FACULDADE CEARENSE CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL O MARKETING DE RELACIONAMENTO DESENVOLVIDO PELAS EMISSORAS DE RÁDIO FM DE FORTALEZA COM OS PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS Érika Furtado Barbosa FORTALEZA – CE 2013 FACULDADE CEARENSE CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL O MARKETING DE RELACIONAMENTO DESENVOLVIDO PELAS EMISSORAS DE RÁDIO FM DE FORTALEZA COM OS PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS Érika Furtado Barbosa Monografia apresentada como a exigência parcial para obtenção do grau de graduação em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda na Faculdade Cearense. . FORTALEZA – CE 2013 TERMO DE APROVAÇÃO O MARKETING DE RELACIONAMENTO DESENVOLVIDO PELAS EMISSORAS DE RÁDIO FM DE FORTALEZA COM OS PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS Por Érika Furtado Barbosa Esta monografia foi apresentada no dia 17 de junho de 2013, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda, da Faculdade Cearense, tendo sido aprovada pela Banca Examinadora composta pelos professores: BANCA EXAMINADORA _______________________________ Profa. Bertha Mendes Orientadora – Fac _______________________________ Prof. Sérgio Aragão Examinador – Fac _______________________________ Profa. Maria do Céu Studart Examinadora – Fac A ela, minha companheira, conselheira, amiga e confidente, sempre torcendo e vibrando pelas minhas conquistas e vitórias, minha inspiradora, minha mãe, DEDICO. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar gostaria de agradecê-lo, meu Deus-Pai todo poderoso que em todos os momentos da minha vida, me ilumina, me guia e sempre me mostra o melhor caminho a seguir, me proporcionando serenidade, paciência e perseverança. Ao meu pai Everardo Barbosa que hoje realiza esse sonho junto comigo, meu coração se enche de alegria por poder dividir esse momento com ele, foi por ele e para ele que eu me empenhei esses quatro anos de graduação e hoje com os olhos brilhando de emoção posso demonstrar, retribuir e agradecer tudo que ele fez por mim. Meu maior orgulho é orgulhar ele nesse dia. A minha companheira, amiga, mãe Lena Furtado, em cada palavra dessa monografia existe um pouco dela, suas orações e seus pensamentos positivos, sua calma e paciência até mesmo nos dias mais atribulados. Ela é um exemplo para mim, sempre do meu lado em todos os momentos da minha vida, nesse não poderia ser diferente, a ela minha mãe, minha vida, o meu muitíssimo obrigada. Aos meus irmãos Everton e Elton com quem eu dividi os meus melhores momentos, a infância, brincadeiras, sem dúvida são meus presentes de Deus. Ao meu companheiro, amigo, meu grande amor Arturo Carvalho, muito além do amor, ele me trouxe a paz, sua entrada na minha vida foi obra de Deus, é ele que sempre me acalma nos momentos de angustia e me traz segurança nos momentos de incerteza, acompanhou cada etapa deste trabalho e mais que orientações ele me trouxe segurança, a ele o meu amor. A minha fiel amiga Georgia Antunes com quem eu dividi quatro anos inesquecíveis, foi como uma pilastra de sustentação quando a jornada estava dura, juntas desfrutamos dessa viagem incrível chamada Publicidade e tenho certeza que não seria tão emocionante sem ela. A minha tia Anézia Barbosa que me acolheu como uma mãe durante algum tempo da minha vida acadêmica, cuidando de mim como toda boa mãe, foi ela que tornou os meus dias menos cansativos. A minha orientadora Bertha Mendes que como um anjo eu escolhi para me orientar nesse trabalho. Com sua incrível experiência agregou valor a cada detalhe e com sua paciência foi esclarecendo todas as dúvidas que vinham a aparecer, me trazendo confiança e certeza, sem ela não seria possível tamanho aproveitamento. A todos o meu sincero muito obrigada! RESUMO Para atingir o objetivo geral da pesquisa que se propõe a identificar as ações de marketing de relacionamento utilizadas pelas emissoras de rádio FM para obter uma maior fidelização por parte de seus profissionais autônomos, aplicou-se uma pesquisa quantitativa e qualitativa de temporalidade transversal, conclusiva, de caráter descritivo junto a emissoras de rádio FM de maior ibope de Fortaleza no período de 08 a 15 do mês de maio do ano 2013. Utilizou-se um questionário estruturado como instrumento de pesquisa com perguntas abertas e fechadas e para aplicação foi utilizado o método da comunicação por entrevista pessoal. Os principais resultados encontrados mostram que as emissoras de rádio FM de Fortaleza realizam ações de marketing de relacionamento que vão desde campanhas de incentivo, programas de treinamento e análise de banco de dados, diante disso temos a percepção da eficácia alcançada a partir das ações de relacionamento. O cenário do mercado atual mostra o quanto as estratégias de marketing de relacionamento estão sendo utilizadas pelas emissoras de rádio FM de Fortaleza para estreitar relações com os profissionais autônomos. O presente estudo traz as definições de conceitos como marketing, o marketing de relacionamento e suas ferramentas, o rádio como veículo de comunicação, abordando também a satisfação e fidelização. Palavras-chave: Marketing de relacionamento; Profissionais autônomos; Veículo rádio. ABSTRACT To achieve the objective of the research that aims to identify the relationship marketing actions used by FM radio stations to get a greater loyalty from their autonomous professionals, we applied a quantitative and qualitative temporal cross, conclusively, descriptive in character with the radio FM IBOPE largest fortress in the period of 08-15 of May of the year 2013. We used a structured questionnaire as a research instrument with open and closed questions and was used for applying the method of communication for personal interview. The main results show that FM radio stations in Fortaleza perform marketing actions relationships ranging from incentive campaigns, training programs and analysis database before that we have the perception of effectiveness achieved from the relationship actions . The current market scenario shows how the relationship marketing strategies are being used by FM radio stations from Fortaleza to strengthen relationships with freelance professionals. This study presents the definitions of concepts such as marketing, relationship marketing and its tools, radio as a vehicle for communication, addressing also the satisfaction and loyalty. Keywords: relationship marketing; Professionals autonomous; Vehicle radio. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 – Conceitos de marketing.................................................................... 14 Quadro 2 – Composto de marketing.................................................................... 15 Quadro 3 – As etapas do processo de venda pessoal........................................ 20 Quadro 4 – Canais de distribuição de comunicação de marketing direto............ 22 Quadro 5 – Definições de marketing de relacionamento.................................... 33 Quadro 6 – Metodologia utilizada nesse estudo.................................................. 43 Gráficos Gráfico 1 – Estratégias de otimização de relacionamento.................................. 45 Gráfico 2 – Campanhas de incentivo................................................................... 46 Gráfico 3 – Reuniões para treinamento............................................................... 47 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................... 13 2.1 CONCEITO DE MARKETING............................................................... 13 2.2 MIX DE MARKETING............................................................................ 15 2.2.1 Produto.................................................................................................. 16 2.2.2 Preço...................................................................................................... 17 2.2.3 Praça...................................................................................................... 17 2.2.4 Promoção.............................................................................................. 18 2.3 MIX DE COMUNICAÇÃO....................................................................... 19 2.3.1 Venda pessoal....................................................................................... 19 2.3.2 Marketing direto.................................................................................... 21 2.3.3 Propaganda........................................................................................... 23 2.3.3.1 O meio de comunicação rádio................................................................ 24 2.3.3.1.1 As vantagens do meio de comunicação rádio........................................ 25 2.3.3.1.2 O rádio e sua natureza efêmera............................................................. 25 2.3.4 Promoção de vendas............................................................................ 26 2.3.5 Relações públicas................................................................................ 27 2.4 AS DIFERENTES ERAS DO MARKETING............................................ 28 2.4.1 Era da produção................................................................................... 29 2.4.2 Era das vendas (1930).......................................................................... 30 2.4.3 Era do marketing (1950)....................................................................... 30 2.4.4 Marketing societal................................................................................ 31 2.4.5 Marketing de relacionamento.............................................................. 32 2.4.6 O Marketing 3.0, uma evolução do conceito de marketing de relacionamento..................................................................................... 33 2.5 AS FERRAMENTAS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO......... 34 2.5.1 Atendimento a reclamação.................................................................. 34 2.5.2 CRM........................................................................................................ 35 2.5.3 Campanhas de incentivo..................................................................... 36 2.5.4 Programas de treinamentos................................................................ 36 2.6 SATISFAÇÃO E FIDELIZAÇÃO ATRAVÉS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO............................................................................. 37 2.7 O PAPEL DOS PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS.................................. 38 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS........................................................... 40 3.1 CONCEITOS DE MÉTODOS................................................................. 40 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA.................................................................. 42 3.3 COLETA DE DADOS.............................................................................. 42 3.3.1 Questionários........................................................................................ 43 3.4 ANÁLISES DE RESULTADOS............................................................. 43 4 ANÁLISE DE RESULTADOS................................................................ 45 REFERÊNCIAS...................................................................................... 52 APENDICE – QUESTIONÁRIO DE COLETA DE DADOS.................. 