boletim 43_exterior

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Saúde em Mapas e Números
Boletim Informativo. Disponível em www.eurotrials.com
45
Mar’15 . Edição Trimestral
Direção Científica
Maria João Teixeira de Queiroz
Rodrigo Athanazio
Corpo Editorial
Catarina Alves, Filipa Negreiro, Tiago Silva, Vera Vicente
ISSN 2183-2579
Nº de registo ICS 123806 - Distribuição gratuita
Editorial
HEPATITES
O quadragésimo quinto boletim EUROTRIALS, SAÚDE EM MAPAS E
NÚMEROS aborda o tema da Hepatite na América Latina, Europa e
Mundo.
A hepatite apresenta-se na forma aguda (causada por um de cinco vírus
da hepatite – A, B, C, D, E) ou crónica (inflamação que dure mais de 6
meses). A hepatite aguda começa repentinamente e dura poucas semanas, a hepatite crónica pode durar anos ou décadas. (1)
A hepatite é uma doença silenciosa e nem sempre apresenta sintomas,
os quais podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos,
dor abdominal, icterícia, urina escura e fezes claras. A evolução das
hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E desenvolvem-se
apenas nas formas agudas de hepatite. As hepatites causadas pelos
vírus B, C e D podem desenvolver-se nas formas agudas ou crónicas de
infecção. (2)
Em 2012, cerca de 65% dos países da América Latina tinham cobertura de vacinação contra a hepatite B superior a 90%. A Rép. Dominicana e o Paraguai foram os países com menor percentagem de
imunização, com 74% da população vacinada, enquanto que em Cuba,
Equador, Nicarágua, Anguilla e Saint Kitts and Nevis se verificou 100%
de imunização contra esta patologia. Algumas ilhas das Caraíbas/
Caribe não apresentaram dados de imunização (Guadaloupe, Martinique e Puerto Rico) ou o valor foi de 0% (Ilhas Virgens Americanas e
Aruba).
Seroprevalência/soroprevalência global do
vírus da hepatite C,
por região da América Latina
Elaborado por Eurotrials
Fonte: (1) Manual Merck (http://www.manualmerck.net), 2015. (2) Portal sobre aids, doenças
sexualmente transmissíveis e hepatites virais (http://www.aids.gov.br/), 2015
2,5
2
A maioria dos países da América Latina e Caraíbas/Caribe (ALC) tem
endemicidade média para a hepatite A, ou seja, mais de 50% da população tem imunidade contra o vírus aos 15 anos de idade. No entanto,
nesta região a prevalência pode variar entre 57% nas Caraíbas/Caribe
e 96% na região Andina.
A Argentina, Panamá e Uruguai introduziram a vacina contra a hepatite
A no seu plano de vacinação infantil, em 2011.
Prevalência (%)
AMÉRICA LATINA
1,5
1
0,5
0
Taxa de cobertura de vacinação
contra hepatite B, por país da América Latina
Elaborado por Eurotrials
Caraíbas/Caribe
Andina
América Central América do Sul
Tropical
Fonte: Guidelines for the screening, care ant treatment of persons with hepatitis C infection, OMS, 2014.
Nos países da ALC, estima-se que 7 a 9 milhões de adultos estejam
infectados com o vírus da hepatite C. Com prevalência mais elevada na
região das Caraíbas/Caribe (2,1%) e mais baixa na região tropical
(1,2%), os valores são no entanto próximos entre as regiões da
América Latina.
Taxa de cobertura de vacinação
contra hepatite B (%) (2012)
> 100
A hepatite D tem especial importância na região Amazónica, devido à
elevada prevalência de coinfecção com hepatite B observada nesta
região, sobretudo entre populações indígenas.
O genótipo III do vírus da hepatite D, exclusivo desta região, pode ser
uma das causas para a elevada prevalência.
90 - 100
80 - 89
< 80
0 ou sem dados
Fonte: Hepatitis B Vaccine Coverage Data, PAHO (Pan American Health Organization), 2013
Os dados disponíveis sobre hepatite E na região da ALC são variáveis
com registo de prevalências sobretudo baixas mas também de surtos
ocasionais.
Alguns estudos revelaram taxas de prevalência de 3% para a hepatite
E no Brasil, e uma prevalência de anticorpos anti-VHE entre 1,7 e
16,2% na Bolívia.
A OMS tem poucos registos de hepatite E para os países desta região.
