 Propaganda....................................................................................................................20 2.2.1.2.1 Funções da propaganda..............................................................................................22 2.2.1.3 Venda pessoal...............................................................................................................23 2.2.1.4 Merchandising...............................................................................................................23 2.2.2 Produto.............................................................................................................................24 2.2.3 Preço................................................................................................................................25 2.2.4 Ponto-de-venda................................................................................................................25 2.3 O Rádio..............................................................................................................................26 3 METODOLOGIA................................................................................................................28 3.1 Caracterização da pesquisa.................................................................................................28 3.2 População e amostra............................................................................................................29 3.3 Instrumento de coleta de dados...........................................................................................29 3.4 Tratamento de dados...........................................................................................................30 4 RESULTADO.......................................................................................................................32 4.1 Análise dos gráficos...........................................................................................................32 4.2 Avaliação geral dos resultados.........................................................................................38 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................40 5.1 Conclusões..........................................................................................................................40 5.2 Limitações da pesquisa.....................................................................................................41 5.3 Sugestões para próximos trabalhos.................................................................................42 REFERÊNCIAS......................................................................................................................43 APÊNDICE..............................................................................................................................46 12 1 INTRODUÇÃO A propaganda tem sido uma ferramenta de marketing bastante utilizada pelas organizações para promover seu produto ou serviço. E o rádio é um dos veículos mais procurados para esta utilização. Até porque, comparado a outros veículos de comunicação, torna-se barato. Este veículo de comunicação possui várias características que garantem uma possibilidade maior de se ter retorno quando a propaganda é colocada no ar de forma planejada. Mas se de um lado os empresários desejam obter retorno através do aumento de seu faturamento com a propaganda, por outro a emissora de rádio tem que estar preocupada em propiciar o retorno a seu cliente, pois isso vai propiciar com que o anunciante mantenha seu contrato de propaganda na rádio. Além disso, a emissora tem a necessidade de que os empresários anunciem em sua programação, já que a única fonte de renda das emissoras de rádio é a propaganda. Mas a pergunta que fica no ar é: Será que as emissoras estão conseguindo dar retorno para os anunciantes? Esta é a pergunta a que este estudo se propõe tentar responder. Durante meses se buscou apoio teórico para entender um pouco mais sobre o marketing e a propaganda. O referencial teórico pôde nortear a pesquisa. Além disso, alguns paradigmas e pré-julgamentos do pesquisador foram quebrados. Afinal de contas, pré-julgamentos e “achismos” sempre existem antes do começo de qualquer pesquisa. Esta pesquisa procurou fazer um levantamento dos clientes que anunciaram na rádio X, localizada em Brusque-SC, os quais obtiveram resultado através da verificação do incremento de volume de vendas. Vale ressaltar que foi analisado o período referente ao segundo semestre de 2005. Dentro deste período, empresas dos mais variados segmentos estiveram presentes na emissora. 1.1 Justificativa Através dos tempos, foi se solidificando a importância do marketing no trabalho das organizações do mundo. As empresas que não concentram seus esforços em atividades de marketing estão fadadas ao insucesso. Ou seja, a empresa deve se voltar a atender as necessidades do cliente. Kotler (1996, p.31) já dizia que “a humanidade precisa de comida, ar, água, roupa e abrigo para sobreviver”. 13 Pensando desta forma, as empresas foram se moldando a tratar o cliente o melhor possível, com o objetivo de conquistá-lo, mas, sobretudo, de fidelizá-lo. E por isso as atividades de marketing são essenciais. Para chegar ao cliente, a empresa usa a comunicação. É aqui que se evoca o adágio popular que diz que quem não é visto não é lembrado. Através da integração de ferramentas promocionais, a empresa consegue atingir o público que deseja, seja qual for a forma que a organização se utiliza para atingir o seu cliente. Quanto às atividades promocionais, tem-se várias opções: o merchandising, a venda pessoal, a propaganda, entre outras. Santanna (1998, p.24) define a promoção de vendas como uma ferramenta que “ a cada dia torna-se mais importante e mais necessária diante da concorrência existente, o que força os industriais e comerciantes a melhor se aparelharem para não sucumbirem na luta pela conquista de mercados”. Neste contexto se insere a propaganda como uma das ferramentas que, quando bem aplicada, pode provocar a colheita de bons frutos por parte das organizações. Gracioso (2002, p. 34) destaca a importância da propaganda: A sua capacidade de estabelecer contato e informar a propaganda alia um poder de persuasão que não se consegue com nenhum outro instrumento de comunicação com o mercado. Ela informa ou relembra o consumidor da existência de nosso produto, persuade-o dos benefícios de que poderá desfrutar se compra-lo e predispõe-o a fazer tal compra. Enfim, satisfaz à primeira do binômio, que simboliza a posso do mercado: domínio da mente do consumidor e domínio do ponto-de-venda. Baseado em Gracioso (2002, p.35) é que vem a importância dessa pesquisa. O autor coloca a propaganda em um patamar de insubstituível quando fala às massas: A propaganda é também insubstituível quando se trata de atingir repetidas vezes grandes massas de consumidores, a um baixo custo unitário. Nesse sentido, as comparações que se podem fazer entre propaganda e as demais formas de atingir o consumidor são elucidativas. Com tal poder de comunicação, não admira que a propaganda seja considerada tão importante quanto o próprio produto, quando se trata de artigo de largo consumo. Levando em consideração esta afirmação, se propaganda é esmagadora quando se refere às massas, o veículo ideal para se anunciar é o rádio. O rádio está presente na grande maioria dos lares do Brasil. Além disso, o rádio está em todo lugar, no trabalho, no carro, no bolso da calça, etc. Ferrareto (2001, p.380) dá suporte a esta afirmação: 14 A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, indica que 88,8% das residências brasileiras possuíam, em 1995, pelo menos um aparelho receptor de rádio. Estes índices são complementados pelos de outra pesquisa realizada, no final de 1994, pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, por solicitação do Escritório do Rádio, entidade que reunia as principais redes de rádio do país. Foram ouvidas três mil pessoas em nove capitais. Algumas conclusões deste levantamento: em cada 10 famílias com automóveis, seis possuem rádio nos carros; noventa e cinco por cento das residências têm pelo menos um receptor; nove de cada dez pessoas ouvem rádio semanalmente. Portanto, este estudo dá uma pequena contribuição ao mercado, atendendo a profissionais do rádio e a empresários da comunicação. Além disso, esta pesquisa traz um pequeno auxílio aos acadêmicos que frequentemente estudam e fazem levantamentos nesta área. 