54 11 1 INTRODUÇÃO O marketing de relacionamento é uma estratégia utilizada pelas empresas para garantir uma maior aproximação dos clientes e parceiros. É através dele que se torna possível um relacionamento eficaz e duradouro entre empresa, representante e cliente. Ele se utiliza de ações voltadas para o relacionamento para intensificar sua relação com o público e assim aumentar o faturamento da empresa. Muito além de vender e gerar lucros, o marketing de relacionamento visa conquistar e manter os clientes atuais a longo prazo, e captar novos clientes gerando satisfação e fidelização desse público. As empresas dos mais diversos segmentos vêm utilizando as estratégias de marketing de relacionamento para otimizar seu contato com os clientes finais e organizacionais. Levando-se em consideração a grande concorrência nos mais diversos segmentos de mercado, as estratégias de fidelização vêm sendo cada vez mais utilizadas, e as emissoras de comunicação também são um exemplo de empresas que se utilizam das campanhas de incentivo para gerar uma aproximação maior e mais eficaz com seus profissionais autônomos, alavancando as vendas e o faturamento das empresas. Em fortaleza existem 19 emissoras de rádio segundo Ibope. Isso demonstra a grandiosidade deste mercado e comprova a acirrada concorrência e a necessidade de se desenvolver políticas de relacionamento eficazes para manter os clientes atuais satisfeitos a longo prazo e conseguir a fidelização de novos clientes. Assim, o presente trabalho se destina a responder a seguinte problemática: Como as emissoras de rádio FM de Fortaleza desenvolvem o marketing de relacionamento com os profissionais autônomos para conseguir uma maior fidelização? Através da problemática desenvolvida foram elaboradas três hipóteses, onde a primeira afirma que as emissoras de rádio realizam campanhas de incentivos periodicamente para motivar seus profissionais autônomos. A segunda hipótese defende que são desenvolvidos eventos para apresentação de novos produtos ou serviços, gerando uma capacitação maior desses profissionais em relação ao produto/serviço vendido. E, por fim, a última hipótese afirma que as emissoras se utilizam do banco de dados para realizar ações de aproximação com seus autônomos. 12 Assim, o presente trabalho tem como objetivo geral identificar as ações de marketing de relacionamento utilizadas pelas emissoras de rádio FM para obter uma maior fidelização por parte de seus profissionais autônomos. Embasado no objetivo geral, foram elaborados três objetivos específicos, onde o primeiro se propõe a identificar os tipos de campanhas de incentivo realizadas pela empresa para com seus autônomos. O segundo objetivo busca verificar se existem reuniões/eventos de apresentação de produtos e serviços para esse público e como são realizadas e por fim, o terceiro objetivo busca identificar como as informações do banco de dados da empresa são utilizadas para promover o relacionamento com os profissionais autônomos. Dessa forma, o presente trabalho se divide em quatro capítulos, o primeiro que traz a introdução, o segundo refere-se à fundamentação teórica e apresenta sub-tópicos como as abordagens filosóficas do marketing e revisão bibliográfica sobre os seguintes conceitos: marketing, o veículo rádio e suas vantagens, as Eras do marketing, o marketing de relacionamento e suas ferramentas e a satisfação e fidelização, utilizando principalmente os autores Cobra (1992, 2009); Gummesson (2010); Kotler (1982, 1986, 1998, 2007, 2010); Las Casas (2006); Madruga (2011) e Pinho (2001). O terceiro capítulo trata dos aspectos metodológicos da pesquisa, sua finalidade aplicada, o tipo de pesquisa de campo, a estratégia de coleta dos dados realizada por meio de questionário, com entrevistas pessoais e diretas, o local de realização da pesquisa foi nas próprias empresas, a sua natureza quantitativa e qualitativa e temporalidade Transversal, como também o delineamento do trabalho. O quarto capítulo traz os resultados da referida pesquisa seguida da conclusão obtida a partir dos resultados encontrados. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO O capítulo visa definir o marketing e suas especificações, de modo a descobrir como a ferramenta é utilizada para atrair cada vez mais clientes e parceiros, ter uma conquista de mercado ainda maior e gerar satisfação com a ajuda das ações de marketing de relacionamento. Para melhor entendimento do tema estudado, este capítulo discorrerá sobre aspectos gerais relacionados ao marketing bem como os avanços e as novas ferramentas utilizadas nesse processo de captação de novos clientes e na fidelização. 2.1 CONCEITOS DE MARKETING O marketing é o estudo do mercado, ele é utilizado para analisar a concorrência, a qualidade dos produtos/serviços, a satisfação dos clientes em relação à empresa. Segundo Kotler (1982), conforme os anos foram passando as empresas começaram a dar uma maior atenção para o marketing, os que não utilizavam essa ferramenta passaram a usá-la gerando novas oportunidades, estimulando a venda. Para maior assertividade de mercado, o marketing visa agradar seus clientes, melhorando seus produtos, se destacando da concorrência e melhorando a vida do consumir. De acordo com Pinho (2001), o marketing gira em função do seu consumidor, visa lucros contínuos e a longo prazo para a empresa, deseja aumentar o consumo e diminuir os preços, sempre pensando na satisfação do seu cliente. Com o mercado cada vez mais acirrado as empresas intensificaram suas ações de marketing, estudando seu consumidor, analisando a concorrência, verificando melhorias para seu produto/serviço e escolhendo os melhores canais para divulgação de sua marca. Segundo Las Casas (2006), com o crescimento da concorrência na economia, as empresas estão modificando seus produtos/serviços para que se tornem desejados e para que sua comercialização seja mais eficiente. Para dar continuidade a esse método utilizado, a empresa divulga seus produtos/serviços nos melhores meios de comunicação. Esperando um retorno positivo dos clientes, essas são algumas ações realizadas pelo marketing, gerando uma exposição intensa. 14 O Quadro 1 mostra o pensamento de alguns autores sobre o conceito de marketing: Quadro 1 – Conceitos de marketing Autor Kotler (1986) Conceito O conceito de marketing tem o objetivo de satisfazer seus clientes, estudar suas necessidades e criar maneiras para suprir as necessidades dos seus consumidores, planejam seus lucros criando satisfações significativas. Kotler (1998) O marketing é dado como processo social e gerencial é através dele que os consumidores obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Pinho (2001) A meta de marketing é gerar satisfação não só para o cliente, mais para todas as partes envolvidas, facilitando as trocas, conhecendo profundamente os gostos, desejos e necessidades do seu cliente. Assim, encontrando mais facilidade de conquistar o mercado. Las Casas (2006) O marketing deve ser feito para satisfazer todas as classes sociais e seus consumidores. O consumidor é denominado como ponto de partida e os comerciantes devem fazer todo esforço possível para conquistá-los. Silva (2007) O marketing não se apresenta como campo de conhecimento específico, ele foi criado para fins práticos, ele é técnico. Pode-se qualificá-lo como técnica interdisciplinar e que reúne conhecimentos como: a economia, a matemática, a psicologia, a sociologia e a comunicação. Fonte: Adaptado de Kotler (1986, 1998), Pinho (2001), Las Casas (2006) e Silva (2007). O Quadro 1 comprova que existe uma concordância entre as análises dos principais autores que discorrem sobre os conceitos de marketing, na medida em que os autores Kotler (1986), Pinho (2001) e Las Casas (2006) confirmam que o marketing é uma ferramenta utilizada para gerar satisfação em seus clientes, já Kotler (1998) afirma que através do marketing os consumidores adquirem os produtos que necessitam e desejam, através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Diferente dos outros autores Silva (2007) garante que o marketing é uma ferramenta técnica, utilizada não somente para o estudo de mercado, mais para a aplicação de conhecimentos inerentes a outras ciências. Diante dessas afirmações é possível constatar que o marketing estuda os desejos e necessidades do cliente a fim de gerar uma satisfação de sua parte, usando de suas técnicas para aperfeiçoar seus produtos/serviços e conquistar o mercado, intensificando o volume de vendas e aumentando constantemente o faturamento da empresa. 15 2.2 MIX DE MARKETING Segundo Las Casas (2006), em qualquer trabalho de comercialização o administrador deverá realizar um planejamento das quatro variáveis. A maior ou menor ênfase em cada uma delas dependerá do objetivo de comunicação. É necessário que a empresa identifique com a ajuda das estratégias que envolvem o marketing o que realmente satisfaz seus clientes, visando o crescimento, fazendo com que seus produtos/serviços sejam um diferencial no mercado. De acordo com Kotler (1982), as composições constituem o composto de marketing, que vão nortear as empresas a tomar decisões mais assertivas voltadas para atender as demandas do mercado e também da sua organização como um todo. O composto de marketing, mais conhecido como 4Ps é a estratégia utilizada pelas empresas para garantir seu andamento eficaz no mercado. Cada um dos elementos deve ser estudado e analisado para conseguir seu posicionamento estratégico, segundo Hooley (2005). O Quadro 2 demonstra o mix de marketing (4ps): Quadro 2 – Composto de marketing 4Ps Produto Preço (qualidade) (valor) Fonte: Adaptado de Kotler (1986). Praça (distribuição) Promoção (propaganda) No Quadro 2, Kotler (1986) traz uma breve explanação sobre os 4ps, mostra o produto com sinônimo de qualidade, devendo o mesmo ter características que atraiam o consumidor para a sua aquisição. O preço é equivalente ao valor, ao custo, ao total de gastos do produto. A praça é o meio de distribuição, a forma como o produto será transportado, armazenado, reposto até chegar ao consumidor. Já a promoção é a forma de divulgação do produto, os veículos de comunicação utilizados para fazer a propaganda. De acordo com Pinho (2001), as empresas precisam desenvolver seu mix de marketing, a fim de viabilizar uma estratégia para introduzir o produto no mercado, informar os compradores da sua existência e destacar o produto dos demais, dando um passo à frente da concorrência. 16 2.2.1 Produto Segundo Pinho (2001), o produto é um elemento do mix de marketing que visa à estética e o visual do produto, tais como a apresentação física, forma, embalagem, linha de produtos, marca e serviço. O produto deve estar sempre em boas condições, ele é a base concreta da compra, é através dele que o consumidor escolhe entre as marcas existentes. De acordo com Las Casas (2006), o produto é o primeiro item a ser considerado no processo de comercialização, é o motivo de uma troca. Segundo Silva (2007), as empresas criam diferenças nos produtos, facilitando, melhorando e simplificando o uso de um bem para o consumidor, agregando valores intangíveis como felicidade, segurança, superioridade e prestígio, essa é uma forma de seduzir o cliente e levá-lo ao consumo do produto. Segundo Kotler (1998), os consumidores valorizam os produtos de maior qualidade, desempenho ou características inovadoras. As empresas focam toda sua energia para criar produtos cada vez melhores, que se superem ao longo do tempo. O produto também faz referência, segundo Costa (2007) a sua qualidade, design, marca, embalagem, rótulo e serviços de apoio. Assim, a qualidade faz o diferencial do produto perante suas concorrentes, é ela que capacita o produto a cumprir suas funções, levando satisfação ao consumidor. A marca identifica e personaliza um produto, tornando-o diferente da concorrência. Ela é composta por nome e pela logomarca (imagem), quando a marca já é bastante conhecida somente com a logomarca é possível ser identificada pelo seu público, quando não, é preciso que venha acompanhado com o nome para que ela seja identificada. A embalagem era muito vista como o ambiente que armazenava o produto. Com as revoluções do marketing moderno, as embalagens começaram a ter uma função muito maior: a de atrair clientes. É ela composta por layout, cor, forma, tamanho, qualidade de impressão, informações sobre o produto. O rótulo é a parte visual que está diretamente ou não impressa na embalagem. O rótulo contém informações sobre o produto e sua composição. Ele traz a marca e logomarca de uma maneira atrativa, com cores e textos. Ele é um importante componente no momento de promover o produto. 