CHILE, BRASIL, ARGENTINA
De acordo com dados do Ministério da Saúde do Chile, em 2014
notificaram-se duas vezes mais casos de hepatite A do que no ano
precedente, em todas as regiões exceto Biobío. Em 2014 os casos de
hepatite A representaram 47% do total de hepatites no Chile.
Em 2014, a hepatite B mostrou-se mais incidente nas regiões do norte
e centro do Chile, em Santiago, Biobío, Valparaíso, Antofagasta e
Tarapacá com 647, 88, 70, 46 e 37 casos, respectivamente.
Relativamente à hepatite C, no Chile, a fase crónica da doença
encontra-se sobretudo em indivíduos com mais de 40 anos,
representando 14% do total de hepatites. Em 2014, a região de
Santiago concentrou cerca de 72% do total de casos notificados (taxa
de 3,9/100 000 hab), no entanto em Arica y Parinacota observou-se
uma taxa de 3,0/100 000 hab, apesar do pequeno número de casos
registado.
De salientar, Los Ríos, Aisén e Magallanes sem registo de casos de
hepatite C e Aisén também sem casos de hepatite A, em 2014.
Distribuição de casos confirmados de hepatites virais,
por tipo e região do Brasil, entre 1999 e 2011
Elaborado por Eurotrials
Norte
Nordeste
Centro-Oeste
Sudeste
Sul
0
Casos acumulados de hepatite A, B e C,
por região do Chile em 2014
10000
20000
30000
Hepatite A
Hepatite C
Hepatite B
Hepatite D
40000
50000
60000
Hepatite E
Fonte: Boletim Epidemiológico – Hepatites Virais, Ano III - nº 1 (Ministério da Saúde do Brasil); 2012
Elaborado por Eurotrials
Arica y Parinacota
Tarapacá
5 (6%)
Antofagasta
1 (1%)
7 (18%)
19 (50%)
37 (43%)
12 (32%)
Atacama
28 (37%)
44 (51%)
Coquimbo
46 (61%)
Valparaíso
1 (6%)
2 (13%)
8 (19%)
Estima-se que, no Brasil, cerca de 20,5 milhões de pessoas tenham tido
contato com o vírus da hepatite A, 800 mil com o vírus da hepatite B e 1,5
milhões com o vírus da hepatite C.
Entre 1999 e 2011 verificou-se que a maior incidência de casos de
hepatite A foi no Nordeste (43.187) e no Norte (32.282) do Brasil,
enquanto que de hepatite B foi no Sudeste (43.673) e Sul (38.007). A
incidência de hepatite C neste período de tempo foi muito superior na
região Sudeste (55.222). Apesar de menos comuns para os vírus D e E
observou-se um total de 2.197 e 967 casos confirmados no Brasil,
respectivamente, neste período de tempo.
No Brasil, entre 2000 e 2011, o número de mortes associadas a
hepatite C foi superior (30.931) ao número de mortes associadas aos
outros vírus da hepatite - B (9.657), A (865), D (436) e E (86).
36 (32%)
12 (28%)
13 (81%)
23 (53%)
70 (63%)
6 (5%)
Distribuição de casos confirmados
de hepatite B em 2014, por província Argentina
Elaborado por Eurotrials
Santiago
O’Higgins
Maule
Jujuy
2 (7%)
9 (17%)
282 (27%)
10 (19%)
674 (64%)
101 (10%)
Bíobío
88 (8%)
35 (65%)
Araucanía
27 (2%)
Formosa
Salta
Tucuman
Chaco
Catamarca
Santiago
Misiones
del Estero
La
Santa
Corrientes
Rioja
San
Fe
Juan
Cordoba
Entre
San
Rios
Luis
CABA
Mendoza
Buenos
La Pampa
Aires
11 (37%)
17 (57%)
Los Ríos
Neuquen
0 1 (9%)
Rio
Negro
16 (21%) 15 (19%)
Chubut
1007 (90%)
46 (60%)
10 (91%)
> 100
51 - 100
21 - 50
1 - 20
Los Lagos
1 (4%)
Aisén
Magallanes
0
0
0
Santa
Cruz
Tierra del
Fuego
CABA - Ciudad Autonoma de Buenos Aires
Fonte: Boletín integrado de vigilancia Nº244 – SE4 – Febrero 2015, Ministerio de Salud de Argentina
2 (18%)
6 (25%)
17 (71%)
4 (100%)
Hepatite A
Hepatite B
9 (82%)
Hepatite C
Fonte: Boletín Epidemiológico Trimestral, Volumen 111, nº 1, año 2015, Ministerio de Salud de Chile.