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Analisar as vendas proporcionadas pela propaganda via rádio X no segundo semestre de 2005. 1.2.2 Objetivos específicos • Selecionar os clientes da rádio X que utilizaram a propaganda neste veículo de comunicação como único meio de promoção no segundo semestre de 2005. • Segmentar as empresas anunciantes. • Identificar junto aos anunciantes o percentual de crescimento ou estagnação de vendas nos períodos pré, durante e pós propaganda na emissora. 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo trata das questões ligadas ao marketing e suas mais variadas ferramentas. Além disso, este capítulo vai trazer informações sobre o veículo de comunicação estudado: o rádio. 2.1 Marketing Através dos tempos, o conceito de marketing recebeu inúmeras contribuições de autores especializados no assunto. Segundo Costa (1987), a American Marketing Association, em 1960, entendeu que marketing é o elo entre o produtor e o consumidor através da execução de atividades comerciais. Este conceito dá ao marketing uma função de logística, ou seja, através desta afirmação se entende que o marketing é responsável por toda a questão organizacional da empresa. Cundiff (1977) já traz uma definição que indica a inclusão dos 4p´s, que será tratada mais adiante: As atividades do marketing são aquelas relacionadas com os esforços da organização no sentido de estimular a demanda e simultaneamente atender a tal demanda. Essas atividades entrelaçam-se mutuamente como componentes do sistema como um todo através do qual a empresa desenvolve um produto, torna-o disponível, faz sua distribuição através de canais competentes, promove-o e fixa seu preço. Em 1978, Kotler analisa de forma sintética que o marketing tem como objetivo primordial facilitar e consumar relações de troca. No entanto, Staton (1980) afere ao marketing a função de planejamento e se começa a falar em atender às necessidades do cliente. Através do marketing o empresário consegue ter uma organização maior para satisfazer às necessidades dos consumidores. Já Richers (1994) traz outro conceito ao assunto deste capítulo. Para o autor, marketing é um sistema de atividades da sociedade, voltada à busca e realizações de trocas, com o objetivo de obter benefícios. Em contraponto, Levitt (1981) diz que marketing é apenas a conquista e manutenção de consumidores. Nesta afirmação, o autor não entende que o marketing atua para satisfazer as necessidades do cliente, mas sim, a única preocupação é 16 conquistar e reter os clientes não importando as atitudes que são tomadas para a conclusão deste objetivo. Já nos anos 90, outras definições aparecem, comprovando a evolução do conceito de marketing. Kotler e Armestrong (1993), em um aperfeiçoamento de seu conceito, afirmou que marketing é um processo organizacional e de sociedade que os clientes obtêm aquilo que necessitam em relações de compra e venda. No entanto para Las Casas (1991, p.28) o conceito já engloba a preocupação com o cliente: Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientada para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. Vavra (1993, p.41) atribui ao marketing a condição de processo. Marketing é o processo de conceber, produzir, fixar preço, promover e distribuir idéias, bens e serviços que satisfazem as necessidades de indivíduos e organizações. Incorpora toda a miríade de processos de mudança para distribuir produtos e serviços. Requer também previsão para antecipar as mudanças ambientais e modificar as ofertas para competir em um mercado mutante com maior eficácia. A American Marketing Association (1995) definiu o conceito como sendo um processo de planejamento, execução e concepção de estratégias de preço, promoção e distribuição a fim de provocar o crescimento empresarial. O marketing pode ser também sinônimo de estratégia, como afirma Churchill e Peter (2003, p.32): Administração de marketing é o que as empresas fazem e devem fazer para criar valor para os clientes e alcançar seus objetivos. Inclui o desenvolvimento de planos e estratégias de marketing, o entendimento dos clientes e mercados, o desenvolvimento de compostos de marketing e a implementação e controle de atividades de marketing., Já Richers (1994) esquece o discurso e dá uma definição simplista ao marketing. O autor diz que marketing é a ação de entender e atender os clientes. Quem também parte para esta definição mais simples do conceito Kotler (1998). Segundo o autor, marketing é atender as necessidades do cliente e obter lucro com isso. Staton (1980) dá uma maior abrangência ao conceito. Para o autor, marketing é um conjunto de ferramentas para atender as necessidades 17 do cliente e gerar lucros às empresas. Shimp (2002, 403) entende que “marketing é o conjunto de atividades através das quis as empresas e outras organizações criam transferência de valor(trocas) entre elas e seus clientes”. Para se fazer um marketing eficaz, é necessário que suas ferramentas sejam utilizadas de com coerência e tudo isso passa pelo emprego do composto mercadológico. 2.2 Composto mercadológico O mix de comunicação, composto promocional, mercadológico, ou ainda composto comunicacional, é constituído de elementos e ferramentas que permitem a adequada exposição de uma marca, empresa, produto, etc., de diferentes formas e nas mais diversas mídias. O composto mercadológico é formado pelos 4 p´s (preço, produto, praça e promoção). 2.2.1 Promoção A promoção constitui-se em uma ferramenta importante quando se fala em anunciar a venda. Segundo Shimp (2002, p. 404) esta ferramenta do marketing “ refere-se a qualquer incentivo usado por um fabricante para induzir o comércio e/ou os consumidores a comprar uma marca ou para incentivar a equipe de vendas a vende-las de forma agressiva”. Esta ferramenta objetiva o incremento nas vendas de forma rápida, ou seja, um aumento no faturamento do estabelecimento comercial com mais rapidez do que ações que não prevêem a promoção. Para Shimp (2002, p. 404), “a promoção tem o caráter de urgência em sua injunção para agir agora, pois amanhã pode ser tarde demais”. Shimp (2002) afirma que enquanto os acadêmicos de marketing normalmente utilizam o termo promoção de vendas, os profissionais da área reduziram a expressão para promoção apenas. Já para Stanton (1980), embora promoção e promoção de vendas possam, infelizmente, ser semelhantes no significado, deve-se ressaltar em particular que promoção e promoção de vendas são diferentes. Promoção é o termo global que representa um amplo campo, e promoção de vendas é apenas uma parte disso. 