17 Os serviços de apoio são utilizados para a fidelização do cliente, agindo no pós venda, essa ferramenta se torna um diferencial e consegue ganhar uma grande fatia de mercado, se destacando da concorrência. Os serviços de apoio aumentam os pontos de venda e intensificam o atendimento ao público. Assim, o produto pode ser considerado como um dos principais elementos influenciadores do processo de compra por parte do consumidor final. 2.2.2 Preço De acordo com Pinho (2001), o preço é o valor que se cobra por determinado produto. Pode ser alto, médio, baixo. Também inclui suas formas de pagamento, descontos, vendas a prazos e financiamentos. O preço vira um valor agregado e cria um desejo pela mercadoria gerado pelos veículos de comunicação, afirmou Silva (2007). Quando um produto tem um valor aquém do esperado ele se torna desvalorizado pelo consumidor, pois é o preço que define a posição do produto no mercado. Os veículos de comunicação divulgam as campanhas realizadas para preparar o cliente para o valor do produto, elas são estudadas, pensadas e realizadas para mostrar a superioridade do produto que inclui fatores como a marca, o local onde o produto pode ser encontrado e também a tradição e respaldo dos fabricantes do mesmo. Segundo Las Casas (2006), o preço é um dos aspectos mais importantes, pois quando um produto tem um preço muito baixo pode ser dado como ruim e é inclusive desprezado pelo mercado. Um bom produto contendo um preço adequado precisa de algo a mais, ele precisa de uma boa distribuição. Dessa forma, o preço vira um importante fator a ser analisado no momento da compra, ele é o valor cobrado por determinado produto/serviço e também inclui as formas como o consumidor vai pagar. O custo é baseado em cima de uma serie de fatores e não apenas dos gastos, é incluído o valor agregado e os benefícios oferecidos por aquele produto. 2.2.3 Praça De acordo com Pinho (2001), a praça é relacionada ao meio de distribuição do produto, seus intermediários, sua forma de armazenamento até chegar ao consumidor e seus pontos de venda. 18 Muito mais que distribuição, a praça define como o produto será vendido, se por meio de venda direta ou intermediários, se somente por funcionários da empresa ou por profissionais que não tem vínculo com a mesma (autônomos). A praça é a maneira como o produto chegará com eficiência até o consumidor final, ela se preocupa desde o seu armazenamento e maneira de organizar o estoque e sua reposição até o momento do cliente adquiri-lo no ponto de venda. Segundo Costa (2007), planejar a sua distribuição é um dos processos mais importantes do mix de marketing, e é necessário tomar algumas medidas importantes que afetem as decisões mercadológicas. É importante ter uma visão mercadológica para a distribuição do produto, decidir qual é a melhor maneira de levar o produto/serviço ao consumidor final. Las Casas (2006) complementa que é importante pensar como o produto será levado para o seu consumidor. Algumas empresas levam diretamente o produto aos seus clientes, outras já utilizam intermediárias. Kotler (2007) descreve que a logística de marketing é muito mais que simples caminhões e depósitos usados para armazenar e entregar produtos, a logística é o meio mais fácil e rápido do produto chegar até o cliente, complementa afirmando que a logística é conhecida também por distribuição física e envolve todo o percurso do fluxo de produtos finais e materiais. Resumindo a logística leva o produto certo até o cliente certo, no lugar certo, na hora certa. Assim, a praça é um processo que engloba vários intermediários, envolvendo as formas de locomoção, armazenamento, ponto de venda com o intuito entregar com qualidade o produto do fornecedor até o consumidor. 2.2.4 Promoção A promoção é uma forma de divulgar o produto e foi o principal meio encontrado para informar os consumidores sobre a marca e suas demais características como, por exemplo, onde adquirir o produto, quais são as suas vantagens e para que ele serve. Segundo Las Casas (2006) caso não houvesse a opção promoção (comunicação) no composto de marketing as vendas tenderiam a ser vagarosas, o meio de divulgação seria por intermédio da venda pessoal, ou via indicação dos consumidores satisfeitos a parentes e amigos. 19 Segundo Silva (2007), a promoção é o conjunto de ferramentas que informam ao consumidor as qualidades do produto/serviço, bem como sua utilidade, suas competências técnicas, as formas de uso e condições de comercialização. O autor também afirma que a propaganda encanta o consumidor com um discurso de sedução e não mais com as funções do produto simplesmente. A promoção visa dar notoriedade ao produto, despertando no consumidor o desejo de adquirir determinado bem e também de criar uma melhor percepção sobre o produto e a marca. 2.3 MIX DE COMUNICAÇÃO O mix de comunicação é o somatório de elementos que uma empresa utiliza para erigir um relacionamento duradouro, eficaz e consistente com seu cliente, através da divulgação dos seus produtos/serviços. Segundo Kotler (2007), o mix de comunicação consiste na junção de cinco ferramentas importantes para realizar um relacionamento eficiente com seu cliente, são eles: Venda pessoal, Marketing Direto, Propaganda, Promoção de vendas e Relações Públicas, cada uma dessas ferramentas faz seu trabalho de maneira direcionada e juntas conseguem obter um maior impacto nas comunicações. 2.3.1 Venda pessoal A venda pessoal é uma estratégia de importância ímpar no mix de marketing, é o que podemos denominar de corrente de ligação entre o vendedor e o cliente, é através desta que o vendedor consegue apreender todas as informações necessárias acerca do cliente, como este julga o produto, se é realmente aquele design que o consumidor almeja, se a marca está atendendo às suas expectativas. O relacionamento deve ser construído no desenrolar da venda pessoal, além disso, o vendedor deve estabelecer uma parceria de confiança com o consumidor, pois aquele representa a empresa e a criação do vínculo irá redundar na associação do produto à marca. A venda pessoal possui prós e contras, assim, conforme exposto por Ogden e Crescitelli (2007), a vantagem corresponde ao feedback (elemento presente no processo de comunicação que traz a resposta do cliente à uma ação 20 anteriormente iniciada) imediato no momento da compra, o vendedor pode se certificar acerca da reação do consumidor diante de determinado produto e a desvantagem seria o alto custo individual, visto que a propaganda atinge vários consumidores ao mesmo tempo e a venda pessoal aborda poucos e em alguns casos somente um. Conforme exposto por Pinho (2001) o vendedor tem a função precípua de informar ao consumidor acerca das finalidades do produto, e auxiliá-lo na seleção daquilo que atenda melhor aos seus desejos, necessidades e se adeque à sua capacidade de pagamento. Apesar de Kotler (2007), Ogden e Crescitelli (2007) e Pinho (2007) considerarem a venda pessoal um dos itens do processo de comunicação que desenvolve a atividade de vendas, Costa (2007) em sentido contrário, afirma que a venda pessoal não é considerada uma estratégia de comunicação, mesmo que esta esteja diretamente conectada com a comunicação da empresa e deva ser eficiente na criação de preferências e no estimulo à aceitação do produto. O processo de venda pessoal é contido por várias etapas, essas devem ser dominadas pelo vendedor com a intenção de conseguir novos clientes e atingir os pedidos deles, afirmou Kotler (2007). Segundo Kotler (2007), o processo da venda pessoal inclui 7 etapas que quando cumpridas de forma correta, tornam a venda ao consumidor final mais eficiente. Assim, o Quadro 3 mostra essas etapas: Quadro 3 – As etapas do processo de venda pessoal As etapas do processo de venda pessoal Prospecção e A prospecção é a primeira etapa do processo, é nela que o vendedor vai coletar Qualificação vários clientes potenciais, porém ele não conseguirá atingir a venda com todos os clientes abordados. A qualificação vai separar os clientes potenciais com capacidade financeira, volume de negócios, necessidades especiais, localização e possibilidade de crescimento. Pré-abordagem É o momento onde o vendedor vai sondar referências sobre o cliente e sua empresa, antes do primeiro contato. Através da coleta de informações o vendedor identificará qual a melhor abordagem á ser realizada. Abordagem Nessa fase o vendedor já deve iniciar um bom relacionamento com o cliente, mostrando sempre boa aparência e usando palavras positivas que envolvam o cliente e atraiam e sua atenção e curiosidade pelo produto oferecido, observando e escutando o cliente e obtendo informações sobre as suas necessidades. Apresentação e Durante essa etapa o vendedor apresenta e demonstra ao cliente o produto e demonstração suas qualidades, identificando como ele pode suprir suas necessidades solucionando seus problemas. Ele precisa ouvir o cliente, entender seu problema e indicar o produto certo que atenda suas expectativas. 21 Continua... As etapas do processo de venda pessoal Discussão de As objeções do cliente sempre aparecem no momento da conclusão de uma objeções proposta de compra ou até mesmo durante a apresentação do produto, e é papel do vendedor transformá-las em oportunidades e motivos para adquirir o produto. Fechamento Depois de responder a todas as objeções e passar pelas fases anteriores com êxito, o vendedor inicia a fase de fechamento onde deve observar os sinais dados pelo cliente como perguntas sobre formas de pagamento e preços, o vendedor ainda pode acelerar o processo de fechamento oferecendo descontos, quantidade extra grátis e melhores condições de pagamento. Acompanhame A última etapa do processo que garante a satisfação do cliente. O vendedor deve nto se certificar que todos os detalhes da compra foram realizados com sucesso e realizar uma visita para acompanhar o recebimento do produto e verificar se existe algum questionamento sobre ele para que seja resolvido. O cliente não pode ter nenhuma preocupação como o da compra. Fonte: Adaptado de Kotler (2007). Dessa forma, nota-se que todas as etapas no processo de compra são de fundamental importância para que a venda do produto seja efetivada. Esse processo começa desde o primeiro contato do vendedor com o cliente e vai evoluindo na medida em que os produtos/serviços da empresa são apresentados de forma correta e alinhados com as características do consumidor, para que as objeções sejam conciliadas e que a venda ocorra de forma a gerar satisfação para o consumidor. Também deve-se ter foco no acompanhamento do cliente, para que seja possível manter relacionamentos duradouros entre ambas as partes. 