ESPORTES Tocha a caminho FOLHAPRESS SÃO PAULO O presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e chefe do comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, recebeu ontem a tocha olímpica das mãos do chefe do comitê grego, Spyros Capralos, em cerimônia no Estádio Panathinaiko, sede dos primeiros Jogos, em 1896. “Quando fomos premiados com a honra de receber os Jogos (em 2009), foi um momento que nunca esqueceremos. Meu amigo Capralos estava lá. Vamos repetir o que dissemos: o Rio está pronto para fazer história”, disse Nuzman em seu discurso antes da entrega. A grande ausência na delegação brasileira foi o prefeito Eduardo Paes (PMDB). Ele voltou para o Brasil após a queda de parte da ciclovia Tim Maia, que deixou dois mortos na quinta-feira, mesmo dia em que participava do acendimento da tocha na cidade grega de Olímpia, berço dos Jogos. Paes cogitou voltar a Atenas para a cerimônia de passagem da chama, mas desistiu. Inicialmente, a assessoria da prefeitura informou que nenhum representante de Paes iria a Atenas. Mas o procurador-geral do Rio, Fernando Dionísio, participou do evento em nome do prefeito. Estiveram presentes o ministro do Esporte, Ricardo Leyser, e o presidente da Autoridade Pública Olímpica, Marcelo Pedroso. É comum o presidente do comitê organizador do país-sede dos Jogos ser designado para a passagem da chama, mas normalmente as delegações são mais robustas que a brasileira. Em 2012, a princesa Anne (filha de Elizabeth 2ª) recebeu o fogo olímpico como presidente do comitê de Londres e estava acompanhada do prefeito, Boris Johnson, e de David Beckham. Além de Paes não ter ido, o Rio não foi representado por nenhum atleta brasileiro. A chama segue de avião para Genebra, na Suíça, onde será exposta em evento na sede da ONU sexta-feira. A chegada a Brasília será no dia 3 de maio, quando começará o revezamento em 329 cidades do País. Quinta, 28 de Abril de 2016 28 Nuzman recebe chama e diz que Rio está pronto para fazer história Divulgação TOCHA OLÍMPICA | Cerimônia ontem no Estádio Panathinaiko para passar a chama para o Brasil Chama ficará na zona portuária Rio terá controle de multidão Jornais estrangeiros fazem críticas O prefeito do Rio, Eduardo Paes, confirmou ontem que a pira olímpica ficará exposta na região portuária da cidade durante os Jogos. Será a segunda vez na história dos jogos que o símbolo maior do evento é exibido fora de um estádio olímpico - a primeira foi na Olimpíada de Inverno de Sochi, na Rússia, em 2014. Paes não detalhou os motivos. A chama será deslocada ao Maracanã para abertura e encerramento das Olimpíadas. A Prefeitura do Rio vai criar uma força especial de 300 homens para controle de multidões durante a Olimpíada. A medida foi anunciada ontem como parte do plano operacional dos jogos, detalhado pelo prefeito Eduardo Paes em evento para marcar os 100 dias para o início do evento. O pacote inclui ainda a instituição de um terceiro feriado municipal durante os Jogos e a implantação de um sistema especial de transportes, com novas linhas de ônibus. A 100 dias do início dos Jogos Olímpicos do Rio, jornais estrangeiros deram destaque para o evento que começa no dia 5 de agosto e lançaram críticas. O jornal inglês “The Guardian”, por exemplo, diz que o Rio “entra na reta final olímpica parecendo mais uma clássica república latino-americana do que uma economia emergente moderna que está a ponto de assumir o seu lugar entre as principais do mundo”.