18 Staton (1980, p. 594) entende “que a promoção é um exercício de informação, persuasão e influência". Esses três aspectos relacionam-se entre si pelo fato de que informar é persuadir e, vice-versa. Se alguém é persuadido, também está, com toda probabilidade, sendo informado de alguma coisa. Para Perez e Bairon (2002) a promoção tem seus objetivos a curto-prazo. Objetiva vender, girar os estoques e, muitas vezes, girar caixa de maneira rápida. O conceito de quase auto-explicável pode ter como destino públicos bem diferentes. São passíveis de ações promocionais o cliente final, os funcionários e os revendedores, entre outros participantes diretos e indiretos do processo de compra e venda. Como principal elo da cadeia de comercialização dos produtos, os consumidores são alvos das promoções. Ações promocionais no ponto de venda, degustação, demonstração, entrega de brindes entre outras, são cada vez mais freqüentes, recebendo inclusive investimentos que antes eram quase que exclusivamente da propaganda. A promoção pode enfrentar muitas barreiras do empresário, como explica Kotler (1996, p. 401): Já que a promoção é apenas uma das várias maneira de estimular as vendas de uma empresa, a mesma enfrenta a questão de se as quantias gastas e promoção não poderiam ser mais bem aplicadas em pesquisa de mercado, desenvolvimento de novos produtos, preços mais baixos ou mais serviços ao cliente. Essas últimas alternativas tendem a aumentar o valor real das ofertas da empresa na mente dos compradores. Os compradores, se consultados, provavelmente revelariam o desejo de que a empresa reduzisse sua promoção e utilizasse o dinheiro para tornar a oferta mais atraente. O consumidor pode obter vantagens quando compra em atividades promocionais, como brindes ou descontos, por exemplo. “A promoção tem o poder de influenciar o comportamento porque oferece ao comprador um valor superior a curto-prazo”. (SHIMP, 2002, p. 401). Agora, existem fatores que podem tornar as campanhas promocionais ineficazes. Tudo depende da forma como é planejada, segmentada, orçada e objetivada. Segundo Las Casas (1991), algumas campanhas promocionais são vagas, não possuem foco, o público-alvo não é determinado corretamente, ou não se tem o investimento necessário e o profissional precisa trabalhar com orçamentos apertados. O que ocorre também é a má produção do planejamento promocional. As pessoas também pecam pelo excesso e fazem um planejamento com quantidade excessiva de objetivos, não conseguindo dar foco ao projeto. No entanto, o objetivo máximo das tarefas promocionais é comunicar ao consumidor. 19 2.2.1.1 Comunicação Neste item, aborda-se a comunicação e o que ela oferece ao marketing. A propaganda, objeto central desta pesquisa é uma ferramenta da comunicação. Segundo Santanna (1998, p.01), “não se pode mais pensar em propaganda como uma fenômeno isolado. Ela faz parte do panorama geral da comunicação e está em constante envolvimento com fenômenos paralelos, onde colhe subsídios”. O marketing surge como um conjunto de ferramentas presentes na comunicação, até porque um dos objetivos do marketing é comunicar. Gracioso (2002, p.21) explica que é preciso entender que a comunicação interage com o mercado: [...] quando se fala em comunicação todos imaginam que se trata de transmitir mensagens e informações, e poucos lembram-se de que comunicar significa também, receber informações. No caso da comunicação com o mercado, isso é de uma importância capital. O mercado está sempre nos dizendo o que espera, precisa ou deseja. Todavia, infelizmente, nem todos conseguem ouvi-lo. Já para Shimp (2002, p. 31) “comunicação é o processo pelo qual os pensamentos são transmitidos e o significado é compartilhado entre pessoas ou entre organizações e pessoas”. O autor explica que a comunicação de marketing é o conjunto de todos os elementos do mix de marketing. Santanna (1998, p. 01) afirma que: [...] nos estudos que vêm sendo realizados não se cuida apenas da comunicação de massa, como também da comunicação interpessoal: da palavra falada, do sinal, do gesto, da imagem, a exibição, da impressão. Da radiodifusão, do cinema de todos os signos e símbolos por meio dos quais os humanos tratam de transmitir significados e valores a outros humanos. A palavra comunicação vem do latim cummunis, que traz a idéia de comunhão. Segundo (PEREZ; BAIRON, 2002, p.14), “comunhão significa, de maneira bastante restrita, comungar, participar em comum, transmitir, compartilhar, e é nesse sentido que entendemos comunicação”. Os autores complementam esta definição, afirmando que comunicação é “tomar comum, fazer saber, estabelecer comunhão por meio de intercâmbio de informações”. 20 Rego (1986, p.14) entende que a comunicação é um sistema. Para o autor “a comunicação é um sistema aberto, semelhante à empresa. Como sistema, a comunicação é organizada pelos elementos – fonte, codificador, canal, mensagem, decodificador, receptor, ingredientes que vitalizam o processo”. Para se fazer uma comunicação eficaz, é importante que as estratégias estejam afinadas com os objetivos da empresa. Para Santanna (1998, p. 102), “o planejamento deve ser a responsabilidade que centraliza, coordena e integra todos os fatores necessários à realização dos objetivos mercadológicos e de propaganda”. E este foco passa pelo composto mercadológico. 2.2.1.2 Propaganda Neste ítem, aborda-se a propaganda, sua definição e suas funções. Castelo Branco (1990) relata que o primórdio da propaganda no Brasil remonta os idos de 1824, quando um francês, de nome Pierre Plancher, instituiu o anúncio de classificados em duas publicações cariocas de sua propriedade. A propaganda brasileira se constituiu basicamente de autodidatas, pessoas com vocação e intuição que produziam seus anúncios. Conforme Castelo Branco (1990, p. 31) explica; “Em 1896 deparamos com o que talvez possa ter sido o primeiro publicitário brasileiro: Juliano Machado, autêntico precursor da criação integrada, pois ele mesmo escrevia e ilustrava seus anúncios.”. Pinho (1951) entende que a propaganda é um conjunto de técnicas utilizadas para a persuasão e estas técnicas estão presentes em todos os setores da vida: econômico, social, político, religioso, etc. Stanton (1980) diferencia propaganda de anúncio. O anúncio é a mensagem propriamente dita. Propaganda é todo o processo, ou seja, uma programa ou uma série de atividades necessárias para criar e preparar a mensagem e transmiti-la ao público desejado. Kotler (1991) admite que não tem como formular uma definição básica do assunto tratado neste ítem. Para o autor, por causa das muitas formas e usos da propaganda, é difícil desenvolver um conceito sobre o tema. Em linhas gerais, o conceito de propaganda é difícil de ser definido. Para se ter uma idéia, Ramos (1998, p. 9) exprime bem como é difícil se chegar à definição de propaganda: 21 Por um longo período, os mais importantes autores evitaram defini-la. Até mesmo Robert Leduc pergunta o que é, responde que ela tem sido objeto de inúmeras classificações, para concluir timidamente: um conjunto de meios destinados a informar o público e convencê-lo a comprar um produto ou serviço. Ramos (1998, p. 10) conclui dizendo que “a propaganda é uma técnica de comunicação, que visa à difusão de produtos, serviços e idéias”. De qualquer forma, a propaganda não pode mais ser vista de forma isolada. Como explica Santanna (1998), a propaganda faz parte do panorama da comunicação e está em constante envolvimento com fenômenos paralelos, com os quais colhe subsídios. Quanto à definição de propaganda proposto por Martins (1999) ressalta que a propaganda é uma ferramenta muito complexa. Tanto é que o autor entende que a propaganda está para o marketing na mesma proporção que uma orquestra está para a arte. Já Gracioso (2002, p. 19) não acredita que a propaganda tenha uma força tão grande, mas salienta sua importância: A propaganda é uma caixa de ressonância , uma espécie de tambor que amplifica e aumenta a penetração de tudo o que fazemos em nossa loja ou fábrica. Se estamos fazendo um bom produto, ou prestando bons serviços a nosso cliente, a propaganda nos ajudará a disseminar esse fato entre milhares de pessoas, despertando em muitas delas o desejo de nos conhecer, ou de experimentar nossos produtos. Fica evidenciado, neste trecho, que se você tem um bom produto e tem condições de dar um bom atendimento a seu cliente, aí sim faça propaganda, do contrário o efeito pode ser desastroso. Gracioso (2002, p.19) afirma: “só faça propaganda se tiver algo de bom para anunciar, algo que se sinta orgulhoso, por exemplo, um produto de melhor qualidade, um serviço diferenciado ou um preço tentador. De pouco adianta fazer propaganda se tem nada disso para oferecer”. Com o passar do tempo, o papel da propaganda vem sendo debatido. Já faz séculos que esta discussão é travada. Segundo Shimp (2002) os profissionais da área alegam que a propaganda é amplamente responsável por boas coisas da vida, e seus oponentes a criticam atribuindo-lhe muita coisa ruim. Predebon (2004) afirma que a raiz da palavra propaganda já contém quase uma definição sua que vai na direção de várias outras. Dentro destas questões conceituais, a propaganda hora amada, hora odiada; aparece com várias funções, para fazer com que uma determinada empresa tenha retorno. Vale sempre 22 lembrar que a propaganda, como já citado anteriormente, é uma ferramenta do marketing e deve ser utilizada como uma parte do composto. Mas qual a função da propaganda? 