2.3.2 Marketing direto O marketing direto é o meio de aproximação do cliente com o produto, sem que haja necessidade do deslocamento ao ponto de venda. É o meio de relacionamento da empresa com seu público alvo, visando a fidelização dos clientes e a construção de parcerias firmes e duradouras. Há disponibilização de inúmeras formas de utilização do marketing direto, Ogden e Crescitelli (2007) descrevem esses canais de comunicação do marketing direto como: mala-direta, meios eletrônicos, mídia impressa, telemarketing ativo, meios diversos e marketing de banco de dados (database marketing). Assim, o Quadro 4 explana os canais de distribuição de marketing direto: 22 Quadro 4 – Canais de distribuição de comunicação de marketing direto Canais de distribuição de comunicação de marketing direto Mala direta Catálogos, folhetos de produtos, magalogs (revistas-catalógo) e pacotes de amostras múltiplas. Meios eletrônicos TV, rádio e internet. Mídia impressa Jornais, revistas e panfletos. Telemarketing ativo Telefone, email, fax e tele-mensagens. Meios diversos Livretos de jogos, encartes de fatura (as propagandas são impressas no cartão de fatura de pagamento ou nas folhas de jogos) e pacotes cooperativos de cartões (o produto pode ser comprado e seu pagamento efetuado junto da fatura do cartão de crédito). Marketing de banco de Programas de softwares desenvolvidos para armazenar informações dados (Database sobre clientes, atuais e potenciais, convergindo na criação de um banco Marketing) de dados. Fonte: Adaptado de Ogden e Crescitelli (2007). Assim, as ferramentas que o marketing direto utiliza para se comunicar com seu público promovem ações mais específicas e personalizadas, na medida em que os veículos utilizados para promover essa comunicação são meios diretos, como é o caso da mala direta, telefone, carta, revistas e etc., além dos programas de software que permitem um maior detalhamento do perfil do consumidor. É importante analisar detalhadamente os custos e a data de veiculação, e o que se objetiva alcançar com o marketing direto. Em consonância com o exposto, Ogden e Crescitelli (2007) afirmam que deve ser apontado justificativas para todas as decisões tomadas. Também faz-se necessário associar os custos com o plano de marketing direto e com os orçamentos dos custos e resultados. Os objetivos do marketing direto, conforme Ogden e Crescitelli (2007), estão relacionados com a retenção de clientes atuais, indução a experimentação do produto, a troca de marca, o aumento dos volumes de vendas ou de uso e vendas por meio de respostas diretas. A retenção de clientes atuais explana que reter um cliente atual é mais fácil e tem menor custo do que angariar um novo. Fornecem programas que ajudam a manter um relacionamento com os clientes que são conhecidos como programas de continuidade. A indução à experimentação do produto é realizada por intermédio do banco de dados, o anunciante seleciona clientes em potencial que possam ter a necessidade de consumo do produto. Feito isso o fornecedor enviará amostras grátis ou cartões de desconto. 23 A troca de marca ocorrerá quando o profissional de marketing direto tiver acesso à lista de clientes da marca concorrente e utiliza a mala direta para o convencimento desse público que seus produtos são mais eficientes. Uma amostra pode ser inclusa para a comprovação da eficiência do produto. O aumento dos volumes de vendas ou de uso são programas desenvolvidos para aumentar o volume de vendas do produto. Pode ser desenvolvida uma promoção que quanto maior o volume de compras mais pontos o consumidor terá para alcançar um bônus ou prêmio. Esse programa beneficia tanto o cliente quanto a empresa, pois aumenta o volume de vendas gerando mais lucros. 2.3.3 Propaganda A propaganda é utilizada para influenciar na decisão dos consumidores no momento da compra, por meio da mensagem, imagem ou elementos utilizados para atrair a atenção do receptor (cliente) do conteúdo da propaganda. A propaganda deve ser desenvolvida de acordo com o objetivo desejado pela empresa ou marca. Ogden e Crescitelli (2007) afirmam que a abordagem da campanha deve ser caracterizada com o perfil da empresa e do segmento. Normalmente cada segmento tem um tipo de abordagem já predominada. Segundo Costa (2007), a propaganda permite que um produto seja rapidamente conhecido e aceito, por meio da comunicação paga por empresas e marcas, para divulgar toda a sua linha. Ela tem a função preponderante de criar uma imagem favorável, da empresa, influenciando no momento da compra através da lembrança da marca. Quando o impacto de uma campanha é grande, redunda numa reação quase imediata do consumidor a adquirir o bem ou serviço propagado. Esta reação é mais comum em promoção de vendas. A propaganda engloba a comunicação realizada para persuadir clientes e fazer com que os mesmos adquiram aquele produto. Esta é a associação mental provocada no consumidor, gerando a lembrança, é o estabelecimento de atributos à marca. Existem várias modos de fixação da marca na memória do consumidor. Pinho (2001) confirma que a propaganda influencia o comportamento das pessoas através da criação, mudança ou reforço de imagens e atitudes mentais. Os elementos principais do desenvolvimento da estratégia de propaganda de acordo com Kotler (2007) são a criação de mensagens e seleção da mídia. A 24 criação de mensagens deve ser bem elaborada e planejada, pois é através dela que o cliente obtém informações sobre a empresa e o produto, os anúncios devem ter uma boa comunicação e chamar bastante a atenção do público. Devem conter um apelo a compra ou a divulgação e fortalecimento da marca A seleção da mídia da propaganda é realizada em cinco etapas as decisões de alcance (o número total de pessoas diferentes que são impactadas com a mensagem), frequência (a repetição da mensagem para as mesmas pessoas) e impacto (a intensidade de como a mensagem foi absorvida) a escolha entre os principais tipos de mídia, a seleção dos veículos de mídia específicos e a decisão do timing (tempo) da mídia. Os veículos de comunicação são o meio utilizado para levar a mensagem publicitária do produto até os consumidores. Existem veículos com uma audiência e um alcance enormes que são as emissoras de televisão, o rádio e algumas revistas e jornais, também os voltados para uma única pessoa como a mala direta. O veículo de comunicação deve ser escolhido de acordo com o objetivo buscado através da campanha e seu público-alvo. Os representantes trabalham para vários veículos de comunicação, eles não prestam serviços de exclusividade, podendo fazer atendimento de diversos clientes com diferentes veículos, de acordo com Sampaio (2003). 2.3.3.1 O meio de comunicação rádio Sendo conhecido como um dos meios de maior alcance, o rádio é um veículo que proporciona aos seus ouvintes o despertar da imaginação, através dos sons transmitidos é possível viajar para muito longe em segundos. Ortriwano (1985) afirma que o rádio é um veículo de massa mais popular e de maior alcance público, levando informação para todas as populações que não tem acesso a outros meios. Além de ser um dos primeiros veículos de comunicação no Brasil, o rádio é composto por uma serie de vantagens, segundo Mcleish (2001), o rádio é barato e fala para milhões, forma imagens, é veloz e tem natureza efêmera. Diferente da TV, dos outdoors e dos jornais o meio rádio não se utiliza de imagens mais sim de sons que juntos conseguem formar todo um cenário na mente do ouvinte, através do fundo musical, do tom voz do radialista e dos sons identificados é possível ir mais longe, e não existem limitações. 25 Mcleish (2001) traz o rádio como o meio cego, mais que estimula a imaginação do ouvinte, as imagens não são limitadas, porém o radialista deve escolher as palavras e criar os textos tornando o assunto inteligível e a ocasião memorável. O rádio além do levar notícia, informação e entretenimento para seus ouvintes, através da sua mobilidade é possível ouvir em qualquer lugar, não se limita. E por tantos motivos é conhecido como um dos veículos mais utilizados em campanhas. 2.3.3.1.1 As vantagens do meio de comunicação rádio O rádio também é caracterizado como um dos meios de comunicação em massa. A dispersão da informação, ou radiofusão, produzida por essa mídia é potencialmente muito grande, possui alto alcance e baixo custo. Apesar do surgimento de outros canais de comunicação com a internet, o rádio ainda apresenta uma boa relação custo benefício quando comparado a outros veículos e mídias, de acordo com Ortriwano (1985). Além de atingir várias pessoas por um custo baixo sua manutenção também é barata, seus spots (comercial) podem ser feitos por um custo mínimo ou zero, pois não precisa de cenário, apensa do locutor para gravação do mesmo. De acordo com Mcleish (2001), o rádio é um meio de comunicação bastante flexível e sua maior qualidade é a rapidez que as notícias são anunciadas, em poucos instantes, praticamente “ao vivo”. Ele é responsável por acelerar as informações e trazer em tempo real imagens e sons transmitidos no mundo todo, tanto eventos e acontecimentos imediatos. A velocidade é um importante elemento encontrado no veículo rádio, pode ser visto na rapidez das notícias e até mesmo para conhecimento de informações importantes, a notícia não precisa ser editada e sim apenas falada ao microfone. 2.3.3.1.2 O rádio e sua natureza efêmera Mcleish (2001) relata que a comunicação no rádio é instantânea, se o ouvinte não estiver atento no momento da veiculação da propaganda não receberá a mensagem, nesse sentido, Ortriwano (1985) corrobora com Mcleish (2001) acrescentando que a mensagem deverá ser clara, fácil e inteligível, com o intuito de permitir que seja compreendida pelo receptor tão logo seja ouvida. 26 O rádio é momentâneo, uma vez perdida a mensagem não pode ser voltada atrás, ela deve ser rápida, direta e atrativa para chamar a atenção do ouvinte. Assim, nota-se a importância desse veículo no processo de comunicação como uma ferramenta de rápida absolvição, uma vez recebida a mensagem o conteúdo fica gravado na memória do ouvinte, os jingles (comerciais cantados) são fundamentais no sentido de reconhecimento de marca, pois a música fica gravada com mais facilidade. Para a mensagem ser aproveitada, o ouvinte deve estar atento e captar o conteúdo, gerando um aproveitamento total do comercial. 2.3.4 Promoção de vendas A promoção de vendas surgiu para acelerar o processo de compra e venda, é através dela que as grandes marcas induzem o cliente a adquirir um produto, Pinho (2001) afirma que a promoção de vendas é vista como um meio emergente que induz o consumidor a compra e que ela evoluiu se tornando uma ferramenta abrangente e eficiente. A promoção de vendas tem o intuito de aumentar as vendas em um curto espaço de tempo, porém se essas promoções forem planejadas adequadamente podem ter um grande impacto no consumidor e gerar uma venda a longo prazo. É com a ajuda da comunicação que são divulgadas as promoções de venda gerando um ganho ainda maior e mais rápido nessa ação. De acordo com Costa (2007), a promoção de vendas é uma ação realizada para estimular as compras, utilizando benefícios adicionais como: brindes, sorteios, concursos, vale-brinde (achou, ganhou), leve 3 pague 2, embalagens reaproveitáveis e cupons de desconto. Essa é uma estratégia que gera um efeito rápido e seu período é curto, ela utiliza as propagandas e publicidades para alcançar um maior resultado de vendas e um volume de público maior. Kotler (2007) acrescenta outras ferramentas como amostras, cupons, reembolso em dinheiro, pacotes promocionais, brindes, brindes acoplados à propaganda, recompensa pela fidelidade, exposição e demonstração no ponto-de-venda, concursos, sorteios e jogos. Segundo Kotler (2007), as promoções voltadas para o consumidor final têm o objetivo de aumentar as vendas em um curto prazo e melhorar o relacionamento com o cliente. As promoções dirigidas para o canal de distribuição incentivam os varejistas e atacadistas a vender novos produtos e aumentar o 27 estoque. As promoções de vendas voltadas para as empresas/intermediários são realizadas para motivar a equipe de vendas, estimular as compras e recompensar clientes. São organizadas convenções e feiras comerciais para divulgação do produto, Ogden e Crescitelli (2007) complementam afirmando que as promoções de venda para bens de consumo são bem sucedidas durante o ciclo de vida do produto e as promoções de venda para os intermediários visa conseguir mais profissionais no canal de distribuição e aumentar o volume de participação dos já existentes, fazendo com que eles tenham uma atenção especial ao fornecer um serviço. Assim, a promoção de vendas tem a missão de informar ao público-alvo a existência do produto e através das suas vantagens e qualidades, gerar o interesse pela compra. 