Em 2014, na Argentina registaram-se 63 casos confirmados de
hepatite A, 922 casos de hepatite B e 366 casos de hepatite C.
Os casos de hepatite B foram mais incidentes em Buenos Aires e
Misiones, não se tendo observado nenhum caso em Corrientes, La Rioja,
Santiago del Estero e Tierra del Fuego.
Estima-se que 2% da população Argentina (cerca de 800 mil pessoas)
tenham tido contato com o vírus das hepatites B ou C. No entanto nos
últimos anos tem sido possível diminuir o número de casos desta doença.
EUROPA
A OMS estima que cerca de 15 milhões de pessoas da região OMSEuropa vivam com hepatite C, o que representa 2% da população
adulta. Esta patologia é responsável por 86.000 mortes/ano nos
estados membros europeus.
O ECDC estima uma incidência de 8,7 casos de hepatite C por
100.000 habitantes na UE, com elevada prevalência em toxicodependentes.
Dados do Centro de informação de Doenças Infecciosas (CISID)
indicam o Luxemburgo como o país da UE com maior incidência de
hepatite C em 2010, com 14,39/100.000 hab. A Polónia teve uma
incidência de 5,68 casos /100.000 hab e a Áustria, Chipre, Letónia e
Estónia seguiram-se com, respectivamente, 4,34, 2,90, 2,71 e 2,54
casos por 100.000 habitantes. Os restantes países com dados
reportados apresentaram valores entre 1,57 (Suécia) e 0,02 (Grécia). A
incidência reportada por Portugal foi de 0,37 casos/100.000 hab.
No mesmo ano, a Finlândia e Irlanda não registaram casos de hepatite
C. A Bélgica, França, Alemanha, Hungria, Itália, Malta e Reino Unido não
reportaram dados.
Incidência de casos de hepatite C UE-27,
em 2010
Elaborado por Eurotrials
Incidência / 100.000 hab
> 10
5,1 - 10
2,6 - 5
0,1 - 2,5
0 ou sem dados
MUNDO
Fonte: Centralized Information System for Infectious Diseases (CISID) - WHO (http://data.euro.who.int/cisid), 2015.
A Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo existam
cerca de 1,4 milhões de casos de hepatite A, 325 milhões de portadores crónicos do vírus da hepatite B e 170 milhões de portadores do
vírus da hepatite C.
Existem vacinas disponíveis em todo o mundo para as hepatites A e B.
A vacina da hepatite B para crianças foi introduzida mundialmente em
183 países em 2013, e tem uma cobertura estimada (3 doses) de 81%
a 92%.
EURO
EURO
AMRO
WPRO
EMRO
SEARO
AFRO
AMRO
WPRO
AMRO (Américas)
SEARO (Sudeste Asiático)
AFRO (África)
EURO (Europa)
EMRO (Este do Mediterrâneo)
WPRO (Pacífico Oeste)
AMRO
HepA: ALC com
endemicidade
média
HepB: prevalência
de 1990 a 2005
HepC: 7 milhões
expostos em AmL
HepD: co-infeção
com HepB na
Amazónia
ALC: América Latina e Caraíbas/Caribe
AmL: América Latina
SEARO
HepA: incidência
aumenta a oriente
(>90% expostos
aos 10 anos a sul)
HepB: prevalência
adultos >5%
HepC: 50 milhões
com hepC crónica
HepE: 14 milhões
casos anuais
AFRO
HepA: prevalência
≥90% na região
subsahariana aos
10 anos de idade
HepB: prevalência
de 5 a 8%
HepC: prevalência
até 10%
HepE: prevalência
de <2% a >20%
EURO
HepA: incidência
aumenta a leste
(≥50% expostos
aos 30 anos)
HepB: mais de 13
milhões (adultos)
HepC: mais de 15
milhões (adultos)
HepE: <5% casos
agudos a oeste
EMRO
HepA: prevalência
de 1980 à data
HepB: 4,3 milhões
infectados/ano
HepC: 17 milhões
com hepC crónica
HepE: impacto da
doença incerto
(prevalência >15%)
WPRO
HepA: prevalência
baixa na região
e intermédia
nas ilhas
HepB: prevalência
de 2 a 7%
HepC: prevalência
de 2,6%
HepE: prevalência
baixa (<5%)
.
Fonte: OMS, Global policy report on the prevention and control of viral hepatitis (http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/85397/1/9789241564632_eng.pdf), 2013
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