2.2.1.2.1 Funções da propaganda Neste item, serão tratadas as funções da propaganda. Sandhusen (1998); Shimp (2002); Perez e Bairon (2002) concordam que a propaganda conta com uma série de funções para as empresas comerciais e outras organizações. As principais funções da propaganda são: informar, persuadir, lembrar e agregar valor. Para estes autores, a propaganda torna os consumidores conscientes de novas marcas, persuade os clientes a testar produtos e serviços anunciados, mantém-se na mente do consumidor e faz com que as empresas possam unir qualidades para que sejam veiculadas em seu comercial. Perez e Bairon (2002) destacam que o sucesso de um produto passa obrigatoriamente por altos investimentos em propaganda. Mas há, também, os que acreditam que as funções da propaganda ainda não estão muito bem definidas. É o caso de Kotler (1996). O autor entende que ainda não se conseguiu definir qual o propósito da propaganda. Já Gracioso (2002) entende que a propaganda é o canal básico entre a empresa e o consumidor. Através desta atitude é que vai se conseguir comunicar o que a organização tem produzido para colocar à disposição do mercado. No entanto, Shimp (2002) e Corrêa (2004) afirmam categoricamente que a propaganda não age sozinha, pois está inserida no composto de marketing. Contudo, sua responsabilidade nos resultados finais é relativa. Isto porque, no composto mercadológico, ainda ocorre a ação de mais três itens: produto, preço e ponto-de-venda, que podem contribuir ou até mesmo prejudicar os resultado obtidos com a propaganda. O sucesso ou fracasso de vendas não pode ser atribuído somente à propaganda. Porém, para Costa (1987), a propaganda, como cada elemento do composto mercadológico, tem suas vantagens e suas desvantagens. A propaganda pode tornar o produto conhecido no mercado, atingir grande número de consumidores e pode ser utilizada para atender a assuntos diversos, como informar, persuadir ou lembrar a marca. No entanto, existem as desvantagens, ou até mesmo, limitações da propaganda algumas delas podem ser enumeradas: nem sempre esta ferramenta atinge o público-alvo corretamente, restringe-se ao tempo da inserção comercial e é de difícil avaliação dos resultados obtidos com a sua veiculação. Como já foi citado anteriormente, a propaganda está inserida em um contexto 23 promocional, que conta com outras atividades para promover o produto. Uma delas é a venda pessoal. 2.2.1.3 Venda pessoal A venda pessoal é uma das ferramentas utilizadas para promover o produto. Kotler (1996) indica uma série de requisitos para uma venda pessoal de qualidade. Entre elas está o confronto pessoal que, segundo o autor, envolve um relacionamento entre duas ou mais pessoas, cada qual sentindo as vibrações positivas ou negativas de cada indivíduo. O autor também indica outro requisito: o cultivo sobre o que pode desenvolver uma relação de venda, ou até mesmo uma relação de amizade em função dos vários encontros realizados entre vendedor e cliente e que a venda pessoal tem certas qualidades distintas, como componente composto promocional. Além disso, o autor destaca o item resposta. A venda pessoal, em contraste com a propaganda, faz com que o comprador sinta-se obrigado a alguma coisa por ouvir o vendedor ou ocupar seu tempo. Ele tem uma necessidade maior em atender e responder, mesmo que a resposta seja um educado muito obrigado. Staton (1980) acredita que a venda pessoal é o principal método utilizado para se atingir uma meta. Para o autor, em contraponto à propaganda e à promoção de vendas que atingem as massas, o pessoal de vendas pode moldar sua argumentação às necessidades, razões e comportamento de cada cliente. Outra ferramenta que pode dar certo é o merchandising. Através desta possibilidade o cliente pode apresentar seu produto de uma forma diferente. Seja em um ponto-de-venda, em um programa de TV ou até mesmo em uma novela ou cinema. 2.2.1.4 Merchandising Segundo Côrrea (2004, p.69), “a Associação Americana de Marketing define merchandising como sendo a operação de planejamento necessária para se colocar no mercado o produto certo, no lugar certo, no tempo certo, em quantidade certa e com preço 24 certo”. Las Casas (1991, p. 135) entende que o merchandising é utilizado nos mais variados segmentos: Merchandising também é frequentemente utilizado em agências de turismo, despachantes, imobiliárias, etc. A apresentação do serviço deve ser feita com a preocupação de um bom visual daquilo que está sendo oferecido, e que projete a imagem desejada, considerando-se as demais variáveis mercadológicas. Já Ramos (1998, p.72) afirma que o merchandising “tem duas acepções, uma tradicional e outra recente, ambas significando o essencial da promoção: levar o produto ao consumidor, de uma forma especial”. No entanto, Santanna (1998) prefere conceituar merchandising como momento onde se planeja o lançamento de um produto no mercado. Perez e Bairon (2002) analisam que no Brasil é chamado de merchandising tanto ações no ponto-de-venda que fazem parte da promoção, quanto a inserção de um produto em um programa de TV ou novela, o que neste caso pode ser considerado de propaganda. 2.2.2 Produto Buscando os meios e opções disponíveis que possam satisfazer ao seu desejo, aos quais podemos chamar de produtos, o homem atribui a cada um deles um valor, na razão direta da possibilidade de suprir e atender com maior ou menor satisfação ao seu desejo. O empresário, ao fazer o planejamento do que vai comercializar, leva em consideração aspectos qualitativos, para verificar as características que o consumidor quer no produto, bem como o uso a que este se destina. Segundo Sertório (2005) o empresário deve fazer uma análise quantitativas dos produtos com o objetivo de atender a demanda. Em Marketing, a palavra produto significa mais do que bem, serviço ou idéia. O produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para sua apreciação, aquisição, uso ou consumo para satisfazer um desejo ou necessidade. Para Alves (2006) o produto é valorizado a medida que contribui para que as necessidades dos clientes sejam sanadas. 25 2.2.3 Preço O preço é o valor que o consumidor está disposto a pagar no ato da compra de um bem. Alves (2006) traz uma definição técnica de preço. Segundo a articulista, a decisão de preço é uma das áreas mais difíceis do marketing, através do qual, esta decisão está sujeita a aprovação ou reprovação do consumidor. O custo de um produto engloba todos os seus componentes, quais sejam: pesquisa, desenvolvimento, matérias-primas, industrialização, embalagem, rotulagem, mão-de-obra, propaganda, promoção de vendas, distribuição, impostos, taxas, administração, desperdícios, encargos sociais, etc. Para Sertório (2002) quando se fala em preços competitivos, se fala em concorrência. Pode-se afirmar que, de certo modo, qualquer método de determinação de preços deve contemplar a sua comparação com os preços da concorrência e o seu impacto nos resultados planejados. 