2.3.5 Relações públicas As relações públicas tem a função de manter uma boa imagem entre uma organização e seu público buscando sempre passar credibilidade e confiança. O público geral é composto por clientes, fornecedores, intermediários, funcionários e imprensa. A função principal desses profissionais se refere a manter ou resgatar uma boa imagem da empresa, com atribuições muito além da mera venda do produto, cuidando da imagem da empresa como um todo, como afirma Ogden e Crescitelli (2007). Esse profissional cuida de tudo que possa influenciar na imagem da empresa, tanto positivamente como negativamente, segundo Kotler (2007) atuam na promoção de produtos, pessoas, lugares, ideias, atividades, organizações e até nações. Sua atribuição maior é desenvolver uma imagem favorável da marca da empresa e utiliza a publicidade como uma ferramenta para a promoção da empresa. Outra função é a reversão das más informações divulgadas sobre a empresa, por meio de boatos, histórias e outros fatos desfavoráveis. Além destes objetivos citados, o profissional será o responsável por desenvolver a construção da marca e também por consolidar seus produtos no mercado, Pinho (2001) acrescenta ainda que as relações públicas se torna mais forte quando reconhece a importância de construir e reforçar relacionamentos com o seu consumidor, destacando o conhecimento da marca e sua lealdade, identificando e diferenciando o seu produto dos demais. 28 Existem várias ferramentas utilizadas nas relações públicas, Kotler (2007) afirma que as mais importantes são: a notícia, as palestras, os eventos especiais, materiais impressos, materiais audiovisuais, materiais de identidade coorporativa e por fim o marketing itinerante. O profissional de relações públicas procura notícias positivas e favoráveis sobre a empresa ou o produto, às vezes, criam essas notícias e outras realizam eventos para que essas notícias passem a existir. As palestras, também, dão visibilidade a empresa, os executivos as promovem a fim de provocar o interesse da mídia, também realizam encontros de venda que podem promover ou prejudicar o nome da empresa. Existem os eventos especiais que levam informação e lazer ao público por meio de coletivas de imprensa, reportagens, grandes inaugurações e espetáculos pirotécnicos até shows de laser, anúncios em dirigíveis, apresentações multimídia e grandes espetáculos repletos de astros e estrelas ou programas educacionais. Os materiais impressos contêm informações sobre a empresa e seus produtos. São eles relatórios anuais, catálogos, artigos e boletins informativos e revistas da empresa. Os materiais audiovisuais são utilizados como ferramenta de comunicação, são os filmes, DVDs, animações e vídeos on-line. Os materiais de identidade coorporativa são utilizados para o reconhecimento imediato de uma identidade coorporativa, são os logotipos, papéis padronizados, catálogos, placas, formulários, cartões de visita, edifícios, uniformes, carros e caminhões e devem ser marcantes e atraentes. O marketing itinerante surge para gerar um relacionamento direto com os clientes, de forma específica, um a um. Ele leva o produto até o cliente, através de exposições e demonstrações. Assim, o profissional de relações públicas deve manter a boa imagem da empresa diante da impressa e dos consumidores, sempre mostrando sua presteza e credibilidade. 2.4 AS DIFERENTES ERAS DO MARKETING Os conceitos de marketing foram evoluindo com o desenvolvimento da sociedade, passando de ter foco apenas no produto, como era na época da revolução industrial e se moldando as demandas e transformações do mercado atual. 29 De acordo com Pinho (2001), no século XVIII, com a revolução industrial a preocupação dos fabricantes era a matéria-prima, mão de obra e o capital para produzir seus produtos. Com o baixo rendimento de poder aquisitivo das populações, os produtos eram padronizados e com qualidade razoável, não existiam inovações no mercado. Os produtores não se preocupavam em satisfazer seus clientes, a opção de escolha era pequena, não existia competição, nem busca por fidelização. Já em 1930, a produção aumentou, os concorrentes começaram a aparecer e os fabricantes de produtos tiveram que utilizar técnicas de vendas e promoção de vendas. Em 1950, o conceito de marketing começa a se definir, a satisfação e fidelização do cliente passa a ser estudada pelas empresas. Assim, pode-se considerar segundo Las Casas (2006), a evolução dos conceitos de marketing em três fases: A era da produção, era de vendas e era do marketing. Kotler (2007) relata sobre duas outras fases no processo de evolução do mercado, sendo caracterizada pelo marketing de relacionamento e a do marketing societal. Com o passar dos anos e a evolução do marketing as empresas foram observando que o cliente vinha passando por uma mudança mercadológica e que continuar utilizando o marketing de maneira restrita não traria benefícios diferenciados. O cliente precisava ser ouvido, ser sentido e entendido, ele precisava de algo que o encantasse e que fosse a resolução para os seus problemas, ele buscava soluções e esperava esse retorno das empresas. Por fim, Kotler (2010) atualiza essa evolução enfocando o Marketing 3.0. O consumidor agora é visto com mente, coração e espírito. O marketing 3.0 visa os valores e através deles consegue descobrir o que agrada o seu cliente. É o marketing da emoção e lida com o sentimento do consumidor. 2.4.1 Era da produção Na era da produção o Marketing não era utilizado, os produtores não tinham a preocupação de conquistar seus clientes, pois a demanda era maior que a oferta. O que dominava era o capital dos empresários para a comercialização dos produtos, segundo Las Casas (2006). Kotler (2010) define essa era como o marketing 1.0. O marketing 1.0 surgiu na revolução industrial, o cliente não estava em evidência, não existiam 30 forças de fidelização e satisfação, os comerciantes queriam apenas vender seus produtos, queriam verba para comercializar cada vez mais e com um preço mais barato para atrair clientes, os produtos não tinham variedades. Segundo Kotler (2010), durante a era industrial os produtos eram relativamente básicos e servidos ao mercado de massa. Os produtores tinham o objetivo de padronizar os produtos e reduzir ao máximo o custo de produção. Madruga (2011) complementa afirmando que com a revolução industrial os produtos deixaram de ser feitos a mão e passaram a ser industrializados. A demanda era grande e o foco dos negócios era o produto. As empresas fabricavam os produtos e serviços para si, sem se preocupar com o consumidor. Eles visavam meios de diminuir o custo da produção do estoque para fabricar mais produtos. Nesse primeiro momento, a relação entre valores e marketing simplesmente não existia. 2.4.2 Era de vendas (1930) Na década de 1930, o foco no produto muda para o foco a venda. A propaganda e a publicidade começam a ser utilizadas com o intuito de vender os produtos com maior rapidez. Porém a fidelização de clientes não era utilizada, as empresas não se importavam em perdê-los, elas atraiam novos clientes para compensar os perdidos, relata Madruga (2011). De acordo com Las Casas (2006), foi nessa época que a oferta começou a ficar maior que a demanda, os produtos começaram a ser guardados em estoques. Algumas empresas começaram a utilizar técnicas de vendas bem agressivas, o foco foi totalmente mudado e voltado para as vendas. Dessa maneira, a Era das vendas surgiu com o intuito de intensificar as vendas que tinham caído e comercializar mais produtos não permitindo que esses ficassem estocados. 2.4.3 Era do marketing (1950) Segundo Las Casas (2006), nessa era o consumidor tornou-se um “rei”, os empresários começaram a vender produtos de acordo com os desejos e 31 necessidades dos clientes, passando a manter relacionamentos de longo prazo. O cliente assumiu o domínio do mercado, conseguindo melhores resultados. Conforme afirma Madruga (2011), a visão na era do marketing passa a focar nas expectativas e necessidades dos clientes. Devido o aumento da concorrência as empresas tiveram que montar uma estratégia de marketing para conquistar os clientes, visto que estes pagam por um produto e o querem melhor, caso não o consigam podem mudar, livremente, de fornecedor. Kotler (2010), seguindo a mesma linha de raciocínio, caracteriza esse momento como a era do marketing 2.0, onde os clientes começaram a ter acesso a informações sobre o mercado e analisavam com facilidade a concorrência e os produtos semelhantes. A situação dos clientes passa por uma mudança positiva, as empresas estudam seus desejos e necessidades, o cliente é tratado e visto como “rei”. 2.4.4 Marketing societal O marketing societal tem o objetivo de atender os desejos e necessidades do seu consumidor, garantindo o seu bem-estar e segurança ao adquirir o produto/serviço. Segundo Kotler (1998), as empresas estão trabalhando para satisfazer seus clientes e realizar seus interesses pessoais. O marketing societal tem o cuidado para evitar que os desejos dos consumidores entrem em conflito com o bem-estar da sociedade. As empresas aproveitam seus interesses públicos comercializando produtos e serviços “verdes” (produtos sustentáveis, que não agridem a saúde e o bem estar da população), relata Kotler (1998, 2010) complementa afirmando que as empresas utilizam o marketing societal para se promoverem diante dos seus clientes, fortalecendo a imagem corporativa, minimizando o efeito de publicidade negativa, lançando um novo produto ou marca, ampliando sua margem de consumidores e gerando mais vendas. Esse tipo de venda faz com que os consumidores sintam-se mais seguros em adquirir um produto de qualidade que não fará mal a sua saúde. Assim, o marketing societal tem como finalidade preservar o bem estar do consumidor e da sociedade, oferecendo necessidades satisfeitas e ao mesmo tempo saudáveis. 32 2.4.5 O marketing de relacionamento Nos dias atuais o mercado vem passando por muitas mudanças, os clientes se tornam cada vez mais exigentes e sabem sua importância no mercado, não aceitam erros ou imperfeições, querem produtos/serviços de tal maneira como sonham e desejam. O marketing de relacionamento se tornou uma ferramenta de suma importância na vida das empresas, é através dele que a relação se torna mais confiante, duradoura e consistente. De acordo com Kotler e Armstrong (2004), além das empresas adquirirem estratégias para atrair cada vez mais clientes novos também estabelece com eles relacionamentos lucrativos e duradouros. O marketing de relacionamento se torna eficaz quando os produtos/serviços são ofertados ao público-alvo, é importante fazer uma análise para identificar os clientes em potencial. Segundo Kotler e Armstrong (2004, p. 479), “[...] o marketing de relacionamento é orientado para o longo prazo.” As empresas competitivas de hoje não querem somente conquistar consumidores, querem ser suas „donas‟ pelo resto da vida. Adotando esse posicionamento as empresas ampliam suas carteiras de clientes e obtém uma fatia maior do mercado. Além de encantar o seu público-alvo, as empresas se certificam que a satisfação gerada com o consumo será tamanha, de modo que evite o consumo de produtos/serviços de outra empresa. Segundo Swift (2001), visar clientes lucrativos é algo vantajoso. Com eficiência, é possível economizar recursos humanos e financeiros, também conquistar clientes certos e oferecer a eles os produtos e serviços certos. As ações de marketing de relacionamento devem ser utilizadas tanto para atrair novos clientes como para manter os clientes existentes, deve ser feita de modo que se estabeleça um vínculo direto com a empresa, os clientes desejam essa parceria e a empresa necessita dessa fidelidade. Segundo Gummesson (2010), a clássica dupla de marketing é formada pelo relacionamento entre o fornecedor (aquele que vende) e o cliente (aquele que compra), gerando um relacionamento de duas partes. Essa troca é um dos principais objetivos do relacionamento de marketing. 33 O Quadro 5 relaciona algumas definições sobre o marketing de relacionamento: Quadro 5 – Definições de marketing de relacionamento Autor Cobra (1992) Definição Define-se com o objetivo de criar, conquistar e manter clientes. Pensando em ganhar e reter sua preferência e seus negócios, estabelece relacionamentos satisfatórios de longo prazo com clientes, distribuidores e fornecedores. Afinal, são eles as peças fundamentais que devem ser atingidas com o marketing de relacionamento. Kotler e Armstrong (2004) Estabelece relacionamentos de longo prazo com clientes, distribuidores e fornecedores. Além disso, constroem vínculos fortes através de bons serviços, produtos de alta qualidade e preços satisfatórios. Gummesson (2010) O marketing de relacionamento é contido por duas partes em contato (fornecedor e cliente), juntas formam uma interação das redes de relacionamentos. Fonte: Adaptado de Cobra (1992), Kotler e Armstrong (2004) e Gummesson (2010). As explanações dos autores no Quadro 5 demonstram que Cobra (1992), Kotler e Armstrong (2004) e Gummesson (2010) concondam que o marketing de relacionamento é uma importante ferramenta para criar proximidade com seus clientes, distribuidores, fornecedores e todos os tipos de canais que impactarem no faturamento da empresa para conquistar e manter clientes e que o relacionamento deve ser duradouro e eficaz, para todas as partes envolvidas. 2.4.6 O marketing 3.0, uma evolução do conceito de marketing de relacionamento No marketing 3.0 as empresas tratam os clientes de uma maneira diferenciada, segundo Kotler (2010), os profissionais de marketing tratam os clientes como ser humano com coração, mente e espírito. As empresas se diferenciam por seus valores e afetam diretamente a vida dos consumidores por meio de necessidades de justiça social, econômica e ambiental. Depois de tantas transformações o marketing 3.0 vem consolidando valores, gerando um respeito de valor, confiança e responsabilidade social com seus clientes e com o meio ambiente em geral. Os consumidores não são vistos apenas como compradores e sim como ser humano, com sentimentos e desejos. 34 2.5 AS FERRAMENTAS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO As ferramentas do marketing de relacionamento são necessárias para gerar a fidelização dos clientes e criar um vínculo consistente e duradouro com o cliente. Através delas é possível identificar os desejos e necessidades dos clientes, manter um contato a longo prazo e realizar uma parceria de sucesso para todas as partes envolvidas. Cobra (2009) afirma que o atendimento a reclamação é uma ferramenta de marketing de relacionamento, tanto Swith (2001), como Gummesson (2010) mostram o CRM como ferramenta de grande importância, já Ogden e Crescitelli (2007) complementam que existe também as ferramentas de campanhas de incentivo e programas de treinamentos. 2.5.1 Atendimento a reclamação As empresas devem utilizar essa ferramenta como maneira de obter informações sobre Gummesson (2010), a satisfação/insatisfação uma reclamação bem dos seus resolvida clientes. tende a Segundo criar um relacionamento sólido entre a empresa e o cliente, até mesmo melhorando o já existente. Algumas empresas não dão credibilidade à ferramenta, mesmo assim, por obrigação ao direito do consumidor se disponibilizam a resolver os problemas advindos da relação de consumo. A empresa deve obter essa reclamação da forma mais discreta possível, evitando o surgimento de falácias. É no momento da obtenção que deve-se observar as oportunidades mais viáveis e céleres de solução do problema. O resultado final poderá a satisfação e conquista do cliente, através do bom atendimento, ou, em caso de maus serviços, a sua perda. É uma queixa constante dos clientes a falta ou falha de serviço de reclamação por parte da empresa. O serviço ao cliente deve fazer um acompanhamento de todas as reclamações até a solução do problema. Nenhum questionamento ou indagação pode ficar sem resposta, a empresa precisa dar suporte ao seu cliente e assim conseguir criar uma imagem positiva com a resolução do problema, de acordo com Cobra (2009). 35 2.5.2 CRM Segundo Swith (2001), o CRM além de ser um processo interativo, ainda conta com transformações de informações sobre os clientes em relacionamentos consistentes, duradouros e positivos. Conseguir reter clientes é uma arma muito poderosa de marketing, e isso pode ser conseguido através da ferramenta de CRM – Customer Relationship Management, de acordo com Cobra (1992). As empresas devem decidir como usar o CRM, verificar se ele trará bons resultados, deve analisar ações futuras utilizando essa ferramenta e a partir daí colher o resultado que fará toda a diferença com seus clientes refletindo dentro da empresa. O CRM vem como meio de organizar o banco de dados da empresa. Com a ajuda dele é possível se relacionar com vários clientes e ter a maior quantidade possível de informações sobre os mesmos, pois essa ferramenta consegue tratar os dados dos clientes, acrescentando para as empresas os conhecimentos necessários para se ter um relacionamento eficaz com seu público-alvo. O relacionamento é preciso para captação de novos clientes e, principalmente para manter os clientes existentes e com a ajuda do CRM é possível chegar primeiro no cliente e conquistar seu espaço deixando seu produto/serviço em evidência. Diante disso, vale ressaltar um pensamento de Swift (2001, p.13): A definição mais útil está contida no próprio termo CRM: Gerência de relacionamento com clientes. A palavra importante é relacionamento. Ainda que a maioria das companhias afirme que mantém relacionamentos com seus clientes, tais conexões não existem de fato. Todo o contato que têm com os clientes é transacional – um pedido de compra é preenchido com um produto de serviço, a um preço acordado. São feitos contratos adicionais, prevendo-se consumo continuado do produto ou serviço ou compras adicionais. Os clientes já não querem somente adquirir um produto/serviço, eles desejam muito mais, eles querem um atendimento de qualidade, gostam de atenção e ficam “encantados” ao perceberem que a empresa sabe algumas informações sobre eles, como por exemplo, a data do aniversário, sua cor preferida, ou tipo de produto que mais agrade aquele cliente. 36 2.5.3 Campanhas de incentivo As campanhas de incentivo podem ser utilizadas para atrair tanto os consumidores finais como os intermediários, que são representados pelos funcionários, profissionais autônomos, varejistas, atacadistas e demais representantes da empresa. As campanhas voltadas para os intermediários focam o seu envolvimento através de premiações, brindes, benefícios para os profissionais que atingem suas metas, com o intuito de gerar motivação e reconhecimento, Ogden e Crescitelli (2007) complementam que as campanhas ou programas de incentivo são realizados para que os profissionais obtenham um desenvolvimento além do esperado, visto que eles têm a chance de ganhar algo em troca desse resultado. É importante utilizar essa ferramenta para conseguir um resultado maior, principalmente se o profissional comercializar mais de um produto. É através destas campanhas que a empresa consegue um resultado acima do esperado, os profissionais se empenham a vender mais e com isso ganhar benefícios oferecidos pela empresa e reconhecimento como bom vendedor. Existem ainda campanhas de incentivo para o consumidor final, estas são realizadas como incentivo oferecidos pelos fabricantes para estimular a venda de uma marca, produto ou serviço. As campanhas podem ser feitas através de concursos e sorteios, nesses casos somente um cliente será o ganhador por meio de melhor desempenho ou sorte. Existem também as promoções de desconto onde o consumidor recebe um vale desconto sobre o preço atual. Esse tipo de ferramenta gera um vício no cliente. 2.5.4 Programas de treinamentos De acordo com Odgen e Crescitelli (2007), os programas de treinamento são utilizados para deixar a equipe de vendas informada sobre a linha de produtos e fazer com que eles adquiram autoconfiança. Além dos treinamentos a empresa pode realizar reuniões de lançamento de produtos/serviços para divulgar as novidades. É importante que o profissional que vai vender o produto conheça e acredite no mesmo, pois se o vendedor não passa segurança e confiança no produto/serviço que ele está vendendo o cliente não vai ter o desejo de adquiri-lo. 37 Com esses treinamentos e reuniões os veículos podem ter um relacionamento mais eficaz com seus profissionais autônomos e fazer com que eles absorvam informações sobre o produto/serviço, levando para o mercado. O treinamento quando maximizado pode trazer ainda mais benefícios para os profissionais e gerar mais vendas, pode ser incluído nessas reuniões orientação profissional, estudo do comportamento do consumidor, técnicas de venda e informações gerais sobre o mercado a ser explorado e assim aumentar a assertividade na hora da comercialização. 2.6 SATISFAÇÃO E FIDELIZAÇÃO ATRAVÉS DO MARKETING DE RELACIONAMENTO Um cliente satisfeito é uma publicidade realizada, pois é através dessa satisfação que ele divulga de maneira positiva um produto, se tornando fiel a ele, da mesma maneira acontece com os profissionais autônomos ao se transformarem em parceiros de um veículo. De acordo com os benefícios adquiridos os públicos do produto ficarão satisfeitos e no caso dos profissionais autônomos, estimulam a indicação do veículo para clientes organizacionais e finais. A satisfação gera a confiança na empresa e o cliente passa a aceitar o valor de custo do produto/serviço, esse é um dos diversos benefícios que a empresa ganha quando há clientes muito satisfeitos. De acordo com Kotler (1998), a satisfação pode ser um sentimento prazeroso ou desapontador. Se o produto não atender as expectativas do cliente ele pode ficar desapontado e consequentemente o mesmo não vai adquirir o produto outras vezes, já quando a satisfação é prazerosa e o cliente está feliz com o produto, torna-se mais próximo da marca. Os clientes satisfeitos falam bem da empresa e também de seus produtos/serviços, se tornam fiéis por um período mais longo, porém um cliente satisfeito não é um cliente fiel por toda vida, segundo Kotler e Armstrong (2004). De acordo com Cobra (1992, p. 24), “a satisfação do cliente é construída por meio da qualidade e valor de um bem ou serviço.” Assim, as empresas que se disponibilizam a estudar sobre seu consumidor e investigar seus desejos e necessidades conseguem criar um produto/serviço de qualidade e com o valor agregado que o cliente espera. 