2.2.4 Ponto-de-venda O ponto de venda ou distribuição pode ser entendido como a combinação de agentes através dos quais o produto flui, desde o vendedor inicial até o consumidor final. Uma empresa pode, a depender da logística planejada, utilizar-se do atacadista, do distribuidor, do varejista, do correio, de loja própria, ou de qualquer outro canal para distribuir seus produtos na praça. Sertório (2002) afirma que a escolha do ponto de venda é feita após vários fatores serem analisados, entre estes fatores são: a área geográfica que se quer atingir, a promoção de produtos, a concorrência e a tradição. Os profissionais de marketing desenvolvem também estratégias de distribuição para assegurar que seus produtos estejam disponíveis nas quantidades apropriadas nos lugares e momentos certos. Para Alves (2006), a distribuição é um conjunto de estratégias que visa conduzir o produto do fabricante ao consumidor final. 26 2.3 O rádio O rádio é um veículo de comunicação de massa. Ferrareto (2001) define tecnicamente este veículo como um meio de comunicação que utiliza emissões de ondas eletromagnéticas para transmitir, a distância, mensagens sonoras destinadas a audiências numerosas. A tecnologia é a mesma da radiotelefonia, que é a transmissão de voz sem fios, e passou a ser utilizada, na forma que se convencionou chamar de rádio, a partir de 1916, quando o russo radicado nos Estados Unidos, David Sarnoff, anteviu a possibilidade de cada indivíduo possuir em casa um aparelho receptor. Já Rabaça e Barbosa (1996), não querendo ser tão detalhista quanto à tecnologia aplicada, entende que o rádio é um veículo de radiodifusão sonora que transmite programa de entretenimento, educação e informação, música, notícias, discussões, informações de utilidade pública, programas humorísticos, novelas, narrações de acontecimentos esportivos e sociais e entrevistas. O rádio é um prestador de serviço mediante a concessão do Estado, que o considera de interesse nacional, e deve operar dentro de regras preestabelecidas em leis, regulamentos e normas. Shaver (2002) destaca que o rádio é autônomo já que fornece ainda fundo musical e notícias rápidas durante o dia em muitas casas e empresas. Como o público pode ouvir o rádio enquanto está fazendo alguma outra coisa – normalmente dirigindo ou trabalhando, os anúncios do rádio atingem as pessoas em horários e lugares em que outro meio não consegue atingir. Porém, Shaver (2002) faz um adendo ao rádio, citando que o fato deste veículo poder ser ouvido em qualquer lugar e simultaneamente com outras tarefas exercitadas pelo ser humano, é um ponto fraco, já que os anunciantes precisam superar essa vulnerabilidade com anúncios freqüentes, envolventes e que atraiam a atenção dos ouvintes. Apesar dos pontos fortes e fracos, o rádio tem sido muito importante na sociedade. Conforme Meditsch (1998) ninguém duvida da importância do rádio hoje na sociedade brasileira, nem da sua capacidade de: fazer com que as pessoas mudem de comportamento após ouvi-lo; criar novos hábitos de consumo e proporcionar lazer, entretenimento, informação e companhia. O rádio, por sua vez, tem algumas características que devem ser comentadas. O rádio tem algumas características que o fazem se diferenciar de outros veículos de comunicação como o jornal e a TV. Uma destas características é a grande abrangência do rádio. César (1990) e Ferrareto (2001) afirmam que o rádio é, sem dúvida, o mais popular e o 27 de maior alcance público, não só no Brasil como em todo o mundo. Este veículo pode, muitas vezes, ser o único a levar a informação e o entretenimento para populações de vastas regiões que não têm acesso a outros meios, seja por motivos geográficos, econômicos e culturais. Por ser um meio tradicionalmente de comunicação de massa, o rádio possui uma audiência ampla, heterogênea e anônima. César (1990) define que o rádio possui várias características, tais como: linguagem oral, penetração, mobilidade, baixo custo, imediatismo, instantaneidade, sensoridade e autonomia. Na linguagem oral, o rádio fala e para receber a mensagem, é apenas necessário ouvir. Segundo o autor, o rádio leva uma vantagem sobre os veículos impressos, pois o ouvinte não precisa ser alfabetizado para receber a mensagem. O rádio tem amplo poder de penetração, tanto é que, em termos geográficos, é o mais abrangente dos meios, chegando aos pontos mais remotos do país. O veículo é móvel, ou seja, como não precisa de tanto aparato técnico para entrar ao vivo, o rádio pode estar nos mais diferentes locais e pode ser feita uma participação ao vivo apenas com o telefone celular. Baixo custo é outra característica desse aparelho, já que o aparelho de rádio é barato, diferente de uma televisão, por exemplo. O rádio é instantâneo, se o ouvinte não estiver prestando atenção no instante da mensagem, ela não o atingirá. Sensoridade é outra característica. O rádio faz com que as pessoas possam imaginar. Além disso, o rádio é autônomo, ou seja, as pessoas recebem tratamento individual, como se as mensagens fossem personalizadas. Levando todas estas questões em consideração, foi realizada uma pesquisa. Sua forma e seus resultados serão abordados nos próximos capítulos desta monografia. 28 3 METODOLOGIA Neste capítulo, serão abordados os aspectos metodológicos que nortearam o escopo desta pesquisa. Serão comentados os tipos de pesquisa utilizada, o roteiro de pesquisa escolhido para a entrevista e o caminho escolhido para o tratamento de dados deste estudo. 3.1 Caracterização da pesquisa Para se conseguir chegar às respostas dos objetivos traçados neste estudo, optou-se por realizar uma pesquisa exploratória e descritiva. Segundo UNAERP (2006), pesquisa científica é a realização de uma investigação planejada desenvolvida de acordo com as normas da metodologia. Atividade que permite elaborar um conjunto de conhecimentos com o objetivo de compreender a realidade Optou-se pela pesquisa exploratória, pois, para Mattar (1998), a pesquisa exploratória é geralmente utilizada para ampliar o conhecimento sobre um determinado assunto. Levando em consideração esta linha de pensamento, escolheu-se ainda a forma descritiva dentro da pesquisa exploratória. Barros (1986) entende que a pesquisa exploratória descritiva é útil quando os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados sem haver interferência do entrevistador. Além do caminho acima descrito, procurou-se usar tanto a pesquisa qualitativa quanto a quantitativa. As pesquisas qualitativas têm caráter exploratório: estimulam os entrevistados a pensar e falar livremente sobre algum tema, objeto ou conceito, (Ethos, 2006). Já a pesquisa quantitativa, segundo Ethos (2006), é apropriada para medir tanto opiniões, atitudes e preferências como comportamentos. Para a aplicação da pesquisa, foi utilizado um questionário, que foi aplicado através de um contato telefônico com os clientes da emissora. 29 3.2 População e amostra A pesquisa utilizou como população o número de 100 clientes da emissora que anunciaram no segundo semestre de 2005. A amostra realizada foi do tipo censitária. Um censo é um processo de obter informação sobre a totalidade dos membros de uma dada população. Não é o mesmo que uma sondagem, em que a informação é apenas obtida a partir de uma amostra da população. (WIKIPÉDIA, 2006). Os dados foram coletados através de 100 contatos telefônicos que foram realizados entre os dias 17 e 21 de julho de 2006. Tudo começou quando foi pedida a autorização para a direção da rádio X para que se tivesse acesso às autorizações de publicidade das empresas que anunciaram no período que se pretendia fazer o levantamento. A autorização junto à direção da emissora foi concebida sem qualquer tipo de obstáculo, uma vez que o autor desta pesquisa exerce funções nesta empresa. Grande número de contratos de propaganda foi entregue ao solicitante. Após este fato, foi copiado daquele material o nome e o telefone das empresas anunciantes. Em muitos casos, a conversa se estendia, o que demonstrava a carência que o empresariado tem neste tipo de pesquisa. Os empresários manifestaram contentamento, embora seja uma pesquisa acadêmica, por serem indagados sobre a possibilidade de retorno ou não da mídia investida. Foi constatado, também, que muitos proprietários de empresa não sabem precisar o retorno que aquela propaganda que ele fez trouxe para a empresa. Isto, de certa forma, mostra carência de profissionais especializados atuando nas empresas. 