38 O cliente precisa identificar valores e qualidades no produto, ele precisa se identificar com o produto, criar um vínculo para então gerar a satisfação pela marca e com o passar do tempo à fidelização. De acordo com a satisfação e fidelização do cliente vale ressaltar a definição de Kotler e Armstrong (2004, p. 478): [...] a satisfação do cliente continua sendo um importante componente da fidelidade do cliente – qualquer empresa verificará que é difícil conseguir a fidelidade do cliente sem antes atingir altos níveis de satisfação para ele. Entretanto, as empresas também devem examinar cuidadosamente a fidelidade do cliente entre si, que quase sempre é um indicador melhor das atitudes e do comportamento dele. Segundo Costa (2004), a fidelidade não é apenas o ato de comprar. A fidelidade é um estado da mente que faz o cliente adquirir um produto de uma mesma empresa, por conta de custo, parceria ou colaboração. No caso dos profissionais autônomos, essa fidelização pode gerar o ganho de muitos clientes, na medida em que o profissional cria um vínculo com aquele e estabelece parcerias a longo prazo, tornando-os fieis, inclusive agregando novos através da indicação direta, ampliando a sua carteira A fidelidade é obtida por intermédio de uma alta satisfação do cliente ao adquirir determinado produto, essa auxiliará na construção de um vínculo forte, resultando a longo prazo na fidelização. 2.7 O PAPEL DOS PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS Süssekind (2009) define profissionais autônomos como uma modalidade de trabalhadores que atuam no mercado por conta própria em favor de terceiros exercendo uma atividade profissional remunerada. Assim, sendo caracterizado com uma pessoa física e seu trabalho não sendo ligado caracteristicamente como relação de emprego, Theodoro Júnior (2003) concorda complementando e descrevendo características peculiares do profissional autônomo, que é uma espécie do gênero representante comercial, extraídos da lei n°4886/65, o primeiro elemento caracterizador é a autonomia, não é um empregado da empresa a que serve; o segundo é a habitualidade da prestação de serviços realizada pelo agente em prol do representado; o terceiro elemento é a profissionalização, visto que a representação comercial ganhou o status de atividade profissional regulamentada, 39 criando-se um Conselho Federal e Vários Conselhos Regionais, aos quais se confiou a fiscalização do exercício da profissão. O profissional autônomo é responsável por um dos setores de maior faturamento das emissoras de acordo com as emissoras de rádio FM 93 e 100, eles possuem uma carteira de clientes própria e sozinhos conseguem dar suporte e atendimento a cada um deles. Esses profissionais não tem vínculo nenhum com as emissoras, trabalham por conta própria e podem trabalhar para todas as emissoras ao mesmo tempo. Eles mesmos fazem sua rotina diária, sua agenda e seu salário, de acordo com seu faturamento. São também responsáveis por desenvolver campanhas para um mesmo cliente em várias emissoras diferentes. Não possui um chefe e sim um responsável para dar suporte as suas vendas e mantê-lo informado sobre os benefícios conquistados através do seu faturamento naquele veículo, mais conhecido como campanhas de incentivo e vale-brindes. Escolher ser um profissional autônomo possui muitas vantagens como a flexibilidade de horário, as visitas a clientes são realizadas com agendamento facilitando para o autônomo, ele também faz seu salário, pois quanto mais clientes conseguir maior será seu lucro, além das vantagens oferecidas pelos setores dentro do veículo como premiações para os melhores vendedores, vale-gasolina, entre outras. O profissional autônomo conta com desvantagens e dificuldades, ele não possui salário fixo o que gera instabilidade, não possui ajuda de custo como gasolina e vale refeição com exceção da ajuda de custo e ausência de carteira assinada. Com o avanço do mercado e as empresas surgindo e crescendo cada vez mais, os profissionais autônomos vem dominando o mercado e alcançando seu espaço, fazendo um trabalho, serio, competente e fidelizando clientes com serviços certos que trazem retorno. 40 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS Neste capítulo será abordada a conceituação do método de pesquisa bem como todas as etapas utilizadas para o desenvolvimento do presente trabalho acadêmico. 3.1 CONCEITOS DE MÉTODOS Segundo Lakatos (2003), método é o conjunto de atividades que permitem alcançar o objetivo e os conhecimentos verdadeiros e válidos da pesquisa, ele detecta e auxilia as tomadas de decisões do pesquisador, já Oliveira (2002) complementa afirmando que o método é a maneira utilizada para alcançar seu objetivo, desenvolver seus procedimentos e identificar determinado fim. Com sua flexibilidade a pesquisa exploratória em sua maioria é realizada através de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso, segundo Gil (2002). Já Oliveira (2002) afirma que essa pesquisa tem o poder de localizar pessoas informadas ou desinformadas sobre o objeto de estudo. Assim, a referida pesquisa, inicialmente contará com levantamentos de cunho bibliográfico buscando a obtenção de informações acerca dos conceitos de marketing, marketing de relacionamento e suas principais ferramentas. Para a escolha do tipo de pesquisa, utilizou-se a metodologia proposta por Mattar (2008) sobre a natureza da pesquisa, se qualitativa ou quantitativa. A pesquisa qualitativa não utiliza dados estatísticos para descoberta de informações sobre o objeto de estudo. Seu diferencial da pesquisa quantitativa é a forma como mede e numera suas categorias, a pesquisa quantitativa também é qualitativa, essa que envolve porcentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, a pesquisa quantitativa é responsável por quantificar os dados e informações sobre o tema pesquisado, conforme exposto por Oliveira (2002). O estudo de caso tem uma riqueza de detalhes e seu grau de conhecimento é aprofundado em poucos fatos ou somente um, através do objeto pesquisado é possível obter um grande conhecimento, relata Santos (2009). Gil (1991) complementa ainda uma série de vantagens advindas da utilização de estudo de caso. A primeira delas é o estímulo a novas descobertas, ou 41 seja, em virtude da flexibilidade do planejamento do estudo de caso, o pesquisador, ao longo de seu processo, mantém-se atento a novas descobertas. Uma vez que o objeto geral deste estudo, conforme já exposto, consiste em analisar as ações de marketing de relacionamento utilizadas pelas emissoras de rádio FM de Fortaleza para obter uma maior fidelização por parte de seus profissionais autônomos, a mesma classifica-se como quantitativa, pois os dados coletados são quantificáveis e foram analisados estatisticamente em virtude de oferecer condições para uma análise mais adequada do referido objeto de estudo. E, também, como qualitativa, pois buscou-se informações mais aprofundadas, através de perguntas abertas, com os representantes das empresas em questão. Na pesquisa descritiva é utilizada a pesquisa de campo. Nesta pesquisa o papel do pesquisador é de observador e explorador diretamente no local ou campo em que ocorrem os eventos estudados. O pesquisador tem contato direto com o objeto de estudo. As informações são colhidas através de observação participante ou não, entrevistas, questionários, coleta de depoimentos e estudos de casos. (LEHFELD 2007). Baseando-se no conceito de Mattar (2008), pode-se concluir que este estudo é do tipo conclusivo, pois possui objetivos claros e realiza teste de hipóteses. Quanto ao número de vezes em que os dados foram coletados da amostra, analisando-se uma ou mais variáveis, Malhotra (2006) explica que podem ser considerados estudos transversais ou longitudinais, sendo os transversais os que coletam as informações de uma amostra apenas uma vez, e os longitudinais os estudos onde os dados são coletados mais de uma vez da mesma amostra, investigando-se as mesmas variáveis. Pode-se dizer, então, que a partir do conceito explorado acima, que com relação à temporalidade este estudo é transversal, já que os dados são coletados de uma mesma amostra uma única vez. Appolinário (2006) fala ainda de conceitos relacionados ao local de realização da pesquisa, segundo ele, os dados podem ser obtidos em laboratório, onde a coleta é realizada em situação controlada, ou em campo, onde não é possível haver controle rígido da situação ou das variáveis pesquisadas. Portanto, conclui-se que quanto à coleta de dados, essa pesquisa é de campo, pois acontece exatamente no local onde as empresas estão estabelecidas. 42 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA A população é constituída pelo número de indivíduos que possuem características com o tema pesquisado, dependendo do número de elementos a população pode ser finita ou infinita, já a amostra é o subconjunto das observações encontradas da totalidade da população. Ela é conhecida com estatística descritiva, de acordo com Gil (2002). Este estudo tem como universo todas as emissoras de rádio FM que atuam na cidade de Fortaleza, existem 19 rádios registradas, mas tomando como embasamento os dados do Ibope conforme anexo, foi excluído as rádios religiosas por não fazer parte do meio comercial de profissionais autônomos. Portanto serão trabalhadas 12 emissoras de rádio FM. A amostra da pesquisa será, segundo Gil (2002), uma amostragem por conveniência, onde o pesquisador escolhe os elementos a que tem acesso, levando em conta que estes possam representar o universo. Os questionários da pesquisa foram respondidos pelos atendimentos/coordenadores das emissoras selecionadas, os atendimentos e coordenadores são responsáveis pelo setor de autônomos e seu papel é acompanha-los nas visitas e realizar propostas para os clientes e a confecção de contratos, eles tem o intuito de ajudar na venda do profissional autônomo, dando todo o suporte necessário para ele. A técnica utilizada para a escolha dos clientes nesse tipo de amostra não probabilística foi a amostragem por conveniência, ou seja, as empresas escolhidas para a pesquisa foram escolhidas de acordo a disponibilidade do pesquisador. Quanto à estratégia da fonte utilizada e o local específico de coleta, optou-se por desenvolver uma pesquisa de campo, onde foi empreendido um estudo com as quatro emissoras de rádio FM de maior audiência, segundo o Ibope, jan/2013 a mar/2013, localizadas na cidade de Fortaleza. 3.3 COLETA DE DADOS A coleta dos dados da pesquisa foi realizada através da aplicação de questionários, com entrevistas pessoais e diretas. 43 As entrevistas ocorreram entre os dias 08 e 15 no mês de maio do ano 2013, com as emissoras da rádio FM: 93 (entrevistada Lourenne Rabelo), Jangadeiro (entrevistada Grace Linhares), Rádio 100 (entrevistado Victor Mota) e Liderança (entrevistada Janaina Rodrigues). 3.3.1 Questionários Oliveira (2002) e Lakatos (2003) afirmam que, o questionário é o instrumento utilizado para realizar a coleta de dados, Lakatos (2003), ainda, complementa dizendo que ele é constituído por uma serie de perguntas e que devem ser respondidas por escrito. A respeito das questões essas podem ser de três tipos: abertas, fechadas ou alguma combinação entre elas. Assim, o presente estudo se utilizou de 3 perguntas fechadas e 4 abertas, com o intuído de desenvolver informações mais completas sobre o assunto em questão. 3.4 ANÁLISES DE RESULTADOS As perguntas abertas em um questionário permitem ao pesquisador compreender a perspectiva dos respondentes, já os questionários com perguntas fechadas são fáceis de codificar, o que não ocorre com as perguntas abertas. Os dados foram coletados, agrupados e analisados conforme os objetivos propostos no trabalho, à tabulação e à análise aconteceu através de planilhas no Excel utilizando como técnica de análise a média das respostas, bem como a análise das informações discorridas pelos entrevistados de forma aberta. O Quadro 6 faz a representação da metodologia utilizada para a realização deste estudo. Quadro 6 – Metodologia utilizada nesse estudo Dimensão Natureza Finalidade Tipo / Profundidade População e Amostra Temporalidade Coleta de dados Estratégia quanto à origem dos dados; Classificação do estudo Quantitativa e qualitativa Aplicada Conclusiva, de caráter descritivo População: 12 emissoras de rádio em Fortaleza Amostra: 4 empresas entrevistadas Transversal Aplicação de questionário, através de entrevistas pessoais e diretas. Pesquisa de campo Sujeito: Emissoras de rádio na cidade de Fortaleza 44 sujeito; unidade observacional; forma de coleta. Instrumento de pesquisa: questionário estruturado com perguntas fechadas e abertas; Unidade observacional: Nas próprias empresas Forma de abordagem aos sujeitos: Entrevista pessoal e direta. Tabulação e análise Plano de tabulação: análise e soma das alternativas mais citadas pelos respondentes. Análise descritiva das informações coletadas através das perguntas abertas. Fonte: Adaptado de Appolinário (2006). 45 4 ANÁLISE DE RESULTADOS Neste capítulo foram apresentados os resultados dos estudos realizados nas emissoras de rádio 93, Jangadeiro, 100 e Liderança, com intuito de verificar se elas utilizam ferramentas para intensificar o relacionamento com os profissionais autônomos e quais são essas ferramentas; identificar se são realizadas campanhas de incentivo e quais são elas; verificar se são realizadas reuniões para apresentação e informação de novos produtos/serviços oferecidos pelas emissoras para esses profissionais, como são realizadas essas reuniões e com qual frequência e por fim analisar como o banco de dados pode ajudar a promover o relacionamento com os profissionais autônomos. Assim, no intuito de obter maiores informações sobre o relacionamento entre as emissoras de rádio FM em fortaleza e seus profissionais autônomos, foi desenvolvido um questionário contendo 7 perguntas que serão discorridas e analisadas através de gráficos em forma de colunas contendo o percentual de respostas em cada item analisado bem como através de uma análise descritiva das informações. O questionário aplicado com a emissora 93 foi intermediado pelo atendimento comercial Lourenne Rabelo. Já a pesquisa aplicada com a rádio Jangadeiro foi realizada com o atendimento comercial Grace Linhares. Na rádio 100 o coordenador comercial Victor Mota foi o entrevistado. Já na Liderança a pesquisa foi realizada com o atendimento Janaina Rodrigues. O Gráfico 1 representa a quantidade de empresas que utilizam estratégias para otimizar o relacionamento com seus profissionais autônomos. Através da entrevista pode-se observar que 100% das respostas foram afirmativas, apresentando a grandiosidade da ferramenta de relacionamento profissionais autônomos, onde todas as emissoras responderam que sim. com os 46 Gráfico 1 – Estratégias para otimização de relacionamento 1,2 1 0,8 Não 0,6 Sim 0,4 0,2 0 93 Jangadeiro 100 Liderança Fonte: Pesquisa de campo. Na segunda pergunta, abordou-se em forma de pergunta aberta sobre as estratégias mais utilizadas de marketing de relacionamento com a função de aproximação dos profissionais autônomos. Assim, a emissora 93 e a rádio 100 obtiveram respostas semelhantes e enfatizaram que sua principal ação está voltada para as campanhas de vendas, onde os líderes em faturamento recebem prêmios, além de patrocinar almoços e happy hour para esse público com o intuito de estreitar o relacionamento entre ambas as partes. As emissoras também disponibilizam um local dentro de seu estabelecimento composto por uma sala, mesa, assistente, telefone e internet com o intuito de facilitar o trabalho de seus intermediários e também de aproximá-los da empresa. A rádio Liderança também realiza eventos para otimizar uma maior aproximação como a realização de cafés da manhã mensalmente para intensificar o relacionamento com esses profissionais, porém não dispõe de local para que seus intermediários possam trabalhar internamente na mesma. Por fim, a rádio Jangadeiro utiliza apenas de uma sala com assistente, telefone e internet como forma de aproximação, não se utilizando de eventos como almoços para se estreitar o relacionamento com seus intermediários. O Gráfico 2 refere-se a terceira pergunta que indagou se as emissoras utilizam alguma campanha de incentivo com seus profissionais autônomos. Assim, 47 100% das emissoras entrevistadas realizam campanhas de incentivo com seus profissionais autônomos, e através dessas campanhas conseguem fazer o faturamento da emissora aumentar. Isso comprova o que Ogden e Crescitelli (2007) declararam anteriormente ao afirmar que uma das principais ferramentas para promover o relacionamento está ligada a campanhas de incentivos como resultados inesperados no desenvolvimento da venda, resultando na chance de ganhar algo em troca desse resultado. Gráfico 2 – Campanhas de incentivo 1,2 1 0,8 Não 0,6 Sim 0,4 0,2 0 93 Jangadeiro 100 Liderança Fonte: Pesquisa de campo. A quarta pergunta está diretamente ligada a terceira pergunta onde os respondentes puderam esclarecer quais tipos de campanhas de incentivo são utilizadas. Assim, todas as emissoras responderam que são ofertados brindes e prêmios de acordo com o faturamento do profissional autônomo. As emissoras 93 e 100 tem como brindes viagens, prêmios e gasolina. Já às emissoras Jangadeiro e Liderança disponibilizam apenas ajuda de custo como gasolina e vale-refeição. No Gráfico 3 é revelado se as emissoras de rádio realizam reuniões para os profissionais autônomos com o intuito de prestar informações sobre novos produtos/serviços. As emissoras 93, 100 e Liderança afirmam realizar periodicamente essas reuniões já a Jangadeiro nunca realizou esse tipo de ação, 48 isso comprova que a maioria das emissoras utilizam essa estratégia e ela vem trazendo resultado. As reuniões também foram citadas por Odgen e Crescitelli (2007), como sendo importantes ferramentas do marketing de relacionamento, assim, as rádios 93, 100 e Liderança estão alinhadas com esses conceitos. Gráfico 3 – Reuniões para treinamento 1,2 1 0,8 Não 0,6 Sim 0,4 0,2 0 93 Jangadeiro 100 Liderança Fonte: Pesquisa de campo. A quinta pergunta está diretamente ligada a quarta pergunta e responde mais claramente sobre como e com qual frequência são realizadas essas reuniões. A emissora 93 afirmou realizar essas reuniões no período trimestral em happy hours, já a 100 realiza semanalmente em forma de café da tarde, a Liderança realiza uma vez ao mês em cafés de manhã e a Jangadeiro não utiliza essa ferramenta. As emissoras que realizam essas reuniões informaram que aproveitam o espaço para prestar informações sobre o mercado, os clientes e também sobre novos produtos e serviços. Na última pergunta foi questionado sobre a importância das informações do banco de dados utilizadas para promover o relacionamento com os profissionais autônomos. As emissoras 93, 100 e Liderança responderam de forma semelhante afirmando que o banco de dados ajuda com as informações pessoais e que através delas podem saber o dia do aniversário e realizar o envio de flores e também para analisar o perfil do autônomo e quais são os clientes potenciais do mesmo. A emissora 49 Jangadeiro utiliza o banco de dados apenas para o envio de material da rádio e informações sobre o mercado. A utilização do banco de dados como ferramenta para promover o relacionamento é citada por Gummesson (2010) como sendo fundamental para conhecer melhor o público-alvo. Assim, as emissoras 93, 100 e liderança, estão cumprindo também essa estratégia de aproximação de forma assertiva. 50 5 CONSIDERAÇÕES FINAS Através dos resultados encontrados no presente trabalho podem-se atingir os objetivos propostos de averiguar as estratégias de relacionamento utilizadas pelas principais emissoras de rádio de Fortaleza para promover seu relacionamento com os profissionais autônomos. A pesquisa demonstrou que três das quatro rádios entrevistadas realizam ações de marketing de relacionamento voltadas para os principais conceitos dessa estratégia de aproximação, demonstrando que as ferramentas utilizadas para aproximação dos profissionais autônomos estão sendo realizadas e com assertividade no resultado, conforme exposto nas três hipóteses. A primeira hipótese que defende que as emissoras de rádio realizam campanhas de incentivos periodicamente para motivar seus profissionais autônomos se confirma na medida em que foi constatado que todas as rádios realizam campanhas de incentivos periodicamente para motivar seus profissionais autônomos. A segunda hipótese que defende que são desenvolvidos eventos para apresentação de novos produtos ou serviços, gerando uma capacitação maior desses profissionais em relação ao produto/serviço vendido se confirmou em partes, já que três das quatro emissoras afirmaram que promovem eventos como café da manhã, cooffe break e almoços para trocar informações sobre clientes e mercado e também para apresentação de novos produtos ou serviços, gerando uma maior aproximação entre ambas as partes. E por fim, a última hipótese afirma que as emissoras se utilizam do banco de dados para realizar ações de aproximação com seus autônomos se confirma, já que todas as emissoras se utilizam do banco de dados para realizar ações de marketing de relacionamento, sendo que as emissoras 93, 100 e liderança utilizam o banco de dados para obter maiores informações pessoais sobre os profissionais autônomos, e assim, poder realizar ações específicas como o envio de flores na data do aniversário e também para analisar o perfil do autônomo e de seus clientes potenciais do mesmo. Já a emissora Jangadeiro utiliza o banco de dados apenas para o envio de material da rádio e informações sobre o mercado. Diante das hipóteses e do problema levantado, percebe-se que as emissoras de rádio FM em Fortaleza realizam ações de marketing de relacionamento 51 que vão desde incentivos, premiações, ajuda de custo, oferta do local de trabalho adequado dentro das próprias emissoras, até ações embasadas nos seus banco de dados com o de conhecer melhor seus profissionais autônomos e otimizar essa relação. Notou-se que a rádio 93, maior emissora em termos de tamanho e audiência, demonstrou promover um grande número de ações voltadas para o marketing de relacionamento, tais como eventos, campanhas de incentivo e utilização do banco de dados para aproximação do público alvo. Como projetos futuros sugerem-se promover estudos sobre a percepção dos intermediários sobre as estratégias de marketing realizadas pelas emissoras de Fortaleza, buscando, assim, identificar uma outra visão sobre as rádios. Outro estudo poderia ser voltado para identificar o relacionamento das empresas/ empresários (consumidores organizacionais) com as emissoras de radio. 52 REFERÊNCIAS APPOLINÁRIO, F. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Thompson, 2006. COBRA, M. Administração de marketing no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. COBRA, M. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1992. COSTA, A. R. Marketing promocional para mercados competitivos. São Paulo: Atlas, 2007. COSTA, D. O marketing de relacionamento. [S.l: s.n.], 2004. Disponível em: <http://www.avm.edu.br/monopdf/24/DIOVANA%20REGINALDO%20DA%20COSTA .pdf>. Acesso em: 26 fev. 2013. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. ______. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991. GUMMESSON, E. Marketing de relacionamento total. Porto Alegre: Bookman, 2010. HOOLEY, G. J. Estratégia de marketing e posicionamento competitivo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 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(A) Sim (B) Não 04-Caso sim, caracterize-a. 05-Vocês realizam reuniões periódicas para prestar informações sobre novos produtos/serviços que sejam de interesse dos profissionais autônomos? (A) Sim (B) Não 06-Caso sim, como e com que freqüência essas reuniões são realizadas? 07- Como as informações do banco de dados são utilizadas para promover o relacionamento com os profissionais autônomos?