3.3 Instrumento de coleta de dados O roteiro de pesquisa utilizado foi o questionário, ou seja, um roteiro com perguntas previamente definidas. Foram utilizadas perguntas abertas e fechadas. O objetivo da escolha desse roteiro foi descobrir o segmento da empresa pesquisada e descobrir o volume de vendas no período em que a empresa anunciou na emissora estudada. Gil (1994) afirma que a entrevista é uma das formas de coleta de dados mais utilizadas. Profissionais das mais variadas profissões optam por essa técnica. O tipo de entrevista utilizado nesta pesquisa foi por pautal. Gil afere que este tipo de entrevista apresenta certo grau de estruturação, já que se guia por uma relação de pontos que o entrevistador vai explorando ao longo do seu curso. 30 A coleta de dados aconteceu por telefone. No questionário foram utilizados oito perguntas, indo ao encontro do que diz Gil (1994) que alguns autores estabelecem como regra que o número de perguntas de um questionário não deve ultrapassar a trinta. 3.4 Tratamento dos dados A pesquisa, como foi citado anteriormente, foi realizada por telefone. Aí se obtiveram as respostas para tentar se chegar aos objetivos deste estudo. Como se descobriu que o número de empresas que anunciou no segundo semestre de 2005 foi um total de 100, não ficou muito difícil fazer o tratamento dos dados. Para a tabulação da pesquisa, foi utilizado o software Excel 2003 da Microsoft, no qual foram construídos os gráficos desta pesquisa. Nestes gráficos foram relatadas as respostas dos clientes em relação as indagações do entrevistador. As representações trouxeram de uma forma geral as impressões dos entrevistados. Para a concretização do primeiro objetivo específico, que era selecionar os clientes da rádio X que utilizaram a propaganda neste veículo de comunicação como único meio de promoção no segundo semestre de 2005, realizou-se uma pesquisa junto ao departamento financeiro da emissora, com o objetivo de selecionar as empresas anunciantes no segundo semestre de 2005. Para se chegar aos clientes que apenas se utilizam da rádio x, necessitou-se da aplicação da pesquisa, fazendo com que os entrevistados respondessem estas indagações. O segundo objetivo específico previa a segmentação das empresas anunciantes. Este objetivo foi concretizado à medida que se realizava os contatos com os empresários, momento em que se perguntava ao empresariado o segmento no qual eles atuavam. Já para se alcançar o terceiro objetivo específico, que foi identificar junto aos anunciantes o percentual de crescimento ou estagnação de vendas nos períodos pré, durante e pós-propaganda na emissora, a pesquisa utilizou-se de uma pergunta aberta para que o empresário explanasse de forma subjetiva o percentual de crescimento ou estagnação de vendas no período analisado. No que diz respeito à captação dos dados, que foi realizada através de um contato telefônico com os anunciantes, procurou-se ser o máximo informal possível, já que embora as perguntas estavam previamente estipuladas, é importante que o entrevistado se sinta muito à vontade para que o pesquisador tire do entrevistado todos os dados que precisa. Nestas conversas, alguns clientes, tendo a informação que o pesquisador faz parte do quadro 31 funcional da empresa, pediam para que o pesquisador entrasse em contato com o representante que fechou o contrato de propaganda para trocar o texto comercial do cliente. 32 4 RESULTADOS Neste capítulo será realizada a apresentação e interpretação dos gráficos que foram alcançados com a amostragem já comentada. Também neste capítulo será feita a análise dos resultados desta pesquisa. 4.1 Análise dos gráficos A pesquisa foi realizada através de contato telefônico com as empresas anunciantes da rádio X no segundo semestre de 2005. Com os resultados obtidos, pretende-se alcançar os objetivos específicos traçados no início desta pesquisa. A pesquisa pretendia selecionar os clientes da rádio X que utilizaram a propaganda neste veículo de comunicação como único meio de promoção no segundo semestre de 2005, segmentar as empresas anunciantes e identificar junto aos anunciantes o percentual de crescimento ou estagnação de vendas nos períodos pré, durante e pós propaganda na emissora. Alimentaçao Confecção Educação 6% 37% Material de construção 12% 7% 9% 8% 11% 5% Móveis e eletrodomésticos Revenda de veículos 5% Saúde Supermercado Outros Gráfico 1: Segmento Fonte: Dados primários 33 No gráfico 1, percebe-se que 37% dos empresários que anunciam na rádio X possuem segmentos diferenciados, ou seja, os anunciantes fogem dos segmentos tradicionais do gráfico. Nesta porcentagem, estão lojas que vendem bicicletas, centros de formação de condutores, despachantes, entre outros, que não atingiram uma quantificação expressiva para destacar o seu segmento no gráfico. Em segundo lugar, aparecem as empresas de confecção, com 12% dos entrevistados; em terceiro lugar aparecem as empresas que prestam serviços na área da saúde, com 11%. Neste segmento estão incluídos os laboratórios de análises clínicas, farmácias, administradoras de planos de saúde, entre outras. Na quarta posição, destacam-se as empresas que comercializam materiais de construção, com 9%. Os supermercados representam 8% da fatia que anuncia na rádio X. Em sexto, as instituições ligadas ao ensino, com 7% das organizações que anunciaram no segundo semestre de 2005. Entre estas instituições estão faculdades, escolas e órgãos ligados à educação profissional. Com 6%, as empresas ligadas à alimentação, aparecendo em oitavo lugar. Dentre estas organizações estão açougues, restaurantes, entre outros. O gráfico 1 destaca, também, a presença das empresas que comercializam veículos, seja garagem ou concessionária de veículos e as empresas que revendem móveis e eletrodomésticos empatadas com 5 % cada. Com estas respostas conclui-se que a organização pode, através de seu departamento comercial, prospectar seus clientes no segmento de confecção, já que Brusque, a cidade estudada, possui inúmeras empresas neste segmento. Afinal de contas, mesmo sem um trabalho específico ou promoções voltadas à prospecção destes clientes, a emissora conta com um contingente razoável de organizações que atuam nessa área. No entanto, se forem criadas formas atrativas para cativar estes novos clientes, eles, fatalmente, contribuirão com uma maior fatia do faturamento da emissora, e não com os números já divulgados pelo gráfico 1. O que se destaca, também, neste gráfico é o grande número de empresas de segmentos variados. Pode-se entender estas empresas como de pequeno porte. Estas empresas representam 37% do faturamento que a emissora teve no segundo semestre de 2005. Portanto, conclui-se que, embora o objetivo seja atingir os grandes clientes, esta emissora de rádio necessita das pequenas empresas. Já o gráfico 2 analisará o período em que as empresas anunciantes se utilizaram do serviço da emissora para divulgar sua marca ou produto. Os dados levantados junto aos entrevistados serão abordados a seguir: 34 Anunciaram no segundo semestre de 2005 11% 15% Começaram seus anúncios no primeiro semestre de 2005 74% Começaram seus anúncios em 2004 Gráfico 2: Período anunciado Fonte: Dados primários No gráfico 2, percebe-se que 74% das organizações anunciaram no segundo de semestre de 2005, já 15% das empresas participaram da divulgação de seus produtos ou serviços no segundo semestre, porém anunciaram a sua mídia no primeiro semestre de 2005. Por outro lado, 11% dos anunciantes que foram registrados no segundo semestre já começaram a sua mídia no ano de 2004. Com estes dados, analisa-se que a emissora precisa, de certa forma, construir estratégias com o objetivo de fidelizar os clientes para que façam contratos mais longos com a rádio. Isto vai possibilitar que a emissora tenha uma receita maior do que tem, já que, atualmente, depende de clientes sazonais. No entanto, como o objetivo deste estudo era fazer um levantamento e uma pesquisa em relação aos anunciantes do segundo semestre de 2005, foram acessadas as autorizações de publicidade apenas desse período. Na seqüência, foram feitas as entrevistas com os anunciantes. Percebeu-se, com as entrevistas, que muitos anunciantes acabaram renovando seus contratos, ficando na emissora por mais tempo, conforme demonstra o gráfico 3: 35 30% mais de 06 meses menos de 06 meses 53% 11% esporadicamente não anuncia mais 6% Gráfico 3: Tempo de permanência da propaganda Fonte: Dados primários Neste gráfico, analisa-se que 53% dos anunciantes, independente de anunciar só na rádio X ou não, mantiveram seu contrato com a emissora e já anunciam mais de 06 meses; por outro lado, 30% dos empresários desistiram de anunciar na emissora; 11% anunciam esporadicamente e 6% começaram sua propaganda durante o segundo semestre e renovaram seu contrato. Porém, o que chama a atenção é o alto índice de organizações que fizeram contrato com a emissora para anunciar seus produtos e serviços e não o renovaram. É preocupante sob o ponto de vista que a empresa não está sabendo manter seus clientes. Está faltando “tato” nos contatos comerciais, que fazem este atendimento ao cliente, de conseguir segurar o cliente. Provavelmente pela falta de estratégias de marketing, como por exemplo, um bom pós-venda. No gráfico 4, analisou-se, entre os entrevistados, qual a porcentagem de empresas que anunciam só na rádio X e qual a porcentagem de empresas que, além da rádio X, utilizam outros meios de comunicação: 36 42% SIM NÃO 58% Gráfico 4: Só anuncia na rádio X? Fonte: Dados primários No gráfico 4, percebe-se que 58% dos anunciantes, além de se utilizarem da rádio X, usam outras formas de comunicar seu produto ou serviço. Já 42% dos empresários divulgam seus produtos ou serviços apenas na rádio X. O índice das empresas que anunciam apenas na rádio X é bom, por outro lado é preciso criar estratégias com o objetivo de fazer com que os clientes que anunciam em outros veículos de comunicação concentrem suas verbas destinadas a outros veículos de comunicação na rádio X. Isto é possível com uma argumentação firme com números provando a capacidade da emissora em propiciar retorno ao cliente, não desmerecendo as outras formas de comunicação. No gráfico 5, será analisado onde os clientes que não anunciam apenas na rádio X destinam suas verbas reservadas à propaganda: 9% 10% Rádio Rádio e jornal 22% Gráfico 5: Destino de verbas publicitárias Fonte: Dados primários 59% TV Outros 37 Neste gráfico, entende-se que 59% dos empresários que anunciam apenas na rádio X optam por outras emissoras de rádio; 22% dos entrevistados, além de anunciar em outra emissora de rádio, divulgam seus produtos ou serviços na mídia impressa, através do jornal; 10% divulgam seus produtos ou serviços em outros meios de comunicação, como carros de propaganda de rua e outdoors O que se percebe com o gráfico 5 é que, embora estes clientes não anunciem apenas na rádio X, optam pelo mesmo meio de comunicação para anunciar seus produtos: o rádio. Neste caso, percebe-se uma relação com o que diz Ferrareto (2001), quando afirma que, numericamente, o rádio é o veículo de maior presença junto ao público brasileiro. No gráfico 6, analisa-se o crescimento dos clientes que anunciaram apenas na rádio X: 29% 42% até 10% entre 10% e 20% entre 20% e 30% Não sabe precisar 10% 19% Gráfico 6: Crescimento de faturamento Fonte: Dados primários No gráfico 6, analisa-se o crescimento no volume de vendas que os empresários tiveram anunciando na rádio X. 42% dos entrevistados relataram ao pesquisador que tiveram um incremento de vendas de até 10%. Já 19% dos anunciantes aferiram que tiveram um incremento de vendas entre 10% e 20%. Para 10% dos entrevistados, o incremento de vendas foi entre 20% e 30%. No entanto, 29% não souberam informar se houve ou não incremento em vendas com o anúncio realizado na rádio X. Neste caso, é possível fazer uma relação com a afirmação de Sampaio (1999), que diz que existem alguns clientes que usam a propaganda simplesmente porque dá certo. Este tipo de cliente pode, em um dado momento, ter uma desilusão com a propaganda, sem que ele possa precisar exatamente o que aconteceu. 38 4.2 Avaliação geral dos resultados A avaliação que se faz é que, conforme a pesquisa realizada, um dos pontos preocupantes é a falta de interesse por parte da emissora em manter seus clientes. O gráfico 3 mostrou bem isso, o qual demonstra que 30% das empresas que anunciaram na rádio X não anunciam mais. Portanto, é preciso criar estratégias de marketing com o objetivo de cativar estes clientes. Talvez uma saída seja criar situações promocionais atrativas para a emissora oferecer a seus clientes para anunciar. Sandhunsen (1998) afirma que os clientes precisam ser informados que o produto existe, e convencidas de que se trata da melhor opção para um problema que ainda não conseguiram resolver. No entanto, a pesquisa mostrou que 54% dos clientes estão fidelizados. Já que anunciam na emissora mais de seis meses. E isto é muito importante. Por outro lado, percebe-se que a emissora tem um vasto mercado a desbravar no segmento de confecção, até porque 12% dos anunciantes são deste segmento, no entanto, a rádio é localizada em Brusque. E, é de conhecimento geral que nesta região se localizam várias confecções, tanto é que o município é conhecido como a cidade dos tecidos. O que surpreende é a porcentagem de anunciantes que vêm da área da saúde: 11%. É outro filão que pode ser aproveitado como forma de aumentar o rendimento da emissora. Um estratégia para trazer clientes deste segmento seria a emissora buscar clientes para patrocinar dicas de saúde, por exemplo. Outro segmento que chama a atenção é o de instituições ligadas à educação, com 7 %. O fato deste segmento ter representatividade é o fato da pesquisa acontecer com anunciantes do segundo semestre de 2005. Neste período, geralmente acontecem chamadas para a inscrição de vestibular, tanto na metade do ano, quanto no final. No final do ano, especificamente, acontece a abertura de matrículas por parte de escolas e colégios. Mais um fator que chama atenção nesta pesquisa é que 29% dos empresários que anunciaram, ou ainda anunciam na rádio X, não souberam precisar se houve ou não incremento no volume de vendas de suas organizações com a veiculação da propaganda em relação ao período que não anunciavam. Esta informação vai ao encontro do que diz Sampaio (1999). Segundo o autor há empresas que fazem propaganda porque sempre fizeram. Pode até parecer folclore, mas são muitos clientes. Embora possa estar eventualmente obtendo bons resultados com seus investimentos em propaganda, esse tipo de cliente pode não ter uma 39 atitude mais elaborada diante da questão. Certamente não está utilizando todo o potencial da propaganda. Isto mostra que não existe planejamento algum de mídia por parte dos empresários da cidade. Segundo Côrrea (2004), a aplicação do planejamento é conveniente em qualquer momento, mas se torna importante em tempo de crise. Foi constatado que alguns anunciantes não divulgam seus produtos apenas na Rádio X. No entanto, quando escolhem outro veículo de comunicação, acabam optando por uma outra emissora de rádio. 59% dos entrevistados responderam que, além de anunciar na rádio X, divulgam seus produtos ou serviços em uma emissora concorrente. Portando, pode-se dizer que este veículo de comunicação é responsável por grande parte das verbas destinadas à mídia na cidade, o que comprova a eficiência do meio. Segundo Meditsch (2001), o rádio oferece proximidade e intimidade. Dez pessoas podem ouvir juntas uma mesma mensagem radiofônica, mas ela será apreendida individualmente, como manifestação pessoal. No que se refere ao volume de vendas, percebeu-se que 42% dos clientes tiverem até 10% de crescimento no volume de vendas no segundo semestre de 2005. Durante esta pesquisa, apenas um anunciante disse ao pesquisador que não teve retorno nenhum com a propaganda realizada na emissora X, uma afirmação que deve ser analisada pelo fato que se deve descobrir onde está o erro que não ocasionou retorno a esse cliente. É interessante fazer esta análise em função que aconteceu com apenas um cliente. Dá para corrigir para que este erro não atinja outros anunciantes e faça com que a emissora não perca mais clientes no futuro. No entanto, a pesquisa em relação ao incremento nas vendas teve uma resposta positiva, porque apenas um caso isolado aferiu que não teve resultado. Em suma, é importante que a emissora leve as considerações analisadas pelos gráficos, a fim de corrigir possíveis problemas existentes no dia-a-dia do departamento comercial na prospecção de clientes novos e manutenção de anunciantes que já divulgam o seu produto ou serviço na emissora. Estes passos são importantes para que a emissora possa também ter um incremento em vendas e, conseqüentemente, um aumento de faturamento. Afinal de contas, com este incremento, a emissora pode realizar investimentos dentro da própria rádio. 40 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo será abordada a conclusão desta pesquisa, que procurou cumprir os objetivos inicialmente traçados neste estudo, desde sua fundamentação teórica, análise dos gráficos e metodologia aplicada. 5.1 Conclusões Após a realização desse estudo, foi notório que o marketing é fundamental para as organizações atuais e a propaganda surge como uma peça neste processo, através do qual as organizações se utilizam para promover seu produto ou serviço através da divulgação. É neste contexto que está inserido o rádio. Este veículo como instrumento propagador da propaganda, que do latim também quer dizer propagar, tem sido muito eficaz, porque atinge as massas. O primeiro objetivo específico traçado por este estudo foi selecionar os clientes da rádio X que utilizaram a propaganda neste veículo como único meio de promoção no segundo semestre de 2005. Este objetivo foi alcançado à medida que se entrou em contato com o departamento financeiro da emissora para solicitar as autorizações de publicidade dos clientes que anunciaram na emissora no segundo semestre de 2005. À primeira vista, ficava difícil para o pesquisador saber quais os anunciantes se utilizavam apenas na rádio X, para se poder fazer uma filtragem e descobrir quais são os clientes que apostavam apenas na emissora como única forma de promoção para divulgar seus produtos ou serviços. Após o início da pesquisa, foi se desmistificando alguns “achismos”, que foram dando lugar a dados precisos. E os anunciantes passaram por uma filtragem. Desta forma, tomou-se conhecimento sobre quais as organizações anunciavam apenas na rádio X. O segundo objetivo do estudo proposto foi segmentar as empresas anunciantes. Este objetivo foi prontamente alcançado à medida que uma das perguntas da pesquisa era relacionada a este objetivo. Neste contexto, chegou-se à conclusão de grandes filões de mercado que a emissora X pode perseguir. Podem-se citar exemplos como o ramo de confecções e as instituições de ensino. A emissora, se estiver interessada a aumentar seu faturamento no que diz respeito ao atendimento a estes clientes, pode criar promoções ou até mesmo usar estratégias de marketing direto para atingir as organizações pretendidas. 41 O terceiro objetivo deste estudo sugeria a identificação junto aos anunciantes do percentual de crescimento ou estagnação de vendas nos períodos pré, durante e póspropaganda na emissora. Este objetivo também foi alcançado. Como foi citado anteriormente, apenas uma empresa aferiu que não obteve retorno com o investimento feito em propaganda. Com isso, conclui-se que foi bem-sucedida a iniciativa dos empresários em investirem na rádio X, até porque se pôde verificar crescimentos consideráveis em algumas organizações. Em termos gerais, a experiência de investir em propaganda na emissora foi positiva. Na constatação e nos caminhos traçados para cumprir este terceiro objetivo, pôde-se verificar também que muitas empresas não têm um direcionamento certo focado em um planejamento. Isto pode ser entendido por que uma larga escala de empresários respondeu ao entrevistador que não sabem precisar se obtiveram crescimento em vendas após a propaganda começar a ser veiculada no rádio. Para concluir, pode-se dizer que a produção deste estudo propiciou ao autor da monografia um crescimento, não só no sentido teórico, já que teve que se basear em referências bibliográficas de vários autores. Este estudo fez se quebrar algumas premissas erradas que foram desmistificadas, após a busca de literatura especializada e também após o contato direto com os anunciantes da emissora. 5.2 Limitações da pesquisa A pesquisa realizada encontrou algumas dificuldades para a sua realização. Os momentos difíceis apareceram, principalmente, no momento de buscar referências bibliográficas sobre o assunto intitulado rádio. Poucas obras foram encontradas, não só na biblioteca da própria universidade, onde esta pesquisa nasceu, como em outras faculdades. Isto vai ao encontro do que diz Meditsch (1998), que relata que, apesar de todas as emoções que o rádio propicia, nem por isso é objeto de estudo freqüente entre os pesquisadores de comunicação do Brasil. Poucos são os estudos e textos publicados. A outra dificuldade encontrada foi em relação à pesquisa aplicada. Já que foi feito contato telefônico com os entrevistados, muitas vezes o empresário não estava em seu estabelecimento comercial, isto fez com que o entrevistador retornasse a ligação várias vezes, até que encontrasse o responsável pela divulgação da empresa. 42 5.3 Sugestões para próximos trabalhos A contribuição que esta pesquisa deu aos profissionais, universidades e ao meio de comunicação estudado está limitada; Portanto é necessário que se continue a pensar neste veículo de comunicação de massa chamado rádio, já que, como se nota no item anterior, existe pouco, muito pouco, material publicado sobre o rádio. Para tanto, seguem algumas sugestões para a continuação desta pesquisa ou novas pesquisas que englobem este meio de comunicação: • Analisar a evolução do rádio em Santa Catarina. • Verificar se a propaganda produzida em Santa Catarina, em especial no rádio, consegue atingir o público-alvo. • Analisar se existem emissoras em Santa Catarina que contam com uma estrutura de Customer Relationship Management (CRM) para manter seus clientes. • Verificar qual meio de comunicação em Santa Catarina é mais rentável aos empresários. 43 REFERÊNCIAS ALVES. N. A utilização do composto mercadológico no marketing político brasileiro. Disponível em: http://www.portal.portal-rp.com.br. Acesso em: 20 jul 2006. BARROS, A. Fundamentos de Metodologia: Um guia para a iniciação científica. São Paulo: McGraw - Hill, 1986. CASTELO BRANCO. R. História da propaganda no Brasil. São Paulo: Queiroz, 1990. CÉSAR, C. Como falar no rádio: prática de locução AM-FM. São Paulo: IBRASA, 1990. CHURCHILL. J; PETER, J. 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